ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II Versão Online OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: O Currículo Funcional Natural, para o desenvolvimento cognitivo de alunos com deficiência intelectual do Ensino Fundamental – Anos Iniciais Autor: Diomara Nack Bariviera Disciplina/Área: Educação Especial Escola de Implementação do Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Projeto e sua localização: Ribas – Modalidade de Educação Especial Município da escola: Manoel Ribas – PR Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã Professor Orientador: André Luís Onório Coneglian Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina - UEL Relação Interdisciplinar: Resumo: A implementação deste projeto deve oportunizar aos professores a ampliação do conhecimento diverso, contribuindo para a formação humana dos alunos, dando a eles mais autonomia. A escolha da pesquisa sobre Currículo Funcional Natural se deu pela necessidade de diferenciar a metodologia dos educadores, adequando seu Plano de Trabalho Docente em função do Currículo Funcional Natural, pois acredita-se que o aluno com necessidades especiais requer estímulos socializadores diferenciados que irão auxiliá-la no processo de desenvolvimento cognitivo. O projeto tem como intuito analisar se os Planos de Trabalho Docente, contemplam o Currículo Funcional Natural, propondo atividades educacionais, indicando possíveis estratégias aos educadores para o desenvolvimento de habilidades funcionais. Desse modo, os encontros com os professores serão divididos em cinco etapas, com proposta de aplicação na prática de sala de aula. O currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento mensagens formal, implícitas bem e como exaltadas as que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. Espera-se que após a aplicação do projeto os Planos de Trabalho Docente, contemplem o Currículo Funcional Natural. Palavras-chave: (3 a 5 palavras) Currículo Funcional Natural; Plano de Trabalho Docente; autonomia dos alunos com Deficiência Intelectual. Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico Público: Professores APRESENTAÇÃO Neste caderno falaremos de um tema muito discutido hoje em dia, nas Escolas de Educação Básicas – Modalidade de Educação Especial, nossa realidade educacional, que é a questão do Currículo Funcional Natural (CFN). Para isso, vamos começar apresentando a definição de Currículo, posteriormente sobre Currículo Funcional Natural, falar do amparo legal que a sustenta, da sua aplicabilidade na sala de aula e na Escola, dos profissionais envolvidos e dos cuidados para a sua elaboração. Desejamos com este caderno que você, professor, consiga ampliar os conhecimentos que tem sobre esta temática, para que possa realmente flexibilizar o seu modo de ensinar para atender as peculiaridades do seu aluno, em particular o aluno com deficiência intelectual. Espera-se que com a fundamentação teórica que ora se propõe, as discussões do grupo relacionando o estudo à sua prática nas Oficinas Pedagógicas e às atividades apresentadas possam contribuir para que os profissionais da educação consigam intervir qualitativamente no processo ensino-aprendizagem dos alunos. A escola, além do papel fundamental de instrumentalizar o aluno com os conhecimentos científicos produzidos pela humanidade, deve oportunizar o ainda o desenvolvimento das potencialidades do aluno com deficiência intelectual na sociedade, através de ações conjuntas com a família e a comunidade. Portanto, é imprescindível a formação continuada dos professores, a fim de que estes possam compreender melhor a sua prática e buscar alternativas pedagógicas que visem atender as necessidades específicas de cada aluno. Pensando assim, este Caderno Pedagógico tem o intuito de subsidiar o professor das Oficinas Pedagógicas com fundamentação teórica relacionada ao tema, promover discussões sobre a prática docente e contribuir para a análise das estratégias de ensino-aprendizagem e atividades funcionais desenvolvidas com os alunos que possuem deficiência intelectual. Estas atividades visam oportunizar aos alunos, além da vivência de tarefas do cotidiano no espaço escolar, a aquisição de comportamentos adequados para a convivência social. Não se tem a pretensão de esgotar o tema, tampouco apresentar respostas. Trata-se de um documento que oferece dados para a reflexão e sugestões de atividades a serem desenvolvidas com os alunos que apresentam deficiência intelectual significativa, matriculados na Escola de Educação Básica Rotariana Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial. O caminho é esse... Bom, vamos ao trabalho!!! INTRODUÇÃO A Proposta Didática Pedagógica tem como intuito estudar a necessidade de se explorar os materiais diversificados no qual a atividade pedagógica está inserida. Consistirão em propor aos professores diversas formas de se trabalhar os conteúdos do Currículo Funcional Natural, contemplando também os conteúdos do currículo acadêmico formal. Acredita-se que o aluno com necessidades especiais requer estímulos socializadores diferenciados que irão auxiliá-lo no processo de desenvolvimento cognitivo, afinal, cada aluno apresenta um potencial de aprendizagem e diferenças e requer uma metodologia diferenciada, em relação às capacidades que possui, às condições da sua família e da sua comunidade, ao modo de como interagem com as pessoas que os rodeiam, ao envolvimento social e afetivo, às expectativas dos pais e deles próprios sobre a sua vida e o seu futuro. Para tanto, é fundamental que seja desenvolvido um planejamento curricular que esteja em sintonia com estes mesmos contextos e condições. Bem como a importância da sondagem dos conhecimentos e habilidades do aluno sobre o conteúdo antes da elaboração das atividades propriamente dita. O Currículo Funcional Natural é uma proposta de ensino que visa à melhoria da qualidade de vida diária dos educandos, em especial aos alunos da Escola Rotariana de Educação Básica Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial. No dia a dia ressaltamos que, são grandes os problemas no desenvolvimento das atividades propostas, como também nos cuidados pessoais e principalmente na dependência do aluno como pessoa, como cidadão. Nestes últimos anos a escola especializada no atendimento a alunos com deficiência intelectual, tem recebido uma clientela com maior comprometimento e limitações, inclusive nas atividades de vida diária. Necessitam adquirir maior autonomia no desempenho de tarefas simples, haja vista que desta forma, essas habilidades contribuirão para melhoria de sua qualidade de vida, se bem trabalhadas. Os principais objetivos são: Analisar se os Planos de Trabalho Docente, comtemplam o Currículo Funcional Natural e propor atividades educacionais, indicando possíveis estratégias aos educadores para o desenvolvimento de habilidades funcionais. Apresentar para os profissionais na área de educação especial que desenvolvem trabalhos com alunos de deficiência intelectual, um currículo diferenciado, auxiliando assim no desenvolvimento e no rendimento escolar. Entender o processo de construção do currículo adaptado, para se elaborar um Currículo Funcional Natural adequado, instruindo os educadores para trabalhar o currículo para vida prática, proporcionando o desenvolvimento de comportamento e atitude adequados para o convívio social dos alunos com deficiência intelectual. Oportunizar a vivência das tarefas do cotidiano no ambiente escolar, denominadas Atividades de Vida Prática (AVPs) e Atividades de Vida Diária (AVDs) melhorando assim a sua qualidade de vida, associadas com o currículo acadêmico formal. Ilustração de Sabrina Gabrielle Nack Bariviera Unidade I: Apresentação do tema De acordo com Miura O desenvolvimento de um Currículo Funcional Natural (CFN) para pessoas com necessidades educacionais especiais fundamenta-se numa filosofia de educação que determina a forma e o conteúdo de um currículo adequado às características individuais. Requer uma metodologia instrucional que enfatiza a aplicação do conhecimento e habilidades em contexto real. (MIURA, 2008, p.155) Trata-se, portanto, de um ensino que oferece oportunidades naturais para os alunos aprenderem o que é importante para torná-los mais independentes, produtivos, felizes e competentes, em diversos contextos da vida em comunidade, como o vocacional, acadêmico, recreativo, esportivo, familiar e de autocuidados. Chama-se funcional porque não avalia apenas o educando, mas procura entender o que pode ser útil e funcional para melhorar o desempenho global, o acesso ao conhecimento, garantindo assim, a melhoria e qualidade de vida do educando e seus familiares. Apresentar ao grupo o cronograma das atividades a serem aplicadas durante os encontros. ATIVIDADE Assista ao vídeo intitulado "Vivemos todos juntos e não devemos ter preconceito e sim aprender com eles"..., que está no site: http://www.youtube.com/watch?v=nobwKL2XqzI&NR=1 e, em seguida responda: a) O que você achou do vídeo? b) Faça uma breve explanação sobre a ação do Governo, em parceria com a sociedade organizada, no sentido de implantar atuações que objetivem a igualdade de oportunidades às pessoas com deficiência, permitindo-lhe o melhoramento da qualidade de vida, na dimensão conceitual de obter os requisitos imprescindíveis mínimos para a sua realização profissional e independência econômica. Objetivo: Aprender que somos diferentes e necessitamos de atenção especial. Material: rosas e vaso Desenvolvimento: A professora chega na classe com um ramalhete de flores diversificadas e alegremente fala: "Hoje trouxe flores para cada um de vocês! Mas por que será? Vamos, antes, conversar sobre a beleza que cada uma destas flores possui. Benigna, que beleza você vê na margarida? E você, Silvania, fale-nos o que há de bonito na camélia? Taissa, tem algo nas rosas que te fascinam?...” Após toda exploração, a docente distribui as flores no meio do círculo de cursista e fala: "As flores são como as pessoas. Uma é diferente da outra. Existe a flor vermelha, a branca, a flor comprida, a baixa... mas, todas são flores e possuem a sua beleza. Existe a pessoa gorda, magra, alta, baixa... mas todas são pessoas e possuem a sua beleza." Nesse momento a professora pode refletir alguns valores como: respeito, a amizade e compreensão e solicitar, então, que cada cursista escolha uma das flores para levar para casa como marco dessa reflexão. Fechamento: Essa é uma das muitas vivências que se pode fazer para trabalhar com os professores de alunos com deficiência. Unidade II: O que é Currículo Para iniciarmos o debate apresentaremos considerações sobre o que é escola, evidenciando o momento histórico e político em que ela ocorre. Com isso pretendemos relatar a importância da flexibilização do ensino, principalmente nas práticas pedagógicas para a promoção da Educação, na nossa realidade escolar. Sacristán (2000) frisa que o termo currículo vem da palavra latina currere, referindo-se à carreira, um percurso a ser atingido. Enquanto a escolaridade é um caminho/decurso, o currículo é considerado seu recheio, seu conteúdo e a guia que levam ao progresso do sujeito pela escolaridade. Como também encontramos em Machado (2007), uma definição parecida, quando nos fala que: [...] o lexema currículo, proveniente do étimo latino currere, significa caminho, jornada, trajetória, percurso a seguir e encerra, por isso, duas ideias principais: uma de sequência ordenada, outra de noção de totalidade de estudos. (MACEDO, 2007, p. 22). O currículo é determinado, ou seja, produzido, pela experiência, na qual compreende a vivência imediata de situações individuais e/ou coletivas e a sua elaboração investigativa se dá, seja ela na escola, bem como na vida diária de cada aluno, ou membro que pertence a este currículo. A experiência se realiza quando nesta vivência nos apropriamos de dispositivos de observação, análise, registro, reflexão, crítica e interpretação do que está sendo vivenciado, pois o currículo nos “níveis de educação obrigatório, pretende refletir o esquema socializador formativo e cultural que a instituição escolar tem”. (SACRISTAN, 2000, p. 43). Desta forma faz com que o educador tenha um norte a seguir. O currículo deve ser de forma que abranja os conteúdos formais, mas não esquecendo, de aplicar as metodologias na qual envolvam a vida diária do aluno, para que o mesmo compreenda do modo mais natural possível aquilo que lhe é ensinado, levando em consideração as reais condições nas quais irá se concretizar. Condições como a do professor, dos alunos no momento da atividade, o nível de aprendizado de cada um, do ambiente escolar, sendo estes físicos e humanos, as características dos materiais que serão utilizados, entre outros necessários. O currículo escolar deve contemplar a vivência de experiência, sistematicamente planejada, visando o ensino e a aprendizagem de elementos culturais selecionados e institucionalmente tidos como relevantes. Sacristán (2000, p. 151) afirma que “entre os professores e o currículo prescrito em seus traços mais gerais se situam seus agentes apresentadores”. Sendo assim, a escola tem uma vida, uma cultura, uma identidade e oferece condições para certas experiências. Ainda fala que “as reformas curriculares nos sistemas educativos desenvolvidos obedecem pretensamente à lógica de que através delas se realiza uma melhor adequação entre os currículos e as finalidades da instituição escolar [...]” (p.18). O currículo não substitui o professor, ao contrário, é um instrumento para o desenvolvimento do trabalho docente, no qual cabe a este professor orientar e dirigir o processo de ensino-aprendizagem, inclusive com a modificação do currículo, sendo este flexível, de acordo com as aptidões, interesses e características dos educandos, como já dito anteriormente. O currículo não deve ser concebido de maneira a ser o aluno quem se adapte aos moldes que oferece, mas como um campo aberto à diversidade. Tal diversidade não deve ser entendida no sentido de que cada aluno poderia aprender coisas diferentes, mas sim de diferentes maneiras (...). O estabelecimento de um currículo comum tem de ser entendido a partir de uma concepção de currículo que seja resultado da reflexão sobre os interesses aos quais se serve. (PASTOR, 1995, p.142-144) O currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento formal, manifesto que é central às atividades de ensino, bem como as mensagens implícitas e explícitas que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. O currículo representa a essência que serve a educação. ATIVIDADE Apresento, a seguir, a sugestão de um vídeo para que você possa acompanhar como se dá esse processo, na prática. Seu título é: “Ser eficiente” capacita e encaminha pessoas com deficiência mental para o trabalho. Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=B8ezeSZhZkk Após assistir o vídeo sugerido e ler a Fundamentação Teórica, relacionar os desafios e as perspectivas para o trabalhador com deficiência intelectual, tendo em vista que vivemos numa sociedade dominada pelo regime capitalista de produção. Pesquise como se dá o processo de formação e inclusão da pessoa com deficiência no mundo do trabalho em outros continentes, de sua livre seleção e faça breves comentários sobre as semelhanças e diferenças identificadas nesses processos. Objetivo: Proporcionar aos participantes mudanças na forma de viver, olhar o mundo e as pessoas. Materiais: cartolina; tesoura; lápis; cola branca; elástico; papel celofane de várias cores; giz de cera; lápis de cor; canetinha; papel crepom; outros materiais disponíveis. Desenvolvimento: Prepare alguns moldes de óculos em papel cartão; Cada um dos participantes deverá confeccionar os seus óculos, podendo usar o molde como base; Cada participante deverá personalizar os seus óculos conforme seu gosto, com giz de cera, papel crepom, canetinha, etc; No local da lente dos óculos, deverá ser colado o papel celofane; Após todos os participantes terminarem a confecção de seus óculos, cada um deverá colocá-los; Os participantes deverão trocar os óculos confeccionados entre eles; Ler em conjunto a poesia “Mudança” de Clarice Lispector, que se encontra no link: http://www.youtube.com/watch?v=nUvb1HMZBUY. Fechamento: Refletir sobre pontos: - Posso mudar meu comportamento para melhorar a convivência com Pessoas com Deficiência? - Como eu tenho me comportado diante da temática “Pessoa com Deficiência”? - O que eu posso mudar para melhorar? Unidade III: O que é Currículo Funcional Natural O Currículo Funcional Natural (CFN) vem fazendo com que os alunos se desenvolvam de forma ampla, tendo todas as chances de conhecimento e aprendizagem que necessitam. O CFN propõe desenvolver habilidades que leve os alunos a atuarem da melhor forma possível dentro do seu ambiente, tornando-os mais independentes e criativos, aumentando as respostas adaptativas e diminuindo os comportamentos que tornem os educandos menos integrados (SUPLINO, 2005, p. 32). [...] a palavra FUNCIONAL significa que é necessário que as habilidades a serem ensinadas tenham uma função para a vida da pessoa, que ela aprenda o que é necessário para ter êxito e ser aceitável em seu meio como qualquer outra pessoa. A palavra NATURAL refere-se aos procedimentos de ensino usados no Currículo Funcional Natural, dando ênfase para que o ambiente de ensino e os procedimentos utilizados sejam o mais próximo possível ao que ocorre no mundo real. (GIARDINETTO, 2009, p. 29) Atividade Agora você deverá ler o texto que se encontra no link abaixo e responder as seguintes questões: 1. O que você entende por Currículo Funcional Natural? 2. Como você pode aplicar o Currículo Funcional Natural na sala de aula? 3. Como o Currículo Funcional Natural nos ajuda em sala de aula? http://www.aia.org.pt/index.php?option=com_docman&task=doc_download&Itemid=1 92&gid=1330 Vídeo sobre o CFN, uma palestra com Maryse Suplino https://www.youtube.com/ watch?v=-9hYZgRjbM4 Para maior entendimento sobre CFN Objetivos: Vivenciar o sentimento de exclusão do grupo; Desenvolver o sentimento de ser aceito e pertencer ao grupo. Desenvolvimento: Com os participantes, fazer um círculo apertado e entrelaçado no centro da sala. A professora tenta penetrar neste grupo, da melhor maneira que achar possível, usando a força bruta ou dialogando. Fechamento: Debater: Quais os sentimentos despertados nos indivíduos quando são excluídos do grupo? O que leva o grupo a excluir uma pessoa? Como evitar a exclusão dos nossos alunos? Unidade IV: Qual o papel do professor mediante o Currículo Funcional Natural (CFN) Sendo assim, o CFN é uma proposta de trabalho na qual aponta caminhos para o aluno, à sua maneira com o resguardo da família, de professores, da Comunidade Escolar em geral, promovendo uma participação social e uma melhor autogestão na vida do educando. Professor, é importante você partilhar suas dúvidas, angústias e sugestões com os outros professores e gestores da escola, pois a educação é algo que deve ser construído em parceria e todos devem auxiliá-lo a promover as adaptações necessárias para que a Escola para Todos realmente se efetive! Também se sabe que só obterá as melhores metas, aquele que tem a participação da família e a interação entre o professor e o aluno, que são os principais agentes do processo de ensino e aprendizagem. Como afirma Sacristán (2000), “[...] a racionalidade dominante na prática escolar está condicionada pela política e mecanismos administrativos que intervêm na modelação do currículo dentro do sistema escolar” (p. 107). Portanto, devem-se pensar em uma forma onde os professores possam refletir sobre suas práticas, para que se tenha êxito nesta ação, fazendo com que os alunos obtenham sucesso na sua vida, tanto acadêmica quanto social. Compete ao professor adaptar os objetivos, com nitidez e simplicidade, nos diversos momentos de ensino tanto no ambiente escolar, como familiar, cultural e comunitário, fazendo com que o aluno aproveite tudo de melhor o que estes meios oferecem. “O professor deveria encontrar oportunidades de ensino que sejam naturais, evitando situações artificiais”. (SUPLINO, 2005, p. 36). ATENÇÃO “O professor deve ter cautela para não empobrecer a construção do conhecimento em nome de uma prática de contextualização do mesmo.” SEED (2008, p. 28). Perpetrando a aprendizagem dos alunos sem sofrimento. A atividade deve ser igualmente divertida para o professor. Com seu entusiasmo, ele terá maior possibilidade de envolver a turma, além de não sentir-se, ele mesmo, enfadado. [...] Através de atividades divertidas, os alunos poderão aprender muitas habilidades e para o professor será um prazer ensiná-las. (SUPLINO, 2005, p. 38). Em todas as escolas se almeja profissionais de qualidade, buscando juntos uma escola a qual esteja preparada para assim proporcionar um ensino de qualidade respeitando a heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar. [...] a tarefa do professor deverá ser facilitar o processo de aprendizagem, antecipando possibilidades de erros, impedindo, na medida do possível, a ocorrência dos mesmos. O professor deverá levar seus alunos a uma aprendizagem com poucos erros. Na medida em que o aluno vai acertando, sente-se mais confiante para avançar. (SUPLINO, 2005, p. 39). O papel do professor não pressupõe apenas como “mediador” da aprendizagem no contexto escolar, sua prática pedagógica não está alicerçada apenas na reflexão e nos parâmetros de uma educação na qual está voltada para a diversidade, no qual deve atender a todos os alunos de forma integra. Com base nestes apontamentos e demonstrando que a escola é um local de aquisição de conhecimento, é evidente a importância da mediação do professor no ato de ensinar e aprender, sendo que a construção do conhecimento adquirido pelos alunos é tida como compromisso primeiro de todo professor e esses processos são permeados pela aquisição desta aprendizagem, como fim. Relatando Coneglian (2008), mas em outro contexto podemos destacar seu pensamento sobre a importância de se trabalhar de forma diferenciada com os alunos, quando relata que: A participação de grupos na luta por direitos, inclusive da população com necessidades especiais, das pessoas com deficiências, coloca a questão da acessibilidade em evidência; direito inerente ao ser humano e dever da sociedade de oferecer a todas as pessoas meios para participar do cotidiano da vida, eliminando barreiras de qualquer ordem, sejam as mais visíveis como barreiras arquitetônicas, adaptando materiais, instrumentos, modificando metodologias e processos, sejam barreiras mais subjetivas como as atitudinais. (CONEGLIAN, 2008, pp 133-134) Assim, entendemos que todo professor deve se esforçar para mudar suas metodologias, quando não estão atingindo o objetivo no qual se pretende. Desta forma devemos “alimentar os ‘monstros’ das reflexões, que já estão acordados, com novas reflexões” (CONEGLIAN, 2008, p. 135), mudando nossos pensamentos e atitudes promovendo em nossos alunos uma condição de vida com menos barreiras, mais dinâmico e, principalmente, consigam atingir suas metas. Acesse o Link: http://portal.mec.gov.br/ind ex.php?option=com_conte nt&id=12992:diretrizespara-a-educacao-basica E descubra um pouco mais sobre a Educação Básica Atividade Fazer leitura do poema: Poema por Judith M. LeBlanc, Ph.D. Soy una persona Una persona con sueños Una persona con metas por lograr Una persona que quiere tener éxito en el trabajo elegido Una persona que quiere amar y ser amada Una persona que quiere ser aceptada y tener amigos Una persona que quiere ser valorada por las contribuciones que hago Una persona que quiere oportunidades Para ser independiente, productivo y feliz en la vida. También soy una persona con habilidades diferentes Una persona que desea las mismas cosas que tú en la vida No quiero depender de nadie No quiero que tomen decisiones por mi No quiero que me compadezcan o traten diferente. ... Sólo quiero que me den oportunidades para aprender ... y demostrar lo que puedo hacer. FONTE: http://annsullivanperu.org/personas-con-habilidades-diferentes/soyuna-persona-con-habilidades-diferentes/ Agora que você leu o poema responda as seguintes questões: 1) Como será que nosso aluno se sente em relação às oportunidades que lhes damos? 2) Qual nossa atitude de mudança em relação à metodologia em sala de aula? Descubra como é realizado o CFN, no Centro Anne Sullivan no Peru. Uma Série de Vídeos Educativos CASP https://www.youtube.com/watch? v=xSGcg3_Sp9c Desde 1997, CASP vem produzindo vídeos educativos com a finalidade de capacitar os professores e as famílias do Peru e do mundo. Objetivo: Alertar para a necessidade de fazer de forma inovadora; criar os próprios procedimentos, diferente do comum. Proporcionar uma reflexão sobre autonomia; pro atividade. Material: Uma folha de jornal tipo caderno (folha dupla) para cada dupla. Desenvolvimento: Pede-se que sejam formadas duplas e que estas devem subir na folha de jornal. As duplas não podem colocar os pés para fora da área do jornal; Avisa-se às duplas que uma música será tocada e que elas deverão dançar, com os pés dentro da folha do jornal; Coloca-se a música, em torno de alguns poucos segundos, e abaixa o volume; Pede-se que a dupla “dobre o jornal” (o comando deve ser exatamente este); Faz-se isso 4 vezes, observando o comportamento e as decisões das duplas; Ao término da dança, o facilitador deverá observar o que foi feito e pegue um jornal e dobre as pontinhas; A ideia é que se perceba que podemos “dobrar o jornal de forma diferente, pois é natural que todos dobrem seguindo as marcas do próprio jornal e, é claro, terão dificuldades para dançarem sem tirar o pé do jornal”. Fechamento: Se houver alguma dupla com essa iniciativa, o facilitador deverá ressaltar a criatividade com que eles resolveram a tarefa. É importante falar sobre como precisamos estar atentos às novas formas; É interessante discutir com o grupo sobre a criatividade que devemos ter frente às novas situações que deparamos no cotidiano. Mudanças e inovações são importantes para a adaptação Unidade V: Atividades Práticas Todas as tentativas de abordagens das concepções de currículo são formas distintas de relacionar a teoria com a prática e a escola com a sociedade. O currículo deve modificar-se para refletir as diferentes formas presentes nas relações sociais. Relacionando essa questão ao movimento de educação para todos, retomamos a escola como ponto principal. Assistam este clip: https://www.youtube.com/watch?v=zE fRZOjH7KI Muitos reclamam que não são felizes, mas deveriam agradecer pelo simples fato de acordar bem com saúde, existem pessoas que te amam. Muitas vezes pessoas que estão em uma cadeira de rodas, não enxergam mais mesmo assim são muito felizes. Pra ser feliz o que um ser humano necessita? Essa pergunta pode ser difícil mais você pode encontrar em você mesmo, com a sua humildade, simplicidade e prestando atenção na realidade!!! Pra Ser Feliz Daniel Às vezes é mais fácil reclamar da sorte Do que na adversidade ser mais forte Querer subir sem batalhar Pedir carinho sem se dar Sem olhar do lado Já imaginou de onde vem A luz de um cego Já cogitou descer De cima do seu ego Tem tanta gente por aí Na exclusão e ainda sorri Tenho me perguntado Pra ser feliz Do que o ser humano necessita? O que é que faz a vida ser bonita? A resposta, onde é que está escrita? Pra ser feliz O quanto de dinheiro eu preciso Como é que se conquista o paraíso Quanto custa Pro verdadeiro sorriso Brotar do coração Talvez a chave seja a simplicidade Talvez prestar mais atenção na realidade Porque não ver como lição O exemplo de superação De tantas pessoas O tudo às vezes se confunde com o nada No sobe e desce da misteriosa escada E não tem como calcular Não é possível planejar Não é estratégico Pra ser feliz Do que o ser humano necessita? O que é que faz a vida ser bonita? A resposta, onde é que está escrita? Pra ser feliz O quanto de dinheiro eu preciso Como é que se conquista o paraíso Quanto custa Pro verdadeiro sorriso Brotar do coração Atividade 1) Cada professor apresenta seu Plano de Trabalho Docente (PTD), elaborado no início do ano para poder associar suas metodologias com o Currículo Funcional Natural. 2) Comparar o seu PTD, com os demais colegas, interagindo e melhorando, se necessário, com auxílio dos outros docentes. 3) Apresentação do Filme “Simples Como Amar”. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=cwGKAlSZ5CA Sinopse: Após passar alguns anos em uma escola especial, Carla Tate (Juliette Lewis) foi "graduada" e poderá voltar para casa de seus pais em São Francisco. Mas, apesar de ser intelectualmente limitada, Carla planeja morar sozinha, ter uma vida independente e também se libertar da presença da mãe, que a vigia de forma sufocante. Este desejo de ter seu próprio apartamento é aumentado quando conhece Danny McMann (Giovanni Ribisi), um jovem que como ela é mentalmente "lento", mas mora sozinho. Em pouco tempo Carla e Danny estão namorando e já pensam em se casar. Após assistirem ao filme, responderão, em grupo, os seguintes questionamentos: a) O que mais lhe chamou atenção nesse filme? Qual a maior contribuição do filme? b) A história do filme tem alguma função social? Qual? c) É fato que, o que vivemos hoje, é fruto das nossas escolhas. Revendo a sua vida, quais as escolhas que você elege como as mais importantes? Mudaria algo? Vamos refletir sobre isso? Objetivo: Reconhecer os estigmas que temos em relação ao perfil de cada um dos candidatos. Material: lista dos candidatos; papel A4; tesouras; lápis; borracha. Procedimento: Você está se candidatando para uma vaga de emprego fora da sua cidade atual; Sendo admitido será disponibilizado um apartamento de dois quartos; O Diretor da empresa decidiu que cada apartamento será compartilhado por duas pessoas; Formar duplas e qualificar cada participante; Discutir em dupla qual dos candidatos escolheria para dividir o apartamento e justificar. Candidatos: • Candidato é deficiente auditivo; • Candidato é um pagodeiro; • Candidato é deficiente visual; • Candidato é músico, treina bateria a noite inteira; • Candidato é boêmio; • Candidato é poeta, escreve e recita durante a noite; • Candidato é deficiente físico; • Candidato é fanático por trabalho; • Candidato recebe visitas frequentemente; • Candidato odeia receber visitas; • Candidato é uma pessoa altamente preconceituosa; • Candidato é uma pessoa cheia de manias; • Candidato já esteve preso por pequenos furtos; • Candidato é viciado em drogas pesadas; • Candidato é uma pessoa extremamente violenta; • Candidato é uma pessoa famosa e muito assediada; • Candidato é uma pessoa muito desorganizada; • Candidato tem mania de perfeição e organização; • Candidato detesta atividades domésticas e conta com você para isso; • Candidato adora fazer experiências na cozinha, mas detesta arrumar o que desorganizou; • Candidato é um jogador viciado; • Candidato passa o tempo todo cantando no videokê. Fechamento: Como se sentiu na realização da atividade? Como avalia o resultado final? Quais foram às motivações que levaram a você escolher este candidato? CARNEIRO, M. A. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns: Possibilidades e Limitações. Editora Vozes. Petrópolis, 2008. CONEGLIAN, A. L. O. Análise do comportamento informacional de pósgraduandos surdos: subsídios teórico-práticos para a organização e representação do conhecimento. Marília, 2008. Disponível em: http://www.culturasorda.eu/resources/Analise+do+comportamento+informacional+de+pos+graduandos +surdos.pdf. Acesso em 20 de junho de 2014. GIARDINETTO, A. R. S. B. Educação do aluno com autismo: um estudo circunstanciado da experiência escolar inclusiva e as contribuições do currículo funcional natural. Marília, 2009. 193 f. ; 30 cm. MACEDO, R. S. Currículo: campo, conceito e pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. MIURA, R. K. K. Considerações sobre o Currículo Funcional Natural – CFN. In: OLIVEIRA, A. A. S.; OMOTE, S.; GIROTO, C. R. M. (Org.). Inclusão Escolar: as contribuições da educação especial. São Paulo: Cultura Acadêmica, Marília: Fundepe, 2008. p. 153-165. PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Língua Portuguesa para a Educação Básica, Governo do Estado do Paraná, 2008. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_port.pdf. Acesso em 19 de set de 2014. SACRISTAN, G. O Currículo, uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F. Rosa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. SUPLINO, M. Currículo funcional natural: guia prático para a educação na área do autismo e deficiência mental. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; Maceió: ASSISTA, 2005. p. 21 cm. (Coleção de Estudos e Pesquisa na Área da Deficiência; v. 11).