baixar pdf - simed-pb

Propaganda
O USO E O ABUSO DAS MEDICAÇÕES PARA DISFUNÇÃO ERÉTIL NA ATUALIDADE
Os medicamentos para tratamento dos problemas relacionados à ereção já tem mais de 16 anos no
mercado e são considerados até hoje uma verdadeira revolução na possibilidade de se tratar um
paciente com disfunção erétil; hoje, o urologista é capaz de resolver cerca de 70-80% dos casos da
doença.
Com o grande avanço destas drogas no mercado e a facilidade de acesso às mesmas, surgiram muitos
temores relacionados aos danos à saúde que podem provocar, na sua maioria, infundados. A real
contra-indicação destas drogas é o uso concomitante com medicamentos que possuem nitrato,
podendo ser até potencialmente fatal, mas a maioria dos pacientes hipertensos, diabéticos, pós-infarto,
pós-avc e com arritmias não tem contra-indicação ao uso para tratamento da disfunção erétil, sendo,
sempre, bem acompanhados, pelo urologista e cardiologista.
No entanto, uma discussão importante sobre o tema deve ser levantada: o uso indiscriminado destas
drogas sem indicações médicas, ou seja, apenas “recreacional”, poderá trazer consequências a saúde
física e-ou psíquica dos seus usuários???
Uma ressalva importante nessa discussão é que muito frequentemente o paciente apresenta disfunção
erétil e não assume o diagnóstico pra se mesmo, nem para seu médico, fazendo o uso “recreacional” e
afirma, erroneamente, que é apenas pra da uma “turbinada” na relação. Essa prática de
“automedicação” não é aconselhada, já que o paciente não terá seu problema de saúde investigado, e
portanto, não poderia ser corrigido, evitando danos à saúde.
Vamos enfatizar dois exemplos clássicos:
* O paciente apresenta disfunção erétil em consequência de uma doença sistêmica, como o diabetes
mellitus, que o mesmo desconhece e, ao tomar o medicamento, perde a oportunidade de fazer o
diagnóstico desta doença, podendo levar a danos em outros órgãos, como perda da visão e da função
renal.
* Inúmeros trabalhos científicos demonstram que a disfunção erétil de origem vascular é um fator de
risco para a ocorrência de infarto agudo do miocárdio
e pode preceder o infarto em alguns anos. Pacientes que não procuram atenção médica deixam de ter
este risco avaliado e, com isso, não se pode atuar de forma preventiva adequadamente.
Outra forma de uso recreativo ou automedicação ocorre em pacientes que desejam melhorar a ereção,
que fica prejudicada pela ingestão excessiva de álcool e outras drogas. Essa situação é infelizmente cada
vez mais observadas em jovens, principalmente, em períodos festivos, como carnaval, podendo agregar
mais uma dependência psíquica, além do próprio álcool ou de outras drogas ilícitas. Este grupo deve
receber atenção especial, com apoio psicológico, psiquiátrico e familiar.
A Organização Mundial de Saúde qualifica a saúde sexual como um dos marcadores de qualidade de
vida da população e, neste contexto, o uso racional e sob prescrição e orientação médica das drogas
para tratamento da disfunção erétil são um inegável instrumento de promoção de qualidade de vida
para a população.
Jarques Lúcio
CRM 6161
Urologista
[email protected]
Diretor do SIMED-PB
Download