Colégio Nacional Grupo de Estudos em Educação Texto compilado pelo grupo de estudos em educação do Colégio Nacional em Novembro de 2005. O que é o Construtivismo? Construtivismo não é apenas o termo pelo qual é conhecida a linha pedagógica que mais vem ganhando adeptos nas últimas décadas. Possui outro significado, mais antigo e mais amplo, que ultrapassa as fronteiras do universo escolar. É, sobretudo, o nome de uma das três grandes correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve. As outras duas são o empirismo e o racionalismo. Essas três escolas divergem quanto à relação entre meio ambiente e inteligênciia. "As teorias empiristas e racionalistas são chamadas de reducionistas porque reduzem o desenvolvimento intelectual só à ação do indivíduo ou só à força do meio", explica Mércia Moreira, professora de Psicologia Educacional da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Belo Horizonte. Já o construtivismo atribui um papel ativo ao indivíduo, sob a influência do meio. "É a pessoa que constrói o seu próprio conhecimento", completa o psicólogo Fernando Becker, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). EMPIRISMO Concepção teórica que parte do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelo meio ambiente e não pelo sujeito. Portanto, de fora para dentro. A idéia é que o ser humano não nasce inteligente, mas é passivamente submetido às forças do meio, que provocam suas reações. As reações satisfatórias são incorporadas e as insatisfatórias tendem a ser eliminadas. Assim, o desenvolvimento intelectual pode ser totalmente modelado de fora, pois a força que o determina se encontra nos estímulos externos e não no indivíduo RACIONALISMO Concepção teórica que parte do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelo indivíduo e não pelo meio. Portanto, de dentro para fora. A idéia é que o ser humano já nasce com a inteligência pré-moldada. A lógica, por exemplo, seria uma capacidade inata do homem. À medida que o ser humano amadurece, ele vai reorganizando sua inteligência pelas percepções que tem da realidade. Essas percepções dependem de capacidades que são inerentes ao indivíduo e não dos estímulos externos CONSTRUTIVISMO Concepção teórica que parte do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entro o indivíduo e o meio. A idéia é que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio. Ao contrário, responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. A palavra construtivismo se refere a uma série de correntes de pensamento em diferentes áreas do conhecimento e cada uma delas não tem necessariamente relação com as outras. Tem-se uma acepção na filosofia, na matemática, uma outra nas artes e na arquitetura e também uma corrente de pensamento nas ciências políticas e na teoria das relações internacionais. Já na educação, acepção que nos interessa, o Construtivismo de Piaget é uma teoria a respeito do aprendizado. Temos visto grade confusão em estabelecer uma definição clara sobre o construtivismo. Em nossa pesquisa, descobrimos acepções que o estabelecem como um método de aprendizagem, uma teoria educacional ou uma perspectiva psicológica. Vejamos a seguir algumas definições nesta acepção: Construtivismo – Método de aprendizagem baseado nos trabalhos do biólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, criador da psicologia genética. Para Piaget, aprender é agir e, por isso, cabe ao professor colocar os alunos diante de situações variadas para que eles próprios busquem soluções e construam seu conhecimento. Piaget observa que o desenvolvimento mental da criança passa por diversas fases e, a cada uma delas, deve corresponder o ensino de determinados conteúdos. O professor, além de transmitir os conteúdos formais, precisa estimular o diálogo e o pensamento crítico. As escolas que seguem essa linha evitam aplicar provas para verificar a memorização dos conteúdos e costumam construir os materiais didáticos com os alunos. Seguidora de Piaget, a argentina Emilia Ferreiro (1937-) analisa o processo de alfabetização segundo os pressupostos do construtivismo. Ela acredita que os alunos também aprendem a ler e escrever fora das salas de aula. Assim, ao ensinar, o professor deve considerar as interpretações que os próprios alunos têm sobre a escrita. Sua teoria combate as cartilhas tradicionais, pois considera que elas restringem a alfabetização à escola e à memorização. Fonte: Almanaque Abril 98 Constructivism - In the early 1960s scholars began to focus more attention on the work of Swiss psychologist Jean Piaget, who had been studying children’s cognitive development since the 1920s. Piaget claimed that children construct new knowledge by applying their current knowledge structures to new experiences and modifying them accordingly. His perspective, called constructivism, emphasized the active role children play in their own mental growth as inquisitive thinkers. Piaget’s theories led to other approaches to the study of child development. In the 1960s and 1970s British psychologist John Bowlby and American psychologist Mary Ainsworth introduced the concept of attachment. They proposed that infants and young children form emotional bonds to their caregivers because, throughout human evolutionary history, close attachments to adults promoted the survival of defenseless children. In the 1970s and 1980s American psychologist Urie Bronfenbrenner sought to describe child development in terms of ecological and cultural 1 forces. In his model, environmental influences on the child extend well beyond the family and peer group, and include schools and other community agencies, social institutions such as the media, political and economic conditions, and national customs. Other developmental scientists have studied how cultural values guide the skills and attitudes that children acquire as they mature, and how brain maturation influences the development of thinking and feeling. Fonte: Microsoft Encarta Encyclopedia Standard 2004 Construtivismo - É uma teoria sobre a produção do conhecimento. Entende que o homem aprende motivado por uma necessidade real, por meio de interações com os objetos do conhecimento. Contrapõe-se radicalmente ao ensino pela repetição exaustiva. O aluno, que não nasce inteligente, segundo essa teoria, deve ser o protagonista do próprio processo cognitivo. Em outras palavras, diante dos estímulos externos, deve agir sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. O referencial teórico do construtivismo vem do psicólogo Jean Piajet, mas sua aplicação ganhou importância com os estudos da psicóloga argentina Emília Ferreiro sobre o processo de leitura e escrita das crianças. No Brasil, a partir da década de 80, escolas começaram a utilizar o construtivismo em sala de aula, que mudaram radicalmente a forma de alfabetizar as crianças e, gradualmente, influenciou também o ensino das outras disciplinas. Fonte: Dicionário Interativo da Educação Brasileira http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp Em resumo, podemos afirmar que os estudos sobre a Teoria Construtivista começaram com Piaget (18961980), que foi um biólogo com preocupações eminentemente epistemológicas (Teoria da Conhecimento). Em seus trabalhos, Piaget tenta responder a seguinte pergunta: Como os homens constroem o conhecimento? Ou então como se passa de um conhecimento menos elaborado para um conhecimento mais elaborado? Cabe lembrar também que por ser o nome do sistema ao qual se filia Piaget, a palavra construtivismo passou a designar também a linha pedagógica inspirada em sua obra. Além dele, outros estudiosos importantes para a educação, como o russo Lev Vygotsky (1896-1934) e o francês Henry Wallon (1879-1962), também podem ser considerados construtivistas. 2