Convergência das Séries de Fourier Elton Gastardelli Kleis 6 de outubro de 2010 1 1 Palavras-Chave Séries de Fourier, convergência de séries e convergência 2 Resumo O objetivo do presente artigo é estudar a convergência das séries de Fourier de uma função f. Para isso condições adicionais na f serão necessárias. Há também vários tipos de convergência que serão vistos: convergência pontual, convergência uniforme e convergência em média. 3 Introdução No estudo das séries trigonométricas, é possível facilmente conseguir resul- tados sucientes para tirarmos conclusões sobre a convergência das mesmas. Contudo nada podemos concluir sobre a convergência da série de Fourier de uma função, apenas conhecendo essa função. Neste artigo ilustraremos algumas condições sucientes que nos permitem avaliar sobre a convergência da série de Fourier de uma função. 4 4.1 Desenvolvimento Convergência em Média Em um espaço de funções com produto interno expresso por uma integral a armação segundo o qual, Z b lim k fr − f k= lim ( k→∞ k→∞ a [fk (x) − f (x)]1/2 = 0 não é o mesmo que dizer que a sequência todos pontos de [a, b] fR converge para função f em (convergência pontual). Em análise matemática essa convergência via produto interno é conhecida como convergência em média. Ela recebe este nome para enfatizar que ela é calculada por integração, que em certo sentido é um processo de média generalizada. 2 Denição 1 Diz-se que uma série innita bk de vetores de um espaço k=1 u euclidiano converge para o vetor ub ⇐⇒ a sequência associada das somas parciais converge para ub P∞ no sentido que: bk − u b k= 0 lim k u k→∞ Se este é o caso, escrevemos: b= u ∞ X bk u k=1 E dizemos que b u foi desenvolvido em série innita. Mais detalhadamente, Existe um inteiro k P∞ bk para k=1 u b ⇐⇒ u para cada número real > 0. tal que: k ∞ X bk − u b k< u k=1 N > K . O real pode ser entendido como o erro. Na verdade, b b b. É sabido que todo espaço u − u k é a distância da soma do vetor u k=1 k b1 , u b2 , u b3 , . . . e que euclidiano de dimensão nita tem uma base ortonormal u Toda vez que k P∞ todo vetor deste espaço pode ser escrito de modo único sobre a forma: b = (u bu b 1 )u b 1 + . . . + (u bu b n )u bn + . . . u Ou b= u ∞ X bk )u bk (uu k=1 Entretanto sem informações mais detalhadas, não existe nenhuma garantia que esta série convirja para b. u Os produtos internos b) (uu de coordenadas ou coecientes de Fourier (generalizados) de base (ou conjunto ortogonal) b1 , u b2 , u b3 , . . .. u b∼ u ∞ X se denominam u em relação a É comum escrever bk )u bk (uu k=1 Onde o símbolo para b. u ∼ é para ressaltar que a série em questão pode não convergir Caso convirja justica-se usar o símbolo de igualdade. 3 Teorema 2 Seja para ub, isto é, qualquer série innita que converge em média P∞ bk k=1 ak u b= u ∞ X bk ak u k=1 então, ak = uubk para cada inteiro k. É evidente que se a série converge em média para b− lim k u N →∞ N X Sn bk k= 0 ak u {z Sn } cp[a, b] deve-se An sen(N x) e Bn cos(N x) é a soma parcial. Se o espaço euclidiano em tela for b como f (x) e ak como An e Bn . Sendo u (a = −π, b = π)(se f periódica de período 2π ). entender 4.2 vale escrever: k=1 | Onde b u Desigualdade de Bessel e Igualdade de Parseval Teorema 3 Seja b 1, u b2 , u b3 , . . . um conjunto ortonormal de vetores de um h espaço euclidiano de dimensão innita, e seja ub um vetor desse espaço. Então: ∞ X bk )2 ≤k u b k2 (uu k=1 Essa expressão é chamada de desigualdade de Bessel. Além disso, b u b1 , u b2 , u b3 , . . . é uma base do espaço em questão ⇐⇒ u k2 , que é a igualdade de Parseval. P∞ bu bk )2 k=1 (u No caso das séries de Fourier, a igualdade de Parseval é dada por: k f k2 = 1 π Z π f (x)2 dx = −π ∞ a0 X + (a2k + b2k ) 2 k=1 Teorema 4 Seja f uma função continuamente diferenciável por partes em cp[−π, π] (f tem uma derivada primeira continua por partes em [−π, π]). Então, o desenvolvimento em série de Fourier de f converge pontualmente + − (x0 ) em [−π, π] e tem o valor f (x0 )+f em cada ponto x0 do interior do inter2 + − f (−π0 )+f (π0 ) valo, e em ±π . 2 4 ≤k Note que ao escrevermos a série de Fourier de bk sen(kx)) f como f (x) = ao P∞ 2 + k=1 (ak cos(kx)+ signica que a série em questão converge em média para lim k f − N →∞ ∞ X f. (Ak cos(kx) + Bk sen(kx)) k= 0 k=0 Ou seja, f (x) = ∞ X f (x) f · cos(kx) · cos(kx) f · sen(kx) · sen(kx) + ( + ) 2 kxk k cos(kx) k2 k sen(kx) k2 k=1 Ressaltamos que convergência em média não signica que a série converge pontualmente no sentido que, [−π, π]. f (x0 ) = a0 P∞ 2 + k=1 (ak cos(kx)+bk sen(kx))∀x0 ∈ Contudo, o teorema apresentado explicita sobre que condições a con- vergência pontual ocorre, ou seja, o desenvolvimento em séries de Fourier de uma função f ∈ cp[−π, π], continuamente diferenciável por partes, converge. f (xo ) quando x0 é um ponto de continuidade de f , ou seja, De fato, para converge na reta inteira. Teorema 5 Seja f uma função contínua em (−∞, ∞), com período 2π e considere f tenha derivada primeira, contínua por partes. Então a série de Fourier de f converge uniformemente para f em todo invervalo fechado de x. Se 2π . f f converge x que não contenha ponto de descontinuidade Então a série de Fourier de quer intervalo fechado do eixo de (−∞, ∞) com período uniformemente para f em qual- for continuamente diferenciável por partes em f. 4.3 Convergência Uniforme Teorema de Weterstrass 1 Se P k=1 Mk é uma série convergente de números reais positivos e se ∞ f (x) é uma série de funções tais que | fk (x) |≤ k k=1 Mk ∀k e x no intervalo a ≤ x ≤ b. P∞ P∞ | fk (x) | converge, diz-se que a série converge absolutamente. fk (x) converge uniformemente para a função f (x) no intervalo a ≤ x ≤ b, se qualquer que seja > 0 exista um inteiro positivo α dependendo de , mas não de x tal que | fk (x) − f (x) |< quando k ≥ α e x está no intervalo dado. Note que se fk (x) for a sequência das somas parciais Sk (x) a série corresponObs1 : Se k=1 Obs2 : Diz-se que uma sequência dente converge uniformemente. | Sk (x) − f (x) |< quando k ≥ α ⇒ limk→∞ | fk (x) − f (x) |= 0, ∀x. 5 k→∞ P∞ bk (x) coincide k=0 u ∞ (x) = limk→∞ S(x) = [a, b]. A convergência uniforme é global. Quando P Obs: A sequência Sk (x) exatamente com é constituída a partir da sequência f (x)∀x ∈ bk (x) u para o caso da série de Fourier. Sk (x) = P∞ N =0 (Ak cos(kx) + Bk sen(kx)) Ou seja, S0 (x) = A0 S1 (x) = A0 + A1 cos(x) + B1 sen(x) . . . Sk (x) = A0 + A1 cos(x) + B1 sen(x) + . . . + Ak cos(kx) + Bk sen(kx) S∞ (x) = P∞ N =0 (Ak cos(kx) + Bk sen(kx)) + f (x) 6 (Série de Fourier) 5 Conclusão A partir do que foi exposto acima podemos concluir que as séries de Fourier podem ser testadas em um vasto conjunto de condições. Esses resultados são muito cômodos, visto que poupam-nos do trabalho de determinar séries de Fourier divergentes. 6 Agradecimentos Agradeço ao professor Altair pelo seu empenho no curso de métodos matemáticos I o qual temos o imenso prazer de participar. Não somente pelo vasto conhecimento matemático, mas também pelo seu exemplo de vida junto a sociedade em diversos programas sociais àqueles que mais necessitam. Pedimos a Deus que abençoe abundantemente os seus projetos que podem ser considerados um bem para toda sociedade. Referências [1] Séries duplas de Fourier - Altair S. de Assis; [2] Análise de Fourier e equações diferencias parciais - Djairo Guedes de Figueiredo; [3] Análise de Fourier - Murray R. Spiegel - Coleção Schaum; [4] Séries de Fourier (2 a Parte) - João Carlos Martins Vieira; 7