A definição epistemológica da Criminologia está relacionada ao pa

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Criminologia Crítica
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A definição epistemológica da Criminologia está relacionada ao paradigma adotado e a produção social do conhecimento. Num primeiro
momento, vinculada às análises empírico-etiológicas e explicativas, a ciência criminológica tentou buscar uma relação entre objeto-causa. Daí as
duras críticas à aspiração positivista de Criminologia enquanto disciplina
autónoma, cujo objeto está delimitado ao cientificismo que pautou essa
epistemologia criminológica. A mudança de paradigma constitui um rompimento com essa perspectiva, normativa e determinista, por meio de
uma abordagem fenomenológica. Apesar das críticas quanto à limitação e
definições de objetos do campo criminológico, a divisão institucional entre a Criminologia Etiológica e Criminologia da Reação Social denota uma
mudança paradigmática na construção do seu saber.
Ainda que o positivismo criminológico tenha tentado limitar os objetos da Criminologia, a variedade de métodos e abordagens não deixou
de estar presente na história e desenvolvimento da Criminologia, cuja
peculiaridade está em ser um axioma que vaga por diversas áreas do conhecimento. Com a influência de métodos empíricos das ciências sociais,
o paradigma da reação social amplia não só os métodos de investigação,
como também os objetos de estudos presentes em outras regiões do conhecimento. A multidisciplinaridade de método e o deslocamento dos
objetos de estudos dão forma a uma unidade científica da Criminologia
contemporânea, cujos focos de investigação estão situados no processo
de criminalização, seletividade penal, controles sociais (formal/informal),
abolicionismo, cerimônias de degradação, exclusão social, dentre outros
assuntos.
No primeiro recorte histórico analisado neste artigo (século XIX)
apontava-se para uma formação global e verticalizada das Ciências Jurídicas com o objetivo de investigar o fenômeno criminal. Nesse momento,
outras áreas do conhecimento (como exemplificado nas pretensões de
antropólogos e médicos brasileiros) seguiram na investigação do fenômeno criminal, auxiliando o Direito nas produções da verdade acerca do
crime e do criminoso; já no século XX, a mudança paradigmática na Criminologia ampliou seu objeto e seu alcance. Porém, apesar do crescimento dos estudos dos fenômenos criminais nas Ciências Humanas e Sociais,
pressão foi usada por Thomas Kuhn, um notório teórico da ciência, notadamente uma “mudança
de paradigma”, que afeta o objeto e a perspectiva própria de uma disciplina científica (tradução
nossa).
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