UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO RESENHA DA OBRA “A Estrutura das Revoluções Científicas”, de Thomas Kuhn. Ati v id ad e d a d i sc ip l i na Meto d o lo gi a d a P esq ui sa e m Dir ei to d o P ro gra ma d e Me strad o d a Fa c uld ad e d e Dire ito d a U ni ver s id ad e Fed e ral da B ah ia , d ese n vo l vid a p e lo d is ce nt e H u go Leo nard o C u n ha Ro xo . Salvador, 2009. UFBA – Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado) Disciplina: Metodologia da Pesquisa Docentes: Prof. Rodolfo Pamplona Filho e Prof. Nelson Cerqueira Discente: Hugo Leonardo Cunha Roxo KUHN, Thomas. La estructura de las revoluciones científicas. Trad. Agustín Contin. Cidade del Mexico: Fondo de Cultura Económica, 2004. Síntese da Biografia do Autor: Thomas Samuel Kuhn (Cincinnati, 18 de Julho 1922 - Cambridge, 17 de Junho 1996) foi um físico dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico. Nascido em Ohio no ano de 1922, seu primeiro livro foi A Revolução Copernicana, publicado em 1957. Mas foi em 1962, com a publicação do livro A Estrutura das Revoluções Científicas que Kuhn tornou-se conhecido não mais como um físico, mas como um intelectual voltado para a história e a filosofia da ciência. Fonte: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080813154005AAjwfII. Resenha da obra: Contrariamente a Popper, a teoria de Kuhn não vislumbra o progresso científico como a eliminação contínua dos erros do passado (uma espécie de “seleção natural”), mas, ao contrário, como um processo descontínuo, não necessariamente cumulativo. Thomas Kuhn considera que a ciência evolui, descontinuamente, através da passagem incessante, de uma a outra, do que denomina matrizes disciplinares por parte da comunidade científica. Para ele, todo o desenvolvimento científico atua por meio de um conjunto de idéias, técnicas e valores, o qual ele chama de paradigma ou matriz disciplinar acolhida como válida em determinada comunidade científica. Aqui, Kuhn introduz mais um conceito: ciência normal. Segundo ele, a evolução de um paradigma científico a outro é drasticamente marcada pela predominância da ciência normal. E o que é isso? Para Kuhn, ciência normal é a pesquisa consolidada como conseqüência de uma sucessão de descobertas científicas aceitas pelo grupo como ponto de partida de outros trabalhos científicos. Em outras palavras, todo o conhecimento científico é produzido tomando por base pontos de partidas dentro do mesmo paradigma científico até que uma nova matriz disciplinar se apresente. Em certa medida, a idéia de ciência normal é muito semelhante à idéia de dogmática no seio do conhecimento jurídico. Dessa forma, a toda consolidação de uma ciência normal corresponde a superação de uma determinada matriz disciplinar transcendendo uma ciência normal concorrente e anterior (revolução científica). Todavia, a ruptura não é abrupta, violenta. A transposição a outro paradigma científico só se torna possível quando perguntas fundamentais deste já foram satisfatoriamente respondidas. Nesse sentido, Kuhn “inverte” os postulados principais da teoria popperiana, uma vez que, para ele, a crítica científica somente é possível dentro da moldura do paradigma científico, ou seja, toda crítica é sempre dogmática, pois os cientistas imersos em determinado paradigma científico não põem em questão os fundamentos de base de sua ciência normal. É a racionalidade estribada no paradigma científico que define o que é admissível e o que deve ser recusado em termos de pesquisas científicas. O que caracteriza, pois, a ciência é o dogmatismo da ciência normal, jogando um papel forte nisso tudo os interesses específicos de cada cientista e de seu grupo, ou seja, ao conjunto de valores e ideologias subjacentes a cada paradigma científico corresponde uma certa concepção do quais devem ser os problemas resolvidos. Está esboçada aí a teoria de Thomas Kuhn.