AGCIP estará na Rio + 20 com Queima do Alho Em parceria com Os Independentes, prato típico do peão de boiadeiro será acompanhado moda de viola, comitivas e fazeres culturais que acompanham essa culinária tradicional A “Queima do Alho”, culinária tradicional do peão de boiadeiro, será apresentada no Galpão da Cidadania durante a Conferência RIO + 20, que acontece de 13 a 22 de junho, no Rio De Janeiro. O objetivo da presença da Queima do Alho no evento é mostrar um pouco da história daqueles que ajudaram a desenvolver a sociedade, economia e a cultura do país. O prato, que remete ao modo de vida do boiadeiro será preparado por comitivas convidadas pela parceria Os Independentes, que promove a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, e a Associação de Gestão Cultural no Interior Paulista “Prof. Gilberto Morgado” - AGCIP. A ‘Queima do Alho’ não diz respeito apenas à comida do peão de boiadeiro e sim todo um ritual que o ser humano pratica para valorizar o gesto de alimentar-se; é o momento em que os peões de boiadeiro interagiam durante as longas e penosas viagens pelos estradões paulistas. Delícia agrega etnias O prato é composto por arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne seca e churrasco de sereno: era a principal refeição dos peões de comitivas, que precisavam de alimentos de fácil conservação, que pudesse provê-los de bastante energia. As origens da forma de cozimento se deram também pela marcha de peões de todo o Brasil para Barretos, que possuía o primeiro frigorífico de escala industrial da América Latina, no início do século passado. A economia moveu esse encontro de boiadeiros de todo o país, criando indumentárias, palavreados, causos e preparo de alimentos – cujas origens remetem ao índio, negro e europeu. No evento, a degustação da Queima do Alho ocorre no período de 13 a 22 de junho; a partir do dia 14 será aberta ao público em geral. Para a apresentação será montado Comitiva tradicional em pausa para Queima do Alho, durante marcha a Barretos; fazeres culturais que nos identificam um cenário que remete à culinária do peão de boiadeiro e às comitivas, com a presença de peões em trajes típicos e de duplas tocando modas de viola. O toque do berrante (antigo instrumento artesanal) também é um elemento essencial no cenário, pois é elemento de comunicação das comitivas, inclusive a chamada para o almoço: a Queima do Alho. Além disso, serão exibidos vídeos sobre a cultura do peão e sua culinária, além de exposições de fotos. A degustação será servida, todos os dias, no período das 12h às 14h. Patrimônio Imaterial Os Independentes, AGCIP e o coordenador da pesquisa culinária, Edemilson do Vale, o “Sete”, buscam o registro da Queima do Alho de Barretos como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, com o intuito de preservar a culinária típica dos peões de boiadeiro. A Queima do Alho tem sido abordada pela AGCIP através da pesquisa “Queima do Alho - Cardápio Cultural de Sabor Imaterial”. O convite para a Rio + 20 foi feito pelo Ministério da Cultura. “Na época dos boiadeiros, inclusive, a postura do homem para com o meio ambiente era de respeito e integração com a natureza. O fim das marchas coincide com a popularização de novas formas de transporte, tão mais rápidas quanto mais poluentes”, comenta Sete.