Construtivismo – UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL “Não é o processo de aprendizagem que deve se adaptar ao de ensino, mas o processo de ensino é que tem de se adaptar ao de aprendizagem. Ou melhor: o processo de ensino deve dialogar com a aprendizagem. Nesse diálogo entre professor e aprendiz, cabe ao professor organizar situações de aprendizagem.” (Telma Weisz, 2001, p.65) Romper com a tradição é de fato muito difícil, pois temos que deixar de lado atitudes repetitivas, herdadas por gerações e passar a refletir, questionar, criticar. Toda mudança de hábito desprende energia e gera polêmica. O peso da tradição influência muito na escolha do método de ensino. É muito comum ouvir pais dizendo: “na educação infantil tudo bem ser construtivista, mas quando for para o fundamental quero uma escola de verdade” ou “como estudei numa escola tradicional, meus filhos também vão estudar”, de fato, na dúvida, acabam por optar pelo o que julgam melhor conhecer. Mas, será que esta maneira de pensar fará das novas gerações serem melhores do que nós? A concepção construtivista, digo concepção, pois não se trata de uma teoria única e muito menos um método didático de trabalho com as crianças, engloba teorias não apenas de Piaget, como também de Vygotsky, Ausubel, dentre outros. Entender o construtivismo psicológico de Piaget e o de orientação sociocultural de Vygotsky, não é suficiente para a prática de sala de aula. Conforme afirma César Coll, “entre essas duas versões extremas marcadas pela dissociação entre individual e o social, entre o interno e o externo, entre pensamento e linguagem” (2004, p.108). Deste modo, temos que pensar um construtivismo vinculado ao construtivismo social, afinal “a aprendizagem dos alunos e o que ocorre na sala de aula é fruto tanto dos aportes individuais dos alunos como da dinâmica das relações sociais que se estabelecem” (idem, p.109). Realmente ser uma escola construtivista não é fácil, exige tempo, dedicação e muito estudo, para que de fato todos os professores comunguem das mesmas concepções. Embora, muitos acreditem que o construtivismo é um salto no escuro, sabemos que se bem embasado pode ser considerado uma luz no fim do túnel, desde que, segundo c. Coll, três precauções sejam tomadas: a concepção construtivista deve estar aberta a correções e ampliação, evitando assim seu uso dogmático e excludente, deve existir uma reflexão ampla sobre a natureza e as funções da educação escolar, bem como levar em consideração que o desenvolvimento dos processos educacionais escolares, intervém de múltiplos fatores. (Coll, 2004, p.127). Assim, se de fato vislumbrar esta luz no fim túnel siga em frente, caso contrário, mantenha a tradição cíclica, em que não se é permitido errar. Coll, César. Construtivismo e educação: a concepção construtivista do ensino e da aprendizagem. In: desenvolvimento psicologia e educação. Psicologia da educação escolar. Porto alegre: Artmed, 2004, p. 108-127. Weisz, telma. Como fazer o conhecimento do aluno avançar. In: o diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 2001, p.65-66.