UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL – UNIJUÌ
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Aluno: Augusto Luciano Priebe
IMPACTOS AMBIENTAIS DA IRRIGAÇÃO DAS LAVOURAS DE ARROZ NO
ENTORNO DO RIO BOTUCARAÍ – MUNICÍPIO DE CERRO BRANCO/RS
Trabalho apresentado ao curso Geografia da Universidade Regional
do Noroeste do Rio Grande do Sul – Unijuí, como requisito parcial
para a obtenção do título de Licenciado em Geografia.
Ijuí/RS – 2º semestre/2013
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IMPACTOS AMBIENTAIS DA IRRIGAÇÃO DAS LAVOURAS DE ARROZ NO
ENTORNO DO RIO BOTUCARAÍ – MUNICÍPIO DE CERRO BRANCO/RS
Augusto Luciano Priebe¹
Mário Amarildo Attuati²
RESUMO:
O uso das águas do Rio Botucaraí para a irrigação das lavouras de arroz se
tornou um motivo de preocupação dos agricultores que necessitam da água para
desenvolver a cultura, e também da comunidade cerro-branquense em geral devido à
escassez de água e o impacto ambiental causado aos recursos hídricos.
Com a finalidade de apurar os problemas causados ao rio, este trabalho utilizou
como metodologia a revisão bibliográfica, entrevistas com os agricultores e também um
levantamento fotográfico para registrar os problemas encontrados.
Com base nessas informações foi desenvolvido um trabalho de recuperação das
áreas situadas às margens do Rio Botucaraí onde a vegetação encontra-se em condições
precárias e até inexistente. Também foi trabalhada a conscientização dos agricultores
com relação ao uso da água de maneira racional, sem desperdícios, para que a mesma
possa continuar sendo utilizada para manter a atividade agrícola e consequentemente o
sustento das famílias.
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¹Acadêmico em Geografia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ
²Professor Orientador, Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC.
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INTRODUÇÃO
A lavoura de arroz (Oryza sativa) é um dos principais exemplos de como o ser
humano pode dominar espaços e interagir de forma sistemática com a natureza. Ao utilizar as
várzeas de seus rios para o cultivo de cereais, principalmente o arroz, que serve de base à
alimentação, os primeiros grupos organizados de pessoas, há mais de seis mil anos, fixaramse em áreas determinadas de terra, fundando cidades e civilizações.
A Revolução Agrícola fez surgir as primeiras instâncias de poder, a luta pela justiça,
as primeiras leis e os primeiros estados. A necessidade de tornar científica a lavoura, para
aumentar a produtividade e alimentar a crescente população mundial, fez o homem utilizar-se
das ciências, da escrita e da matemática. O homem queria entender a lua, o sol, os dias e a
chuva, dominar o uso das águas e com o tempo, passou a desenvolver novas técnicas para
agilizar o plantio e aumentar a produtividade.
A cultura do arroz irrigado possui grande importância social e econômica para o
Estado do Rio Grande do Sul e é realizada sobre áreas que abrigam diversos ecossistemas. As
lavouras de arroz tornam-se parte integrante desses ecossistemas e necessitam ser
adequadamente avaliadas e manejadas, para não causarem alterações que interfiram na
sustentabilidade ao longo do tempo. O ambiente da lavoura é parte do ambiente da
propriedade e áreas adjacentes.
O sistema de cultivo adotado no município de Cerro Branco atualmente é o prégerminado, que utiliza uma grande quantidade de água, sendo um dos insumos principais para
o cultivo do arroz. A sua necessidade e importância estão relacionadas com o seu uso para o
preparo do solo, ao suprimento da necessidade de água da planta de arroz, à facilidade de
controle das plantas daninhas, de doenças, de alguns insetos-praga e melhoria da
disponibilidade de nutrientes.
A formação de lavouras próximas às margens dos rios tem originado impacto
ambiental pela eliminação da vegetação ciliar, erosão e assoreamento do leito, mudanças na
paisagem da região do entorno do Rio Botucaraí. Além dos efeitos diretos a utilização de
áreas próxima aos rios (área de preservação permanente – APP) facilita o escoamento dos
defensivos utilizados na cultura, chegando rapidamente aos cursos de água.
Este trabalho tem como finalidade verificar a importância da cultura do arroz, social e
econômica em nível de município e Estado, os impactos ambientais causados pelas lavouras
irrigadas da cultura do arroz ao Rio Botucaraí, no município de Cerro Branco/RS, avaliando o
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contexto da região, a disponibilidade de água, os equipamentos usados para a irrigação, o
preparo e a colheita, a área irrigada e as formas de manejo.
De acordo com os objetivos acima, o estudo foi realizado no município de Cerro
Branco/RS, onde se localiza o Rio Botucaraí, que é a divisa natural entre os municípios de
Cerro Branco e Candelária.
Inicialmente fez-se a revisão bibliográfica sobre o tema, e depois foi realizada uma
entrevista, com o preenchimento de um questionário, com alguns agricultores da região que
utilizam as água do Rio Botucaraí para que eles relatassem as mudanças que eles perceberam.
No total, 19 agricultores colaboraram para o levantamento das informações, além dos técnicos
da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), do IRGA (Instituto Rio
Grandense do Arroz), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cerro Branco e Secretaria
Municipal da Agricultura e Meio Ambiente.
Após a coleta dos questionários, foi feita a tabulação dos mesmos para quantificar o
aumento da área cultivada, da produtividade e das formas de sistemas de plantio.
1. REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a doutrina da Geografia Agrária, a agricultura é compreendida como
sendo a exploração planejada do solo, possibilitando a obtenção de produtos animais e
vegetais e com este entendimento o conceito de agricultura toma proporções e sentidos
maiores do que habitualmente ocorre na agronomia. Já o geógrafo não vê a agricultura
somente como um conjunto de estabelecimentos, mas sim como um fenômeno fundamental
de uma determinada paisagem, de um país e até mesmo de toda a Terra. (GASS, 2010, pág.
11)
Neste sentido, ao inserirmos a Geografia neste contexto, usamos a expressão de
Waibel (1979, pág. 30) que diz:
“ Para a geografia, ao contrário, a agricultura é um importante fenômeno da
superfície da terra e é sua atribuição tentar descrever a sua diferenciação espacial,
procurando ao mesmo tempo esclarecer as forças atuantes. Para isto ela parte
preferencialmente da fito e da zoogeografia, uma vez que a geografia agrária não é
mais do que a geografia das plantas úteis e dos animais domésticos.”
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Quando tratamos da cultura do arroz, também devemos considerar alguns fatores
naturais envolvidos como o clima, a água, o solo e a vegetação, por isso que a cultura se
adaptou e se desenvolveu com maior intensidade na Região Sul.
Para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, assim como para o município
de Cerro Branco, a cultura do arroz tem grande importância econômica e social, porque
envolve uma parte da população rural no desenvolvimento da cultura (preparo da terra,
plantio e colheita) e abastece o mercado local, regional e interestadual, sendo um dos
principais alimentos utilizados nas refeições dos brasileiros.
“(...) Nenhuma outra atividade econômica alimenta tantas pessoas, sustenta tantas
famílias, é tão crucial para o desenvolvimento de tantas nações e apresenta mais
impacto sobre o nosso meio ambiente. A produção de arroz alimenta quase a
metade do planeta todos os dias, fornece a maior parte da renda principal para
milhões de habitações rurais pobres e cobre 11% da terra arável do planeta.”
(Ronald Cantrell, 2002).
O aumento da população mundial e o risco de faltar alimentos as pessoas, leva ao
desenvolvimento de novas tecnologias para aumentar a produção. A questão é como aumentar
a produção sem causar mais danos ao meio ambiente.
Uma possibilidade seria incentivar a agricultura familiar, pois dados recentes mostram
que a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos. E ela ocupa
apenas 30% da área usada para a agricultura e pecuária. (IBGE).
Na abertura da Rio + 20, Cássio Franco coordenador do Programa Agricultura e Meio
Ambiente do WWF-Brasil, destacou que o grande desafio do momento é garantir a produção
de alimentos para atender a demanda da população mundial sem destruir o meio ambiente. Ele
lembrou que hoje a população mundial é de 7 bilhões, sendo que deste total 70% estão na
cidade. E as estimativas são de que esse número chegue a 9 bilhões até 2050. “Como
alimentar 9 bilhões de pessoas e manter o planeta vivo”? Questionou. Segundo ele, o caminho
é melhorar e melhorar os sistemas produtivos, incentivar boas práticas e consumo
responsável.
No atual momento em virtude de várias pressões, é possível identificar alguns indícios
que apontam para a busca de um desenvolvimento agrícola sustentado por meio da introdução
de novas práticas culturais. Entre estas técnicas pode-se inserir os sistemas inovadores de
cultivo de arroz irrigado.
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A idéia de um desenvolvimento sustentável faz com que surja uma nova visão em
relação ao conceito de gestão ambiental, direcionando o enfoque no sentido de maior
responsabilidade na manutenção da estabilidade e da diversidade dos recursos naturais
utilizados.
Inseridos nesse novo cenário, os orizicultores do Estado estão atentos a essas
mudanças. Nesse sentido, Mello (1997) destaca:
“(...) nossa realidade atual acena para que nosso produto seja competitivo em
termos de mercado global e, para tal, precisamos ser eficientes no processo
produtivo. Hoje temos de produzir com custos compatíveis com o mercado e ter
renda – ser eficiente; na década de 70 precisávamos produzir o máximo possível a
qualquer custo – ter eficácia. Esta declinação de nossa bússola implica em várias
quebras de paradigmas, pois, além de ter que ser sustentável e eficiente, o produtor
primário tem que ser ambientalmente correto”. (Mello, 1997).
Sobre o impacto ambiental causado pela lavoura de arroz irrigado, Lutzemberger
(apud Planeta, 2000) destaca que “nos anos 60 e 70 a população de aves de banhado estava
praticamente dizimada no Estado. Hoje a situação é diferente. Houve uma redução no uso de
venenos e a fauna avícola palustre está praticamente recuperada. Embora haja a necessidade
de reduzir o uso de herbicidas, adequando o manejo a uma condição mais ecológica”.
1.1. O município de Cerro Branco
Segundo o Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal, inicialmente Cerro Branco
pertencia a Cachoeira do Sul e teve sua origem com a chegada dos primeiros imigrantes
alemães (1872). Com a colonização começou a surgir os primeiros ranchos construídos as
margens do sinuoso Rio Botucaraí, que nasce na parte alta da serra e banha uma extensa área
do município.
Em 1891 tornou-se Distrito e em 1937, Vila. A partir daí constatou-se um crescente
desenvolvimento da região e por várias vezes surgiram manifestações em prol da
emancipação entre os anos de 1975 a 1988 e por isso em 1987 quando a Vila apresentava uma
estrutura básica para a emancipação político-administrativa, formou-se a comissão próemancipação de Cerro Branco com o respaldo do povo, que culminou com a realização do
plebiscito em 10/04/1988, sendo aprovada a emancipação que foi promulgada com a Lei
Estadual nº 8.628, de 12 de maio de 1988, criando assim o nosso município.
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O município de Cerro Branco se localiza na Depressão Central do Estado do Rio
Grande do Sul, na Mesorregião Centro Oriental Rio-Grandense e na Microrregião de
Cachoeira do Sul.
Figura nº 1: Fonte: http://www.baixarmapas.com.br
Cerro Branco possui uma área de 158,765 km² e passou a constituir seus limites ou
fronteiras com os municípios de Agudo e Lagoa Bonita do Sul ao Norte, Novo Cabrais ao Sul,
Candelária a Leste e Paraíso do Sul a Oeste, situado na latitude 29º39’57.42” S e longitude
52º56’03.73”O, a 78 metros de altitude.
Em 2010, segundo o IBGE, o município tinha uma população de 4.454 habitantes,
sendo 3.180 na zona rural e 1.274 na zona urbana. É um município quase que essencialmente
agrícola e tem nas culturas de arroz e fumo a sua maior fonte de arrecadação, constituída com
pequenas propriedades rurais que variam de 5 a 30 hectares, onde são plantadas também
outras culturas para a manutenção familiar (mandioca, batata-doce, amendoim, feijão) e criase alguns animais para a produção de carne (aves, suínos, bovinos, ovinos e caprinos) além da
produção de derivados do leite como queijos, nata, entre outros que complementam a
alimentação da população.
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A existência de um morro, aqui chamado de cerro, deu origem ao nome do município.
O território onde se localiza o município é a escarpa do planalto, em sua maioria, zona
ondulada e plana em menor proporção.
Cerro Branco
Figura nº 2:
Fonte: http://nutep.adm.ufrgs.br/mapas/amapas.htm
1.2. A importância do arroz
O arroz é um dos alimentos mais importantes para a nutrição humana, com melhor
balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína per capita
necessária ao homem, sendo a base alimentar de mais de três bilhões de pessoas e por ser uma
cultura extremamente versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima
(EMBRAPA, 2010). Em termos mundiais, o arroz ocupa o segundo lugar em importância na
alimentação humana sendo superado apenas pelo trigo (PEREIRA et al. 1990). É o segundo
cereal mais cultivado no mundo, ocupando área aproximada de 158 milhões de hectares com
produção de cerca de 662 milhões de toneladas do grão em casca.
De acordo com a Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), 2012, o
consumo médio mundial do arroz é de 60 kg/pessoa/ano. No Brasil, o consumo é de 45
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kg/pessoa/ano. Atualmente o arroz é a cultura com maior potencial de aumento de produção,
devido ao desenvolvimento de novas variedades, e responde pelo suprimento de 20% das
calorias consumidas na alimentação de pessoas no mundo.
O Brasil, com uma produção anual entre 11 e 13 milhões de toneladas de arroz nas
últimas safras, participa com cerca de 82% da produção do Mercosul, seguido pelo Uruguai,
Argentina e, por último o Paraguai, que já representa 2% do total produzido pelo bloco
(Sosbai, 2012, pág. 9).
1.2 Caracterização da lavoura de arroz em Cerro Branco e no RS.
A área cultivada com arroz no município de Cerro Branco aumentou na safra
2007/2008, estabilizando-se em torno de 930 hectares atualmente (IRGA, 2012). Enquanto
que no Estado do Rio Grande do Sul, a safra aumentou em 2004/2005 e estabilizou-se em
torno de 1.066.000 de hectares. No Brasil, está ocorrendo uma redução da área que está em
torno de 2.800.000 hectares (Sosbai, 2012).
Com relação à produtividade, no município de Cerro Branco, a produtividade média é
de 7.200 kg/ha, enquanto que o Estado possui uma produtividade média de 7.000 kg/há
(IRGA, 2012).
O Rio Grande do Sul se destaca como o maior produtor nacional, sendo responsável
por mais de 61% do total produzido no Brasil e por isso é considerado como estabilizador
para o mercado brasileiro e garante o suprimento desse cereal à população brasileira (Sosbai,
2012).
No Rio Grande do Sul, o arroz é produzido em 133 municípios localizados na metade
sul do Estado, onde cerca de 232 mil pessoas vivem direta ou indiretamente da exploração
dessa cultura (Sosbai, 2012). Aqui em Cerro Branco, cerca de 50 famílias vivem da
exploração da cultura do arroz, e por ser uma região de pequena propriedade familiar com
média de 18 hectares a cultura é a principal fonte de renda (IRGA, 2012).
1.3 A importância econômica e social do arroz para o município e para o Estado
De acordo com o IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz) e a Sociedade Sul
Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), no Rio Grande do Sul estima-se que o arroz apresente
atualmente um valor bruto de produção de cinco bilhões de reais, o que representa mais do
que 3% de ICMS e 2,74 do PIB. Quanto ao aspecto social, a importância do arroz é
representada pela possibilidade de ser cultivado tanto em pequenas como médias e grandes
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áreas. Esta flexibilidade da cultura permite que a agricultura familiar - que é a situação do
município de Cerro Branco - e a empresarial se desenvolvam e utilizem o arroz como
alternativa de geração de renda e de empregos.
Atuam na lavoura de arroz em torno de 37,2 mil trabalhadores, sendo 27%
temporários. Na média do Rio Grande do Sul, cada trabalhador atende cerca de 27,8 hectares
de arroz cultivado. Na metade sul do Rio Grande do Sul, o arroz irrigado é a principal
atividade econômica, chegando a representar mais de 50% do valor bruto da produção para
diversos municípios.
Talvez a maior importância social da cultura do cultivo do arroz no sul do Brasil esteja
na sua contribuição no barateamento da cesta básica.
No Rio Grande do Sul, podemos identifica seis regiões produtoras de arroz:
Região 1 – Fronteira Oeste, com 301.645 hectares cultivados com uma produtividade
média de 8.018 kg/ha;
Região 2 – Campanha, com 139.863 hectares cultivados com uma produtividade
média de 7.424 kg/ha;
Região 3 – Depressão Central, com 149.781 hectares cultivados com uma
produtividade média de 7.222 kg/ha;
Região 4 – Planície Costeira Interna, com 137.041 hectares cultivados com uma
produtividade média de 7.020 kg/ha;
Região 5 – Planície Costera Externa, com 133.473 hectares cultivados com uma
produtividade média de 7.082 kg/ha;
Região 6 – Zona Sul, com 169.628 hectares cultivados com uma produtividade média
de 7.233 kg/ha.
De acordo com os dados do IRGA, safra 2011/2012 a área plantado no RS era de
1.031.431 hectares com uma produtividade média de 7.439 kg/ha. Abaixo podemos visualizar
os municípios produtores de arroz.
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Figura nº 3
1.4 Sistemas de cultivo e manejo da cultura
Os sistemas de cultivo utilizados na cultura do arroz aqui no município de Cerro
Branco são o convencional, o cultivo mínimo com semeadura direta e o pré-germinado.
Independente do sistema de cultivo adotado é importante a realização de adequado manejo
pós-colheita da área. No estado do Rio Grande do Sul, na safra 2009/2010, predominou o
cultivo mínimo com semeadura direta (63,7%), seguido dos sistemas convencional (25,6%) e
pré-germinado (10,7%), segundo levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA,
2010).
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Sistemas de Plantio
Características
Faz-se o preparo da área utilizando-se equipamentos de
acordo com o tipo de solo, profundidade desejada de
preparo e condição de cobertura do solo. Pode-se
realizar operações mais profundas, como preparo inicial
SISTEMA CONVENCIONAL
do solo e, posteriormente, o preparo secundário, este
envolve operações mais superficiais, visando ao
adequado preparo e aplainamento superficial do solo,
eliminação de plantas daninhas no início de seu
desenvolvimento, criando assim, um ambiente favorável
à emergência e ao desenvolvimento inicial das plantas
de arroz.
A implantação do arroz é realizada pela semeadura
direta em solo previamente preparado, de forma a haver
SISTEMA CULTIVO MÍNIMO tempo suficiente para a formação de uma cobertura
COM SEMEADURA DIRETA
vegetal, que é controlada normalmente pelo uso de
herbicida de ação total. Nesse sistema há menor
mobilização do solo do que no convencional durante a
operação de semeadura que é realizada diretamente
sobre a cobertura vegetal previamente dessecada com
herbicida, com mobilização de solo apenas na linha de
semeadura ocorrendo com isso uma menor incidência de
plantas daninhas.
Caracteriza-se pela implantação da cultura com
SISTEMA PRÉ-GERMINADO
sementes pré-germinadas, distribuídas a lanço, em solo
previamente inundado com lâmina de água de
aproximadamente 5 cm.
Com relação ao município de Cerro Branco, 70% da área plantada é através do sistema
pré-germinado. Esse sistema reduz a proliferação de plantas daninhas, porém necessita que a
lavoura esteja relativamente nivelada. O sistema de cultivo mínimo com semeadura direta
corresponde aos outros 30% das lavouras do município.
Com relação ao ciclo e o potencial produtivo, as cultivares de ciclo médio, de um
modo geral se adaptaram melhor a região e a forma do cultivo pelos agricultores locais, com
melhor produtividade do que as muito precoces ou muito tardias. As cultivares de ciclo
precoce são as que têm menor potencial produtivo, mas são importante para a economia de
uso de água, maior flexibilidade na época de semeadura e escalonamento da colheita.
A época de semeadura é um dos principais fatores que definem a produtividade de
grãos do arroz irrigado, é uma decisão importante e depende de vários fatores, especialmente,
da região do cultivo, das condições meteorológicas, do tipo de solo, do grau de incidência de
plantas daninhas e da cultivar utilizada.
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O período indicado para a semeadura no Rio Grande do Sul, é a partir do início do mês
de setembro até meados de dezembro. Nas semeaduras realizadas no início do período
recomendado, deve-se utilizar cultivares de ciclo médio, devido ao seu maior potencial
produtivo.
A qualidade das sementes do arroz é um dos principais fatores que influenciam a
população inicial das plantas. O uso de sementes de alta qualidade, para garantir a população
de plantas desejadas, aumenta a eficiência de uso de fertilizantes e corretivos e reduz os
prejuízos causados pela competição com plantas daninhas. A utilização de sementes de
qualidade é pré-requisito fundamental para a obtenção de lavouras com alta produtividade de
grãos e sustentabilidade.
1.5 Irrigação – quantidade e qualidade
Conforme a Sociedade Sul Brasileira do Arroz Irrigado (Sosbai), a quantidade de água
exigida para o cultivo de arroz é o somatório da água necessária para saturar o solo, formar
uma lâmina, compensar a evapotranspiração e repor as perdas por percolação vertical, as
perdas laterais e dos canais de irrigação. Esta quantidade depende principalmente, das
condições climáticas, do manejo da cultura, das características físicas do solo, das dimensões
e revestimento dos canais, da duração do ciclo da cultivar, da localização da fonte e da
profundidade do lençol freático.
No sistema de plantio com sementes pré-germinadas, além da água necessária durante
o ciclo da cultura, deve-se somar as necessidades para o preparo do solo, que normalmente é
feito sob condições de inundação.
A evapotranspiração e a percolação são responsáveis pela maior percentagem da
demanda hídrica. A evapotranspiração compreende a água transpirada pela planta mais a água
evaporada da lâmina devido à diferença de pressão de vapor entre a superfície e a atmosfera.
Segundo a Sosbai, para suprir a necessidade de água durante o ciclo para os sistemas
de plantio convencional e o cultivo mínimo, recomenda-se a utilização de vazões contínuas de
1,5 a 2,0 litros/segundo/hectare num período médio de irrigação de 80 a 100 dias.
No sistema de plantio com sementes pré-germinadas, o período de irrigação é
proporcionalmente maior, iniciando-se já no preparo do solo. Apesar disto, normalmente
ocorre um menor volume de água utilizado durante o ciclo da cultura. Para o preparo do solo,
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aplica-se uma lâmina d água de 4 a 5 centímetros sobre a superfície, mais a lâmina necessária
para saturar o solo. São necessários de 1.000 a 2.000 m³/ha para esta fase. (Sosbai, 2012).
Com relação à qualidade da água é definida por uma ou mais características física,
químicas ou biológicas. Embora ainda não se disponham de parâmetros definitivos para a
maioria dos agroquímicos usados para a lavoura de arroz, recomenda-se evitar a retirada da
água da lavoura com resíduos de agrotóxicos e sólidos totais em suspensão. O Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama) define alguns parâmetros sobre a qualidade da água de
diversas classes, através da resolução nº. 357 de 17 de março de 2005. Além disso, também
devem ser atendidas as regulamentações dos órgãos estaduais que tratam do assunto. Nesse
caso, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS (FEPAM)
possui legislação específica sobre a qualidade e o uso da água para a irrigação de lavouras.
(Sosbai, 2012).
Outros fatores como a salinidade da água e a temperatura também influenciam no
desenvolvimento das plantas, principalmente na fase inicial até a formação da panícula
(inflorescência que forma o cacho).
1.6 – Início da Irrigação
A Sosbai juntamente com o IRGA definem o início da irrigação de acordo com cada
sistema implantado. No sistema de semeadura em solo seco, a irrigação da lavoura por
submersão do solo inicia-se alguns dias após a emergência. A época de início da irrigação está
relacionada com outras práticas de manejo como, por exemplo, método de controle de plantas
daninhas, herbicida utilizado, aplicação de nitrogênio em cobertura e ciclo da cultivar.
(Sosbai, 2012).
Cultivares de ciclo muito precoce e precoce, por serem mais sensíveis a estresses,
requerem que a irrigação inicie mais cedo, nos estágios de três a quatro folhas, enquanto para
cultivares de ciclo médio e tardio, o início da submersão do solo pode ser postergado para os
estágios de quatro a cinco folhas.
A irrigação logo após a primeira adubação nitrogenada em cobertura proporciona
maior aproveitamento do nitrogênio aplicado. Desta forma, a aplicação de herbicida em pósemergência, a adubação nitrogenada e o estabelecimento da lâmina de água estão relacionadas
no tempo e, por isso, deve-se planejar estas operações em conjunto, entre todos os envolvidos
no processo de produção.
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No sistema de cultivo do arroz pré-germinado, o início da submersão do solo ocorre
mais cedo, 20 a 30 dias antes da semeadura, por ocasião do preparo do solo. Mais
recentemente, no RS, por questões associadas à qualidade ambiental e técnica, foram
introduzidas alterações no manejo da água para o sistema, de forma que o preparo do solo
passou a ser feito em solo seco. Neste caso, o alagamento do solo é feito por ocasião do
renivelamento da área, utilizando-se a água como referência para a operação. Após, procedese à semeadura do arroz pré-germinado sobre a lâmina de água permanente (sem drenagem).
Assim, a semeadura do arroz é feita sobre uma lâmina de água (5 a 7cm), a qual é mantida,
por meio de reposições periódicas ao longo do ciclo da cultura. Essa técnica não altera a
produtividade ou a ocorrência de acamamento de plantas, proporcionando, ainda, controle
mais efetivo de plantas daninhas, menor uso da água e melhoria na qualidade ambiental, por
reduzir a perda de solo e de agroquímicos aplicados à lavoura.
Os cuidados com a água utilizada para a irrigação são fundamentais para a
sustentabilidade do processo produtivo da lavoura de arroz irrigado por inundação. A
localização geográfica das lavouras de arroz próximas a rios e outras fontes de água exige a
adoção de práticas de manejo que evitem ao máximo a saída da água das lavouras. Os
agroquímicos utilizados na lavoura podem ter na água de irrigação o meio mais rápido de
atingir mananciais hídricos e afetar organismos não-alvo, proporcionando contaminação
ambiental e impactos negativos. Além de agrotóxicos, a água de drenagem da lavoura pode
conter fertilizantes e solo, como é o caso de manejo inadequado do sistema pré-germinado.
2. IMPACTOS ASSOCIADOS AO PLANTIO DO ARROZ
2.1 A água de irrigação e o ambiente
Conforme entrevistas com os agricultores que cultivam o arroz irrigado onde os
mesmos responderam a várias perguntas no sentido de identificar as transformações ocorridas
em suas propriedade desde os anos de 1980 até 2012. Inicialmente comecei perguntando
sobre os sistemas de plantio que utilizavam na década de 80 e o que estão usando atualmente,
e 100% deles me responderam que o sistema adotado no início dos anos 80 era o
convencional e atualmente em 2012, 68,42% adotam o sistema pré-germinado, 21,05 % o
cultivo mínimo com plantio direto e 10,53% o plantio convencional.
Os agricultores confirmaram o aumento na área plantada, entre os entrevistados 100%
confirmaram o aumento no decorrer do período de 1980 a 2012. Isso realmente confere com
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as informações do município que na década de 80 era cultivado em torno de 800 hectares e
atualmente são cultivados 930 hectares, o que corresponde um aumento na área de 14%.
Quanto à produtividade, também houve um aumento bem significativo, pois na década
de 80 as lavouras eram preparadas para o plantio convencional, com pouco investimento em
adubação e correção de solo, onde a média por hectare não passava de 80 sacas ou 4.000 kg e
atualmente esses números chegam a 144 sacas ou 7.200 kg/ha, o que equivale a um aumento
de 80% na produtividade.
Todos esses dados, estão diretamente vinculados a exploração das águas do Rio
Botucaraí e com o aumento das áreas cultivadas e as novas técnicas dos sistemas de plantio,
destacando o sistema pré-germinado.
Ao ouvir os relatos dos agricultores quando perguntei a eles quais as transformações
que ocorrem nesse período de 32 anos é que percebi o quanto essas mudanças acabaram
atingindo o Rio Botucaraí.
No início dos anos 80, as terras para o plantio do arroz ainda eram preparadas com
tração animal ou com alguns poucos tratores que poucos agricultores já haviam adquirido. O
desenvolvimento de tarefas como o de arar a terra, plantar e limpar usando a capinadeira
puxada a cavalo, fechar as taipas para reter a água usada na irrigação era tudo feito pela
família. Também foi relatado que usavam a uréia (adubação nitrogenada) para corrigir a
fertilidade e que o uso de agrotóxicos era mínimo, pois a limpeza das lavouras era feita no
início com capinas para remover as plantas daninhas e quando as lavouras já estavam
irrigadas se fazia a limpeza para eliminar o arroz vermelho caminhando entre as carreiras com
uma foice retirando os cachos indesejados. Esse trabalho era realizado em praticamente todas
as lavouras, tanto que o município de Cerro Branco era conhecido como a “Capital do Arroz
Semente”.
O Rio Botucaraí mantinha-se abundante mesmo no período em que as lavouras
necessitavam de sua água para produzir, as técnicas de irrigação não eram tão aprimoradas, os
agricultores mantinham lâminas de água superiores a 25 cm, como eles relatam “com água na
altura da meia canela”.
Os impactos ambientais relacionados com o uso em excesso da água pareciam não
existir. As águas circulavam pelas lavouras sem receber grandes cargas de herbicidas e
adubos, as lavouras recebiam inúmeras espécies de peixes que viviam nelas como se fosse
uma extensão do rio, pelo fato da água entrar nas lavouras naturalmente, não sendo necessário
utilizar motores para puxá-las.
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No decorrer dos anos, as matas foram sendo destruídas, o rio foi usado como fonte de
material para a construção do acesso asfáltico de 12 km que liga Novo Cabrais a Cerro
Branco, e essa extração de cascalho para ser transformado em brita acabou por transformar o
leito do rio em uma vala. O cascalho foi retirado em excesso, e atualmente o rio está muito
largo e profundo e com uma vazão quase que instantânea, pois quando ocorrem as chuvas,
elas rapidamente escoam e o Rio Botucaraí fica quase sem águas novamente.
Atualmente, não existe mais a fartura de água como foi relatado pelos moradores mais
antigos, hoje o Rio Botucaraí quase não tem águas para irrigar as lavouras, se não ocorrer
precipitações de chuvas regularmente, as lavouras acabam por serem afetadas com a falta da
água.
O assoreamento do Rio Botucaraí também é visível, assim como o desmatamento das
margens ciliares, a abundância de peixes já não existe mais, até pelo fato do rio praticamente
secar nos meses de dezembro a março, mantendo apenas alguns poços. Abaixo podemos
observar a questão do assoreamento e da destruição das matas.
Figura nº 4 – Local onde foi retirado o cascalho em 01/05/2010. (Fonte: Arquivo pessoal de Augusto Priebe)
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Figura nº 5 – Fotografia onde podemos observar a ausência de mata ciliar e ao mesmo tempo o assoreamento do leito
do rio em 01/05/2010. (Fonte: Arquivo pessoal de Augusto Priebe)
Talvez por conta dessa situação que os agricultores produtores de arroz abandonaram
o sistema de plantio convencional para adotar o sistema de pré-germinado, adaptando-se as
novas técnicas e a nova realidade existente no município, onde estão aprendendo a produzir
usando um volume de água menor e assim tentando reduzir o impacto causado ao Rio
Botucaraí, sabemos que as lavouras de arroz irrigado não foram o maior vilão da história,
porém colaboram para que a situação chegasse a esse ponto crítico.
Por isso, o preparo da terra inicia-se logo após a colheita, aproveitando a água ainda
existente dentro das lavouras para preparar a terra e mantendo-se as taipas fechadas para reter
as águas das chuvas e assim é necessário bem menos água. Hoje, trabalha-se com uma lâmina
de água com 5 cm, o que é uma redução significativa, quando falamos em volume de água
usado.
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Abaixo podemos observar uma área de lavoura preparada no sistema convencional,
quando a terra é trabalhada no seco e o plantio também é feito na terra seca.
Figura nº 6 – Área preparada no sistema convencional em 19/10/2013. (Fonte: Arquivo pessoal de Augusto Priebe)
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Figura nº 7 – Preparo de uma área do sistema pré-germinado em 19/10/2013. (Fonte: Arquivo pessoal de Augusto
Priebe
Podemos visualizar na imagem acima o modo de preparo do solo para o plantio prégerminado, onde o serviço é desenvolvido inteiramente na água, os quadros devem estar com
uma lâmina de água com aproximadamente 10 cm.
Após o preparo da terra realiza-se a semeadura do arroz em água limpa, conforme
observamos abaixo.
Figura nº 8 – Fotografia onde o arroz já
foi semeado em 19/10/2013 (Fonte:
Arquivo pessoal de Augusto Priebe).
Com relação ao impacto causado pela lavoura de arroz, realmente devemos concordar
com Lutzemberg, em entrevista a Revista Planeta Arroz, 2000, quando ele diz que nos anos
60 e 70 havia uma redução considerável com relação às aves de banhado que se encontravam
quase que dizimadas no Estado. A redução de agrotóxicos nas lavouras associados com
algumas técnicas no manejo nos mostram um ponto positivo, que é poder observar como
aumentou o numero de aves nas lavouras.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os agricultores do município de Cerro Branco já estão se conscientizando que
precisam ajudar na recuperação do Rio Botucaraí, porém o rio é divisor de municípios, e o
mesmo não está acontecendo no município de Candelária.
Mas já estamos fazendo a nossa parte para melhorar, já começamos a utilizar de
maneira racional as águas para que a atividade agrícola não seja a fonte de possível
contaminação do ambiente.
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Já contamos com uma série de Portaria e Normas publicadas nos últimos anos com
vistas, em especial à proteção de fontes e cursos de água em razão da lavoura de arroz estar
intimamente ligada a áreas onde esse recurso natural é abundante e precisa ser cuidado.
A recuperação das margens para recompor a mata ciliar, evitando novos
desmoronamentos das margens e consequentemente acúmulo de materiais no leito do rio, e a
manutenção da vegetação existente, pois ela ajuda a evitar a perda de solos e de nutrientes e a
contaminação dos mananciais hídricos.
.
O aumento na produtividade, sem a necessidade de ampliar as lavouras, apenas usando
técnicas adequadas e mais eficientes, como o controle da lâmina de água em 5 cm e para isto
basta fazer a adequação do solo, a utilização de sementes de boa qualidade e a utilização de
marrecos de pequim para limpar as áreas com maior incidência de arroz vermelho.
O uso adequado de defensivos pode ajudar a preservar a cadeia alimentar e tem forte
influência na sustentabilidade da atividade, na saúde do trabalhador e na segurança alimentar.
Após avaliar os questionários que foram preenchidos pelos agricultores e ponderar
com eles os problemas ocorridos com o Rio Botucaraí, eu e os agricultores entrevistados,
começamos a identificar os principais agentes causadores e também a partir de quando ele
começou a ter o seu volume de água reduzido.
Até o ano de 1990, não eram visíveis os problemas ocorridos no rio, pois somente a
agricultura utilizava as suas águas, o principal problema começou com a extração do cascalho
para a construção da VRS 804, estrada que liga os municípios de Cerro Branco e Novo
Cabrais.
A retirada em excesso fez com que as águas escoassem mais rapidamente,
desaparecendo os poços do leito do rio, e hoje é possível realizar a travessia em qualquer
ponto do rio molhando apenas até os tornozelos.
Os agricultores também identificaram que alguns problemas eram eles os culpados,
como a retirada das matas ciliares o que ocasiona a erosão nas margens. Muitos também
relataram que passaram a utilizar menos defensivos agrícolas, pois começaram a adotar
práticas mais ecologicamente corretas, como a colocação de estacas nas lavouras para que o
gavião caramujeiro pudesse pousar para se alimenta das lesmas e assim ajudando no controle
e combate as mesmas.
A realidade apurada não foi muito boa, porém temos possibilidades de melhorar os
impactos sofridos ao Rio Botucaraí, em algumas propriedades já está sendo reabilitada a
vegetação nativa das margens e já é possível ver o efeito positivo deste gesto onde não
percebemos mais os desmoronamentos e a erosão do local.
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É vital que em todas as propriedades sejam protegidas as nascentes ou vertentes de
água que formam pequenos córregos, pois são elas que ao se integrar ao rio vão aumentar o
seu volume hídrico e assim possibilitar que a atividade da cultura do arroz irrigado seja
viável.
A lavoura de arroz, se conduzida corretamente, pode se tornar um exemplo no uso dos
recursos naturais existentes e contribuir para a sustentabilidade das áreas cultivadas. As
tecnologias mais limpas envolvem ações e atitudes na lavoura e na propriedade com o
objetivo de produzir alimentos com o máximo de eficiência no uso de insumos, dos recursos
naturais e energia com menor impacto ambiental, de acordo com a legislação vigente.
A aplicação correta de defensivos agrícolas, armazenamento e destino dos resíduos
gerados na propriedade, destinação de embalagens de defensivos agrícolas, uso adequado de
equipamentos de proteção individual (EPI) e a obtenção do selo ambiental da lavoura de
arroz, são alguns pontos trabalhados e que irão ajudar nessa etapa de conscientização dos
agricultores.
Um fato é certo: O rio Botucaraí é a principal fonte de água para as lavouras irrigadas
do município de Cerro Branco. Sendo assim vamos ajudar na sua recuperação.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Unijuí, 2009, 36 p. – (Coleção educação à distância. Série livro-texto).
ATKINSON, Célia Clarice, AZAMBUJA, Leonardo Dirceu de. Teoria e Método
Geográfico. Ijuí: Ed. Unijuí,2010, Unidade 3, p. 41 a 51 – (Coleção educação à distância.
Série livro-texto).
AZAMBUJA, Leonardo Dirceu de. Geografia, natureza e sociedade. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009,
61 p. - (Coleção educação à distância. Série livro-texto).
AZAMBUJA, Leonardo Dirceu de. Pensamento Geográfico. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008,
Unidade 4, p. 43 a 49 – (Coleção educação à distância. Série livro-texto).
GASS, Sidnei Luís Bohn. Organização do Espaço Agrário. Ijuí: Ed. Unijuí, 2010, 94 p. (Coleção educação à distância. Série livro-texto).
IRGA, Arroz Irrigado, novos caminhos para a produção de arroz irrigado no Brasil, Santa
Maria, 2005.
IRGA, Revista Lavoura Arrozeira, Safra 2010/2011 novos horizontes para o arroz, volume 58
nº. 454, Setembro 2010.
Jornal do Povo, Revista Planeta Arroz, O grão universal, Edição Especial, Cachoeira do Sul,
2000.
MONTARDO, Dóris. Fundamentos de Hidrogeoecologia. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009, 100 p. –
(Coleção educação à distância. Série livro-texto).
Sosbai, Arroz Irrigado: Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa
Maria: Ed. Pallotti, 2005, 159 p.
Sosbai, Arroz Irrigado: Recomendações Técnicas da Pesquisa para o Sul do Brasil. Santa
Maria: Ed. Pallotti, 2012, 176 p.
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http://www.agricultura.gov.br acesso em 19/10/2013
http://www.irga.rs.gov.br acesso em 19/10/2013
http://sema.rs.gov.br acesso em 19/10/2013
http://fepam.rs.gov.br acesso em 19/10/2013
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ANEXOS:
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