Título: Autora: Renata Yuri Nakachima Orientadora: Profª Drª Deisy das Graças de Souza Resumo: A linguagem, como objeto de estudo da Psicologia, tem sido estudada sob diferentes abordagens teóricas. Uma corrente recente na análise do comportamento tem se preocupado em estudar a linguagem como um fenômeno estreitamente relacionado à formação de classes de equivalência. Umas das questões de interesse nesse campo de investigação é como as pessoas aprendem a se comportar de acordo com comandos verbais e qual o processo envolvido no reconhecimento e nomeação de ações. O objetivo desse estudo foi investigar o processo de nomeação de estímulos e a formação de classes de estímulos envolvendo nomes de ações não convencionais como aspectos básicos envolvidos na ontogênese do controle instrucional. Cinco crianças participaram deste estudo. O procedimento constou de quatro fases: na primeira e na quarta fase (pré e pós-teste, respectivamente), os participantes passaram por um teste do controle instrucional, nomeação, imitação e generalização, em que foram apresentadas pelo computador palavras faladas (indicativas de ações), filmes em que uma pessoa executa diferentes ações (mopar, abojar, voquer, bater palmas e piscar) e figuras abstratas. A tarefa dos participantes era a de executar a ação sugerida pelos filmes, palavras e figuras. Na segunda fase, no computador, por meio do procedimento de pareamento de acordo com o modelo, as crianças foram ensinadas a relacionar os filmes de uma pessoa executando ações aos respectivos nomes das ações. Em seguida, pelo mesmo procedimento, os mesmos nomes de ações foram relacionados a figuras abstratas. Na terceira fase, foi aplicado um teste combinado de equivalência de estímulos, no qual foi verificada a emergência de relações não ensinadas entre os diferentes conjuntos de estímulos. Os resultados mostraram que todos os participantes adquiriram as três discriminações condicionais entre o verbo ditado e a ação não convencional correspondente e entre o verbo ditado e a figura arbitrária atribuída experimentalmente como correspondente. Os testes de formação de classes mostraram que as cinco crianças incluíram, em cada uma das três classes, o verbo ditado, a ação filmada e a figura arbitrária. Os testes de nomeação mostraram que as crianças nomearam mais consistentemente as ações desconhecidas filmadas em videoteipe do que as figuras arbitrárias. Nos testes de generalização, uma das crianças nomeou quatro das seis tentativas, duas nomearam três tentativas e duas nomearam duas tentativas. No teste de seguimento de instrução duas crianças foram capazes de seguir quatro das cinco instruções, outras duas seguiram três instruções e uma das crianças seguiu somente uma instrução. Os resultados permitem concluir que a formação de classes pode facilitar o controle instrucional e a nomeação, mas não garante a ocorrência desses desempenhos, o que é consistente com a noção de independência funcional entre operantes, mesmo quando compartilham as mesmas palavras como um de seus componentes (a classe de estímulos discriminativos ou a classe de respostas). Palavras Chaves: controle de estímulos, controle instrucional, equivalência de estímulos, discriminação condicional, nomeação de ações, crianças.