UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA 1. Trigonometria no triângulo retângulo ‘ ‘ ‘ Trigonometria I E dessa semelhança podemos deduzir que: b a b b' = ⇒ = ' b' a' a a c a c c' = ⇒ = ' c ' a' a a b c b b' = ⇒ = b' c ' c c' Prof.: Rogério Dias Dalla Riva Trigonometria I (1) (2) (3) 1. Trigonometria no triângulo retângulo 1.Trigonometria no triângulo retângulo 2.Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o 3.Uso de calculadora 4.Unidades de medida de arcos e ângulos 5.Medida algébrica de um arco 6.A circunferência trigonométrica 7.Seno e cosseno na circunferência trigonométrica As igualdades (1), (2) e (3) mostram que a razão entre dois lados quaisquer de um triângulo retângulo é igual à razão entre os dois lados homólogos de qualquer outro triângulo retângulo semelhante a ele. Em outras palavras, a razão entre dois lados quaisquer de um triângulo retângulo não depende do tamanho desse triângulo, mas apenas de seus ângulos. 8.Tangente na circunferência trigonométrica 9.Secante, cossecante e cotangente 10.Trigonometria num triângulo qualquer 1. Trigonometria no triângulo retângulo 1. Trigonometria no triângulo retângulo E dessa semelhança podemos deduzir que: ‘ ‘ ‘ Numa primeira etapa, Trigonometria é o estudo das relações entre medidas de ângulos e lados nos triângulos retângulos. Esse estudo é inteiramente baseado na semelhança de triângulos. Observe, por exemplo, os triângulos da figura acima. Eles são semelhantes, pois possuem os ângulos ordenadamente congruentes. b1 b2 b3 = = = ⋯ = constante a1 a2 a3 c1 c2 c3 = = = ⋯ = constante a1 a2 a3 b1 b2 b3 = = = ⋯ = constante c1 c2 c3 Essas razões, constantes para cada valor de α, são chamadas razões trigonométricas. 6 1 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo Seja α a medida de um ângulo agudo de um triângulo retângulo. O seno, o cosseno e a tangente de um ângulo de medida α são denotados por sen α, cos α e tg α. cos = 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo c cos α = cateto adjacente a ⇒ hipotenusa cos β = b a 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo •Seno de α é a razão entre o cateto oposto a esse ângulo e a hipotenusa. •Cosseno de α é a razão entre o cateto adjacente a esse ângulo e a hipotenusa. •Tangente de α é a razão entre o cateto oposto a esse ângulo e o cateto adjacente a ele. 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo O seno, o cosseno e a tangente de um ângulo de medida α são denotados por sen α, cos α e tg α. tan = b tan α = c cateto oposto ⇒ cateto adjacente tan β = c b 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo Exercício 1: Calcule sen α, cos α e tan α. O seno, o cosseno e a tangente de um ângulo de medida α são denotados por sen α, cos α e tg α. sen = b sen α = a cateto oposto ⇒ hipotenusa sen β = c a 2 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o Exercício 2: Um observador, de 1,80 m de altura, situado a 20 m de um edifício, enxerga o topo desse edifício segundo um ângulo α. Esse ângulo foi medido a partir da linha horizontal de visão do observador. Sabendo-se que sen α = 0,914, cos α = 0,407 e tg α = 2,250, calcule a altura do edifício. Para calcular as razões trigonométricas de 30o e 60o, partimos de um triângulo equilátero, no qual traçamos uma altura, e obtemos um triângulo retângulo cujos ângulos agudos medem 30o e 60o. 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o Exercício 3: Um observador, situado num ponto A, enxerga uma montanha segundo um ângulo α. Caminhando 400 m em direção à montanha, ele passa a enxergá-la segundo um ângulo β. Desprezando a altura do observador, calcule a altura da montanha, sabendo que tg α = 1/2 e tg β = 5/6. Então, no triângulo retângulo, temos: sen 30o = l 2 1 ⇒ sen 30o = l 2 tan 30o = 1.1. Seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo l 2 l 3 2 cos 30o = l 3 2 3 ⇒ cos 30o = l 2 ⇒ tan 30o = 3 3 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o Exercício 4: Na figura abaixo, as circunferências são tangentes entre si e ambas tangenciam os lados do ângulo AÔB. Calcule: a) sen α em função de R e r. b) Se r = 5 e sen α = 1/6, calcule R. Então, no triângulo retângulo, temos: sen 60o = l 3 2 3 ⇒ sen 60o = l 2 tan 60o = cos 60o = l 2 1 ⇒ cos 60o = l 2 l 3 2 ⇒ tan 60o = 3 l 2 3 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o Exercício 6: Num círculo de centro O e raio r = 2, traça-se uma corda AB. Se a distância do centro à corda é igual a 1, qual é a medida do ângulo AÔB? As razões trigonométricas de 45º são calculadas no triângulo retângulo obtido da divisão de um quadrado por sua diagonal. 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o Exercício 7: Na figura seguinte, ABCD é um quadrado e ABE é um triângulo equilátero. Determine: a) o valor do ângulo α e b) a tangente de α. sen 45o = l l 2 ⇒ sen 45o = 2 2 cos 45o = l l 2 ⇒ cos 45o = 2 2 l tan 45o = ⇒ tan 45o = 1 l 2. Razões trigonométricas de 30o, 45o e 60o 3. Uso de calculadora Exercício 5: Calcule x na figura abaixo. Os valores das demais razões trigonométricas, de 1o a 89o, podem ser obtidos pelo uso de calculadora científica. 21 4 3. Uso de calculadora 4.2. A unidade radiano Exercício 8: A figura seguinte mostra a trajetória de uma bola de futebol que, chutada do ponto A, sobe a rampa e atinge o solo no ponto B. Qual é a distância entre A e B, aproximadamente? 4. Unidades de arcos e ângulos medida de Uma maneira de medir arcos de uma circunferência é compará-los com um outro arco escolhido para ser unidade de medida sobre a mesma circunferência. Esse arco é chamado unitário. 4.2. A unidade radiano Até aqui temos utilizado apenas a unidade grau para medir ângulos e arcos. Porém, existem outras unidades de medida de arcos, das quais uma, chamada radiano, iremos utilizar com grande frequência. Por exemplo, na figura acima escolhemos o arco PQ, de comprimento u, como arco unitário. Então, para medir o arco AB, devemos descobrir quantas vezes o arco unitário “cabe” no arco AB. Para isso, basta fazer a razão entre o comprimento do arco AB e o comprimento do arco unitário. 4.2. A unidade radiano 4.1. O grau e seus submúltiplos Minuto de grau: É a sexagésima parte do grau. 1º = 60’ Segundo de grau: É a sexagésima parte do minuto de grau. 1’ = 60” AB = comprimento do arco AB comprimento do arco PQ AB = 3u ⇒ AB = 3 u 5 4.2. A unidade radiano 4.3. Os arcos de volta inteira e meia-volta AB = 1rad Chama-se radiano o arco unitário cujo comprimento é igual ao raio da circunferência que o contém. Para determinar as medidas em radianos dos arcos de 360º e 180º, é preciso relembrar a seguinte propriedade: “A razão entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro é constante, e igual a π, qualquer que seja a circunferência”. Assim, sendo C o comprimento de uma circunferência de diâmetro d, então: C =π d 1 radiano = 1 rad onde π é um número irracional. 4.3. Os arcos de volta inteira e meia-volta 4.2. A unidade radiano Como o diâmetro é o dobro do raio, essa relação pode ser escrita assim: C = π , ou ainda C = 2π r 2r ⌢ Se AB = 1 rad, então AOB = 1 rad. Decorre da definição, que a medida em radianos de um arco AB é dada por: AB = A última igualdade é a conhecida fórmula que permite calcular o comprimento de uma circunferência. A partir dela vamos determinar a medida do arco de volta inteira em radianos. comprimento do arco AB raio 4.2. A unidade radiano 4.3. Os arcos de volta inteira e meia-volta Exercício 9: Calcule AÔB em radianos, sabendo que o comprimento do arco AB é o dobro do raio da circunferência. Para isso, temos de dividir o seu comprimento pelo raio, e, como o arco de volta inteira é a própria circunferência, seu comprimento é igual a 2πr. Então, sua medida é: 2π r = 2π rad r 6 4.3. Os arcos de volta inteira e meia-volta Sabendo que o arco de volta inteira mede 2π rad, deduzimos que o arco de meia-volta mede π rad. 4.4. Conversões de medidas 5. Medida arco algébrica de um Arco orientado. Imagine um ponto P que, partindo de um ponto A de uma circunferência, desloca-se sobre ela e pode movimentar-se no sentido horário ou anti-horário. 5. Medida arco algébrica de um Para converter medidas de arcos de radianos para graus ou vice-versa, usamos a seguinte relação: π rad equivale a 180º ou π rad = 180º Nos dois sentidos possíveis de deslocamento, para cada posição do ponto P, fica determinado um arco AP denominado arco orientado. O ponto A é chamado origem do arco e o ponto P é a extremidade dele. 4.4. Conversões de medidas 5. Medida arco algébrica de um Exercício 10: Num triângulo ABC, sabe-se que o ângulo B é o dobro do ângulo C e que o ângulo A é o triplo do ângulo C. a) Determine os ângulos A, B e C em radianos. b) Classifique esse triângulo quanto aos lados e quanto aos ângulos. Circunferência orientada. É uma circunferência na qual um dos dois possíveis sentidos de deslocamento é adotado como positivo. Para o estudo da Trigonometria, o sentido positivo é o anti-horário. 7 5. Medida arco algébrica de um Medida algébrica de um arco orientado. Considere um arco orientado contido numa circunferência orientada. A medida algébrica desse arco é a sua medida comum, afetada dos sinais + ou -, conforme o sentido do arco seja, respectivamente, concordante ou discordante do sentido positivo da circunferência. 5. Medida arco algébrica de um Na trigonometria, os arcos orientados no sentido anti-horário têm medidas algébricas positivas e os orientados no sentido horário têm medidas algébricas negativas. 5. Medida arco algébrica de um A medida algébrica de um arco orientado de origem A e extremidade P é representada pelo símbolo AP . Veja os exemplos: 5. Medida arco algébrica de um AP = +120o ou 2π AP = + rad 3 AQ = −120o ou 2π AQ = − rad 3 6. A circunferência trigonométrica Observe a figura acima. Ela mostra uma circunferência orientada no sentido anti-horário, à qual associamos um sistema de coordenadas cartesianas. 6. A circunferência trigonométrica • O centro da circunferência é O = (0, 0). • O raio da circunferência é unitário, isto é, r = 1. 8 6. A circunferência trigonométrica • A = (1, 0) é a origem dos arcos. Isto é, os arcos são medidos a partir de A. • A circunferência da figura é chamada circunfe- 6. A circunferência trigonométrica A partir disso, dizemos que um arco pertence ao quadrante no qual se encontra a sua extremidade. rência trigonométrica. 6. A circunferência trigonométrica Como a origem dos arcos é um ponto fixo, na circunferência trigonométrica a extremidade de um arco fica determinada pela sua medida algébrica. 6. A circunferência trigonométrica Por exemplo, os arcos cujas medidas estão representadas acima são π , 3π , 7π e − π 6 6 cem, ao 2º, 3º respectivamente, 3 4 1º, pertene 4º quadrantes. 6. A circunferência trigonométrica Desse modo, a cada ponto da circunferência trigonométrica ficam associados números reais, representando estes as medidas em radianos dos arcos que têm extremidades nesse ponto. Particularmente, dizemos que o ponto A, origem dos arcos, é um arco nulo e que sua medida é zero. 7. Seno e cosseno na circunferência trigonométrica Seja α a medida de um arco de extremidade P na circunferência trigonométrica. Então, sen α é a ordenada de P cos α é a abscissa de P 9 7. Seno e cosseno na circunferência trigonométrica 7. Seno e cosseno na circunferência trigonométrica Em razão dessas definições, na Trigonometria o eixo Ox é chamado eixo dos cossenos e o eixo Oy, eixo dos senos. 7. Seno e cosseno na circunferência trigonométrica sen α = OR (2) As igualdades (1) e (2) mostram que cos α e sen α são a abscissa e a ordenada de P. 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno Lembrando que o raio da circunferência trigonométrica é unitário, no triângulo OPQ da figura acima, temos: 7. Seno e cosseno na circunferência trigonométrica Observe as figuras e procure determinar os valores de seno e cosseno dos ângulos indicados nas figuras. 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno OQ OQ = OP 1 ∴ QP QP sen α = = OP 1 ∴ cos α = Como QP = OR, temos cos α = OQ sen α = QP 0 π/2 π 3π/2 2π sen 0 1 0 -1 0 cos 1 0 -1 0 1 (1) 10 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno Exercício 13: Identifique quais das igualdades abaixo são possíveis. a) sen x = 2 1 5 5 c) sen x = − 3 3 d) sen x = 7 b) sen x = − Note que seno e cosseno são no máximo iguais a 1 e no mínimo iguais a -1. Assim, sen α e cos α variam no intervalo de -1 a 1. −1 ≤ sen α ≤ 1 e − 1 ≤ cos α ≤ 1 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno Exercício 11: Calcule o valor da expressão abaixo. 3π − 5 cos 2π 2 3π 3sen + cos2 π 2 Exercício 14: Determine m para que a igualdade abaixo seja possível. 2sen 7.1. Alguns valores notáveis de seno e cosseno cos x = 2m − 1 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α Exercício 12: Determine os valores de x que satisfazem as equações seguintes no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π. a) sen x = 0 b) cos x = 0 c) sen x = 1 d) cos2 x − 1 = 0 e) sen x + sen x ⋅ cos x = 0 Seja P a extremidade de um arco do primeiro quadrante. Observe estas três outras extremidades. P1: simétrico de P em relação ao eixo Oy. P2: simétrico de P em relação ao centro O. P3: simétrico de P em relação ao eixo Ox. 11 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α Exercício 15: Calcule o valor de sen 7π 4π 2π π ⋅ cos + sen ⋅ cos − 6 3 3 6 As medidas dos arcos de extremidades P1, P2 e P3, sendo AP = α , podem ser expressas em função de α. AP 1 = π − α , AP 2 = π + α e AP 3 = 2π − α , ou AP 3 = −α 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α Exercício 16: Simplifique a expressão sen(2π − α ) ⋅ sen(π + α ) + sen(π − α ) ⋅ cos(π + α ) sen(π − α ) + cos(π − α ) Assim, o seno e o cosseno desses arcos podem ser expressos em função de sen α e cos α. sen (π − α ) = sen α sen (π + α ) = −sen α sen (2π − α ) = −sen α sen ( −α ) = −sen α 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α 7.2. Arcos da forma: π - α, π + α e 2π π - α Exercício 17: Resolva as equações seguintes no intervalo ]0;2π [ . a) sen x = 1 2 b) cos x = − Assim, o seno e o cosseno desses arcos podem ser expressos em função de sen α e cos α. cos (π − α ) = − cos α cos (π + α ) = − cos α cos (2π − α ) = cos α 2 2 1 4 1 d) sen2 x = 2 c) cos2 x = cos ( −α ) = cos α 12 7.3. Primeira relação fundamental 7.3. Primeira relação fundamental Exercício 18: Se sen 18o = 5 −1 , calcule cos 18o. 4 Para qualquer um dos dois casos apresentados nas figuras, as medidas dos catetos do triângulo retângulo OPQ, são: PQ = sen α e OQ = cos α 7.3. Primeira relação fundamental 7.3. Primeira relação fundamental Exercício 19: Calcule m, para que se tenha sen x = m −1 m e cos x = m−2 m Pelo teorema de Pitágoras: PQ 2 + OQ 2 = 1 ⇒ 2 sen α + cos α 2 2 =1 Como a = a , ∀a ∈ ℝ , a última igualdade fica: 2 sen2 α + cos2 α = 1 7.3. Primeira relação fundamental 7.3. Primeira relação fundamental Exercício 20: Simplifique as expressões abaixo: a) sen ( − α ) ⋅ sen(π + α ) − cos( − α ) ⋅ cos(π − α ) b) sen4 x − cos4 x sen x + cos x Embora as figuras da demonstração mostrem os arcos no 1º e 3º quadrantes, todo o raciocínio também é válido quando os arcos pertencem aos demais quadrantes. 13 7.3. Primeira relação fundamental 8. Tangente na circunferência trigonométrica Exercício 21: Se cos x = 1/a, calcule o valor da expressão abaixo, em função de a. cos x + cos x ⋅ sen2 x 1 − sen4 x Seja P a extremidade de um arco qualquer de medida α e seja T o ponto em que a reta conduzida pelo centro da circunferência trigonométrica e por P intercepta o eixo At. Então, tg α é o número associado ao ponto T no eixo At. 8. Tangente na circunferência trigonométrica 8. Tangente na circunferência trigonométrica Para o estudo das tangentes dos arcos na circunferência trigonométrica, associamos mais um eixo a ela, conforme mostra a figura acima. At é chamado eixo das tangentes. 8. Tangente na circunferência trigonométrica Quadrante 1o 2o 3o 4o Sinais de tg α + - + - 8. Tangente na circunferência trigonométrica • O eixo At tangencia a circunferência em A. • O ponto A é a origem do eixo das tangentes, isto é, ao ponto A está associado o número zero desse eixo. •O raio da circunferência trigonométrica é a unidade de medida também no eixo das tangentes. tg 0 π/2 π 3π/2 2π 0 ∃ 0 ∃ 0 14 8. Tangente na circunferência trigonométrica 8.1 Segunda relação fundamental Exercício 22: Calcule o valor de 5π 7π + tg 6 4 4π π sen ⋅ tg 4 3 tgπ ⋅ cos Como QP // AT temos Então tg α = 8. Tangente na circunferência trigonométrica ∆OQP ∼ ∆OAT. tg α AT OA 1 = ⇒ = QP OQ sen α cos α sen α cos α 8.1 Segunda relação fundamental Exercício 23: Resolva as equações no intervalo de 0 ≤ x ≤ 2π. 3 3 b) tg2 x = 3 a) tg x = c) tg x = 1 Como em todos os quadrantes os sinais de tg α e sen α são idênticos, teremos: d) tg2 x − tg x = 0 cos α tg α = 8.1. Segunda relação fundamental sen α cos α 8.1 Segunda relação fundamental Para os dois casos apresentados nas figuras acima, note que as medidas dos catetos dos triângulos OQP e OAT são: PQ = sen α AT = tg α OQ = cos α Note que, se cos α = 0, então sen α não está cos α definido. Porém, os arcos para os quais cos α = 0 são justamente aqueles em que não existe tg α. OA = 1 15 8.1 Segunda relação fundamental 9. Secante, cotangente Exercício 24: Dado tg x = 5/12, 0 < x < π/2, calcule sen x e cos x. cossecante e Se α é a medida de um arco, ou ângulo qualquer, então: • Secante de α (sec α) é o inverso de cos α. sec α = 8.1 Segunda relação fundamental 9. Secante, cotangente Exercício 25: Se cos a = 2 5, 0 < a < π/2, e cos b = 1 10, cossecante 1 cos α (cos α ≠ 0) e Se α é a medida de um arco, ou ângulo qualquer, então: 0 < b < π/2, calcule o valor de tg a + tg b 1 − tg a ⋅ tg b • Cossecante de α (cossec α) é o inverso de sen α. cossec α = 8.1 Segunda relação fundamental Exercício 26: Resolva as equações abaixo no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π. a) sen x = cos x b) sen2 x − 1 cos2 x = 0 3 9. Secante, cotangente cossecante 1 sen α (sen α ≠ 0) e Se α é a medida de um arco, ou ângulo qualquer, então: • Cotangente de α (cotg α) é o inverso de tg α. cotg α = ou cotg α = 1 tg α cos α sen α (tg α ≠ 0) (sen α ≠ 0) 16 9. Secante, cotangente cossecante e 9. Secante, cotangente cossecante e Note que as variações dos sinais de sec α, cossec α e cotg α, segundo cada quadrante, são idênticas às variações de sinais de cos α, sen α e tg α, respectivamente. Como em todos os quadrantes os sinais de cotg α e cos α são idênticos, teremos: sen α cotg α = 9. Secante, cotangente cossecante e 9. Secante, cotangente A cotangente pode ser interpretada graficamente associando-se mais um eixo à circunferência trigonométrica, conforme é mostrado na figura acima. Nesse caso, obtém-se a cotangente de modo inteiramente análogo ao que se emprega para determinar a tangente. 9. Secante, cotangente cossecante e cos α não está sen α definido. Porém, os arcos para os quais sen α = 0 são justamente aqueles em que não existe cotg α. cossecante e ∼ ∆OQP cotg α 1 Então BC = OB ⇒ = QP OQ cos α sen α cotg α = e Note que, se sen α = 0, então 9. Secante, cotangente Como BC / /QP temos ∆OBC cossecante cos α sen α cotg 0 π/2 π 3π/2 2π ∃ 0 ∃ 0 ∃ cos α sen α 17 9. Secante, cotangente cossecante e Na figura acima, a reta s é tangente à circunferência na extremidade P do arco de medida α. Com base na figura, fazemos as seguintes definições de secante e cossecante. 9. Secante, cotangente cossecante e 9. Secante, cotangente cossecante e sec α é o número associado ao ponto X no eixo Ox. 9. Secante, cotangente cossecante e P P 1 O sec α cossecante e sec α é o número associado ao ponto X no eixo Ox. X ∆OPX ∼ ∆OQP Então OX OP sec α 1 = ⇒ = OP OQ 1 cos α sec α = 9. Secante, cotangente O Q cos α Temos sec α é o número associado ao ponto X no eixo Ox. 9. Secante, cotangente 1 cossecante 1 cos α e cossec α é o número associado ao ponto Y no eixo Oy. 18 9. Secante, cotangente cossecante e 9. Secante, cotangente cossecante e Exercício 27: Calcule o valor de a) sec 2π 3π 11π + cotg − cossec 3 4 6 cossec α é o número associado ao ponto Y no eixo Oy. 9. Secante, cotangente cossecante 9. Secante, cotangente e cossecante e Exercício 28: Sabendo que 3π/2 < a < 2π, e que sen a = -7/25, calcule as demais razões trigonométricas. cossec α é o número associado ao ponto Y no eixo Oy. 9. Secante, cotangente cossecante 9.1. Outras relações fundamentais e Y P cossec α O Temos R sen α 1 O P 1 ∆OPY ∼ ∆ORP Então OY = OP ⇒ cossec α = OP OR cossec α = 1 1 sen α Dividindo ambos os membros da relação 1 sen α sen2 α + cos2 α = 1 por cos2 α , teremos: sen2 α + cos2 α = 1 ⇒ sen2 α cos2 α 1 + = cos2 α cos2 α cos2 α tg2 α + 1 = sec 2 α ⇒ sec 2 α = 1 + tg2 α 19 9.1. Outras relações fundamentais 9.2. Resumo das relações fundamentais Exercício 30: Resolva a equação abaixo no intervalo 0 ≤ x ≤ 2π. (sec x + 1) ⋅ (sec x − 1) = 3 Agora, vamos dividir ambos os membros de sen2 α + cos2 α = 1 por sen2 α , teremos: sen2 α + cos2 α = 1 ⇒ sen2 α cos2 α 1 + = sen2 α sen2 α sen2 α 1 + cotg2 α = cossec 2 α ⇒ cossec 2 α = 1 + cotg2 α 9.2. Resumo das relações fundamentais 10. Trigonometria num triângulo qualquer sen2 α + cos2 α = 1 tg α = sen α cos α cotg α = sec α = cos α sen α 1 cos α sec 2 α = 1 + tg2 α Passaremos a representar sempre por a, b e c as medidas dos lados opostos aos ângulos A, B e C de um triângulo ABC. cotg α = 1 tg α cossec α = 1 sen α cossec 2 α = 1 + cotg2 α 9.2. Resumo das relações fundamentais 10.1. Lei dos senos Exercício 29: Calcule cos x, 3π/2 < x < 2π, sabendo que tg x = -2. Para qualquer triângulo ABC, sendo R o raio da circunferência circunscrita, vale a relação: a b c ⌢ = ⌢ = ⌢ = 2R sen A sen B senC 20 10.1. Lei dos senos 10.1. Lei dos senos Exercício 31: Num triângulo ABC sabe-se que o ângulo A é igual a 60o, o ângulo B é igual a 45o e a = 9. Calcule: a) o raio da circunferência circunscrita e b) a medida do lado b. Traçando-se o diâmetro AD e unindo D e C, temos: ⌢ ⌢ AC 1º) D = B = 2 2º) ∆ACD é retângulo em C por estar inscrito numa semicircunferência. 10.1. Lei dos senos 10.1. Lei dos senos Exercício 32: Num triângulo ABC tem-se a = 8 2, b = 8 3 e B = 60o. Calcule C . ⌢ b b Então, no ∆ACD , sen B = ⌢ = 2R ⇒ 2R sen B Analogamente, demonstra-se que a c ⌢ = 2R ⇒ ⌢ = 2R sen C sen A 10.1. Lei dos senos 10.1. Lei dos senos Exercício 33: Um triângulo ABC está inscrito em uma circunferência de raio R. Se a = R, calcule A . Logo, a b c ⌢ = ⌢ = ⌢ = 2R sen A sen B sen C 21 10.2. Lei dos cossenos 10.2. Lei dos cossenos Para todo triângulo ABC, vale a relação: ⌢ a = b + c − 2bc cos A 2 2 2 A demonstração completa exige que se analisem os casos em que ∢A é agudo e em que∢A é obtuso. 10.2. Lei dos cossenos Do triângulo retângulo AHC, tiramos: ⌢ m cos (π − A) = ⌢ m b cos A = ⌢ m b − cos = A ⌢ b m = b cos A (2) ⌢ m = −b cos A (2) 10.2. Lei dos cossenos Pelo teorema de Pitágoras, nos triângulos AHC e BHC, temos: Substituindo em (1) o valor de m encontrado em (2), temos finalmente: ⌢ a 2 = b 2 + c 2 − 2bc cos A 10.2. Lei dos cossenos 10.2. Lei dos cossenos Exercício 34: De um triângulo ABC, são dados: a = 3 + 1, b = 2 e C = 30o. Calcule c. h 2 = b 2 − m2 2 2 2 h = a − (c − m) h 2 = b 2 − m2 2 2 2 h = a − (c + m) a 2 − (c − m )2 = b 2 − m 2 a 2 − (c + m )2 = b 2 − m 2 a 2 − (c 2 − 2cm + m2 ) = b 2 − m2 a 2 − (c 2 + 2cm + m2 ) = b 2 − m2 a 2 − c 2 + 2cm − m 2 = b 2 − m2 a 2 − c 2 − 2cm − m 2 = b 2 − m2 a 2 = b 2 + c 2 − 2cm a 2 = b 2 + c 2 + 2cm (1) (1) 22 10.2. Lei dos cossenos Exercício 35: Dois automóveis A e B seguem por uma mesma rodovia. No instante em que B entra numa estrada secundária, que forma um ângulo de 60o com a primeira, ele é ultrapassado por A, que continua na rodovia principal. As duas estradas podem ser consideradas retilíneas. Se A viaja a 80 km/h e B a 50 km/h, qual a distância entre A e B 6 minutos após B ter entrado na rodovia secundária? 10.2. Lei dos cossenos 23