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Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Autora: Lucilene Pires de Moraes (UNITINS)*
Coautor: Juliano Ciebre dos Santos (FSA)*
Resumo: O presente trabalho apresenta uma pesquisa sobre Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH), características no espaço escolar. Apesar de toda a
polêmica e das incertezas com diagnósticos, tratamentos e vivência social que o revestem, o
TDAH apresenta-se como um diagnóstico privilegiado, que justifica e nomeia os problemas
atuais da escola, tais como o fracasso escolar, os desvios de comportamentos. É um transtorno
que apresenta inúmeras dificuldades, tais como: controle dos impulsos, inibição do
comportamento, organização, planejamento para o futuro e outras. Com a problemática: como
superar os desafios encontrados pelos professores de alunos com Transtorno e Déficit de
Atenção/Hiperatividade nos anos iniciais do ensino fundamental. E com o objetivo maior de
analisar os desafios encontrados pelos professores de alunos com Transtorno e Déficit de
Atenção/Hiperatividade nos anos iniciais do ensino fundamental. Este Artigo consta de
pesquisa na internet ABDA – Associação brasileira de déficit de atenção, sobre
características, causas, consequências, tratamentos processo ensino aprendizagem e em
observação de alunos e questionário com professores. Por esse motivo, essa pesquisa traz
contribuições para o trabalho pedagógico do professor, que por muitas vezes, é desafiador
com relação ao aluno hiperativo, tornando-se difícil. A conclusão propõe a busca da
superação do senso comum sobre esse transtorno e maior disponibilidade dos professores e da
própria escola em busca de novos saberes e fazeres, sendo essa a saída mais viável para a
construção de uma resposta educacional ao TDAH.
Palavras-chave: TDAH; Trabalho Pedagógico; Professor/Aluno.
1. INTRODUÇÃO
A partir dos anos 80, o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade vem
ocupando lugar de destaque na vida dos pais e também de profissionais de saúde mental,
sendo considerado o principal distúrbio psicológico em crianças, porém sem muita
divulgação. Hoje com o crescimento dos grupos de apoio e com uma considerável exposição
na mídia, mais crianças estão sendo diagnosticadas e tratadas corretamente.
*Lucilene Pires de Mores Fujisawa, Licenciada em Pedagogia pela Fundação Universidades do Tocantins
(UNITINS Palmas-TO, 2012), E-mail: [email protected].
*Juliano Ciebre dos Santos, Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André-SP,
2004), Especialista em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias
pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Atualmente docente do
ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim
Aeroporto. Cep.: 78520-000. E-mail: [email protected].
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A presença de uma pessoa com TDAH na família altera consideravelmente a sua estrutura,
sendo a mãe a pessoa mais atingida, uma vez que o pai, geralmente o papel de mantenedor,
faz com que esteja mais ausente e a criança, pela sua pouca idade, vê tudo como muito
natural.
Os momentos de disponibilidade da família para o lazer ou outras reuniões sociais, que
deveriam ser momentos de descontração, tornassem de estresse e desgaste emocional em
função das atitudes incompatíveis do portador com relação a sua idade. Surgindo daí situações
de constrangimentos, principalmente por desconhecer a existência de uma situação especial
ou não saber lidar com as situações. São muito frequentes os casos de conflitos em família,
ocasionados pela presença de um TDAH. Com os estudos que vêm sendo desenvolvidos, os
pais não se sentem culpados e entendem que não causaram o problema em seus filhos devido
a uma criação errada.
Nos últimos anos já é reconhecido que muitas ou a maioria das crianças e adultos com o
TDAH não são do tipo “puro”, ou seja, são portadores de um ou mais distúrbios psicológicos,
como ansiedade, variações de humor, problemas de aprendizado ou abuso de substâncias.
Estudos têm demonstrado que, o TDAH aparece com maior frequência na primeira infância,
em torno dos 3 anos de idade, sendo mais frequente em meninos do que em meninas,
proporção aproximada de 4 para 1. Estudos recentes relatam uma prevalência de 4 a 12% da
população na idade de 6 a 12 anos (POLÔNIO 2009).
Nesse trabalho procura-se, compartilhar do cotidiano dessa criança, principalmente
professores especialistas e familiares, ajudá-la a superar as dificuldades e colocar em prática
um potencial às vezes adormecido
Os professores em sala de aula estão sujeitos as dificuldades que aparecem no seu fazer
pedagógico, considerando isso, surge à necessidade de tratar de uma dificuldade em especial,
o Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. O TDAH está cada vez mais
presente no dia a dia do professor, pois o que antes era considerado teimosia, inquietude ou
“arte” por parte das crianças, agora é conhecido como um transtorno no comportamento e,
muitas vezes, no desenvolvimento de várias crianças. Esse e por outros motivos que o
interessa pesquisar sobre o assunto, uma vez que, muito professore o desconhecem.
As crianças com TDAH, em geral são inquietas, acarretando na maioria das vezes, a agitação
da turma e, visivelmente a dificuldade e falta de conhecimento do professor em trabalhar com
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a situação. Esse comportamento do estudante atrapalha o fazer pedagógico e metodológico do
professor com a turma.
Como superar os desafios encontrados pelos professores de alunos com Transtorno e Déficit
de Atenção/Hiperatividade nos anos iniciais do ensino fundamental.
A partir da problemática apresentada procuramos: Identificar os desafios encontrados pelos
professores de alunos com TDAH nos primeiros anos do ensino fundamental; Perceber como
superar os desafios encontrados; Conhecer o que o professores sabem sobre o assunto;
Analisar as situações mais difíceis vivenciadas pelo professores de alunos com TDAH;
Relatar as metodologias diferenciadas utilizadas pelos professores dos alunos com o
transtorno; Colaborar com o trabalho pedagógico do professor, apontando novas
metodologias a serem efetuadas com alunos hiperativos.
Muitos professores não estão preparados para isso, mesmo porque em classes regulares,
número de alunos é muito grande, o que impede que realizem as observações intervenções
necessárias.
Uma das grandes discussões acerca desse tema é a metodologia utilizada pelo professor em
suas aulas, visto que precisa basicamente prender a atenção do aluno hiperativo, na tentativa
de que ele, pelo menos, conclua a atividade proposta.
Sendo esta não uma sala rigidamente tradicional nem uma sala toda colorida, pois distrai
ainda mais a atenção é difícil encontrar uma escola e um ambiente ideal para a criança
desatenta ou hiperativa. Para criar um bom ambiente para alunos com TDAH, é necessário
criar o meio-termo. Procurar arrumar a sala de aula de uma maneira dinâmica, com bom
acesso e boa visibilidade e evitar que as carteiras estejam dispostas sempre em fileiras, é
algumas situações que precisam ser adequadas em turmas com alunos hiperativos.
Independentemente do número de alunos, do conteúdo a ser trabalhado ou o pouco tempo de
aula, a metodologia utilizada precisa ser flexível inadequada às diferentes necessidades e
realidades. O planejamento antecipado das atividades que serão propostas é muito importante
para o bom funcionamento da aula.
2. DESENVOLVIMENTO
No contexto da sala de aula, a presença de um aluno com TDAH é freqüentemente
acompanhada de perturbação e desconforto, podendo levar o professor a adotar atitudes
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autoritárias e punitivas que tendem a tornar o trabalho pedagógico desagradável e penoso.
Sam Goldstein e Goldstein (1994) relatam que, na idade escolar, crianças com TDAH
apresentam baixo rendimento acadêmico, dificuldades emocionais e de relacionamento social.
Os sintomas do TDAH tornam as crianças mais vulneráveis ao fracasso nas duas áreas mais
importantes para um bom desenvolvimento na escola e no relacionamento com os colegas.
Bromberg (2002) relata que, ao tomar conhecimento das dificuldades que ocorrem numa
família com membros portadores de TDAH, é provável que os professores comecem a
entender a atitude dos pais, da mesma forma que os pais podem se sensibilizar com a situação
dos professores se souber das reais dificuldades que seus filhos encontram na escola. O
objetivo da situação do outro é fazer com que ambos, pais e professores, compreendam que
devem ser parceiros neste trabalho. Não se deve culpar o comportamento do aluno, pois o
objetivo de todos é garantir um futuro de qualidade para essas crianças e jovens e manter um
bom relacionamento entre a família e a escola.
O sucesso do aluno na escola depende da capacidade de se concentrar durante longos períodos
de tempo, permanecer quieto num mesmo lugar, fazer lições escritas. É importante que pais e
professores entendam o sistema educacional e os motivos que levam esse aluno a não
corresponder ao que se espera dele. A escola tem como finalidade educar e preparar a criança
com suas particularidades a desenvolver seu potencial singular e único para, assim, sentir-se
importantes, capaz e útil no meio social.
Bromberg (2002) enfatiza que, na hora de escolher uma escola para crianças com TDAH, é
necessário que esta forneça a mesma importância dos valores familiares e que esteja
preparada para recebê-la. De acordo com Bromberg (2002, p. 13), em seu artigo para o Jornal
Paranaense de Pediatria,
A comunicação frequente entre escola e família é um fator importante a garantir, para que
tanto professores como pais possam trocar experiências relevantes para as horas difíceis. O
confiar no outro realmente estabelece uma parceria e é importante ter o conhecimento de
como a criança ou o adolescente se comporta no outro ambiente. Nesse sentido, é muito útil
um instrumento de comunicação escrita que seja utilizado diariamente. É preciso cuidar, no
entanto, para que tal instrumento seja usado com bom senso, no sentido da cooperação, não da
cobrança e da rivalidade.
Os professores são aqueles que percebem quando um aluno apresenta problemas de atenção,
aprendizagem, comportamento ou emocionais/afetivos e sociais. A primeira atitude a ser
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tomada na tentativa de solucionar os problemas é verificar o que realmente está acontecendo.
Essa primeira avaliação deve ser feita por um grupo da escola, levando em consideração o
comportamento do aluno em várias atividades e situações. Depois, em encontro com os pais, a
escola transmite suas preocupações e mostra as opções para um diagnóstico correto, que vai
pedir uma avaliação de profissionais de outras áreas (Saúde, Psicologia). Uma vez
determinado o problema, volta-se ao trabalho multidisciplinar – pais, professores e terapeutas
fazem um planejamento quanto às estratégias e intervenções a serem implementadas
(modificação do ambiente, adaptação do currículo, flexibilidade na realização e apresentação
de tarefas, adequação do tempo de atividade, administração e acompanhamento de
medicação) (BROMBERG, 2002).
Bromberg (2002) descreve que vários são os fatores que afetam positivamente o desempenho
de um aluno com TDAH, a estruturação, na sala de aula e durante o tempo de estudo em casa.
Uma classe estruturada não significa um ambiente rígido, tradicional, ao contrário, pode ser
criativa, colorida, ativa e estimulante.
A estrutura se estabelece pela comunicação clara e precisa, regram bem definidas,
expectativas bem explicadas, recompensas e consequências coerentes e um acompanhamento
constante. A rotina de atividades deve ser programada (com períodos de descanso definidos) e
os alunos devem ser supervisionados e ajudados na organização do lugar de trabalho, do
material, das escolhas e do tempo.
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelo aluno com TDAH e sua família é a realização
do dever de casa. Ao passar uma lição de casa, professores devem lembrar-se do tempo que
um estudante com TDAH leva para fazer essa lição, três a quatro vezes mais do que seus
colegas. Ter sempre presente que a lição de casa tem o objetivo de revisar e praticar o que foi
aprendido em sala de aula, o pai não deve fazer o papel de professores, o dever de casa não
deve ser um castigo ou consequência de mau comportamento na escola.
Em casa, é necessário estabelecer uma rotina bem definida proporcionar local adequado para
o estudo e auxiliar na organização do trabalho, pois a desorganização e a falta de consciência
do tempo são características típicas do TDAH (BROMBERG, 2002).
Professores de crianças com TDAH sentem tanta frustração quanto seus pais e até mesmo
quanto os próprios alunos; isso leva a uma questão de ajuste de todos. É necessário persistir
em um trabalho conjunto para que algum resultado positivo apareça. Essa é a maneira mais
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Segura de garantir a possibilidade da criança desenvolver seu potencial e caminhar pela vida
de maneira adequada e gratificante.
Escolher a escola e o método de ensino mais adequados para o aluno, especialmente o aluno
com TDAH. O sucesso escolar de portadores de TDAH exige uma combinação de
intervenções terapêuticas, cognitivas e de acompanhamento (BROMBERG, 2002).
Segundo Bromberg (2002), alunos com TDAH precisam aprender a lidar com regras e limites,
dentro de uma estrutura escolar organizada. Cada vez mais, o desenvolvimento do aluno na
escola depende da sua capacidade de se concentrar durante longos períodos, permanecer
quieto no mesmo lugar, fazer lições escritas. A escola/professor deve manter contato
constante com os pais da criança, não somente para apresentar problemas, mas também
ressaltar o lado positivo da criança. Dialogar constantemente com a criança, buscando a sua
necessidade, para melhor interação de aprendizagem, pois são intuitivas e podem dar dicas
úteis.
Sam Goldstein e Goldstein (1994) explicam que o professor deve orientar o aluno
previamente sobre o que é esperado dele em termos de comportamento Entender as
necessidades e as dificuldades temperamentais e educacionais da criança como, por exemplo:
lembrar constantemente de suas atividades, de repetições, de diretrizes, de limites e de
organização. Na aprendizagem, do tempo de execução de tarefas, dos prazos preestabelecidos,
de rever o currículo e a didática.
Geralmente, necessita ser flexível com a criança com TDAH para lançar mão de uma série de
recursos e estratégias de ensino até descobrir o estilo de aprendizagem da criança, realizando
alterações até a criança conseguir se ajustar no processo educacional. Passar sempre o
conteúdo aos poucos, monitorando passo a passo a criança, estabelecer uma rotina escolar
previsível (horário para as de Matemática, Arte, da ginástica, hora do lanche), verificando se
houve aprendizado a cada etapa.
Apresentar tarefas em pequena quantidade para não assustar e desanimar a criança, pois uma
grande quantidade de tarefas faz com que o aluno sinta que não conseguirá dar conta de
terminá-las e, com isso, ele desiste, antes mesmo de começá-las.
Dando-se, constantemente, retorno imediato, ajuda-se o aluno a ter uma noção de
como está se saindo e desenvolver a auto-observação. Deve-se informá-lo de modo
positivo e construtivo. Incentivar e recompensar todo o bom comportamento e o
desempenho de suas atividades por meio de elogios, encorajamento, para se sentir
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“enturmado” e motivado. Desenvolver alternativas, fornecendo dicas de como a
criança pode lidar com as suas dificuldades: por exemplo, ensiná-la a fazer resumos,
usar rimas, códigos para facilitar a memorização de conteúdos (BROMBERG,
2002).
Devem-se usar recursos especiais como gravadores, retroprojetor, slides, pois estes recursos
ajudam na manutenção da atenção e, consequentemente, no processo de aprendizagem. Essa
criança aprende melhor visualmente, dessa maneira ela pode pôr as ideias no lugar e se
estruturar. Alternar atividades de alto e baixo interesse durante a aula, alternando-se as
atividades mais interessantes com tarefas menos brilhantes (BROMBERG, 2002).
De acordo com Benczik (2002), deve-se manter a sala de aula organizada e bem estruturada,
reduzir estímulos que possam distrair o aluno, para se organizar internamente e, dessa forma,
corresponder melhor no processo de aprendizagem.
Aproximar o aluno do professor (colocando-o sentado próximo a sua mesa) e de alunos com
bom comportamento, para que ele adquira bons modelos. É preciso enfatizar o aspecto
emocional do aprendizado. Lidar com as emoções e descobrir o prazer na sala de aula e no
processo de aprendizagem são itens necessários para se ter um bom desempenho escolar.
Estar atento no talento da criança, na criatividade, na alegria, na espontaneidade e no bom
humor que ela manifesta. Preparar o aluno para qualquer mudança que quebre a rotina escolar
(excursões, provas, festas,). Alterações sem aviso prévio são muito difíceis para essa criança,
pois perdem a noção das coisas.
Deve ter-se um cuidado especial para avisá-la e prepará-la com a maior antecedência possível
sobre as mudanças. Avisar o que vai acontecer e repetir os avisos à medida que à hora for se
aproximando (BENCZIK,2002). Fornece instruções diretas, orientações curtas e claras, para
que a criança possa compreender e corresponder, simplificando as instruções as opções, as
programações, dando-lhe o máximo de atenção, olhando diretamente nos olhos dela para
“trazê-la de volta”; isto ajuda a tirá-la de seu devaneio e dar-lhe liberdade para fazer perguntas
ou apenas dar-lhe segurança silenciosamente e, quando necessário, auxiliá-la diante de suas
dificuldades (BENCZIK, 2002, p. 87-90).
Escola e professores que enfrentam esse desafio de lidarem com crianças com TDAH
precisam se adaptar às suas peculiaridades, modificando a estrutura da sala de aula e de suas
lições de modo que o ambiente possa ficar mais tranquilo. O professor precisa, acima de tudo,
perceber que ele tem em mãos uma criança muito especial. É muito possível que esse aluno
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com TDAH seja criativo, inteligente, multitalentoso e que deseje muito agradar aos adultos
que o rodeiam. Ele está habituado ao fracasso escolar e a ser mal compreendido pelos outros.
O que realmente ele precisa é de compreensão, aceitação e amor. Se for encorajada e receber
oportunidade, essa criança terá um grande potencial para o sucesso escolar e social.
(BENCZIK, 2002).
Benczik (2002) explica que um dos pontos mais marcantes que a criança com TDAH
apresenta em sala de aula é a falha no funcionamento produtivo das tarefas, ou seja, a criança
quase nunca consegue terminar as tarefas escritas. E isso não tem nada a ver com a
inteligência da criança. O comentário mais frequente dos professores é de que percebem que a
criança é esperta e inteligente, mas ela não consegue render de acordo com a sua real
capacidade.
Para Benczik (2002), à medida que a escola vai se familiarizando com sua realidade e a do
aluno que a frequenta, respeitando as particularidades e necessidades, terá maior possibilidade
de projetar o futuro cidadão na construção do seu meio social, gerando oportunidades a cada
indivíduo singular e único, uma forma de assegurar um convívio social próspero, garantindo a
cidadania a todos
A associação Americana de Psiquiatria define o Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), como um distúrbio neurofisiológico, com sinais de falta de atenção e
impulsividade não adequadas ao nível de desenvolvimento, prejudiciais a aprendizagem em
crianças na idade escolar (POLÔNIO 2009).
A falta de atenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais. As
crianças com TDAH, frequentemente apresentam dificuldades em manter a atenção em
tarefas ou atividades lúdicas. Ela não consegue manter a atenção em uma só tarefa,
especialmente quando ela acha a atividade chata. Também tem dificuldades para atender às
solicitações ou instruções e não conseguem complementar o trabalho escolar, tarefas
domésticas ou outras atividades. Elas são injustamente acusadas de mal criadas, quando na
verdade elas possuem um transtorno que simplesmente as faz agir de maneira impulsiva,
desatentas e excessivamente agitadas (LIMA, 2011).
A impulsividade consiste em agir sem pensar, fazer o que venha à cabeça sem se preocupar
com as consequências. Os atos impulsivos podem variar das situações mais elementares às
situações altamente perigosas, sem controle de suas ações, logo TDAH pode ser considerado
como um déficit na capacidade da pessoa de se auto regular ou de se auto controlar.
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Phelan (2005 p.15) relata que os principais sintomas do TDAH são classificados em três
grupos: Desatenção, Hiperatividade e Impulsividade:
Desatenção:
A. Não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por descuido;
B. Tem dificuldade em manter a atenção no trabalho ou no lazer;
C. Não ouve quando abordado diretamente;
D. Não consegue terminar as tarefas escolares, os afazeres domésticos ou os deveres do
trabalho
E. Tem dificuldade em organizar atividades;
F. Evita tarefas que exijam um esforço mental prolongado;
G. Perde coisas;
H. Distrai-se facilmente;
I. É esquecido.
Hiperatividade:
A. Tamborila com os dedos ou se contorce na cadeira;
B. Sai do lugar quando se espera que permaneça sentado;
C. Corre de um lado para o outro ou escala coisas em situações em que tais atividades são
inadequadas;
D. Tem dificuldade de brincar em silêncio;
E. Age como se fosse “movido a pilha”;
F G. Responde antes que a pergunta seja completada;
H.. Fala em excesso; Impulsividade
Tem dificuldade de esperar sua vez;
I. Interrompe os outros ou se intromete.
Ainda segundo Phelan (2005), com base nos grupos apresentados acima temos:
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• Tipo combinado, se o portador se encaixa em 6 ou mais itens de ambos os grupos.
• Tipo predominantemente desatento, se o portador se encaixa em 9 itens da desatenção, mas
não se encaixa em 6 dos 9 itens da hiperatividade e impulsividade.
• Tipo predominantemente hiperativo impulsivo, para muitos especialistas, é o mesmo do tipo
combinado.
O TDAH pode se manifestar em grau leve ou grave. Nem todas as pessoas mostram todos os
sintomas, nem todas as pessoas apresentam os sintomas com o mesmo nível de gravidade
Atualmente mais professores em salas de aulas, estão sendo treinado para entender e melhor
administrar os problemas em sala de aula.
Mattos (2011) relata que: entre os problemas mais comuns estão depressão e a ansiedade.
Crianças deprimidas tendem a ficar irritadas com queda no rendimento escolar, podendo ficar
apáticas em alguns casos. Sintomas físicos como dor de cabeça e de barriga, podem acontecer
principalmente antes das provas escolares
O TDAH vem sendo considerado pelos educadores como um fator preocupante,
principalmente na fase escolar. Num período onde a criança inicia seu contato com a leitura e
escrita, é necessário que mantenha sua atenção e concentração sustentada, a fim de que os
objetivos pedagógicos propostos possam ser alcançados. Na idade escolar, crianças com
TDAH apresentam maior probabilidade de repetência, evasão, baixo rendimento acadêmico e
dificuldade emocionais e de relacionamento social, e pessoas que apresentam sintomas de
TDHA na infância têm uma maior probabilidade de desenvolver problemas relacionados com
comportamento
Crianças com TDAH possuem um nível de alerta diminuído e, portanto, necessitam de mais
estímulo para manter seu cérebro funcionando em níveis normais quando comparadas a outras
crianças não portadoras de TDAH, o que mostra que elas são menos sensíveis a reforços, pois
estão a todo o momento à procura de novos estímulos. Não existe uma única forma de TDAH
e, com o tempo, pode sofrer alterações imprevisíveis. Afeta à criança na escola, em casa e na
comunidade em geral, muitas vezes, prejudicando seu relacionamento com professores,
colegas e familiares. (BARKLEY, 2002).
3. CONSIDRAÇÕES FINAIS
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A partir das informações obtidas por meio deste trabalho conclui-se que: O TDAH se
dificuldade em tomar iniciativas, planejar, monitorar o tempo, manter-se motivado, concluir
tarefas e auto controlar-se. Os estudos sobre o TDAH só vêm sendo divulgados com mais
empenho nos últimos 30 anos.
A prevalência da síndrome em crianças é muito grande, atingindo mais os portadores do sexo
masculino do que o feminino. Sendo o TDAH a principal causa de procura de atendimento,
em ambulatório pediátrico de saúde mental. Basicamente pode ocorrer de três formas
diferentes: predominantemente desatento predominantemente hiperativo / impulsivo e o tipo
combinado que é o mais frequente.
Portadores do TDAH na infância podem continuar apresentando o transtorno na adolescência
e na idade adulta. O sono pode ser prejudicado, em função da presença da síndrome.
Não há um marcador biológico para o problema, o diagnóstico é feito por meio de entrevistas
com pais, familiares e professores. A genética pode ter influência na ocorrência deste
transtorno.
Devido ainda ser controversa a questão alimentar e o portador de TDAH, não se justifica uma
restrição radical. Porém a atenção dos pais e familiares não deve ser descartada. São muito
frequentes os casos de conflitos em família, ocasionados pela presença de um portador de
TDAH.
REFERENCIAS
________. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: atualização diagnóstica e
terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
BARKLEY, R. A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH – Guia
Completo para pais e professores e profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BROMBERG, M. C. Aspectos Relevantes do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade. Jornal Paranaense de Pediatria, v. 3, n. 1, Curitiba, Paraná. 2002.
GOLDSTEIN, S. E; GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de
Atenção da Criança. Trad. Maria Celeste Marcondes. Campinas, SP: Editora Papyrus, 1994.
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LIMA, F. A. A., Transtorno do Déficit de atenção e Hiperatividade, entendo melhor a
criança com TDAH no contexto da escola pública. 2011.
MATTOS, P., No mundo da lua - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. 10 ed. São Paulo – ABDA, 2011.
PHELAN, T. W., TDA/TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. 1 ed. São Paulo - M. Books do Brasil Ltda., 2005.
POLÔNIO, M. L., Aditivos Alimentares e Saúde Infantil, In: ACCIOLY, E., SAUNDERS, C.,
LACERDA, E. M. A., Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2 ed. - Rio de Janeiro: Cultura
Médica: Guanabara Koogan, 2009.
SANTOS, Juliano Ciebre dos. Diretrizes para Elaboração de Artigos Científicos. Guarantã
do Norte-MT. FCSGN, 2013.
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