Boletim 06 - Texto construtivismo

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Construtivismo – UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL
“Não é o processo de aprendizagem que deve se adaptar ao de ensino, mas o processo
de ensino é que tem de se adaptar ao de aprendizagem. Ou melhor: o processo de
ensino deve dialogar com a aprendizagem. Nesse diálogo entre professor e aprendiz,
cabe ao professor organizar situações de aprendizagem.” (Telma Weisz, 2001, p.65)
Romper com a tradição é de fato muito difícil, pois temos que deixar de lado atitudes
repetitivas, herdadas por gerações e passar a refletir, questionar, criticar. Toda mudança de
hábito desprende energia e gera polêmica. O peso da tradição influência muito na escolha do
método de ensino. É muito comum ouvir pais dizendo: “na educação infantil tudo bem ser
construtivista, mas quando for para o fundamental quero uma escola de verdade” ou “como estudei
numa escola tradicional, meus filhos também vão estudar”, de fato, na dúvida, acabam por optar
pelo o que julgam melhor conhecer. Mas, será que esta maneira de pensar fará das novas gerações
serem melhores do que nós?
A concepção construtivista, digo concepção, pois não se trata de uma teoria única e muito
menos um método didático de trabalho com as crianças, engloba teorias não apenas de Piaget,
como também de Vygotsky, Ausubel, dentre outros. Entender o construtivismo psicológico de
Piaget e o de orientação sociocultural de Vygotsky, não é suficiente para a prática de sala de aula.
Conforme afirma César Coll, “entre essas duas versões extremas marcadas pela dissociação entre
individual e o social, entre o interno e o externo, entre pensamento e linguagem” (2004, p.108).
Deste modo, temos que pensar um construtivismo vinculado ao construtivismo social, afinal “a
aprendizagem dos alunos e o que ocorre na sala de aula é fruto tanto dos aportes individuais dos
alunos como da dinâmica das relações sociais que se estabelecem” (idem, p.109).
Realmente ser uma escola construtivista não é fácil, exige tempo, dedicação e muito estudo,
para que de fato todos os professores comunguem das mesmas concepções. Embora, muitos
acreditem que o construtivismo é um salto no escuro, sabemos que se bem embasado pode ser
considerado uma luz no fim do túnel, desde que, segundo c. Coll, três precauções sejam tomadas: a
concepção construtivista deve estar aberta a correções e ampliação, evitando assim seu uso
dogmático e excludente, deve existir uma reflexão ampla sobre a natureza e as funções da
educação escolar, bem como levar em consideração que o desenvolvimento dos processos
educacionais escolares, intervém de múltiplos fatores. (Coll, 2004, p.127).
Assim, se de fato vislumbrar esta luz no fim túnel siga em frente, caso contrário, mantenha
a tradição cíclica, em que não se é permitido errar.
Coll, César. Construtivismo e educação: a concepção construtivista do ensino e da aprendizagem. In: desenvolvimento psicologia e educação. Psicologia da educação
escolar. Porto alegre: Artmed, 2004, p. 108-127.
Weisz, telma. Como fazer o conhecimento do aluno avançar. In: o diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 2001, p.65-66.
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