SAÚDE DO HOMEM SAÚDE DO HOMEM UROLOGIA Quando o assunto é saúde, os homens costumam desconversar e deixar para resolver depois. Convencê-los de que a prevenção é o melhor caminho para viver mais e melhor é um desafio que atravessa gerações. Em contrapartida, nos últimos anos os homens passaram a cuidar mais da aparência e mostraram-se mais preocupados com a vaidade. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em São Paulo mostrou que os motivos que levam os homens a procurarem o especialista são variados. Há casos em que só depois que estiverem apresentando sintomas acentuados de uma doença e sofrerem pressão da mulher é que alguns vão se consultar com um urologista. Em algumas situações, eles precisam ser pressionados pelas mulheres a procurarem um médico e solucionarem o problema. A SBU elaborou um questionário para os médicos associados, o qual revelou que 42% dos pacientes não vão ao urologista por falta de tempo ou por outras dificuldades (como não ter convênio médico ou demora de atendimento no SUS). Já 37% dos pacientes tem medo de ir ao urologista e 21% consideram-se imunes às doenças. Os homens, em geral, não costumam cuidar muito de sua própria saúde, em comparação com as mulheres. Dados do Ministério da Saúde ilustram bem este cenário: 17,5 milhões de mulheres foram ao ginecologista em 2007, e apenas 2,7 milhões de homens consultaram-se com urologistas no mesmo período. As consequências dos descuidos com a saúde em geral e da maior exposição em acidentes de trânsito e de trabalho resultam em sete anos de vida a menos, em média, e maior incidência de doenças do coração, câncer, diabetes e colesterol, entre os homens. É recomendada a visita a um urologista anualmente, a partir dos 45 anos. Se houver, no entanto, casos de câncer de próstata na família, o indicado é a partir dos 40 anos. CALVÍCIE A calvície atinge cerca da metade da população masculina. A perda de cabelos é popularmente associada ao excesso de preocupação e ao estresse. Esse pode ser um dos fatores, porém, já é comprovada que uma das principais causas da calvície é a herança genética. Chamada cientificamente de Alopecia Androgenética, o tipo mais comum de calvície em homens atinge, em média, 50% da população masculina. As perspectivas dos tratamentos atuais contra a calvície são boas, mas não existe milagre. Uma vez calvo em determinada região, não há trataPadrão Considerada dentro da normalidade para o sexo masculino, presente em 80% dos homens adultos. Calvície androgenética de grau médio Atinge cerca de 50% dos homens até 50 anos. Indicação de tratamento clínico. mento que faça o cabelo voltar a crescer no mesmo local. Todo mundo nasce com um número determinado de folículos capilares, de onde saem os fios de cabelo. Na calvície, os fios sofrem um processo de miniaturização e, com o tempo, o bulbo capilar vai se atrofiando. Os tratamentos atuam quando o bulbo ainda não está atrofiado, fazendo com que continue a produzir fios, mesmo que bem finos e menores que o padrão normal. A escolha do tratamento da calvície deve ser feita em conjunto com o médico, pois depende do histórico do paciente, do tipo de calvície, além de outras condições de saúde. Veja abaixo os tipos mais frequentes de calvície masculina: Calvície androgenética severa Atinge 15% dos homens após os 30 anos. Pode ter indicação de transplante cirúrgico. DISFUNÇÃO SEXUAL A disfunção sexual masculina e feminina é mais comum do que se imagina, atingindo cerca de 50% das mulheres e 48% dos homens no Brasil. Mas são os homens que costumam se preocupar mais com isso. O problema pode manifestar-se de várias maneiras: diminuição da libido e alterações de excitação, falta de lubrificação, ejaculação precoce, disfunção erétil. Ainda pode acontecer ausência de orgasmo ou dor antes e depois da relação sexual. Dentre as disfunções sexuais existentes, destacam-se a frigidez e a impotência, essa última atualmente chamada de disfunção erétil. Os fatores que levam a esses problemas são variados e incluem problemas psíquicos (principalmente depressão), doenças orgânicas (como diabetes e hipertensão), além de transtornos funcionais caracterizados pelo abuso de drogas e de álcool, problemas hormonais e efeitos colaterais de medicamentos. Por isso, para fazer o diagnóstico correto e ter melhor resposta ao tratamento, é necessário investigar a origem do problema. Um homem é diagnosticado com disfunção erétil quando apresenta estado de impotência permanente. Um episódio ocasional de falta de ereção não caracteriza o problema. Cerca de 70% das causas de disfunção erétil estão relacionadas a problemas emocionais. A ansiedade é uma das principais causas emocionais que bloqueiam a ereção. O medo de falhar pela segunda vez ou de ejacular depressa e a inibição diante da parceira são fatores que criam ansiedade e contribuem para o bloqueio. As causas das disfunções sexuais masculinas e femininas precisam ser investigadas a fim de obter o diagnóstico correto. Por isso, ao desconfiar do problema, é de extrema importância procurar um médico urologista, no caso dos homens. ATLETAS DE FIM DE SEMANA Não é novidade que a prática regular de exercícios previne doenças e melhora a qualidade de vida. No entanto, isso não se aplica aqueles que jogam futebol de vez em quando ou que praticam alguma atividade física uma vez por mês. É esse o público que merece uma atenção especial, pois nele se encontram as principais vítimas de ataques cardíacos. A World Heart Federation trouxe à tona um problema que vem fazendo vítimas no mundo inteiro a morte súbita por ataque cardíaco nos chamados “atletas de fim de semana”. Geralmente, homens com mais de 40 anos correm o risco de serem acometidos pelos acidentes cardiovasculares. Fonte: www.unimed.coop.br/cartilhadaunimedrs Pessoas com histórico de doenças cardíacas devem ter um cuidado maior ao praticar atividades físicas, principalmente quando não houver uma regularidade. Para aqueles que não dispensam uma “pelada” no fim de semana, os cuidados devem ser reforçados. Deve-se começar com uma avaliação cardiovascular rigorosa antes da prática de exercício físico. O acompanhamento e a orientação de um profissional também são importantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, praticar 150 minutos de atividades físicas, distribuídos durante a semana, pode reduzir em 50% o risco de doenças cardíacas. As doenças cardiovasculares e o derrame cerebral são responsáveis por 17,5 milhões de mortes anualmente em todo o mundo. As duas doenças podem ser controladas se os principais fatores de risco forem eliminados. Entre eles, estão: pressão alta, altos níveis de colesterol e glicose no sangue, tabaco, consumo insuficiente de frutas e verduras, excesso de peso, obesidade e sedentarismo. Segundo a organização não governamental World Heart Federation, sediada em Genebra – Suíça, os pais exercem influência direta nos hábitos vitalícios dos filhos. Por isso, é importante adquirir bons hábitos e estimular as atividades físicas desde a infância.