ONTOGÊNESE Título: DO CONTROLE INSTRUCIONAL: FORMAÇÃO DE CLASSES DE ESTÍMULOS COM NOM ES DE AÇÕES Autora: Lidia Maria Marson Postalli Orientadora: Profª DrªDeisy das Graças de Souza Resumo: A linguagem, como objeto de estudo da Psicologia, tem sido estudada sob diferentes abordagens teóricas. Recentemente a análise do comportamento tem se preocupado em estudá- la como fenômeno estreitamente relacionado à formação de classes de equivalência. O estudo da compreensão de palavras (e seu significado), por exemplo, seria possível pelo estudo de formação de classes de equivalência porque as palavras entrariam neste tipo de classes, juntamente com os seus diferentes referentes no mundo. Uma das muitas questões de interesse no campo da linguagem é como as pessoas aprendem a se comportar de acordo com comandos verbais. O objetivo deste estudo foi investigar se, ao relacionar uma figura arbitrária a uma palavra indicativa de ação conhecida, a figura arbitrária adquiriria a função instrucional que a palavra exerce sobre o comportamento do participante. O experimento foi conduzido com oito crianças com idades entre 3 e 4 anos. O procedimento experimental e o registro de dados foram conduzidos por meio de um microcomputador. O procedimento constou de quatro fases: Na primeira e quarta fase (pré-teste e pós-teste, respectivamente), os participantes passaram por uma avaliação de controle instrucional, para descrição do seguimento de instruções ditadas e instruções representadas pelas figuras arbitrárias e, também, do comportamento imitativo de ações apresentadas por meio de videoteipe. A tarefa dos participantes era executar a ação sugerida pelos filmes, palavras e figuras. Na segunda fase, foi empregado o procedimento de pareamento de acordo com o modelo, par ensinar discriminações condicionais entre ações realizadas por uma pessoa (em filmes) e nomes de ações. Em seguida, pelo mesmo procedimento, os mesmos nomes de ações foram relacionados a figuras abstratas. Na terceira fase, foi aplicado um teste combinado de equivalência de estímulos, no qual foi verificada a emergência de relações não ensinadas entre as ações e as figuras abstratas. Sete das oito crianças formaram as classes previstas. Quanto ao controle “instrucional” pelas figuras, duas das oito crianças apresentaram 100% de respostas consistentes diante das três figuras; três diante de duas das figuras; uma diante de apenas uma das figuras; e duas apresentaram desempenhos incipientes. Os resultados estendem a formação de classes de equivalência com verbos e ações como estímulos e estendem sua generalidade para crianças. Os resultados também sustentam a conclusão de que a formação de classes pode ser necessária, mas não é o suficiente para o controle instrucional e ensejam questões acerca da independência funcional entre operantes (equivalenciar, nomear, ecoar e seguir instruções podem envolver as mesmas palavras, mas são funções comportamentais independentes, cuja inter-dependência depende de certas condições), assim como a da transferência de funções via equivalência de estímulos. Palavras Chaves: controle de estímulos, controle instrucional, equivalência de estímulos, discriminações condicionais, verbos e ações, crianças.