UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
DAIANY PIANEZZER DE SOUZA
ESTRESSORES VIVENCIADOS POR PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA
BIGUAÇU
2009
DAIANY PIANEZZER DE SOUZA
ESTRESSORES VIVENCIADOS POR PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA
Monografia apresentada como requisito parcial
para a obtenção do título de Enfermeiro pela
Universidade do Vale do Itajaí, tendo como
orientadora a Enfª Msc. Professora Haimée
Emerich Lentz Martins.
BIGUAÇU
2009
DAIANY PIANEZZER DE SOUZA
ESTRESSORES VIVENCIADOS POR PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA
Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem e aprovada pelo Curso de Enfermagem da Universidade do Vale de
Itajaí, Centro de Educação Biguaçu.
Biguaçu, 20 de Novembro de 2009.
______________________________________
Enfª Msc. Haimée Emerich Lentz Martins.
Orientadora
_______________________________________
Enfª Esp. Janelice de Azevedo Neves Bastiani
Membro
_______________________________________
Enfª Drª Cladis Loren Kiefer de Moraes
Membro
Agradecimentos
À Deus, por ter me dado a vida, a oportunidade de crescer e me desenvolver como
profissional e como ser humano, que abriu diversas portas para eu chegar onde
estou, e que esteve sempre comigo.
À Ida, minha mãe, que com toda sua dedicação tornou-se uma das principais
pessoas responsáveis pela minha graduação. Agradeço pelo carinho, pelas palavras
de apoio, pelos lanches enquanto eu passava o dia estudando...mãe, eu te amo!
Ao Irineu, meu pai, que com seus conselhos e metáforas me fazia entender o que é
a vida. Meu pai querido que nunca me deixou desistir. Hoje sou mais forte graças a
você,pai. Te amo!
À minha irmã, Graziela, que também me incentivou quando pensei em desistir, que
me fez entender que todos nós temos “altos e baixos”, mas que podemos superálos. Grazi, te amo!
Ao Francisco, meu padastro querido. Sabes que te tenho também como um pai
para mim. Obrigada pelos ensinamentos e por aquele “dinheirinho” quando eu
precisava. Te amo Chico!
Ao Jeferson, meu namorado, que suportou com muito carinho os meus momentos
de estresse e sempre me incentivou a crescer, extraindo o melhor de mim. Amo
você meu lindo!
Aos meus parentes, todos contribuíram de alguma forma para que me tornasse
Enfermeira. Levarei sempre todos em meu coração. Meus tios, tias e primos
queridos, meu padrinho Luciano, cada um sabe o que fez por mim e jamais me
esquecerei do que fizeram. Muito obrigada por tudo!!
Aos meus amigos, agradeço pelo carinho, pela compreensão enquanto estive
ausente,e por todo o apoio. Renata Verzola, Evelyn Leifer, Erlon Cunha, Elisabete
Leifer, João Passos, Eliete, Giancarlo, Gustavo Messina (meu grande cunhado),
Dilma Zaia, Osni Zaia, Gutu, Priscila Porto, Vanessa Porto, Valdecir Ávila,
Reginaldo, Eduardo, Flávio, às meninas da CM 1 (HU)...se esqueci de colocar o
nome de alguém, me perdoem, mas vocês sempre estarão no local mais precioso,
meu coração. Eu amo demais vocês!
Á Haimée, minha orientadora, que com toda paciência me auxiliou na construção
deste trabalho, que me aconselhou como professora e como mulher para que eu
desse o melhor rumo à minha vida pessoal e profissional. Muito obrigada!
À Cladis e Janelice, que sempre acreditaram no meu potencial. Agradeço por
aceitarem fazer parte desta banca, agradeço pelo que me ensinaram e pelas
oportunidades de expandir os meus conhecimentos. Meu muito obrigada!
Aos pacientes, que gentilmente aceitaram participar desta pesquisa, viabilizando o
trabalho. Agradeço pela disponibilidade destes, e dos outros tantos pacientes que
ficaram sob meus cuidados durante minha vida acadêmica, certamente aprendi
muito com eles. Obrigada!
À instituição de saúde e à enfermeira, que permitiram a realização da minha
pesquisa e contribuíram para a realização deste trabalho. Obrigada!
RESUMO
SOUZA, D. P. Estressores vivenciados por portadores de Hepatite C crônica.
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem – Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI. Biguaçu, 2009.
Cerca de 170 milhões de pessoas possuem diagnóstico de hepatite C, sendo
responsável por 60% das hepatopatias crônicas. O tratamento com interferon
associado à ribavirina produz alguns efeitos colaterais que são estressores para o
paciente, além de questões como o preconceito por parte dos familiares e amigos,
decorrente do desconhecimento sobre a doença, da forma de contágio. O objetivo
deste trabalho é conhecer os estressores vivenciados por pacientes com hepatite C
de uma unidade hospitalar de Florianópolis.O trabalho caracteriza-se por um estudo
exploratório-descritivo. Para a coleta de dados foi realizado uma entrevista com
perguntas abertas a seis pacientes mono-infectados que iniciaram o tratamento no
mês de julho de 2009. A análise dos resultados foi por categorização, usando o
referencial teórico de Betty Neuman, visto que esta teórica trata do estresse. Os
resultados obtidos demonstraram que os principais estressores vivenciados por
estes pacientes são: medo, irritação, insegurança, preocupação, preconceito,
cansaço, depressão, dores musculares e cefaléia. Esta pesquisa permitiu o
conhecimento da realidade destes pacientes, das dificuldades que têm de
enfrentamento dos seus estressores. Desta forma, o enfermeiro precisa conhecer
tais estressores e a partir daí elaborar intervenções eficazes, melhorando a
qualidade de vida destes, auxiliando na adesão ao tratamento e possibilitando uma
interação saudável com o meio social em que vive.
Palavras-chave: Enfermagem. Hepatite. Estressores.
ABSTRACT
SOUZA, D. P. Stressors experienced by people with chronic hepatitis C. Final
essay of the Graduation Course in Nursing – Universidade do Vale do ItajaíUNIVALI. Biguaçu, 2009.
Approximately 170 million people have diagnosis of hepatitis c, accounting for 60% of
chronic liver diseases. Treatment with interferon-gamma associated Ribavirin
produces some side effects that are stressors to the patient, in addition to issues
such as prejudice on the part of family and friends, arising from ignorance about the
disease, form of contagion. The goal of this work is know the stressors experienced
by patients with hepatitis c of a hospital of Florianopolis. The work is characterized by
an exploratory study-descriptive. Data collection was conducted an interview with
open-ended questions to six patients infected mono-began treatment on July 2009.
Analysis of the results was by categorization, using theoretical Betty Neuman
referential, since this theoretical works with stress. The results showed that the main
stressors experienced by these patients are: fear, irritation, insecurity, concern,
prejudice, depression, fatigue, aches and headache. This survey allowed aware of
the reality of these patients, the difficulties which have to confront their stressors.
This way, the nurses need to know such stressors and develop effective
interventions, improving the quality of living through adherence to treatment and
enabling a healthy interaction with the social environment in which you live.
Keywords: Nursing. Hepatitis. Stressors.
"As grandes coisas são feitas por pessoas
que têm grandes idéias e saem pelo mundo
para fazer com que seus sonhos se tornem
realidade."
Ernest Holmes
SUMÁRIO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO..............................................................................13
1.1 Do Projeto...........................................................................................................13
1.1.1 Título................................................................................................................13
1.1.2 Área de conhecimento envolvida....................................................................13
1.1.3 Palavra Chave.................................................................................................13
1.2 Da Pesquisadora................................................................................................13
1.2.1 Nome, telefone e e-mail da acadêmica...........................................................13
1.2.2 Curso e semestre que cursa...........................................................................13
1.3 Da orientadora...................................................................................................13
1.3.1 Nome, telefone e e-mail do orientador............................................................13
2 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.......................................................................14
3 OBJETIVOS..........................................................................................................17
3.1Objetivo Geral.....................................................................................................17
3.2 Objetivo Específico.............................................................................................17
4 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................18
4.1 Hepatites Virais..................................................................................................18
4.1.1 Hepatite A.......................................................................................................18
4.1.2 Hepatite B.......................................................................................................19
4.1.3 Hepatite D.......................................................................................................20
4.1.4 Hepatite E.......................................................................................................20
4.2 Hepatite C..........................................................................................................21
4.2.1 Vigilância Epidemiológica na Hepatite C........................................................24
4.2.2 Medicações utilizadas no tratamento.............................................................26
4.2.2.1 Interferon.....................................................................................................26
4.2.2.2 Ribavirina....................................................................................................27
4.3 Estressores.......................................................................................................28
5 MARCO TEÓRICO..............................................................................................29
6 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO.................................................................31
6.1 Passos Metodológicos......................................................................................32
6.2 Local da pesquisa.............................................................................................33
6.3 Sujeito...............................................................................................................33
6.4 Abordagem, coleta de dados e registro............................................................33
6.5 Análise dos dados............................................................................................34
6.6 Questões Éticas................................................................................................35
7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..............................................................36
8 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................................41
8.1 Categorização das respostas............................................................................41
8.1.1 Primeira pergunta...........................................................................................41
8.1.2 Segunda pergunta..........................................................................................42
8.1.3 Terceira pergunta...........................................................................................42
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................46
10 REFERÊNCIAS.................................................................................................48
ANEXOS.................................................................................................................52
ANEXO I – QUESTIONÁRIO..................................................................................53
ANEXO II - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...............54
ANEXO III - TERMO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO............................55
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Epidemiologia mundial do HCV.............................................................23
Figura 2. Casos confirmados de hepatite C no Brasil..........................................23
Figura 3. Modelo de sistemas de Betty Neuman.................................................30
Figura 4. Sujeitos da pesquisa.............................................................................36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Respostas da primeira pergunta..........................................................37
Tabela 2 . Respostas da segunda pergunta........................................................38
Tabela 3. Respostas da terceira pergunta...........................................................39
“Quando acreditamos em nós mesmos, nada
consegue nos deter, e é isto que devemos
fazer todos os instantes de nossas vidas;
acreditar que estamos fazendo o melhor que
podemos fazer, com afinco, com determinação
e com amor.”
J. Della Monica
13
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 Do Projeto
1.1.1 Título
Estressores vivenciados por portadores de Hepatite C crônica.
1.1.2 Área de conhecimento envolvida
Ciências da Saúde – Enfermagem – Saúde do Adulto e do Idoso.
1.1.3 Palavras – chaves
Enfermagem; Hepatite; Estressores.
1.2 Da Pesquisadora
1.2.1 Nome e-mail da acadêmica
Daiany Pianezzer de Souza. E-MAIL: [email protected]
1.2.2 Curso e semestre que cursa
Curso de Graduação em Enfermagem – 8° período.
1.3 Da Orientadora
1.3.1 Nome e e-mail do orientador
Haimée Emerich Lentz Martins. E-MAIL: [email protected]
14
2 INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
Hipócrates, século V, na Grécia, já mencionava a “icterícia epidêmica”, que
pode estar ligada à Hepatite A. Os primeiros indícios de que a doença era infecciosa
surgiu após a recomendação, no Século VIII, do Papa Zacarias para que todas as
pessoas com icterícia fossem isoladas das demais. Em 1833, trabalhadores alemães
apresentaram icterícia após vacinados em uma campanha contra a varíola, a qual
era feita a partir do plasma humano, o que sugere a transmissão por via parenteral.
(hepcentro.com.br, 2008)
Na II Guerra Mundial, o aumento do número de casos de icterícia era
proporcional ao número de transfusões sanguíneas realizadas. Na Índia, em 1950,
surgiram casos de hepatite ictérica por contaminação de água pelo esgoto.
(hepcentro.com.br)
Em 1970 havia relatos da icterícia em pessoas que utilizavam drogas
injetáveis e por meio de relação sexual. Em 1973 foi descoberto o vírus da Hepatite
A, em 1977 o vírus da Hepatite B e D, em 1988 o vírus da Hepatite E e em 1989 o
vírus da Hepatite C. (BRASIL, 2008a)
A urbanização e a falta de infra-estrutura estão relacionados à disseminação
da Hepatite A, ao passo que o crescente número de acidentes de trânsito e a automedicação contribuíam para disseminação dos vírus das Hepatites B e C. O Decreto
n° 12.479, de 18 de outubro de 1978 tornou obrigatório a realização de sorologias
para Hepatite B, sífilis e Chagas nos hemocentros, e na década de 90 para a
Hepatite C. O surgimento de novos métodos para diagnosticar as hepatites virais fez
perceber que a doença trata-se de um problema de saúde pública. (BRASIL, 2008a)
A hepatite é um processo inflamatório dos hepatócitos que resulta na necrose
do mesmo. Diversos agentes podem danificar estas células, como vírus, substâncias
tóxicas e drogas. (SCHECHTER et al, 1998)
Dentre as hepatites causadas por vírus, já se tem conhecimento dos tipos: A,
B, C, D, E, e recentemente descobriu-se a hepatite G. (SCHECHTER et al, 1998)
A hepatite C foi inicialmente descrita como não-A e não-B, pois era diferente
das etiologias conhecidas até o momento. Apesar dos avanços no sentido de
prevenção, tratamento e diagnóstico, este tipo de hepatite viral está se tornando um
dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo. A princípio é uma
doença de evolução benigna, pois são poucos os sintomas observados, tanto
15
clínicos como laboratoriais. Porém, a infeção pelo Vírus da Hepatite C (HCV) é, em
geral, descoberta quando já houve uma evolução para a cronicidade. A cronicidade
ocorre em torno de 80 a 85% dos casos, e a eliminação espontânea do vírus em
menos de 20% dos casos. (FOCACCIA, 2003)
Cerca de 170 milhões de pessoas, o que corresponde a 3% da população
mundial, possuem diagnóstico de hepatite C, sendo responsável por 60% das
hepatopatias crônicas. (hepcentro.com.br, 2008)
A real prevalência da Hepatite C não é possível de estabeler pela falta
de estudos. Porém, dados de hemocentros de pré-doadores de sangue demonstram
que os índices de casos podem variar desde valores inferiores a 1% em países
como o Reino Unido, Nova Zelândia e regiões do Japão, ou mesmo atingir os 26%,
como é o caso do Egito. Já no Brasil, em 2002, a prevalência foi de: 0,62% no Norte,
0,55% Nordeste, 0,43% Sudeste, 0,28% no Centro-oeste, 0,46% no Sul do País.
(BRASIL, 2008a)
O vírus da hepatite C possui diferentes genótipos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6, variando
em diferentes regiões, a saber: Japão, América do Norte, Europa Ocidental e
América do Sul predominam os genótipos 1, 2 e 3; na África Central, Setentrional e
Oriente Médio predomina o genótipo 4; na África do Sul o genótipo 5 e o 6 no
Sudoeste Asiático. (ZARIFE, 2006.). No início da doença são poucos ou nenhum os
sintomas observados, tanto clínicos como laboratoriais. Porém, a infecção pelo Vírus
da Hepatite C (HCV) é, em geral, descoberta quando já houve uma evolução para a
cronicidade, ocorrendo em torno de 80 a 85% dos casos. (FOCACCIA, 2003)
O diagnóstico é clínico-laboratorial, pois somente o clínico é insuficiente para
diagnosticar a doença. O tratamento da fase aguda é realizado com Interferon alfa
convencional, cuja duração apesar de ser discutida, realiza-se 24 semanas de
tratamento, sendo ainda utilizado terapia medicamentosa para as reações adversas,
como náusea, vômito e prurido, ainda redução da ingesta de gorduras para evitar
esteatose e suspensão da ingesta de álcool.
(BRASIL, 2008a)
Já na hepatite
crônica, o tratamento padrão prescrito no Brasil é o uso de interferon alfa associado
à ribavirina por 12 meses para o genótipo 1 e 6 meses para os outros genótipos. Isto
se deve ao fato de o genótipo 1 apresentar resposta viral mais dificilmente do que os
genótipos não-1. (portalbrasil.net)
16
O tratamento com interferon associado à ribavirina produz alguns efeitos
colaterais que se apresentam como estressores para o paciente, como cefaléia,
hipertermia, alopecia, mialgia, artralgia, anemia, depressão, insônia, irritabilidade,
entre outros. (br.geocities.com, 2008)
Além destes, outros como o preconceito por parte dos familiares e amigos,
decorrente do desconhecimento sobre a doença, da forma de contágio, são fortes
fontes estressoras para pacientes que recebem o diagnóstico de hepatite C.
Após a convivência semanal com estes pacientes, a observação do seu
sofrimento, das dificuldades, do impacto físico e psicológico ocasionados pelos
efeitos-colaterais do uso de interferon e ribavirina, despertou o desejo de realizar
esta pesquisa para ter conhecimento dos reais estressores vivenciados por
portadores de hepatite C crônica, conhecimento tal que fornecerá subsídios para
uma assistência de enfermagem satisfatória.
A importância da realização deste trabalho se dá por ser imprescindível que a
enfermagem conheça não somente os efeitos colaterais das medicações utilizadas
neste tratamento, mas também os estressores vivenciados e relatados pelos
próprios pacientes. A partir deles, o enfermeiro terá condições de elaborar
intervenções eficazes, de modo a melhorar a qualidade de vida dos pacientes,
auxiliá-lo na adesão ao tratamento e possibilitar uma interação saudável deste com
o meio social em que vive.
Com isto é nossa intenção realizar este estudo a partir da seguinte indagação:
QUAIS OS ESTRESSORES VIVENCIADOS POR PORTADORES DE HEPATITE
C CRÔNICA DURANTE O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO?
17
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Conhecer os estressores vivenciados por pacientes com hepatite C em
tratamento ambulatorial medicamentoso.
3.2 Objetivos Específicos
- Identificar os estressores;
- Conhecer o efeito dos estressores na vida dos pacientes;
- Fornecer subsidíos para assistência de Enfermagem.
18
4 REVISÃO DE LITERATURA
A seguir haverá uma revisão sobre as principais hepatites virais, com enfoque na
hepatite C, que é o objeto de estudo, além de uma breve revisão bibliográfica sobre
estressores.
4.1 Hepatites Virais
As hepatites são doenças cujos agentes etiológicos são os mais diversos,
com preferência pelo tecido hepático, sendo de forma geral muito semelhantes,
porém com algumas características peculiares, o que diferem-nas umas das outras.
(BRASIL, 2008a). Conforme Schechter et al, 1998, as hepatites são divididas em A,
B, C, D, E e G.
4.1.1 Hepatite A
O vírus da Hepatite A (HAV) foi conhecido pela sua alta transmissibilidade
inter-pessoal, com prevalência em locais que agrupam grande número de pessoas.
A transmissão da doença se dá pelo contato via oral com material contaminado. Ou
seja, por via fecal-oral, através de água e alimentos contaminados, embora seja
possível a transmissão por via respiratória ou sexual.
Segundo BRASIL, 2008a, a disseminação da doença ocorre devido às
condições precárias ou mesmo a falta de saneamento básico e higiene inadequada.
Formas subclínicas e anictéricas são observadas em crianças de idade escolar
residentes de regiões menos desenvolvidas. A insuficiência hepática aguda ocorre
em 1% dos casos, sendo comum em idosos. As pessoas infectadas por este vírus
estão susceptíveis ao contágio com os outros tipos.
A estimativa é que ocorram 130 casos novos por ano a cada 100.000
habitantes do Brasil, e que 90% da população maior do que vinte anos de idade
tenham sido expostas ao vírus A. (BRASIL, 2008a)
19
O
diagnóstico
pode
ser
clínico-laboratorial,
clínico-epidemiológico
e
laboratorial.O tratamento é realizado através do repouso, ingesta reduzida de
gorduras e a manutenção de hábitos de vida saudáveis. A vacina para este tipo de
vírus é disponibilizada pelos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais
(CRIE), sendo aplicada apenas em casos com indicação, por exemplo, quando o
paciente possui hepatopatias crônicas susceptíveis ao vírus A. (BRASIL, 2006b)
4.1.2 Hepatite B
O vírus da hepatite B é transmitido por via parenteral, sendo muitos os
portadores deste vírus. Sêmen, saliva e secreções orgânicas também podem conter
o vírus. (SCHECHTER et al, 1998). Portanto, pode ser transmitida através de
soluções
de
continuidade,
relação
sexual
sem
o
uso
de
preservativo,
compartilhamento de agulhas e seringas, procedimentos odontológicos, tatuagem,
piercing, entre outras formas de contato com o sangue (via parenteral). Em geral, os
pacientes infectados por este vírus apresentam a forma anictérica, mas a icterícia é
observada em 30% dos casos, e a forma crônica da doença ocorre em 5 a 10%. A
infecção pelo vírus da hepatite B pode levar ao carcinoma mesmo sem haver cirrose
hepática, o que é requisito para o surgimento de hepatocarcinoma nas demais
infecções virais crônicas. (BRASIL, 2008a)
O número de casos de hepatite B no mundo chega a 200 milhões, sendo que
o Brasil possui uma prevalência considerada média, apresentando 6.820 casos
notificados em 2000. (OPAS, 2002). Atualmente a via transfusional raramente é a
causa da infecção, sendo que a maioria dos casos ocorre por via sexual ou não
conhecida. (SCHECHTER et al, 1998).
O diagnóstico é laboratorial e clínico-laboratorial. O tratamento da hepatite B
aguda é baseado em repouso, ingesta pobre em gorduras, suspensão do uso de
álcool. Em alguns casos crônicos, utiliza-se interferon convencional ou lamivudina.
(BRASIL, 2006b).
20
4.1.3 Hepatite D
O vírus D é, na verdade, um agente delta, necessitando do vírus da hepatite
B para tornar-se completo e patogênico. Os anticorpos anti-delta têm algumas
particularidades, a saber: encontrados em soros de pacientes saudáveis ou
naqueles portadores de hepatite crônica, distribuição mundial, sendo as áreas
endêmicas, por exemplo, Itália e Amazônia central, e não-endêmicas na
Escandinávia, Japão e Estados Unidos. (SCHECHTER et al, 1998). A forma de
transmissão é parenteral, além da via sexual, contato com objetos contaminados,
uso de drogas injetáveis e por via vertical. (BRASIL, 2006b).
O diagnóstico é clínico-laboratorial. A doença pode evoluir para um estágio
crônico em até 75% dos casos. Na forma aguda não há tratamento específico.
Recomenda-se o repouso, ingesta reduzida de gorduras, e manter hábitos de vida
saudáveis. Em caso de cronicidade utiliza-se interferon convencional. (BRASIL,
2006b)
4.1.4 Hepatite E
Também com transmissão por via fecal-oral, este vírus assemelha-se ao da
Hepatite A, sendo associado à epidemias ocorridas na Índia, Paquistão, México,
África, , China, União Soviética e Nepal. No Brasil há poucos casos da doença,
sendo associada à contaminações por via oral-fecal com diagnóstico de hepatite
não-A. Em geral é benigna, podendo tornar-se fulminante em gestantes.
(SCHECHTER et al, 1998).
Conforme Brasil, 2005, há relatos de isolamento deste vírus em suínos,
bovinos, galinhas, cães e roedores, desta forma tornando-se uma possível zoonose.
A transmissão se dá pelo contato com água e alimentos contaminados, assim como
o é no caso da Hepatite A. Os pacientes são assintomáticos ou os sintomas são
semelhantes aos da hepatite A, como mal estar, febre, cefaléia, anorexia, evoluindo
para icterícia, hipocolia fecal, prurido. O diagnóstico é clínico-laboratorial. Em geral
não leva à cronicidade, mas leva à óbito gestantes em 25% dos casos. O tratamento
é semelhante ao das outras hepatites, contudo, sem uso do interferon. (BRASIL,
2006b)
21
4.2 Hepatite C
Cientistas da Chiron Corporation e dos Centers, em 1989, verificaram a
presença de um vírus causador de hepatite que não se tratava de nenhum dos até
então conhecidos vírus A e vírus B, chamando-o, portanto, de vírus C.
(SCHECHTER et al, 1998). Choo e Col., em 1989 criaram uma forma de detecção
do vírus através do teste ELISA. Este teste diagnosticou de 70 a 90% dos casos de
icterícia aguda pós-transfusional na época. A partir da década de 90 a incidência da
doença reduziu inclusive devido ao controle e seleção dos doadores de sangue. Em
1993 foi disponibilizado o teste ELISA, para HCV, cuja transmissão estava reduzida
em 80%. O ELISA deve ser realizado duas vezes, mesmo que o resultado do
primeiro teste seja negativo. O teste que realmente confirma a infecção por HCV é o
PCR, um teste diagnóstico de alto custo, através da Reação em Cadeia pela
Polimerase, detectando assim os ácidos nucléicos virais, caso estejam presentes na
amostra. (VERONESI, 2005).
Conforme Veronesi, 2005, em países pouco desenvolvidos geralmente a
transmissão do HCV se dá por vias alternativas de contato com o sangue, o que
resulta da falta de conhecimento acerca da patologia. O que comprova este fato é o
compartilhamento de materiais não esterilizados ou cujo processo é duvidoso, como
instrumentos dentários, de manicure/pedicure, acupuntura, tatuagem, agulhas não
descartáveis, entre outros.
O vírus da Hepatite C (HCV) é um vírus RNA da família Flaviviridae, e é
transmitido por meio de sangue contaminado, e o risco de contágio por secreções
orgânicas é ínfimo. Observa-se a presença do vírus no sêmen, líquido ascítico,
saliva, urina, bile e mucosa intestinal. As formas de contágio mais comuns são: uso
de drogas ilícitas, transfusão de sangue ou derivados, hemodiálise, exposição dos
profissionais da área da saúde, acidentes com presença de sangue contaminado,
receptores de órgãos, recém-nascidos de mães com o vírus, contato sexual,
procedimentos médicos e odontológicos, tatuagem, piercing, manicure/pedicure,
barbeadores, escova dental, acupuntura, depiladores, ferimentos, menstruação e
outras formas não convencionais de tratamento. (VERONESI, 2005)
As complicações incluem a cronicidade, cirrose hepática, evoluindo, se não
tratado, para carcinoma das células hepáticas. (BRASIL, 2006b).
22
O período de incubação do vírus varia de 15 a 150 dias, cerca de 20% dos
pacientes apresentam a forma ictérica e de 70 a 85% evoluem para a
cronicidade.(BRASIL, 2008a)
Existem três grupos epidemiológicos característicos:
1°- diagnóstico entre 30 e 49 anos de idade, os quais utilizam drogas ilícitas;
2°- prevalência em adultos mais velhos;
3°- todas as faixas etárias, como em países subdesenvolvidos. (VERONESI,
2005)
A infecção pelo HCV ocorre predominantemente entre indivíduos do sexo
masculino, sendo 20 a 25% evoluem para cirrose hepática e 1 a 8% desenvolvem
hepatocarcinoma. (VERONESI, 2005)
Cerca de 170 milhões de pessoas, o que corresponde a 3% da população
mundial, possuem diagnóstico de hepatite C, sendo responsável por 60% das
hepatopatias crônicas. (hepcentro.com.br)
Segundo, Heathcote et al, 2003,
“aproximadamente 3% da população mundial
está infectada com o VHC, um total de cerca de
170 milhões de pessoas. Nos EUA, cerca de 4
milhões de pessoas foram infectadas pelo
VHC, e destas 2,7 milhões teriam infecção
crônica.”
A figura a seguir demonstra a epidemiologia mundial do HCV em
porcentagem (HEATHCOTE, et al, 2003):
23
Figura 1. Epidemiologia mundial do HCV
No Brasil, nos últimos 5 anos, os casos confirmados de Hepatite C atingem os
16.500/ano.
O quadro abaixo mostra os casos confirmados incluindo as Unidades Federadas:
Figura 2. Casos confirmados de hepatite C no Brasil.
(BRASIL, 2007e)
24
Podemos observar que vem crescendo o número de portadores do vírus da
Hepatite C. Em 2006, a região Sudeste apresentou o maior número de pacientes
com esta patologia, totalizando 10.038, seguido da região Sul, que apresentou 4,677
casos, depois a região Nordeste, com 1.191, a região Centro-Oeste, com 729 e
finalmente a região Norte com 404 casos.
Em um estudo bibliográfico realizado por GONÇALVES, 2008, quanto ao
panorama da hepatite C em Santa Catarina e em Florianópolis, constatou-se que
nos anos de 2002 a 2004 foram notificados 1667 casos no estado de Santa
Catarina, dos quais 348 casos em Florianópolis, sendo a via de contágio
predominante a por drogas injetáveis (22,25%), seguido por contato sexual e depois
transfusional (10,92%). O número ainda é crescente, e o maior problema é a
subnotificação.
Em 04 de Novembro de 2002 foi criado pela Secretaria de Assistência à
Saúde o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para tratamento de pacientes
com Hepatite Viral Crônica C através da portaria n° 863 (br.geocities.com, 2008), já
a portaria n° 2080 de 31 de Outubro de 2003 institui o Programa Nacional para
Prevenção e Controle das Hepatites Virais e o Comitê Técnico de Acompanhamento
e Assessoramento do Programa, todos muito importantes para guiar as ações
voltadas para estes pacientes. (grupoesperanca.org.br, 2008)
4.2.1 Vigilância Epidemiológica na Hepatite C
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica – SNVE foi instituído em
1975 por recomendação da 5ª Conferência Nacional de Saúde, sendo formalizado
pela Lei 6.259 do mesmo ano e decreto 78.231, que a regulamentou em 1976,
incorporou o conjunto de doenças transmissíveis então consideradas de maior
relevância sanitária no país. Após a criação da lei 8.080/90, ocorreram mudanças
importantes neste sistema. Esta Lei define o conceito de vigilância epidemiológica:
“conjunto
de
ações
que
proporciona
o
conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva,
25
com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças
ou agravos.”
(BRASIL, 2002f)
Este sistema é um importante instrumento para o planejamento, a
organização e a operacionalização dos serviços de saúde, e a normatização de
atividades técnicas correlatas. Portanto, são funções da Vigilância Sanitária:
• coleta de dados;
• processamento de dados coletados;
• análise e interpretação dos dados processados;
• recomendação das medidas de controle apropriadas;
• promoção das ações de controle indicadas;
• avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
• divulgação de informações pertinentes.
A lista nacional das doenças de notificação está restrita a alguns agravos e
doenças de interesse sanitário para o Brasil, e compõe o Sistema de Doenças de
Notificação Compulsória. A fontes mais comuns de notificação são a comunidade, os
serviços de assistência médica, hemocentros e bancos de sangue, clínicas de
hemodiálise, laboratórios, escolas, creches e outras instituições. Além disso, casos
podem ser capturados no SIM, SIA/SIH e nos sistemas de informação das
Vigilâncias Sanitária e Ambiental. (BRASIL, 2002f)
A investigação epidemiológica tem como objetivo avaliar a ocorrência de
doenças transmissíveis do ponto de vista de suas implicações para a saúde coletiva.
Esta investigação deve levar à confirmação do diagnóstico, à determinação das
características epidemiológicas da doença, à identificação além das
causas do
fenômeno e fornecer ainda orientação obre as medidas de controle adequadas para
cada doença. (BRASIL, 2002f)
O principal objetivo da Vigilância Epidemiológica é controlar as hepatites virais
no Brasil, através do conhecimento sobre o comportamento epidemiológico das
hepatites virais quanto ao agente etiológico, pessoa, tempo e lugar, identificação dos
principais fatores de risco, ampliação de estratégias de imunização, detecção,
26
prevenção e controle dos surtos de hepatites virais, para reduzir a prevalência de
infecção das hepatites virais B e C, além de avaliar o impacto das medidas de
controle. (BRASIL, 2002f)
Para a Vigilância Epidemiológica, considera-se caso confirmado de hepatite C,
“indivíduo que preenche as condições de
suspeito do qual se detecta RNA do HCV no
soro, por métodos de biologia molecular; nos
locais onde não for possível a realização desse
teste, poderá ser confirmado como caso o
indivíduo que tiver anti-HCV positivo por ELISA,
em
duas
amostras
diferentes
e
aminotransferases (ALT) uma vez e meia maior
que o limite máximo normal. Óbito em que se
detecte antígeno ou RNA do vírus C em tecido,
quando não for possível a coleta de soro.”
(BRASIL, 2002f)
4.2.2 Medicações utilizadas no tratamento
As medicações utilizadas no tratamento de hepatite C crônica, no Brasil, são:
interferon peguilado e ribavirina.
4.2.2.1 Interferon
Os interferons são imunomoduladores sintetizadas por células de mamíferos
e também produzido pela tecnologia do DNA recombinante. Os interferons
conhecidos são α (alfa),β (beta) e γ(gama), que formam uma família de hormônios
envolvidos no crescimento celular e na regulação e modulação das reações imunes.
Os interferons são produzidos pelos linfócitos como parte de uma resposta
27
imunológica a antígenos virais e não virais, como bactérias, protozoários, riquétzias,
polissacarídeos de fungos e outras citocinas. (RANG;DALE, 2001)
Estes hormônios induzem à produção de enzimas virais por parte do
hospedeiro que interrompem a reprodução do vírus (antígeno). O α-interferon é
utilizado para tratar hepatite B e sarcomas de Kaposi relacionados à AIDS. Já o
interferon- α2b é utilizado para tratamento da hepatite C. Na quimioterapia antiviral,
os interferons são usados para aumentar a resposta imune do hospedeiro.
(RANG;DALE, 2001)
Os efeitos colaterais mais comuns em pacientes que utilizam este hormônio
são hipertermia, cansaço, cefaléia, e mialgia. Aplicações repetidas podem gerar um
mal estar crônico, podendo ainda ocorrer alopécia, depressão da medula óssea,
exantemas, e distúrbios cardiovasculares, tireoidiano e hepático. (RANG;DALE,
2001)
4.2.2.2 Ribavirina
A ribavirina é um nucleosídeo no qual acredita-se que atua ao alterar grupos
de nucleotídeos virais ou ao interferir na síntese do mRNA viral, inibindo muitos
vírus de DNA e RNA. Na forma de aerossol é utilizado para tratar influenza.
(RANG;DALE, 2001)
Estudos farmacocinéticos recentes demonstram a ribavirina via oral é
transportada para todos os tipos de células do corpo, inclusive óvulos e
espermatozóides, daí a necessidade de utilizar métodos contraceptivos seguros
durante o tratamento, e seis meses após seu término. Este é o motivo pelo qual os
efeitos teratogênicos da droga só cessam 6 meses após o término do tratamento.
(STRAUSS, 2001)
Este fármaco pode levar à anemia hemolítica, sendo dose-dependente e
constituindo o mais grave efeito colateral. Por este motivo pacientes com anemia de
base ou com hemoglobinopatias estão contra-indicados no uso de Ribavirina. Além
destes, cardiopatas e hipertensos não devem utilizar a droga. (STRAUSS, 2001)
Existem ainda outros efeitos colaterais, semelhantes aos dointerferon, a
saber: cansaço, cefaléia, insônia, náuseas, congestão nasal, faringite, tosse e
prurido, que geralmente são leves. (STRAUSS, 2001)
28
4.3 Estressores
De modo geral, o estresse pode ser entendido como uma resposta do
organismo a uma situação vista como ameaçadora. (JÚNIOR, 2004)
Para Betty Neuman, os estressores são forças que quebram o sistema, sendo
um evento ou fenômeno que atinge os recursos de energia e afeta os sistemas de
defesa normais da pessoa, em um grau que vai variar conforme a potência
influenciadora sobre os sistemas individuais e até comunitários. Existem diversos
estressores que são conhecidos universalmente e outros que só têm importância
para o sistema que está sofrendo sua influência. (LEOPARDI, 1999).
Ainda conforme a autora, os principais componentes deste sistema são o
estresse e a reação ao estresse, sendo os estressores entendidos como situações
em que há um enfrentamento que resulta em reações orgânicas, com efeitos
fisiológico, psicológicos, sócio-culturais e mesmo ambientais. Por sua vez, a reação
ao estresse é entendida pela autora como sendo a capacidade de receber as
intervenções extrapessoais e intrapessoais que auxiliem o sistema de modo a
devolver a estabilidade ou mesmo levá-lo à doença. (GEORGE, 2000)
Desta forma, o modelo teórico que mais se enquadra na pesquisa em questão
é o de Betty Neuman, pois sustenta a abordagem dos estressores vivenciado por
pacientes que possuem o diagnóstico de hepatite C.
29
5 MARCO TEÓRICO
Em 1970, na Universidade da Califórnia – EUA - foi desenvolvida a teoria de
Betty Neuman, com objetivo de auxiliar os acadêmicos de Enfermagem a terem uma
visão integral do ser humano, com seus aspectos físicos, psicológicos, espirituais e
sócio-culturais interagindo entre si para formar o todo. (GEORGE, 2000).
Neuman entende como cliente tanto o indivíduo doente como o sadio, o qual
passa por repetidos ciclos em busca de estabilidade. Sendo assim, há fatores que
proporcionam tal condição, conhecidos como estressores, que podem trazer efeitos
positivos e negativos. Este é o caso dos pacientes do estudo, que sofrem oscilações
integrais devido a doença e ao seu tratamento, o qual ao mesmo tempo que traz
efeitos positivos no sentido de resposta viral sustentada também traz efeitos
negativos no sentido do estigma e dos efeitos colaterais, sendo estes estressores
para o paciente. (GEORGE, 2000).
Para a teórica em questão, o indivíduo é envolvido por círculos denominados
por ela de linhas. A primeira constitui-se da linha normal de defesa, como sendo um
nível de saúde normal e utilizado como base para determinar os desvios no sistema.
Já a segunda linha é a flexível de defesa, um mecanismo que protege a linha normal
da entrada de qualquer estressor, como uma espécie de “amortecedor”, podendo
variar a distância entre estas linhas. Porém, se houver a invasão pelo(s)
estressor(es), inicia-se o grau de reação, de forma a combater o estressor para não
só eliminá-lo como também para proteger a estrutura básica do indivíduo. Esta
reação pode resultar em níveis variados de bem-estar, conforme representado na
figura abaixo:
30
Figura 3. Modelo de sistemas de Betty Neuman
Neuman apud George, 2000, define alguns conceitos importantes para a
pesquisa em questão, a saber:
- Ambiente: corresponde a todos os fatores intrínsecos e extrínsecos que circundam
o cliente ou seu sistema, e inclui o ambiente interno, o externo e o criado.
- Estressores: são estímulos que podem levar à instabilidade do sistema do
indivíduo, sendo classificados como intrapessoais quando ocorrem dentro do limite
do sistema, interpessoais quando estão fora e próximos a ele, e extrapessoais
quando ocorrem fora e longe dos limites do sistema.
- Saúde: considera como “a estabilidade do sistema ou o estado de bem-estar ideal
em um determinado momento” (Neuman, 1995 apud George, 2000). Esta ainda é
vista como algo dinâmico, em constante mudança devido à influência dos
estressores. Ainda coloca que “o sistema do cliente move-se em direção à doença e
à morte, quando é necessária mais energia do que a disponível, e em direção ao
bem-estar, quando a quantidade de energia que está disponível excede a
necessária”. (GEORGE, 2000).
- Enfermagem: a autora entende que o objetivo principal da equipe de enfermagem é
de “ajudar o sistema do cliente a atingir, manter ou reter a estabilidade do sistema”.
(GEORGE, 2000).
31
6 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Trata-se de um estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa.
Qualitativa por entender que a hepatite é um problema social e desta forma não
poderemos deixar de estudá-la como tal.
Segundo Richardson, 1989,
“ a pesquisa moderna deve rejeitar como uma
falsa dicotomia a separação entre estudos
„qualitativos e quantitativos‟, ou entre ponto de
vista „estatístico e não estatístico‟. Além disso,
não importa quão precisas sejam as medidas, o
que é medido continua a ser uma qualidade”
O estudo exploratório descritivo permite “...ao investigado aumentar sua
experiência em torno de determinado problema.” Além disso, facilita o encontro dos
“...elementos necessário que lhe permitam, em contato com determinada população,
obter os resultados que deseja “.(TRIVINOS, 1990).
Tem como eixo principal o conhecimento dos estressores vivenciados por
pacientes com hepatite C crônica, e que foi analisado nas concepções teóricas de
Betty Neuman, a qual aborda a visão integral do ser humano, com seus aspectos
físicos, psicológicos, espirituais e sócio-culturais interagindo entre si para formar o
todo. (GEORGE, 2000).
Desta forma o estudo contribui para melhoria da assistência a saúde destes
pacientes, intervindo no seu padrão de vida e a forma como enfrenta os desafios
decorrentes da doença.
Uma boa amostragem caracteriza-se por possibilitar abranger a totalidade do
problema investigado nas diversas dimensões em que se apresenta. Logo, trabalha
com diversos motivos, significados, aspirações, crenças, atitudes e valores,
correspondendo a um espaço mais profundo das relações, dos fenômenos e dos
processos que não podem simplesmente ser reduzido à operacionalização de
variáveis. (MINAYO, 1996)
Foi utilizado questionário com perguntas semi-estruturada, guiadas por um
roteiro pré-estabelecido, que procurou formular perguntas que pudesse reconstituir
32
um conjunto amplo de circunstâncias que caracterizassem os estressores
vivenciados por pacientes com hepatite C crônica .
A coleta dos dados se deu por entrevistas que seguiram a concepção de
(LUDKE ,1986), que consideram que na entrevista semi-estruturada
“(...) não há a imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado
discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que no
fundo são a verdadeira razão da entrevista”.
6.1 Passos Metodológicos
Apresentamos as etapas que percorremos para chegar ao resultado desta
pesquisa, como se desenvolveu e as abordagens necessárias para a alcançar os
objetivos.
Após a assinatura do Termo de Compromisso de Orientação – ANEXO III,
este projeto foi para o CEP (Comitê de Ética em Pesquisa) da UNIVALI. Então foi
aprovado pelo comitê e encaminhado para o Hospital Nereu Ramos, sendo entregue
pessoalmente pela acadêmica e orientadora ao Diretor da instituição, o qual se
responsabilizou por entregar ao comitê de ética do mesmo, além de assinar a Folha
de Rosto para Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Realizamos, portanto, o
caminho inverso, mas ambos os comitês de ética aprovaram o projeto.
Em seguida, foi apresentado o projeto à Enfermeira Chefe do PAMMI (Pólo de
Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis)– HNR – e à Enfermeira
Chefe da Gerência de Enfermagem do hospital. A enfermeira do PAMMI aceitou a
supervisão da pesquisa.
A seleção dos pacientes seguiu o seguinte critério: pacientes que iniciaram o
tratamento em julho de 2009 e mono-infectados, isto é, infectados por apenas um
tipo de vírus, no caso, o da Hepatite C, sem haver qualquer outra doença viral. A
seleção foi realizada através da análise dos prontuários e dados que a instituição já
possuía tabelados, como quais foram os pacientes que iniciaram o tratamento no
mês de Julho de 2009. Posteriormente realizou-se as entrevistas.
33
6.2 Local da pesquisa
A pesquisa foi realizada em um hospital público do sul do Brasil, conhecido
como referência para o tratamento de doenças infecto-contagiosas. Neste hospital
funciona o Pólo de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis (PAMMI),
sendo pólo piloto para criação de outros pólos de aplicação, onde os pacientes não
permanecem internados, mas semanalmente comparecem à instituição para
recebimento da dose de interferon, retornando às suas casas após a aplicação,
caracterizando, portanto, um tratamento a nível ambulatorial.
6.3 Sujeito
Para implementação desta investigação, os sujeitos participantes deste
estudo foram somente portadores do vírus da hepatite C, independente do sexo
usuários do Pólo de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis
(PAMMI).
Para a participação dos sujeitos no desenvolvimento deste estudo foram
respeitados os preceitos éticos (Anexo II), constantes na Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde que dispõe sobre pesquisa envolvendo seres
humanos. Seguindo os preceitos éticos em pesquisas envolvendo seres humanos,
optou-se por utilizar pseudônimos relacionado às cores, a saber: verde, azul,
marrom, amarelo, roxo, vermelho.
Foram 10 os pacientes que iniciaram o tratamento em Julho, mas somente 6
eram mono-infectados. Verificamos na agenda semanal de aplicação do interferon
quais os dias em que os pacientes selecionados estariam na unidade para receber a
dose e daí realizar as entrevistas.
6.4 Abordagem, coleta de dados e registro
A pesquisa teve duração de cinco dias, alternados, dos quais três foram
utilizados para entrevista com os pacientes, a saber: terça-feira, quinta-feira e sextafeira. Os dois primeiros dias foram utilizados para levantamento do número de
34
pacientes que se enquadram na amostra e análise de seus prontuários. Todas
as
entrevistas seguiram o seguinte padrão:
1°: apresentação do pesquisador ao paciente;
2°: explicação sobre a pesquisa;
3°: orientação sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos e aspectos éticos a
serem respeitados, e subseqüente assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE - ANEXO II);
4°: realização da entrevista por meio de questionário (ANEXO I);
5°: finalização com o agradecimento pela participação.
A abordagem utilizada baseou-se em palavras claras, de fácil entendimento,
em tom de diálogo, deixando o paciente à vontade para responder o que desejasse.
Em nenhum momento o paciente foi interrompido de modo a alterar suas respostas.
As perguntas foram feitas sem induzi-lo a responder qualquer fato que não o que
realmente gostaria de expressar.
Claramente foi explicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
frisando as questões éticas relacionadas ao sigilo e à desistência em qualquer
momento da entrevista. Após, foi disponibilizado tempo para a leitura do documento,
e houve a aceitação de todos os entrevistados, seguindo às suas respectivas
assinaturas no termo.
Por se tratar de questões com respostas abertas, a pesquisadora optou por
registrar as informações por meio de um gravador e anotar os pontos relevantes das
respostas dos pacientes no próprio questionário. Realizou-se, ainda, a transcrição
de falas importantes que haviam sido gravadas, e o levantamento dos principais
estressores relatados pelos pacientes entrevistados.
6.5 Análise dos dados
A análise dos dados foi realizada através da Interpretação, que é a fase
comprometida com os resultados, sendo esta interpretação constituída por três
etapas:
A Síntese – é alcançada quando os dados forem lidos com familiaridade e
em profundo trabalho intelectual.
35
A Teorização – aqui faremos relações reconhecidas no processo de síntese.
Aqui definimos os temas – conceitos retirados dos dados.
A Transferência – contextualizaremos achados, descobertas, mas nunca
generalizaremos. (TRENTINI, 2004)
6.6 Questões Éticas
Para deixar clara a intenção deste estudo, como a utilização dos dados
coletados para posterior análise e divulgação, foi previamente divulgado e
esclarecido os objetivos e a finalidade da pesquisa para todos os sujeitos
pesquisados .
A participação dos sujeitos na pesquisa é voluntária devendo ficar claro ao
mesmo que ele tem o direito de participar ou não, bem como de se desligar da
pesquisa no momento em que achar conveniente, sem sofrer qualquer tipo de
prejuízo.
Será garantido o sigilo e o anonimato das informações a todos os
participantes da pesquisa sendo entregue, após o primeiro contato, o termo de
consentimento livre e esclarecido (ANEXO II), seguindo as normas instituídas pelo
Conselho Nacional de Saúde, sobre pesquisa com seres humanos, outorgada pelo
Decreto n° 93933, de 14 de janeiro de 1987, onde é garantido ao usuário
participante da pesquisa a observação dos seguintes princípios éticos: autonomia,
beneficência, não maleficência, justiça e equidade.
O cuidado quanto as questões éticas ocorreu desde a coleta até a divulgação
dos resultados, mantendo-se sigilo da identidade dos entrevistados conforme o
Decreto n°93933, de 14 de janeiro de 1987 .
36
7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Características da população do estudo:
Figura 4. Sujeitos da pesquisa
COR
IDADE
SEXO
PROFISSÃO
NATURALIDADE
VERDE
42 ANOS
M
MARCENEIRO
CACEQUI/RS
AZUL
44 ANOS
M
BANCÁRIO
VACARIA/RS
MARROM
45 ANOS
M
VIGILANTE
FLORIANÓPOLIS/SC
AMARELO
46 ANOS
F
ARTESÃ
FLORIANÓPOLIS/SC
ROXO
50 ANOS
M
AUTÔNOMO
PORTO ALEGRE/RS
VERMELHO
52 ANOS
F
APOSENTADA
GRAVATAL/SC
As respostas á 1° pergunta: “O que mudou na sua vida após o diagnóstico de
Hepatite C?”, obtivemos as seguintes respostas:
“Tudo. A vida toda.” (Amarelo)
“Primeiro foi o medo né[...]” (Marrom)
“[...] após descobrir, o que alterou é que eu fiquei muito irritado, né.” (Roxo)
“[...]
tem
muito
desconhecimento
e
preconceito,
então
eu
fiquei
muito
preocupado[...]” (Azul)
“[...] parece uma, como se diz assim, uma espécie de depressão[...]um medo de
tudo[...]o medo de não saber a altura da queda” (Verde)
“Mudou muita coisa. Insegurança de não ficar boa, de saber que tem uma doença
que [...] é uma doença grave” (Vermelho)
37
Temos:
Tabela 1. Respostas da pergunta: “O que mudou na sua vida após o diagnóstico de
Hepatite C?”
Entrevistados
RESPOSTAS
Amarelo
tudo
Marrom
medo
Roxo
irritado
Azul
Preconceito/Preocupado
Verde
Depressão/Medo
Vermelho
Insegurança
À 2° pergunta: “O que você percebeu que aconteceu após o início do uso das
medicações?”, obtivemos as seguintes respostas:
“[...]Aí eu via altura que ia ser, vi como ia ser, e não ia ser tanta coisa” (Verde)
“Eu fiquei mais cansado...a própria irritação deixa a pessoa depressiva, né” (Roxo)
“Ah, tudo. A disposição,estou com depressão, ficar isolado. Até o teu convívio assim
de ter as coisas todas separadas, né, com medo do contágio[...] dores musculares, a
pele fica áspera, parece uma lixa” (Marrom)
“Nossa, isso ali deu uma revolução em tudo quanto é porinho, tudo quanto é
cantinho do meu corpo[...] envelheci[...]sexual não sei se é de cabeça ou da
medicação, não sei se é psicológico, mas isso aí diminuiu[...]” (Vermelho)
38
“[...] o cansaço foi elevado a não sei que categoria, aumentou muito, muito.[...] e a
coisa com o olho[...] coça bastante[...] irritação, tristeza [...]i” (Amarelo)
“O pior é a prostração[...] não ter forças para fazer as coisas. A irritabilidade que é
terrível[...] bastante coceira[...] difícil é a falta de energia, aí a tua auto-estima já vai
lá em baixo[...]” (Azul)
Temos:
Tabela 2 . Respostas da pergunta: “O que você percebeu que aconteceu após o início
do uso das medicações?”
Entrevistados
RESPOSTAS
Amarelo
Cansaço, irritação, tristeza,
coceira nos olhos
Marrom
Depressão, medo de
contaminar os outros, dores
musculares, pele áspera,
isolamento social
Roxo
Cansado, irritação,
depressiva
Azul
Prostração irritabilidade,
coceira, baixa auto-estima
Verde
“Vi que não ia ser tanta
coisa”
Vermelho
Envelheci, diminuição do
apetite sexual
39
À 3° pergunta: “O que mais lhe incomoda?”, obtivemos as seguintes
respostas:
“Por enquanto só as reações[...]dor nas pernas[...] um pouco de dor de cabeça
sempre” (Verde)
“[...] ver as coisas por fazer e eu não tenho condições mesmo de fazer[...] não posso
nem passar um paninho no vidro por que sinto cansaço, to muito debilitada, e se eu
insistir eu acabo passando mal, assim, desmaiando” (Vermelho)
“O que mais me incomoda são as dores...dói as pernas e dor de cabeça” (Roxo)
“Querer fazer as coisas e não ter forças” (Azul)
“O que mais me incomoda hoje é essa expectativa que você não tem, em querer se
curar né, e não sabe se vai se curar ou se vai se agravar” (Marrom)
“Agora? É a dor de cabeça, e o cansaço, e essa coisa dos olhos né[...]” (Amarelo)
Temos:
Tabela 3. Respostas da pergunta: “O que mais lhe incomoda?”
Entrevistados
RESPOSTAS
Amarelo
Cansaço, dor de cabeça,
coceira nos olhos
Marrom
Não sabe se vai se curar
Roxo
Dor de cabeça e dor nas
pernas
Azul
Verde
Não ter forças
Reações, dor nas pernas,
dor de cabeça
Vermelho
Cansaço/debilitada
40
Ao agruparmos as respostas em variáveis fisiológicas, variáveis psicológicas
e variáveis psicológicas, podemos entender com mais facilidade qual o sistema do
indivíduo que está sendo afetado.
As Variáveis Fisiológicas correspondem aos relatos de dor de cabeça, dores
musculares, alterações na pele, insônia, náusea, fraqueza. Dentre as Variáveis
Psicológicas, temos: medo, irritação, depressão, incerteza, diminuição da autoestima, susto, desespero, preocupação. Finalmente, os estressores que se
enquadram nas Variáveis Sociológicas são o preconceito, a relação afetada com as
pessoas, diminuição do ânimo pela vida, diminuição do apetite sexual, medo de
contaminar os outros e diminuição da sociabilidade.
Analisando as respostas, obtivemos o seguinte resultado, com relação a cada
variável:
-Variável Fisiológica: 43% das respostas
-Variável Psicológica: 41% das respostas
-Variável Sociológica: 16% das respostas.
Portanto, o estressor predominante na amostra pesquisada são aqueles que
atingem as variáveis fisiológicas. De acordo com as respostas dos pacientes, esse o
incomoda no sentido de desejarem realizar suas atividades cotidianas e não
sentirem-se aptos para tal, sendo a fraqueza o estressor relatado com maior
freqüência, como pudemos observar nas falas.
41
8 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Percebemos que, conforme a amostra estudada, pesquisados do sexo
masculino correspondem a 4 (66,6%), enquanto do sexo feminino correspondem
apenas a 2 (33,3%), de modo que esta patologia acometeu na sua maioria aos
pesquisados de sexo masculino.
A idade predominante varia entre 41 a 50 anos, correspondendo a 5
pacientes (83,3%), enquanto maiores de 50 anos correspondem a 1 (16,6%), não
havendo pesquisados com idade inferior a 40 anos.
Quanto a naturalidade, 3 dos pacientes que iniciaram o tratamento em
Julho/2009 são de Santa Catarina, isto é 50%, e os outros 3 (50%) são naturais de
outro estado, a saber, todos do Rio Grande do Sul.
8.1 Categorização das respostas:
Analisaremos nesta etapa as respostas presentes nas falas dos sujeitos.
8.1.1 Primeira pergunta: “O que mudou na sua vida após o diagnóstico de Hepatite
C?”
As palavras mais freqüentes foram:
-“Medo”, foi a palavra mais freqüente entre os respondentes
“Irritado”, “insegurança”, “preocupado”, “preconceito” e depressão
A infeção pelo Vírus da Hepatite C (HCV) é, em geral, descoberta quando já
houve uma evolução para a cronicidade. A cronicidade ocorre em torno de 80 a 85%
dos casos, e a eliminação espontânea do vírus em menos de 20% dos casos.
(FOCACCIA, 2003).
É esperado que pacientes com o diagnóstico de hepatite C apresentem
sentimentos como medo, insegurança que segundo Neuman, este sentimento é um
fator intrapessoal de alteração das linhas de defesa do indivíduo, são estímulos que
podem levar à instabilidade do sistema do indivíduo, sendo classificados como
intrapessoais quando ocorrem dentro do limite do sistema, interpessoais quando
estão fora e próximos a ele, e extrapessoais quando ocorrem fora e longe dos limites
do sistema .
42
8.1.2 Segunda pergunta: “O que você percebeu que aconteceu após o início do uso
das medicações?”
As palavras mais freqüentes foram:
-Irritação associada a depressão e medo;
-Coceira associada a auto estima e mudança no corpo
Observa-se que a irritação, a depressão, o medo, baixa auto-estima, coceira e
outras mudanças no corpo são os principais sintomas presentes nos pacientes após
o uso da ribavirina e do interferon peguilado. Devemos ressaltar que estes são
também as reações adversas destas medicações, conforme Brasil, 2008c, interferon
peguilado e ribavirina podem ocasionar cefaléia, mialgia, febre, insônia, fadiga,
depressão, ansiedade, irritabilidade, boca seca ou úlceras de boca, gosto metálico
na boca, perda do apetite, náusea e vômito, diarréia, desidratação, dispnéia, dor
torácica, tosse, pele seca/erupções, queda de cabelo, alterações visuais, disfunção
da tireóide, anemia, neutropenia e trombocitopenia.
8.1.3 Terceira pergunta: O quê mais lhe incomoda?
Na terceira pergunta obtivemos com maior freqüência as respostas:
-Dor de cabeça e nas pernas;
-Não ter forças para realização das atividades
As dores de cabeça e pernas são sintomas predominantes em pacientes com
hepatite C crônica que estão em tratamento com interferon peguilado e ribavirina.
Para Betty Neuman 2000, estes estressores são estímulos que podem levar à
instabilidade do sistema dos indivíduos, as falas dos indivíduos demonstram que
realmente suas linhas de defesa estão instáveis, pois ocorrem fenômenos
fisiológicos e psicológicos fora do que seria o padrão normal para o indivíduo.
As dores e o medo interferem na vida do paciente, em níveis que variam de
um para o outro. Portanto, este padrão alterado confirma que o paciente está sob
estresse, ao invés de estar “saudável”, uma vez que para Neuman a saúde é
considerada como “a estabilidade do sistema ou o estado de bem-estar ideal em um
determinado momento” (Neuman, 1995 apud George, 2000).
Estes sintomas também são vistos como algo dinâmico, em constante
mudança devido à influência dos estressores. GEORGE, 2000 afirma que “o sistema
do cliente move-se em direção à doença e à morte, quando é necessária mais
43
energia do que a disponível, e em direção ao bem-estar, quando a quantidade de
energia que está disponível excede a necessária”.
Ou seja, estes estressores apenas atingem o indivíduo devido ao fato de
estarem necessitando de mais energia para enfrentar o processo de tratamento do
que têm disponível. Se a energia que possuem fosse suficiente, apesar da hepatite,
não sofreriam estresse psicológico tão alto e os efeitos fisiológicos do tratamento
também teriam um impacto menor no paciente.
Finalizando a análise dos estressores apresentados pelos pacientes
portadores de hepatite C, apresentamos o esquema de GEORGE 2000 adaptado ao
presente estudo:
Variáveis Sociológicas:
-Preconceito;
-Relação com as pessoas;
-Diminuição do Ânimo pela vida;
-Diminuição do apetite sexual;
-Medo de contaminar os outros;
-Diminuição da sociabilidade.
Variáveis Psicológicas:
- Medo;
-Irritação;
-Depressão;
-Incerteza;
-Diminuição da autoestima;
-Susto;
-Desespero;
-Preocupação.
ESTRESSORES
Invasão das linhas de
defesa do paciente, com
conseqüente piora do
padrão bio-psico-social.
Variáveis Fisiológicas:
-Dor de cabeça;
-Dores musculares;
-Alterações na pele;
-Insônia;
-Náusea;
-Fraqueza.
44
A partir desta representação pudemos agrupar os estressores nas três(03)
grandes variáveis: sociológica, psicológica e fisiológica, o que nos faz entender que
estes estressores presentes neste tipo de doente interfere diretamente no
enfretamento da doença por meio da invasão das linhas de defesa do paciente com
conseqüente piora do padrão bio-psico-social . Contudo, estes estressores podem
ser amenizados através de intervenções de enfermagem, no processo de cuidar,
sabe-se que a atuação do enfermeiro é imprescindível para recuperação da saúde
do paciente. Betty Neuman entende que o objetivo principal da equipe de
enfermagem é de “ajudar o sistema do cliente a atingir, manter ou reter a
estabilidade do sistema”. (GEORGE, 2000).
Voltamos, então, à questão norteadora: QUAIS OS ESTRESSORES VIVENCIADOS
POR PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA DURANTE O TRATAMENTO
MEDICAMENTOSO?
Neste estudo ficou evidente que estas situações são vistas como
ameaçadoras para o paciente, pois pode impedí-lo de realizar suas tarefas e reduzir
sua qualidade de vida. Isto afeta os sistemas de defesa da pessoa. De acordo com
George, 2000, os estressores são entendidos como situações em que há um
enfrentamento que resulta em reações orgânicas, com efeitos fisiológico,
psicológicos, sócio-culturais e mesmo ambientais, e a reação ao estresse é
entendida como sendo a capacidade de receber as intervenções extrapessoais e
intrapessoais que auxiliem o sistema de modo a devolver a estabilidade ou mesmo
levá-lo à doença.
Em suma, todo paciente por sí só, utiliza suas linhas de defesa para
proteger-se de estressores e, quando não consegue, estes levam a reações
orgânicas que, no caso dos pacientes com hepatite C, são manifestações
principalmente fisiológicas.
Existe a reação intrapessoal ao estresse, mas em muitos casos esta não é
suficiente para devolver a estabilidade ao indivíduo, fazendo-se necessário a
intervenção do enfermeiro.
Os enfermeiros devem aprofundar seus conhecimentos para poder assistir
com qualidade aos portadores de hepatite C crônica, contribuindo ainda com a
equipe de enfermagem através de realizações de educação em saúde para os
próprios funcionários. Além disso, o paciente na maioria dos casos, está aberto às
intervenções extrapessoais e as solicita à equipe que o assiste.
45
É necessário ter uma visão integral do ser humano para assistir o paciente
durante o processo de tratamento. Os aspectos físicos, psicológicos, espirituais e
sócio-culturais em nenhum momento devem ser negligenciados.
Durante a pesquisa tivemos o conhecimento que os pacientes participam de
uma consulta de enfermagem no início do tratamento, onde recebem todas as
orientações sobre o tratamento e esclarecem as dúvidas sobre a patologia. Nas
vindas subsequentes ao hospital para recebimento das doses, a procura pela
consulta de enfermagem fica no critério da solicitação do paciente.
Com o estudo propomos aos enfermeiros que realizem um acompanhamento
sistemático por meio da consulta de enfermagem aos pacientes portadores de
hepatite C em tratamento, ouvindo atentamente ao cliente e orientando acerca das
mudanças que podem ocorrer em seu corpo, devido aos efeitos colaterais da
ribavirina e do interferon peguilado.
Em virtude desta situação a família deve ser envolvida desde a primeira
consulta, para esclarecer dúvidas sobre a patologia e o tratamento e para
desmistificar tabus que porventura existam, reduzindo assim as chances de
preconceito por parte dos familiares, os quais serão o principal suporte psicológico
ao paciente em questão.
46
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar este estudo, pude observar o quanto os estressores vivenciados
por pacientes com hepatite C influenciam no cotidiano destes. A enfermagem pode e
deve atuar muito mais para amenizar o impacto destes estressores. Iniciando por
atividades preventivas, percebo que o enfermeiro deve trabalhar com práticas
educativas para conscientização sobre as formas de transmissão de todas as
hepatites virais, a importância do uso do preservativo, do não compartilhamento de
seringas e da escolha criteriosa do profissional dentista, tatuador e manicure, pois a
utilização destes serviços são os meios mais comuns de transmissão da doença. A
ação de governo deve ser mais enfática nas suas campanhas de mídia falada e
escrita, percebe-se uma certa prioridade para a prevenção do HIV.
O enfermeiro deve ainda orientar à população que podem levar vários anos
para que os sintomas iniciem, portanto, exames periódicos são indicados,
especialmente quando em casos suspeitos, inclusive para que o indivíduo possa
prevenir seu cônjuge da contaminanção pelo vírus. Ainda assim, muitos serão
contaminados, pois nem todas as pessoas seguem as orientações das equipes de
saúde ou mesmo não têm acesso a estas informações. Desta forma, após o
diagnóstico, o enfemreiro deve atuar no sentido de apoiar o paciente na adesão ao
tratamento, bem como oferecer o apoio psicológico necessário. É preciso que a
equipe
de
enfermagem
esteja
preparada
para
assistir
estes
pacientes,
principalmente com empatia, porque o sofrimento destes os faz passarem por
incompreensões que irão interferir na continuidade e sucesso do tratamento.
A teoria de Neuman foi realmente aquela que pode responder ao tema em
estudo, visto que ambos, o estudo e a teoria, tratam sobre estressores. Embora a
amostra tenha sido pequena, pois somente seis pacientes monoinfectados iniciaram
o tratamento em Julho de 2009, não interferiu na análise dos resultados, pois na
pesquisa qualitativa o que mais importa são os próprios dados e sua análise.
Os
resultados
obtidos
demonstraram
que
os
principais
estressores
vivenciados por estes pacientes são: dor de cabeça, dores musculares, alterações
na pele, insônia, náusea e fraqueza, os quais fazem parte das variáveis fisiológicas.
Esta pesquisa permitiu o conhecimento da realidade destes pacientes, das
dificuldades que têm para o enfrentamento dos estressores. Desta forma, o
enfermeiro precisa repensar sua assistência a estes pacientes, levando em
47
consideração seus estressores, entendendo que estão incluídos no processo de
tratamento, e que deve assisti-lo de modo a reduzir os fatores desencadeantes de
estresse, quando possível, e principalmente auxiliá-lo na redução do impacto dos
mesmos no seu cotidiano.
O enfermeiro pode melhorar a qualidade de vida dos portadores de hepatite C
inicialmente realizando palestras mensais para os pacientes, família e comunidade,
visto que mensalmente novos pacientes iniciam o tratamento, e nesta palestra
abranger todas as questões que envolvem a doença e sue tratamento. Em seguida,
abrir espaço para perguntas dos participantes, esclarecendo suas dúvidas, e
encaminhando para marcação de consulta de enfermagem todos os pacientes que
tiverem necessidade de orientações específicas, como em questões particulares
relacionadas ao tratamento, de modo a assisti-lo com qualidade.
48
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em:
52
ANEXOS
53
ANEXO I – QUESTIONÁRIO
1 O que mudou na sua vida após o diagnóstico de Hepatite C?
4 O que você percebeu que aconteceu após o início do uso das medicações?
3 O quê mais lhe incomoda?
54
ANEXO II - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Sr(a)_____________________________________________________________
sexo________naturalIdade______________________________________________
domiciliado
em:
_______________________________________________
Profissão:__________________________
informado
detalhadamente
sobre
a
e
RG:
pesquisa
__________________,
intitulada:
fui
“ESTRESSORES
VIVENCIADOS POR PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA”, no período de
Julho de 2009, pesquisa realizada pela acadêmica do curso de Graduação em
Enfermagem. Fui plenamente esclarecido que ao permitir a presença da aluna,
estará automaticamente compondo esta pesquisa estará participando de um estudo
de cunho acadêmico, que tem como objetivo conhecer os estressores vivenciados
por pacientes com hepatite C crônica. Ao aceitar a participação nesta pesquisa, está
garantido que o (a) senhor(a) poderá desistir a qualquer momento, inclusive sem
nenhum motivo, bastando para isso, informar sua decisão de desistência, da
maneira mais conveniente. Foi esclarecido ainda que, por ser uma participação
voluntária e sem interesse financeiro, não terá direito a nenhuma renumeração. A
participação na pesquisa não incorrerá em riscos ou prejuízos de qualquer natureza
para os senhores e/ou seus filhos. Os dados referentes aos pacientes e sua família
serão sigilosos e privados, sendo que poderá solicitar informações durante todas as
fases da pesquisa, inclusive após a publicação da mesma. Estarão autorizadas
também utilização de gravador, caso os sujeitos da pesquisa não se sintam
constrangidos com tal ação. A coleta de dados para a pesquisa será desenvolvida
através de aplicação de um questionário com respostas abertas. garantindo-se
privacidade e a confidência das informações, será realizada pela acadêmica Daiany
Pianezzer de Souza sob a orientação da professora Msc. Haimée Emerich Lentz
Martins.
Florianópolis, (SC) _________________de _______________ de 2009.
Assinatura (de acordo): ____________________________________
55
ANEXO III - TERMO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CAMPUS BIGUAÇU
TERMO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO
Eu, Haimée Emerich Lentz Martins orientadora da discliplina de Saúde da
Mulher e do Adolescente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
do Vale do Itajaí, Campus Biguaçu, comprometo-me e concordo em orientar a
Pesquisa para efetivação do Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica Daiany
Pianezzer de Souza, sob a temática: ESTRESSORES VIVENCIADOS POR
PORTADORES DE HEPATITE C CRÔNICA. A orientanda está ciente das Normas
para elaboração de Trabalho Monográfico de Conclusão do Curso de Graduação em
Enfermagem, bem como, do calendário de Atividade proposto.
Biguaçu, ___ de _______ de 2009.
____________________________________
Haimée Emerich Lentz Martins
Profª. Orientadora
______________________________
Daiany Pianezzer de Souza
Acadêmica de Enfermagem
UNIVALI
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