DECLARAÇÃO DE FORTALEZA A TERMOGRAFIA É UMA IMPORTANTE INVESTIGAÇÃO na área de saúde nas fases de diagnóstico, tratamento e prognóstico em diferentes especialidades médicas e afins. Trata-se de método não invasivo, inócuo para a saúde humana, que se dedica ao registro da variação da produção de calor do corpo humano e sua termorregulação. Investigando, deste modo a atividade vasomotora referente aos sistemas neurovegetativo simpático, musculoesquelético, vascular e visceral. A temperatura humana e um sinal vital que pode ser aferido em um único ponto (oral, axilar, timpânica, retal, esofágica, visceral) ou em diversos pontos cutâneos (termografia) para conhecer e controlar a termorregulação e as doenças a ela relacionadas. Esta ultima de forma muito mais ampla e complexa resulta no diagnostico de muito mais doenças devido espectro de informações registradas e analisadas ao longo do tempo. Portanto, mapeando toda uma distribuição térmica e monitorando a atividade vasomotora dos fenômenos biológicos neuroimunovasculares. Os compêndios clássicos de Fisiologia, Imunologia e Patologia Médicas são fartos da descrição destes fenômenos biológicos envolvidos nas mais diversas doenças, entretanto são muitas vezes despercebidos na pratica clinica por falta de sua adequada identificação, interpretação diagnostica e o conhecimento do método. A Termografia abrange o estudo dos fenômenos térmicos biológicos normais e sob condições especiais, como no estresse (produção e gasto de energia, distúrbios humorais, neuroimunológicos, endócrinos e metabólicos), bem como, de várias doenças a estas condições relacionadas (alterações/ disfunções/anomalias térmicas, febre, hipertermia, hipotermia, inflamação, isquemia, neuropatias, tumores, cicatrização). Assim sendo, a termografia, subárea de Termologia Médica, tem aplicação dentro de diversas especialidades da área de saúde, médicas, afins e subáreas de atuação. Na atualidade amplia-se seu emprego no registro da perfusão intravisceral perioperatória de órgãos como fígado, coração, rins, pulmões, pâncreas, cérebro, extremidades durante procedimentos cirúr- gicos. Bem como identificação de estados febris em epidemias infecto-contagiosas. Além do controle terapêutico e prognóstico de diversas enfermidades, destes estudos resultando definidos padrões termográficos que se constituem em valiosos subsídios para prática médica. Portanto, trata-se de exame complementar diagnóstico fundado em bases científicas sem qualquer resquício de empirismo. Presente no rol de procedimento da Associação Médica Brasileira/Conselho Federal de Medicina/Agência Nacional de Saúde sob denominação de termometria cutânea é realizada em quantidades de acordo com extensão do exame. Trata-se portanto de recurso diagnóstico recente que necessita para sua plena realização de normas básicas, afim de que cumpra os objetivos de mais uma investigação científica a serviço da classe médica no trato diário com seus pacientes. Requisitos básicos para sua utilização correta na prática médica. Consideradas as situações acima expostas e com o propósito de disponibilizar aos pacientes todos os meios disponíveis para seu diagnóstico, tratamento e controle evolutivo, algumas recomendações essenciais surgiram desta reflexão sobre o tema que na seqüência estão detalhadas: a) Quanto à indicação. Deve sempre guardar relação com o exame clínico efetuado no paciente. Não deve o profissional se olvidar de que é recurso técnico complementar no diagnóstico e importante na evolução do estado mórbido e no controle de tratamento. Estas informações clínicas devem constar obrigatoriamente da requisição do exame, com especial ênfase para o diagnóstico diferencial. As áreas médicas diretamente relacionadas com a solicitação deste exame: todas.. Recomenda-se que todas as sociedades de especialidades estudem e compreendam mais as indicações no âmbito de sua própria área. b) Quanto ao treinamento profissional. Deve ser realizado por profissional capacitado em centro de referência devidamente reconhecido. Deve o profissional além do conhecimento no método, mas, também na área de especialidade que atuará. c) Quanto ao procedimento. Deve seguir os princípios éticos de respeito ao paciente. A presença de auxiliar durante o exame é imprescindível no respeito ao pudor do paciente. As normas técnicas básicas de preparo ao exame, como estabilização térmica do paciente, bem como do ambiente de procedimento, com controle da temperatura e umidade da sala, e posicionamento correto do paciente para captação das imagens. d) Quanto aos resultados dos exames. Os resultados deve ser fornecidos na forma de laudos que tenham uma apresentação adequada, linguagem objetiva, clara e concisa. Todas as imagens devem constar de escala de cores de referência para quantificação dos dados e avaliação qualitativa da distribuição térmica. Lembrando sempre de que se trata de exame complementar diagnóstico a clínica e demais exames complementares. e) Quanto ao controle e seguimento de pacientes. Todos os resultados devem ser guardados em arquivos computadorizados, respeitando o sigilo de informação, para posterior consulta ou comparação com exames mais recentes. No caso de controle de epidemias deve haver mecanismos para rápida comunicação às instituições sanitárias. f) Quanto às investigações periciais. Para documentação em casos de litígio a avaliação de corpo inteiro é imprescindível na procura de todas as alterações e fenômenos anormais separando as anormalidades envolvidas ou não com a lide. Portanto a análise de múltiplos segmentos segundo exigências do Conselho Federal de Medicina levando-se em conta todos os itens acima. Recomendam-se as instituições presentes neste certame que considerem estas diretrizes básicas indispensáveis ao método a fim de que a sua utilização seja feita por profissionais competentes com treinamento em centros especializados aumentando desta forma, mediante o emprego de protocolos próprios, para o correto diagnóstico de seus pacientes. Fortaleza 08 de outubro de 2010. Roberto de Oliveira Rocha Marcos Leal Brioschi Adolfo Marcondes Amaral Neto Manoel Jacobsen Teixeira Charlize Kessin de Oliveira Sales Francisco Miguel Roberto Moraes Silva Vitor Hugo da Silveira Ferrão Jorge Eduardo Fouto Matias Irineu Alves Ferreira Lin Tchia Yeng Jesus Júnior Mario Augusto Silva Freitas Karina Rodrigues Subi Francisco Erisvtow Nogueira Nivaldo Teles Giovanna Abreu Franco Helena Hideko Seguchi Kaziyama Gilberto Luiz de Paula Rodrigo de Paula Alvarez Suarez Wellington Luís Fagundes Braun Hideki Hyodo Daniel Colman Aníbal Octávio de Castro Franco Luciane Fachin Balbinot Angelo Manoel G. Carstens Cristina HF de Oliveira Nogueira Antonio Carlos de Camargo Andrade Filho Ho-Yeol Zhang Jose Fernando Macedo Hisashi Usuki Márcia Maria Peixoto Leite Kamayni Agarwal-Kozlowski Rose Andreía Miranda Figueira Robert Glenn Schwartz Severino Alves Junior Gheorghe Ovidiu Serbu Tatiana Mesquita Colatoni Alberto Tomas Marcus Costa Araújo Fabio Prieto Railda Shesea Taveira Rocha do Nascimento Joaquim Ricardo Cangue Aura Conci Tania Maria Moller Bastos Leonardo Mozzaquatro Geraldo Henrique Mascarenhas da Silva Diogo Bonifácio Thadeu Brenny Filho Roger Remini Joaci Oliveira de Araujo Cesar Pereira Moreira da Silva Paulo Alves de Freitas William Magna Maldonado