O Currículo Funcional Natural, para o desenvolvimento

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ISBN 978-85-8015-079-7
Cadernos PDE
II
Versão Online
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
Título: O Currículo Funcional Natural, para o desenvolvimento cognitivo de
alunos com deficiência intelectual do Ensino Fundamental – Anos Iniciais
Autor: Diomara Nack Bariviera
Disciplina/Área:
Educação Especial
Escola de Implementação do Escola de Educação Básica Rotariana Manoel
Projeto e sua localização:
Ribas – Modalidade de Educação Especial
Município da escola:
Manoel Ribas – PR
Núcleo Regional de Educação:
Ivaiporã
Professor Orientador:
André Luís Onório Coneglian
Instituição de Ensino Superior:
Universidade Estadual de Londrina - UEL
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
A
implementação
deste
projeto
deve
oportunizar aos professores a ampliação do
conhecimento diverso, contribuindo para a
formação humana dos alunos, dando a eles
mais autonomia. A escolha da pesquisa sobre
Currículo Funcional Natural se deu pela
necessidade de diferenciar a metodologia dos
educadores,
adequando
seu
Plano
de
Trabalho Docente em função do Currículo
Funcional Natural, pois acredita-se que o aluno
com necessidades especiais requer estímulos
socializadores diferenciados que irão auxiliá-la
no processo de desenvolvimento cognitivo. O
projeto tem como intuito analisar se os Planos
de Trabalho Docente, contemplam o Currículo
Funcional
Natural,
propondo
atividades
educacionais, indicando possíveis estratégias
aos educadores para o desenvolvimento de
habilidades
funcionais.
Desse
modo,
os
encontros com os professores serão divididos
em cinco etapas, com proposta de aplicação na
prática de sala de aula. O currículo é a peça
central da atividade educacional. Inclui o
conhecimento
mensagens
formal,
implícitas
bem
e
como
exaltadas
as
que
encorajam valores, atitudes e disposições
particulares. Espera-se que após a aplicação
do projeto os Planos de Trabalho Docente,
contemplem o Currículo Funcional Natural.
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras)
Currículo Funcional Natural; Plano de
Trabalho Docente; autonomia dos alunos com
Deficiência Intelectual.
Formato do Material Didático:
Caderno Pedagógico
Público:
Professores
APRESENTAÇÃO
Neste caderno falaremos de um tema muito discutido hoje em dia, nas Escolas
de Educação Básicas – Modalidade de Educação Especial, nossa realidade
educacional, que é a questão do Currículo Funcional Natural (CFN).
Para isso, vamos começar apresentando a definição de Currículo,
posteriormente sobre Currículo Funcional Natural, falar do amparo legal que a
sustenta, da sua aplicabilidade na sala de aula e na Escola, dos profissionais
envolvidos e dos cuidados para a sua elaboração.
Desejamos com este caderno que você, professor, consiga ampliar os
conhecimentos que tem sobre esta temática, para que possa realmente flexibilizar o
seu modo de ensinar para atender as peculiaridades do seu aluno, em particular o
aluno com deficiência intelectual.
Espera-se que com a fundamentação teórica que ora se propõe, as discussões
do grupo relacionando o estudo à sua prática nas Oficinas Pedagógicas e às
atividades apresentadas possam contribuir para que os profissionais da educação
consigam intervir qualitativamente no processo ensino-aprendizagem dos alunos.
A escola, além do papel fundamental de instrumentalizar o aluno com os
conhecimentos científicos produzidos pela humanidade, deve oportunizar o ainda o
desenvolvimento das potencialidades do aluno com deficiência intelectual na
sociedade, através de ações conjuntas com a família e a comunidade. Portanto, é
imprescindível a formação continuada dos professores, a fim de que estes possam
compreender melhor a sua prática e buscar alternativas pedagógicas que visem
atender as necessidades específicas de cada aluno.
Pensando assim, este Caderno Pedagógico tem o intuito de subsidiar o
professor das Oficinas Pedagógicas com fundamentação teórica relacionada ao tema,
promover discussões sobre a prática docente e contribuir para a análise das
estratégias de ensino-aprendizagem e atividades funcionais desenvolvidas com os
alunos que possuem deficiência intelectual. Estas atividades visam oportunizar aos
alunos, além da vivência de tarefas do cotidiano no espaço escolar, a aquisição de
comportamentos adequados para a convivência social.
Não se tem a pretensão de esgotar o tema, tampouco apresentar respostas.
Trata-se de um documento que oferece dados para a reflexão e sugestões de
atividades a serem desenvolvidas com os alunos que apresentam deficiência
intelectual significativa, matriculados na Escola de Educação Básica Rotariana Manoel
Ribas – Modalidade de Educação Especial.
O caminho é esse... Bom, vamos ao trabalho!!!
INTRODUÇÃO
A Proposta Didática Pedagógica tem como intuito estudar a necessidade de
se explorar os materiais diversificados no qual a atividade pedagógica está inserida.
Consistirão em propor aos professores diversas formas de se trabalhar os conteúdos
do Currículo Funcional Natural, contemplando também os conteúdos do currículo
acadêmico formal.
Acredita-se que o aluno com necessidades especiais requer estímulos
socializadores diferenciados que irão auxiliá-lo no processo de desenvolvimento
cognitivo, afinal, cada aluno apresenta um potencial de aprendizagem e diferenças e
requer uma metodologia diferenciada, em relação às capacidades que possui, às
condições da sua família e da sua comunidade, ao modo de como interagem com as
pessoas que os rodeiam, ao envolvimento social e afetivo,
às expectativas dos pais e deles próprios sobre a sua vida
e o seu futuro.
Para tanto, é fundamental que seja desenvolvido
um planejamento curricular que esteja em sintonia com
estes mesmos contextos e condições. Bem como a importância da sondagem dos
conhecimentos e habilidades do aluno sobre o conteúdo antes da elaboração das
atividades propriamente dita.
O Currículo Funcional Natural é uma proposta de ensino que visa à melhoria
da qualidade de vida diária dos educandos, em especial aos alunos da Escola
Rotariana de Educação Básica Manoel Ribas – Modalidade de Educação Especial.
No dia a dia ressaltamos que, são grandes os problemas no desenvolvimento
das atividades propostas, como também nos cuidados pessoais e principalmente na
dependência do aluno como pessoa, como cidadão. Nestes últimos anos a escola
especializada no atendimento a alunos com deficiência intelectual, tem recebido uma
clientela com maior comprometimento e limitações, inclusive nas atividades de vida
diária. Necessitam adquirir maior autonomia no desempenho de tarefas simples, haja
vista que desta forma, essas habilidades contribuirão para melhoria de sua qualidade
de vida, se bem trabalhadas.
Os principais objetivos são:
 Analisar se os Planos de Trabalho Docente, comtemplam o Currículo Funcional
Natural e propor atividades educacionais, indicando possíveis estratégias aos
educadores para o desenvolvimento de habilidades funcionais.
 Apresentar para os profissionais na área de educação especial que desenvolvem
trabalhos com alunos de deficiência intelectual, um currículo diferenciado,
auxiliando assim no desenvolvimento e no rendimento escolar.
 Entender o processo de construção do currículo adaptado, para se elaborar um
Currículo Funcional Natural adequado, instruindo os educadores para trabalhar
o currículo para vida prática, proporcionando o desenvolvimento de
comportamento e atitude adequados para o convívio social dos alunos com
deficiência intelectual.
 Oportunizar a vivência das tarefas do cotidiano no ambiente escolar,
denominadas Atividades de Vida Prática (AVPs) e Atividades de Vida Diária
(AVDs) melhorando assim a sua qualidade de vida, associadas com o currículo
acadêmico formal.
Ilustração de Sabrina Gabrielle Nack Bariviera
Unidade I: Apresentação do tema
De acordo com Miura
O desenvolvimento de um Currículo Funcional Natural (CFN) para pessoas
com necessidades educacionais especiais fundamenta-se numa filosofia de
educação que determina a forma e o conteúdo de um currículo adequado às
características individuais. Requer uma metodologia instrucional que enfatiza
a aplicação do conhecimento e habilidades em contexto real. (MIURA, 2008,
p.155)
Trata-se, portanto, de um ensino que oferece oportunidades naturais para os
alunos aprenderem o que é importante para torná-los mais independentes, produtivos,
felizes e competentes, em diversos contextos da vida em comunidade, como o
vocacional, acadêmico, recreativo, esportivo, familiar e de autocuidados.
Chama-se funcional porque não avalia apenas o educando, mas procura
entender o que pode ser útil e funcional para melhorar o desempenho global, o acesso
ao conhecimento, garantindo assim, a melhoria e qualidade de vida do educando e
seus familiares.
Apresentar ao grupo o cronograma das atividades a serem aplicadas
durante os encontros.
ATIVIDADE
Assista ao vídeo intitulado "Vivemos todos juntos e não devemos ter preconceito e sim
aprender com eles"..., que está no site:
http://www.youtube.com/watch?v=nobwKL2XqzI&NR=1 e, em seguida responda:
a) O que você achou do vídeo?
b) Faça uma breve explanação sobre a ação do Governo, em parceria com a
sociedade organizada, no sentido de implantar atuações que objetivem a igualdade
de oportunidades às pessoas com deficiência, permitindo-lhe o melhoramento da
qualidade de vida, na dimensão conceitual de obter os requisitos imprescindíveis
mínimos para a sua realização profissional e independência econômica.
Objetivo: Aprender que somos diferentes e necessitamos de atenção especial.
Material: rosas e vaso
Desenvolvimento: A professora chega na classe com um ramalhete de flores
diversificadas e alegremente fala: "Hoje trouxe flores para cada um de vocês!
Mas por que será?
Vamos, antes, conversar sobre a beleza que cada uma destas flores possui.
Benigna, que beleza você vê na margarida?
E você, Silvania, fale-nos o que há de bonito na camélia?
Taissa, tem algo nas rosas que te fascinam?...”
Após toda exploração, a docente distribui as flores no meio do círculo de cursista e
fala:
"As flores são como as pessoas.
Uma é diferente da outra. Existe a flor vermelha, a branca, a flor comprida, a baixa...
mas, todas são flores e possuem a sua beleza.
Existe a pessoa gorda, magra, alta, baixa... mas todas são pessoas e possuem a
sua beleza."
Nesse momento a professora pode refletir alguns valores como: respeito, a amizade
e compreensão e solicitar, então, que cada cursista escolha uma das flores para
levar para casa como marco dessa reflexão.
Fechamento: Essa é uma das muitas vivências que se pode fazer para trabalhar
com os professores de alunos com deficiência.
Unidade II: O que é Currículo
Para iniciarmos o debate apresentaremos considerações sobre o que é
escola, evidenciando o momento histórico e político em que ela ocorre. Com isso
pretendemos relatar a importância da flexibilização do ensino, principalmente nas
práticas pedagógicas para a promoção da Educação, na nossa realidade escolar.
Sacristán (2000) frisa que o termo
currículo vem da palavra latina
currere, referindo-se à carreira, um
percurso a ser atingido.
Enquanto a escolaridade é um caminho/decurso, o currículo é considerado
seu recheio, seu conteúdo e a guia que levam ao progresso do sujeito pela
escolaridade. Como também encontramos em Machado (2007), uma definição
parecida, quando nos fala que:
[...] o lexema currículo, proveniente do étimo latino currere, significa caminho,
jornada, trajetória, percurso a seguir e encerra, por isso, duas ideias
principais: uma de sequência ordenada, outra de noção de totalidade de
estudos. (MACEDO, 2007, p. 22).
O currículo é determinado, ou seja, produzido, pela experiência, na qual
compreende a vivência imediata de situações individuais e/ou coletivas e a sua
elaboração investigativa se dá, seja ela na escola, bem como na vida diária de cada
aluno, ou membro que pertence a este currículo. A experiência se realiza quando
nesta vivência nos apropriamos de dispositivos de observação, análise, registro,
reflexão, crítica e interpretação do que está sendo vivenciado, pois o currículo nos
“níveis de educação obrigatório, pretende refletir o esquema socializador formativo e
cultural que a instituição escolar tem”. (SACRISTAN, 2000, p. 43). Desta forma faz
com que o educador tenha um norte a seguir.
O currículo deve ser de forma que abranja os conteúdos formais, mas não
esquecendo, de aplicar as metodologias na qual envolvam a vida diária do aluno, para
que o mesmo compreenda do modo mais natural possível aquilo que lhe é ensinado,
levando em consideração as reais condições nas quais irá se concretizar.
Condições como a do professor, dos alunos no momento da atividade, o nível
de aprendizado de cada um, do ambiente escolar, sendo estes físicos e humanos, as
características dos materiais que serão utilizados, entre outros necessários.
O
currículo
escolar
deve
contemplar
a
vivência
de
experiência,
sistematicamente planejada, visando o ensino e a aprendizagem de elementos
culturais selecionados e institucionalmente tidos como relevantes.
Sacristán (2000, p. 151) afirma que “entre os professores e o currículo prescrito
em seus traços mais gerais se situam seus agentes apresentadores”. Sendo
assim, a escola tem uma vida, uma cultura, uma identidade e oferece condições
para certas experiências. Ainda fala que “as reformas curriculares nos sistemas
educativos desenvolvidos obedecem pretensamente à lógica de que através delas
se realiza uma melhor adequação entre os currículos e as finalidades da instituição
escolar [...]” (p.18).
O currículo não substitui o professor, ao contrário, é um instrumento para o
desenvolvimento do trabalho docente, no qual cabe a este professor orientar e dirigir
o processo de ensino-aprendizagem, inclusive com a modificação do currículo, sendo
este flexível, de acordo com as aptidões, interesses e características dos educandos,
como já dito anteriormente.
O currículo não deve ser concebido de maneira a ser o aluno quem se adapte
aos moldes que oferece, mas como um campo aberto à diversidade. Tal
diversidade não deve ser entendida no sentido de que cada aluno poderia
aprender coisas diferentes, mas sim de diferentes maneiras (...). O
estabelecimento de um currículo comum tem de ser entendido a partir de uma
concepção de currículo que seja resultado da reflexão sobre os interesses
aos quais se serve. (PASTOR, 1995, p.142-144)
O currículo é a peça central da atividade educacional. Inclui o conhecimento
formal, manifesto que é central às atividades de ensino, bem como as mensagens
implícitas e explícitas que encorajam valores, atitudes e disposições particulares. O
currículo representa a essência que serve a educação.
ATIVIDADE
Apresento, a seguir, a sugestão de um vídeo para que você possa
acompanhar como se dá esse processo, na prática. Seu título é: “Ser eficiente”
capacita e encaminha pessoas com deficiência mental para o trabalho.
Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=B8ezeSZhZkk
Após assistir o vídeo sugerido e ler a Fundamentação Teórica, relacionar os
desafios e as perspectivas para o trabalhador com deficiência intelectual, tendo em
vista que vivemos numa sociedade dominada pelo regime capitalista de produção.
Pesquise como se dá o processo de formação e inclusão da pessoa com
deficiência no mundo do trabalho em outros continentes, de sua livre seleção e faça
breves comentários sobre as semelhanças e diferenças identificadas nesses
processos.
Objetivo: Proporcionar aos participantes mudanças na forma de viver, olhar o mundo
e as pessoas.
Materiais: cartolina; tesoura; lápis; cola branca; elástico; papel celofane de várias
cores; giz de cera; lápis de cor; canetinha; papel crepom; outros materiais
disponíveis.
Desenvolvimento: Prepare alguns moldes de óculos em papel cartão; Cada um dos
participantes deverá confeccionar os seus óculos, podendo usar o molde como
base; Cada participante deverá personalizar os seus óculos conforme seu gosto,
com giz de cera, papel crepom, canetinha, etc; No local da lente dos óculos, deverá
ser colado o papel celofane; Após todos os participantes terminarem a confecção de
seus óculos, cada um deverá colocá-los; Os participantes deverão trocar os óculos
confeccionados entre eles; Ler em conjunto a poesia “Mudança” de Clarice
Lispector, que se encontra no link:
http://www.youtube.com/watch?v=nUvb1HMZBUY.
Fechamento: Refletir sobre pontos: - Posso mudar meu comportamento para
melhorar a convivência com Pessoas com Deficiência?
- Como eu tenho me comportado diante da temática “Pessoa com Deficiência”?
- O que eu posso mudar para melhorar?
Unidade III: O que é Currículo Funcional Natural
O Currículo Funcional Natural (CFN) vem fazendo com que os alunos se
desenvolvam de forma ampla, tendo todas as chances de conhecimento e
aprendizagem que necessitam.
O CFN propõe desenvolver habilidades que leve os alunos a atuarem da
melhor forma possível dentro do seu ambiente, tornando-os mais independentes e
criativos, aumentando as respostas adaptativas e diminuindo os comportamentos que
tornem os educandos menos integrados (SUPLINO, 2005, p. 32).
[...] a palavra FUNCIONAL significa que é
necessário que as habilidades a serem
ensinadas tenham uma função para a vida
da pessoa, que ela aprenda o que é
necessário para ter êxito e ser aceitável em
seu meio como qualquer outra pessoa.
A palavra NATURAL refere-se aos
procedimentos de ensino usados no
Currículo Funcional Natural, dando ênfase
para que o ambiente de ensino e os
procedimentos utilizados sejam o mais
próximo possível ao que ocorre no mundo
real. (GIARDINETTO, 2009, p. 29)
Atividade
Agora você deverá ler o texto que se encontra no link abaixo e responder as seguintes
questões:
1. O que você entende por Currículo Funcional Natural?
2. Como você pode aplicar o Currículo Funcional Natural na sala de aula?
3. Como o Currículo Funcional Natural nos ajuda em sala de aula?
http://www.aia.org.pt/index.php?option=com_docman&task=doc_download&Itemid=1
92&gid=1330
Vídeo sobre o CFN, uma
palestra com Maryse
Suplino
https://www.youtube.com/
watch?v=-9hYZgRjbM4
Para maior entendimento
sobre CFN
Objetivos: Vivenciar o sentimento de exclusão do grupo; Desenvolver o sentimento
de ser aceito e pertencer ao grupo.
Desenvolvimento: Com os participantes, fazer um círculo apertado e entrelaçado no
centro da sala. A professora tenta penetrar neste grupo, da melhor maneira que
achar possível, usando a força bruta ou dialogando.
Fechamento:
Debater: Quais os sentimentos despertados nos indivíduos quando são excluídos do
grupo? O que leva o grupo a excluir uma pessoa? Como evitar a exclusão dos
nossos alunos?
Unidade IV: Qual o papel do professor mediante o
Currículo Funcional Natural (CFN)
Sendo assim, o CFN é uma proposta de trabalho na qual aponta caminhos
para o aluno, à sua maneira com o resguardo da família, de professores, da
Comunidade Escolar em geral, promovendo uma participação social e uma melhor
autogestão na vida do educando.
Professor, é importante você
partilhar suas dúvidas, angústias e
sugestões com os outros
professores e gestores da escola,
pois a educação é algo que deve
ser construído em parceria e todos
devem auxiliá-lo a promover as
adaptações necessárias para que a
Escola para Todos realmente se
efetive!
Também se sabe que só obterá as melhores metas, aquele que tem a
participação da família e a interação entre o professor e o aluno, que são os principais
agentes do processo de ensino e aprendizagem. Como afirma Sacristán (2000), “[...]
a racionalidade dominante na prática escolar está condicionada pela política e
mecanismos administrativos que intervêm na modelação do currículo dentro do
sistema escolar” (p. 107).
Portanto, devem-se pensar em uma forma onde os professores possam
refletir sobre suas práticas, para que se tenha êxito nesta ação, fazendo com que os
alunos obtenham sucesso na sua vida, tanto acadêmica quanto social.
Compete ao professor adaptar os objetivos, com
nitidez e simplicidade, nos diversos momentos de ensino
tanto no ambiente escolar, como familiar, cultural e
comunitário, fazendo com que o aluno aproveite tudo de
melhor o que estes meios oferecem. “O professor deveria
encontrar oportunidades de ensino que sejam naturais,
evitando situações artificiais”. (SUPLINO, 2005, p. 36).
ATENÇÃO
“O professor deve ter
cautela para não
empobrecer a
construção do
conhecimento em nome
de uma prática de
contextualização do
mesmo.”
SEED (2008, p. 28).
Perpetrando a aprendizagem dos alunos sem sofrimento.
A atividade deve ser igualmente divertida para o professor. Com seu entusiasmo, ele terá maior possibilidade de envolver a turma, além de não sentir-se,
ele mesmo, enfadado. [...] Através de atividades divertidas, os alunos
poderão aprender muitas habilidades e para o professor será um prazer
ensiná-las. (SUPLINO, 2005, p. 38).
Em todas as escolas se almeja profissionais de qualidade, buscando juntos
uma escola a qual esteja preparada para assim proporcionar um ensino de qualidade
respeitando a heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar.
[...] a tarefa do professor deverá ser facilitar o processo de aprendizagem,
antecipando possibilidades de erros, impedindo, na medida do possível, a
ocorrência dos mesmos. O professor deverá levar seus alunos a uma
aprendizagem com poucos erros. Na medida em que o aluno vai acertando,
sente-se mais confiante para avançar. (SUPLINO, 2005, p. 39).
O papel do professor não pressupõe apenas como “mediador” da
aprendizagem no contexto escolar, sua prática pedagógica não está alicerçada
apenas na reflexão e nos parâmetros de uma educação na qual
está voltada para a diversidade, no qual deve atender a todos
os alunos de forma integra.
Com base nestes apontamentos e demonstrando que a
escola é um local de aquisição de conhecimento, é evidente
a importância da mediação do professor no ato de ensinar e aprender, sendo que a
construção do conhecimento adquirido pelos alunos é tida como compromisso
primeiro de todo professor e esses processos são permeados pela aquisição desta
aprendizagem, como fim.
Relatando Coneglian (2008), mas em outro contexto
podemos destacar seu pensamento sobre a importância de se
trabalhar de forma diferenciada com os alunos, quando relata
que:
A participação de grupos na luta por direitos, inclusive da população com
necessidades especiais, das pessoas com deficiências, coloca a questão da
acessibilidade em evidência; direito inerente ao ser humano e dever da
sociedade de oferecer a todas as pessoas meios para participar do cotidiano
da vida, eliminando barreiras de qualquer ordem, sejam as mais visíveis
como barreiras arquitetônicas, adaptando materiais, instrumentos,
modificando metodologias e processos, sejam barreiras mais subjetivas
como as atitudinais. (CONEGLIAN, 2008, pp 133-134)
Assim, entendemos que todo professor deve se esforçar para mudar suas
metodologias, quando não estão atingindo o objetivo no qual se pretende. Desta forma
devemos “alimentar os ‘monstros’ das reflexões, que já estão acordados, com novas
reflexões” (CONEGLIAN, 2008, p. 135), mudando nossos pensamentos e atitudes
promovendo em nossos alunos uma condição de vida com menos barreiras, mais
dinâmico e, principalmente, consigam atingir suas metas.
Acesse o Link:
http://portal.mec.gov.br/ind
ex.php?option=com_conte
nt&id=12992:diretrizespara-a-educacao-basica
E descubra um pouco mais
sobre a Educação Básica
Atividade
Fazer leitura do poema:
Poema por Judith M. LeBlanc, Ph.D.
Soy una persona
Una persona con sueños
Una persona con metas por lograr
Una persona que quiere tener éxito en el trabajo elegido
Una persona que quiere amar y ser amada
Una persona que quiere ser aceptada y tener amigos
Una persona que quiere ser valorada por las contribuciones que hago
Una persona que quiere oportunidades
Para ser independiente, productivo y feliz en la vida.
También soy una persona con habilidades diferentes
Una persona que desea las mismas cosas que tú en la vida
No quiero depender de nadie
No quiero que tomen decisiones por mi
No quiero que me compadezcan o traten diferente.
... Sólo quiero que me den oportunidades para aprender
... y demostrar lo que puedo hacer.
FONTE: http://annsullivanperu.org/personas-con-habilidades-diferentes/soyuna-persona-con-habilidades-diferentes/
Agora que você leu o poema responda as seguintes questões:
1) Como será que nosso aluno se sente em relação às oportunidades que lhes
damos?
2) Qual nossa atitude de mudança em relação à metodologia em sala de aula?
Descubra como é realizado o
CFN, no Centro Anne Sullivan no
Peru. Uma Série de Vídeos
Educativos CASP
https://www.youtube.com/watch?
v=xSGcg3_Sp9c
Desde 1997, CASP vem
produzindo vídeos educativos
com a finalidade de capacitar os
professores e as famílias do
Peru e do mundo.
Objetivo: Alertar para a necessidade de fazer de forma inovadora; criar os próprios
procedimentos, diferente do comum. Proporcionar uma reflexão sobre autonomia;
pro atividade.
Material: Uma folha de jornal tipo caderno (folha dupla) para cada dupla.
Desenvolvimento: Pede-se que sejam formadas duplas e que estas devem subir na
folha de jornal. As duplas não podem colocar os pés para fora da área do jornal;
Avisa-se às duplas que uma música será tocada e que elas deverão dançar,
com os pés dentro da folha do jornal; Coloca-se a música, em torno de alguns
poucos segundos, e abaixa o volume; Pede-se que a dupla “dobre o jornal” (o
comando deve ser exatamente este); Faz-se isso 4 vezes, observando o
comportamento e as decisões das duplas; Ao término da dança, o facilitador deverá
observar o que foi feito e pegue um jornal e dobre as pontinhas; A ideia é que se
perceba que podemos “dobrar o jornal de forma diferente, pois é natural que todos
dobrem seguindo as marcas do próprio jornal e, é claro, terão dificuldades para
dançarem sem tirar o pé do jornal”.
Fechamento: Se houver alguma dupla com essa iniciativa, o facilitador deverá
ressaltar a criatividade com que eles resolveram a tarefa. É importante falar sobre
como precisamos estar atentos às novas formas; É interessante discutir com o grupo
sobre a criatividade que devemos ter frente às novas situações que deparamos no
cotidiano. Mudanças e inovações são importantes para a adaptação
Unidade V: Atividades Práticas
Todas as tentativas de abordagens das concepções de currículo são formas
distintas de relacionar a teoria com a prática e a escola com a sociedade.
O currículo deve modificar-se para refletir as diferentes formas presentes nas
relações sociais. Relacionando essa questão ao movimento de educação para todos,
retomamos a escola como ponto principal.
Assistam este clip:
https://www.youtube.com/watch?v=zE
fRZOjH7KI
Muitos reclamam que não são
felizes,
mas
deveriam
agradecer pelo simples fato de
acordar bem com saúde,
existem pessoas que te amam.
Muitas vezes pessoas que
estão em uma cadeira de rodas,
não enxergam mais mesmo
assim são muito felizes. Pra ser
feliz o que um ser humano
necessita? Essa pergunta pode
ser difícil mais você pode
encontrar em você mesmo, com
a sua humildade, simplicidade e
prestando
atenção
na
realidade!!!
Pra Ser Feliz
Daniel
Às vezes é mais fácil reclamar da sorte
Do que na adversidade ser mais forte
Querer subir sem batalhar
Pedir carinho sem se dar
Sem olhar do lado
Já imaginou de onde vem
A luz de um cego
Já cogitou descer
De cima do seu ego
Tem tanta gente por aí
Na exclusão e ainda sorri
Tenho me perguntado
Pra ser feliz
Do que o ser humano necessita?
O que é que faz a vida ser bonita?
A resposta, onde é que está escrita?
Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso
Como é que se conquista o paraíso
Quanto custa
Pro verdadeiro sorriso
Brotar do coração
Talvez a chave seja a simplicidade
Talvez prestar mais atenção na realidade
Porque não ver como lição
O exemplo de superação
De tantas pessoas
O tudo às vezes se confunde com o nada
No sobe e desce da misteriosa escada
E não tem como calcular
Não é possível planejar
Não é estratégico
Pra ser feliz
Do que o ser humano necessita?
O que é que faz a vida ser bonita?
A resposta, onde é que está escrita?
Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso
Como é que se conquista o paraíso
Quanto custa
Pro verdadeiro sorriso
Brotar do coração
Atividade
1) Cada professor apresenta seu Plano de Trabalho Docente (PTD), elaborado no
início do ano para poder associar suas metodologias com o Currículo Funcional
Natural.
2) Comparar o seu PTD, com os demais colegas, interagindo e melhorando, se
necessário, com auxílio dos outros docentes.
3)
Apresentação
do
Filme
“Simples
Como
Amar”.
Disponível
em:
http://www.youtube.com/watch?v=cwGKAlSZ5CA
Sinopse: Após passar alguns anos em uma escola especial, Carla Tate (Juliette Lewis)
foi "graduada" e poderá voltar para casa de seus pais em São Francisco. Mas, apesar
de ser intelectualmente limitada, Carla planeja morar sozinha, ter uma vida
independente e também se libertar da presença da mãe, que a vigia de forma
sufocante. Este desejo de ter seu próprio apartamento é aumentado quando conhece
Danny McMann (Giovanni Ribisi), um jovem que como ela é mentalmente "lento", mas
mora sozinho. Em pouco tempo Carla e Danny estão namorando e já pensam em se
casar.
Após assistirem ao filme, responderão, em grupo, os seguintes questionamentos:
a) O que mais lhe chamou atenção nesse filme? Qual a maior contribuição do filme?
b) A história do filme tem alguma função social? Qual?
c) É fato que, o que vivemos hoje, é fruto das nossas escolhas. Revendo a sua vida,
quais as escolhas que você elege como as mais importantes? Mudaria algo? Vamos
refletir sobre isso?
Objetivo: Reconhecer os estigmas que temos em relação ao perfil de cada um dos
candidatos.
Material: lista dos candidatos; papel A4; tesouras; lápis; borracha.
Procedimento: Você está se candidatando para uma vaga de emprego fora da sua
cidade atual; Sendo admitido será disponibilizado um apartamento de dois quartos;
O Diretor da empresa decidiu que cada apartamento será compartilhado por duas
pessoas; Formar duplas e qualificar cada participante; Discutir em dupla qual dos
candidatos escolheria para dividir o apartamento e justificar.
Candidatos:
• Candidato é deficiente auditivo;
• Candidato é um pagodeiro;
• Candidato é deficiente visual;
• Candidato é músico, treina bateria a noite inteira;
• Candidato é boêmio;
• Candidato é poeta, escreve e recita durante a noite;
• Candidato é deficiente físico;
• Candidato é fanático por trabalho;
• Candidato recebe visitas frequentemente;
• Candidato odeia receber visitas;
• Candidato é uma pessoa altamente preconceituosa;
• Candidato é uma pessoa cheia de manias;
• Candidato já esteve preso por pequenos furtos;
• Candidato é viciado em drogas pesadas;
• Candidato é uma pessoa extremamente violenta;
• Candidato é uma pessoa famosa e muito assediada;
• Candidato é uma pessoa muito desorganizada;
• Candidato tem mania de perfeição e organização;
• Candidato detesta atividades domésticas e conta com você para isso;
• Candidato adora fazer experiências na cozinha, mas detesta arrumar o que
desorganizou;
• Candidato é um jogador viciado;
• Candidato passa o tempo todo cantando no videokê.
Fechamento: Como se sentiu na realização da atividade? Como avalia o resultado
final? Quais foram às motivações que levaram a você escolher este candidato?
CARNEIRO, M. A. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes
comuns: Possibilidades e Limitações. Editora Vozes. Petrópolis, 2008.
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Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência;
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Deficiência; v. 11).
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