Centro de Ciências Naturais e Humanas (CCNH) Universidade Federal do ABC (UFABC) Fenômenos Mecânicos – BC0208 Aula 20 Denise Criado ([email protected]) 28/03/2013 O que veremos hoje... Corpos Rígidos Rolando Teorema dos Eixos Paralelos Movimento de Precessão Rolamento – Combinação de Translação e Rotação O CM de uma roda que está rolando percorre uma distância s com velocidade vCM Translação pura Rotação pura R Translação + rotação R s R d d s R R dt dt vCM R (rolamento sem deslizamento) cicloide Exemplo de rolamento com deslizamento: rotação + translação movimento do CM Rolamento visto como uma rotação pura T Qual o valor da velocidade angular da roda, em torno de P, Para um observador estacionário? vT 2 R 2 R 2vCM vO R vCM vP 0 0 Eixo de rotação em P Atrito de rolamento (sem deslizamento) Deformação exagerada Não existe atrito de deslizamento força de atrito não realiza trabalho Devido à deformação causada pela esfera rígida ao rolar plano abaixo, as forças de contato atuam sobre diversos pontos. Há perda de energia mecânica. Na situação de um cilindro girando, a força de atrito é estática em vez de cinética, pois o ponto de contato do cilindro com a superfície está em repouso em relação á superfície em qualquer instante. Teorema dos Eixos Paralelos Um Teorema útil, chamado de Teorema dos Eixos Paralelos, nos permite expressar a energia em termos de Momento de Inércia I em relação a qualquer eixo paralelo ao eixo que passa pelo centro de massa de um corpo. Esse teorema afirma que: I p ICM MD 2 onde, D é a distância do eixo paralelo até o eixo do centro de massa, e M é a massa total do corpo. Teorema dos Eixos Paralelos T EX: Aplicação do teorema para expressar um ponto de contato de um corpo rolando sobre a superfície. I p ICM MD2 Eixo de rotação em P I p ICM MR 2 A distância desse ponto de contato até o centro de massa do corpo simétrico é seu RAIO. Exemplo Momento de Inércia de uma esfera maciça e homogênea em relação a um eixo tangente a sua superfície I I CM 2 7 2 2 MD MR MR MR 2 5 5 2 Para uma barra homogênea de massa M e comprimento L, o momento de inércia em relação a um eixo perpendicular ao plano da barra e que passa por uma extremidade é I = 1/3 M L2. Calcular o momento de inércia em relação ao eixo que passa pela metade da barra. I CM 1 L 2 1 2 I MD ML M ( ) ML2 3 2 12 2 Momento de Inércia Cilindro anular (ou anel) em torno do eixo central Aro em torno do eixo central I MR 2 (a) 1 I M R12 R22 2 1 I MR 2 2 (c) 1 1 I MR 2 ML2 4 12 Bastão fino em torno do eixo central perpendicular ao seu comprimento 1 I 12 ML2 (e) (b) Cilindro sólido (ou disco) em torno do diâmetro central Cilindro sólido (ou disco) em torno do eixo central I 13 ML2 Esfera sólida em relação a um diâmetro qualquer I 52 MR 2 I 23 MR 2 (h) Aro em relação a um diâmetro qualquer (d) Bastão fino em torno do eixo que passa por uma das extremidades perpendicular ao seu comprimento(f) (g) Casca eférica delgada em relação a um diâmetro qualquer 1 I 12 MR 2 (i) Tábua em relação a um eixo central ortogonal 1 I 12 M a 2 b2 (j) Energia Cinética Translação Rotação T K 12 ICM 2 12 MvC2M Usando vCM R Substituindo na equação de K: Eixo de rotação em P K 12 ICM 2 12 MR2 2 Usando o Teorema dos Eixos Paralelos: I P ICM MR K I P 1 2 2 2 Energia cinética da roda, para uma rotação pura em torno de um eixo que passa por P Velocidade de um ioiô primitivo Um ioiô primitivo é feito enrolando-se um fio diversas vezes em torno de um cilindro de massa M e raio R. Você mantém presa a extremidade do fio enquanto o cilindro é liberado sem velocidade inicial. O fio se desenrola, mas não desliza nem dilata a medida que o cilindro cai e gira. Use as considerações de energia para achar a velocidade de Vcm do centro de massa do cilindro sólido depois que ele caiu até uma distancia h. R Velocidade de um ioiô primitivo Não ocorre perda de energia mecânica pois o fio não desliza sobre a superfície do cilindro U1 Mgh Energias potenciais nos pontos 1 e 2 U2 0 R K1 0 K 2 12 MvC2M 12 I CM 2 2 K 2 12 MvCM 1 2 1 2 Energias cinéticas nos pontos 1 e 2 2 cilindro maciço 2 MvCM 1 4 3 v 2 MR 2 CM MvCM 4 R 1 2 2/3 translação K1 U1 K 2 U 2 0 Mgh Mv 3 4 2 CM 0 vCM 4 gh 3 2 MvCM 1/3 rotação Menor que a velocidade de um objeto que cai de uma altura h 1 3 U K 2 gh . Velocidade de um ioiô primitivo Considerando o mesmo ioiô primitivo, agora calcule a aceleração de cima para baixo do cilindro e a tensão no fio. vCM R 4 gh 3 2 2 vCM v ,f CM ,i 2aCM YCM , f YCM , i 2 T 4 gh 0 2aCM h 3 2 aCM g 3 F y Mg (T ) Ma 2 Mg T M g 3 2 T Mg Mg 3 1 T Mg 3 Velocidade de um ioiô primitivo Considerando o mesmo ioiô primitivo, agora calcule a aceleração de cima para baixo do cilindro e a tensão no fio. R Outra forma de resolução F y T Mg (T ) Ma Somente a força de tensão possui torque em relação ao eixo que passa pelo centro de massa, de modo que a equação para o movimento de rotação em torno desse eixo é: z TR I cm z 1 MR 2 z 2 EX: Esfera Descendo Rolando por um plano inclinado Se o corpo na Figura ao lado é uma esfera cheia, (a) Calcule a velocidade do seu centro de massa na base do plano inclinado e (b) determine o módulo da aceleração translacional do centro de massa. (a) Considere a Terra e a esfera como um corpo isolado e usaremos o modelo de energia (b) Ki U i K f U f 1 1 2 0 Mgh MvCM I CM 2 f ) 0 ,f 2 2 Sabendo que vCM R temos que: 2 v 1 1 2 CM ,f 2 2 Mgh MvCM ( MR ) ,f 2 2 5 R2 1 1 2 2 MvCM , f MvCM ,f 2 5 7 10 2 MvCM v gh ,f CM , f 10 7 2 2 vCM , f vCM ,i 2aCM X CM , f X CM ,i aCM 2 2 vCM v ,f CM ,i 2( X CM , f X CM ,i ) 10 gh 0 5 7 gsen h 2( ) 7 sen EX: Esfera Descendo Rolando por um plano inclinado Se o corpo na Figura ao lado é uma esfera cheia, (a) Calcule a velocidade do seu centro de massa na base do plano inclinado e (b) determine o módulo da aceleração translacional do centro de massa. (a) Fx Mg sin( ) ( f ) Macmx z (b) 2 fR I cm z MR 2 z 5 2 2 fR MR 2 z MRacm 5 5 5 aCM gsen 7 2 f gsen 7 A força de atrito a ser considerada é estático. 2 2 vCM v ,f CM ,i 2aCM X CM , f X CM ,i 5 0 2 gsen (h) 7 10 vCM , f gh 7 EX: Momento angular em uma ação policial Uma porta de largura L=1,0m e massa m=15 kg, é articulada com dobradiças em um dos dois lados de modo que possa girar sem atrito em torno de um eixo vertical. Ela inicialmente não está aberta. Um policial dá um tiro com uma bala de 10 g e velocidade de 400 m/s exatamente no centro da porta e em uma direção perpendicular ao plano da porta. Calcule a velocidade angular da porta imediatamente depois que a bala penetra. A energia cinética se conserva? a ) L mvr I Lembrando que:L=r mv Li L f I bi ( I b I p ) f L mb vi ( I b I p ) f 2 mb vi L f 2( I b I p ) I b MR 2 M ( L / 2)2 (0, 01kg )(1m / 2)2 0, 0025kg.m2 (0, 01kg )(400m / s)(1m) f 2[(0, 0025kg.m 2 ) (5, 0kg.m 2 )] f 0, 4rad / s Antes ω Depois 1 1 2 I p ML (15kg )(1m)2 5,0kg.m2 3 3 EX: Momento angular em uma ação policial Uma porta de largura L=1,0m e massa m=15 kg, é articulada com dobradiças em um dos dois lados de modo que possa girar sem atrito em torno de um eixo vertical. Ela inicialmente não está aberta. Um policial dá um tiro com uma bala de 10 g e velocidade de 400 m/s exatamente no centro da porta e em uma direção perpendicular ao plano da porta. Calcule a velocidade angular da porta imediatamente depois que a bala penetra. A energia cinética se conserva? b) 1 1 mb vi 2 (0, 01kg )(400m / s ) 2 800 J 2 2 1 1 K f ( I b I p ) f 2 (5, 0025kg.m 2 )(0, 4rad / s) 2 0, 4 J 2 2 Ki Não, a energia não se conserva. Antes ω Depois EX: Momento angular em uma ação policial Um cilindro com momento de inércia I1 gira ao redor de um eixo vertical sem atrito com velocidade angular ωi. Um segundo cilindro que tem momento de inércia I2 e não está girando inicialmente, cai sobre o primeiro cilindro. Devido ao atrito entre as superfícies, os dois cilindros atingem finalmente a mesma velocidade angular ωf. a) Calcule ωf. b) Mostre que a energia cinética do sistema diminui nessa interação e calcule a razão da energia rotacional final para a energia rotacional inicial. a ) Li L f I11 ( I1 I 2 ) f f I11 ( I1 I 2 ) b) K i 1 I1i 2 2 ( I11 ) 2 1 1 2 K f ( I1 I 2 ) f ( I1 I 2 ) 2 2 ( I1 I 2 ) 2 1 ( I11 ) 2 2 I1 I 2 1 ( I11 ) 2 Kf 2 I1 I 2 I1 1 Ki I1 I 2 I1i 2 2 MOVIMENTO DE PRECESSÃO, Ex: – O MOVIMENTO PRECESSÃO é o movimento do eixo de simetria sobre o eixo vertical (eixo z, no caso), descrevendo um cone. • O pião cairia se não estivesse girando. • A regra da mão direito indica que : = r F = r M g no plano XY MOVIMENTO DE PRECESSÃO, Ex: • Como está girando, tem um momento angular. A direção do Momento Angular L está ao longo do eixo de simetria • O movimento do eixo de simetria ao redor do eixo z (o mov. de Precessão) ocorre devido ao torque produzir uma mudança na direção do eixo de simetria. • FORÇA GRAVITACIONAL M g produz o toque ao redor de O. • A regra da mão direito indica que : = r F = r M g no plano XY O TORQUE RESULTANTE E O MOMENTO ANGULAR DO PIÃO ESTÃO RELACIONADOS PELA: dL dt MOVIMENTO DE PRECESSÃO – O MOVIMENTO PRECESSÃO é o movimento do eixo de simetria sobre o eixo vertical – O MOVIMENTO DE PRECESSÃO é geralmente lento em relação ao movimento de rotação da parte superior – http://www.youtube.com/watch?v=sA3hLpSwL ws 4.55 min – http://www.youtube.com/watch?v=dW3OpgD AQU8 MOVIMENTO DE PRECESSÃO (a) Um giroscópio parado cai enquanto gira em torno do plano xz por causa do Torque (). Mgrsen90 Mgr o (b) Um giroscópio que está girando com um momento angular L executa um momento de precessão no plano xz em torno do eixo z. (c) A variação com o tempo do momento angular dL/dt, faz L girar em torno de O. dL dt Mgrdt dL Mgrdt d L I Mgr d / dt I VELOCIDADE DE PRECESSÃO Bibliografia Serway, R. A.; Jewett Jr., J. W. Princípios de Física Mecânica Clássica, Vol. 1, cap. 10, Cengage Learning, 2004. Young, H. D.; Freedman, R. A. Sears & Zemansky, Física I Mecânica, vol. 1, cap. 8, Pearson Education do Brasil, 2008.