Universidade Federal Fluminense GMA Métodos matemáticos 1 Professor: Altair “Convergência e série dupla de fourier” Alunos: Leonardo Chaves da Costa Rafael Dias Barreto Rafael Sanches Rangel Henrique Pereira Góes Leonardo Nunes Vertulli 14/10/2010 Niterói – RJ 2010 Série Dupla de Fourier Diz-se que uma função é contínua por partes num retângulo R do plano se: i. f é contínua no interior e no bordo de R, com a possível excessão de um número finito de pontos, ou ao longo de um número finito de arcos difirenciáveis simples, ou em ambos. ii. quando (xₒ, yₒ) é um ponto de descontinuidade de f e (x, y) Existe tende a (xₒ,yₒ) pelo interior de qualquer uma das regiões em que R é dividida pelos arcos de descontinuidade . . = Extensão: . Teorema: Sejam e {gj(y)} bases ortogonais dos espaços euclidianos CP[a,b] e CP[c,d], respectivamente. Então, {fi(x,y) gj(x,y)}, i=1,2,... j=1,2,... é uma base de CP(R), onde R é o retangulo , Série Dupla de Fourier Abaixo: 1) Base para CP[-π,π], 2) Base para CP[-π,π], Assim: 3) Base para CP[-π,π] 3.1) Cálculo dos coeficientes de fourier: Assim, Onde, ‖cos (ix).cos (jy)‖² = Ex.: F(x,y) = xy De um modo mais geral, o conjunto de funçõe é uma base do espaço euclidiano das funções contínuas por partes np retângulo Teorema: Seja R o retângulo , contínua em R, e que , e suponhamos que F seja existam e sejam limitados em R. Então, a série dupla de Fourier de F converge pontualmente para F em R. Convergência das Séries de Fourier I – CONVERGÊNCIA EM MÉDIA: Em um espaço de funções com produto interno expresso por uma integral, a afirmação segundo a qual b 1/2 lim f k f lim f k x f x 0 k k a Não é o mesmo que dizer que a seqüência f k converge para função f em todo ponto de a, b (convergência pontual). Em análise matemática essa convergência via produto interno é conhecida como convergência em média, para enfatizar que ela é calculada por integração, que em certo sentido é um processo de média generalizado. Ex: A seqüência de funções x, x , x ,... 2 3 converge em média para zero em e 1,1 (espaço das funções contínuas no intervalo fechado 1,1 ). De fato, 1/2 1 2k lim x 0 lim x dx k k 1 1/2 2 lim 0 k 2k 1 2 3 Entretanto, x, x , x ,... não converge para zero em cada ponto. k O exemplo dado mostra que a convergência em média é diferente da pontual. DEFINIÇÃO: Diz-se que uma séries infinita û k 1 k de vetores de um espaço euclidiano converge para o vetor û a seqüência associada das somas parciais converge para û no sentido que lim û k û 0 . k Se este é o caso, escrevemos: û ûk k 1 E dizemos que û foi desenvolvida em série infinita. Mais detalhadamente, û k 1 k converge para û para cada número real 0 existe um inteiro K tal que N û k k 1 û Toda vez que N K . O real pode ser entendido como o “erro”. Na verdade N û k 1 k û é a “distância” da soma ao vetor û. É sabido que todo espaço euclidiano de dimensão finita tem uma base ortonormal û1 , û2 , û3 ,..., ûn e que todo vetor deste espaço pode ser escrito de modo único sob a forma: û û.û1 û1 ... û.ûN ûN É possível generalizar este resultado para espaços euclidianos de dimensão infinita. Assim: û û.û1 û1 ... û.ûN ûN ... Ou û û.ûk ûk k 1 Entretanto sem informações mais detalhadas não existe, evidentemente nenhuma garantia que esta série convirga para û. É claro que se converge (e isto ocorre em inúmeras situações), justifica-se ecrever û û.ûk ûk , e dizemos que a série k 1 comverge em média para û. Os produtos internos û.ûk se denominam de coordenadas ou coeficientes de Fourier (generalizados) de û em relação a base (ou conjunto ortonormal) û1 , û2 , û3 ,... . É comum escrever: û ~ û.ûk ûk , k 1 Onde o símbolo ~ é para ressaltar que a série em questão pode não convergir para û. Caso convirga justifica-se usar o símbolo de igualdade. TEOREMA: Seja a û k 1 qualquer série infinita que converge em média para û, k k isto é, û ak ûk . Então, ak û.ûk para cada inteiro k. k 1 É claro que se a série converge em média para û vale escrever: N lim û ak ûk 0 N k 1 Se o espaço euclidiano em tela for cp a, b deve-se entender û como f x , ak com a , b AN e BN e ûk como sin( Nx) e cos( Nx) (se f periódica de período 2 ). DESIGUALDADE DE BESSEL: IGUALDADES DE PARSEVAL TEOREMA: Seja û1 , û2 , û3 ,... um conjunto ortonormal de vetores de um espaço euclidiano de dimensão infinita, e seja û um vetor arbitrário deste espaço, então: û.û k k 1 2 û 2 Esta expressão é chamada de desigualdade de Bessel. Além disso, û1 , û2 , û3 ,... é um base do espaço em questão û.û k 1 k 2 û 2 , que é a igualdade de Parseval. No caso das séries de Fourier a igualdade de Parseval é dada por 2 a 1 2 f f x dx 0 ak 2 bk 2 2 k 1 (Demonstração em III) TEOREMA: Seja f uma função continuamente diferenciável por partes em cp[pi,pi] (f tem uma derivada primeira contínua por partes em [-π,π]). Então, o desenvolvimento em série de Fourier de f converge pontualmente em [-π,π] e tem o valor π. Note f(x)= + média para f. que em cada ponto do interior do intervalo, e ao escrevermos a série de Fourier de f em +como significa que a série em questão converge em →0 ou seja, f(x)= + (média) Ressaltamos que a convergência em média não significa que a série converge pontualmente no sentido que: F( + para todo em [- ,π]. Contudo, o teorema apresentado explicita sob que condição a convergência pontual ocorre, ou seja, o desenvolvimento em série de Fourier de uma função fєCP[π,π], continuamente diferenciável por partes converge, de fato para f( ) quando é um ponto de continuidade de f, ou seja, converge na reta inteira. TEOREMA: Seja f uma função contínua em (- , ), com período 2π, e considere que f tenha derivada primeira contínua por partes. Então, a série de Fourier de f converge uniforme e absolutamente para f em todo intervalo fechado de x. Se f for continuamente diferenciável por partes em (- , ) com período 2π. Então, a série de Fourier converge uniformemente para f e qualquer intervalo fechado do eixo x que não contenha ponto de descontinuidade de f. DERIVAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE SÉRIES DE FOURIER TEOREMA: Seja f uma função contínua em (- , ), com período 2π, e considere que f tenha derivada primeira f´ contínua por partes. Então, a série de Fourier de f´ pode ser obtida derivando a série de f termo a termo, e a série derivada de f converge pontualmente para f´(x) se f”(x) existe . Ou seja, Se F( F’( + (f(x))= ( = ( = = → f’(x)= TEOREMA: Seja f uma função contínua por partes em (a série de Fourier de f: F( Então, , ) com período 2π, e seja + = Em outras palavras, a integral definida de f, de a a b, pode ser calculada, integrando-se a série de Fourier de f termo a termo. No caso de integral indefinida fica (teorema da integração): Seja f uma função arbitrária de cp[-π, ] com série de Fourier F( + Então a função , -π<x<π tem uma série de Fourier que converge pontualmente com relação a todo x do intervalo (-π, π), e = + Pode-se entender que = , = III – IGUALDADE DE PARSEVAL: Se f é uma função qualquer de cp[-π, π] então: Onde ak e bk são os coeficientes de Fourier. De fato: Multiplicando (no sentido de produto interno) equação (1) por f obtém-se: Tendo em vista que: Conclui-se que: E Assim, OBS: Em geral, (desigualdade de Bessel), Onde ê1, ê2, ... é um conjunto ortogonal de vetores de um espaço de dimensão infinita (espaço euclidiano) V. Assim, x é um vetor arbitrário de V. Além disso, ê1, ê2, ... é uma base de V se, e somente se, (igualdade de Parseval). FENÔMENO DE GIBBS As somas parciais das séries de Fourier tendem a ir além dos valores de função próxima a um ponto de descontinuidade Assim, os valores de f(x) entre duas descontinuidades quaisquer estão no intervalo (ð/2, ð/2), enquanto que os de Sn(x) a N-ésima soma parcial percorrem um intervalo um pouco maior, [-αn, αn]. O valor limite de n quando N → determina aquele que é conhecido como o intervalo de Gibbs de f. CONVERGÊNCIA UNIFORME TEOREMA DE WEIERSTRASS: Se é uma série convergente de números reais positivos e se é uma série de funções tais que para todo k e todo x no intervalo a<x<b, então é uniforme e absolutamente convergente em a<x<b. Obs: se converge, diz-se que a sérue converge absolutamente. Obs2: Diz-se que uma sequência { converge uniformemente para a função f(x) no intervalo a<x<b, se qualquer que seja ɛ>0. existe inteiro positivo k, dependendo de ɛ, mas não de x, tal que quando K>K. e x está no intervalo dado. Note que se { for a sequência das somas parciais { a série correspondente converge uniformemente. Quando k>K → →0, para todo x Quando K → > = “coincide” exatamente com f(x) para todo x є[a,b]. A convergência uniforme é “global”. Obs: A sequência { é construída a partir da sequência { para o caso da série de Fourier. ( Ou seja, (x)= (x)= + . . . (x)= + +...+ → ( =f(x) (Série de Fourrier) Aplicações: As séries duplas Fourier têm muitas aplicações em disciplinas científicas — em Física, Física e Química Quântica, Teoria dos números, Análise combinatória, Processamento de sinal, Processamento de imagem, Teoria das probabilidades, Estatística, Criptografia, Acústica, Oceanografia, Sísmica, Óptica, Geometria e outras áreas. Nos campos relacionados com o processamento de sinal, a série de Fourier é tipicamente utilizada para decompor um sinal nas suas componentes em frequência e suas amplitudes. Na indústria naval-mecânica podemos encontrar aplicações para as séries duplas de Fourier no estudo de vibrações em chapas e estruturas metálicas, com o objetivo de encontrar e prevenir defeitos causados por más formações que podem tornar a chapa quebradiça e insegura para o uso. No ramo da engenharia elétrica e de telecomunicações as séries duplas de Fourier têm papel fundamental na formação e representação de funções de sinais de transmissão essenciais. Esta ferramenta matemática é muito aplicada no processamento de sinais analógicos periódicos ou não. Podemos comprovar então que as séries de Fourier são indispensáveis nas resoluções de problemas que surgem no cotidiano das ciências exatas sendo de grande valia seu aprendizado e domínio prático. Referência: Física Matemática; E. Butcov; Equações Diferenciais e problemas de contorno; C. Boyce; Apostilas de Métodos Matemáticos; Wikipédia;