Prêmio Innovare vem para São Paulo O projeto “Moradia Legal”, que busca formas de reurbanização das favelas de Ribeirão Preto, foi o grande vencedor do V Prêmio Innovare. Páginas 10 e 11 Tribuna da Magistratura Informativo da Associação Paulista de Magistrados Ano XVIII - Número 175 - Janeiro de 2009 Congresso Nacional da Magistratura Corregedoria Geral da Justiça Autonomia Financeira do Judiciário Evento nacional tem comissões organizadora Juízes Auxiliares mostram facetas muitas vezes Diretoria da APAMAGIS se reúne com a e científica definidas. O palco também foi desconhecidas dos trabalhos desenvolvidos pela principais lideranças da ALESP para tentar escolhido: WTC São Paulo! Páginas 6 e 7 CGJ. Página 4 reverter cortes no Orçamento. Página 5 Um giro pela APAMAGIS 1ª Vice-Presidência 2ª Vice-Presidência Balanço Positivo O JUIZ TITULAR E O JUIZ AUXILIAR Como diz a canção, é preciso chuva para poder florir. No ano de 2008, nossa Magistratura foi submetida novamente a algumas tempestades, reflorescendo, no entanto, com mais força. Apesar das adversidades, diversas conquistas funcionais marcaram o ano, como por exemplo a implantação do regime de subsídio. Propostas relacionadas a nossa autonomia financeira e ao plano de cargos, carreiras e salários dos servidores do Judiciário avançaram. Refutamos, ademais, todas as tentativas de menoscabo às prerrogativas dos magistrados, em defesa “Lamenta-se, apenas, que da cidadania. De outro lado, jovens juízes nossos magistrados estejam e juízas ingressaram na carreira, revitalisobrecarregados na Capital e zando-a; vêm eles compor uma magistrano Interior com um volume tura aguerrida e talentosa, conscientes da desumano de processos, que alta missão que lhes é confiada. muitas vezes compromete a Aliás, o Ministro Cesar Asfor Rocha, qualidade do seu trabalho.” em discurso pronunciado na sua posse como Presidente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, realçou precisamente que admira, nos juízes e nas juízas mais jovens, a ousadia intelectual, indispensável à necessária renovação do entendimento judicial, pois sem ela essa percepção não se atualiza e tende, com o passar do tempo, a ignorar a presença do futuro, a expressar apenas as concepções urdidas para contextos pretéritos, onde tiveram, sem dúvida, a sua eficácia reconhecida. Lamenta-se, apenas, que nossos magistrados estejam sobrecarregados na Capital e no Interior com um volume desumano de processos, que muitas vezes compromete a qualidade do seu trabalho. Nesse passo, é preciso que não se dê importância desmedida a planilhas estatísticas, que acabam se transformando num instrumento de pressão comprometedor dessa imprescindível renovação do entendimento judicial. Importa salientar, de resto, que devemos estar preparados para os desafios de 2009, nos colocando à altura do momento histórico que vivemos. Tenho certeza que pertencer à APAMAGIS é uma vitória e o fato toca profundamente na alma de cada um dos Magistrados de São Paulo e motivos não faltam para tamanho júbilo. Afinal, basta olhar para o passado e logo nos defrontamos com as conquistas que nos foram legadas por nossos colegas ao longo do tempo. Foram incansáveis as lutas para moldar o perfil do novo Magistrado. Acreditem, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos e vitaliciedade foram, um dia, apenas utopia e sonhos. Diz o poeta que um sonho quando sonhado em conjunto é realidade. E a APAMAGIS é exemplo vivo dessas sábias palavras. De poucos sonhadores surgiu o embrião de uma das mais importantes entidades de classe do Universo. Sem dúvida alguma, minha essência é a de Magistrado. Tenho, porém, a alma de um sonhador. E gostaria de sonhar esse sonho com vocês, meus diletos e fraternos amigos – os Magistrados de São Paulo: o de dividir nossa energia e nossos ideais com nossa entidade nacional, a nossa querida Associação dos Magistrados Brasileiros. Somente com a união de todos conseguiremos que a nossa Magistratura de São Paulo tenha o seu preciso lugar no arcabouço nacional, fazendo com que o ideal da justiça não seja apenas uma palavra e sim configure uma poderosa alavanca para que cada cidadão possa ter o que lhe pertence, dentro dos princípios da Constituição Brasileira. Sonhemos, pois, juntos mais esse sonho: uma AMB com mais associados de São Paulo, para o fortalecimento da APAMAGIS perante aquela instituição. O Tribunal de Justiça de São Paulo tomou a iniciativa de criar os cargos de Juízes Auxiliares e assim fez, demonstrando preocupação no atendimento dos anseios da população voltados à pronta resposta para as pendências que são levadas aos fóruns. A Assembleia Legislativa aprovou e o Governador do Estado sancionou. Esses cargos foram estabelecidos tanto na Capital como no Interior do Estado e para eles seguiram colegas que, demonstrando espírito público e desejo de bem atender ao usuário prontamente começaram a exercer as funções inerentes. “O que demonstra ser Todavia, existiram e talvez ainda necessário é disciplinar com existam alguns casos de conflitos entre mais objetividade os limites os colegas que atuavam como titulade atuação de cada um, a res de varas e aqueles que atuavam no fim de prevenir conflitos de exercício das funções auxiliares. Emboatribuições.” ra ambos com status de magistrados de primeiro grau, começou a surgir uma confusão de conceitos, como se o auxiliar fosse menos do que o titular. E aí este imaginou que podia mais do que aquele, e quem pagou a conta foi o Cartório, que recebia ordens divergentes e porque não dizer, às vezes antagônicas, ficando sem saber a quem obedecer. O prejuízo então era do usuário, vale dizer, daquele que procurava o serviço judiciário. Para solucionar essa divergência, parece que o Tribunal de Justiça está pensando em extinguir com os cargos de Juízes Auxiliares tanto aqui na Capital como no Interior. Como eu vivo tanto na Capital como no Interior (Sorocaba), além das inúmeras visitas que faço aos colegas em razão dos compromissos assumidos com a APAMAGIS e assim acompanhando de perto os trabalhos de um e de outro, cheguei à conclusão de que essa não é a melhor solução. Penso que de início deveria haver melhor distribuição dos serviços, ou seja, ao invés de dois juízes (um titular e outro auxiliar) trabalharem com um único Cartório, o melhor seria montar uma outra equipe (derivada da primeira, quem sabe) para atender com exclusividade o juiz auxiliar. A experiência dos Juízes Auxiliares tem dado bons resultados no Interior, como é sabido. A ideia de extinguir esses cargos só pode ser considerada lamentável, embora respeite aqueles que a defendem. Prover um cargo de Juiz Auxiliar, ao que parece, custa menos aos cofres públicos do que prover um cargo de Juiz Titular. Aquele irá trabalhar com os mesmos escreventes, embora subdivididos, com os mesmos oficiais de justiça, com o mesmo diretor, enfim, com a mesma infraestrutura material e humana destinada a este. O que demonstra ser necessário é disciplinar com mais objetividade os limites de atuação de cada um, a fim de prevenir conflitos de atribuições. Entre essas preocupações deve estar aquela que impede que se perca o foco da criação dos cargos de auxiliares, ou seja, magistrados que ocupam cargo em determinada comarca para auxiliar os titulares daquela determinada comarca e não, como vem acontecendo, magistrados que são tratados como juízes substitutos (sem nenhum menosprezo para estes) e que recebem designação para irem auxiliar em outra comarca. Com o máximo respeito, essa espécie de designação frustra o objetivo maior que levou a mesma Corte de Justiça a tomar a iniciativa de criar os cargos de Juízes Auxiliares. Esta é que deve ser a preocupação dos colegas que atuam nos órgão de direção e cúpula do Tribunal de Justiça de São Paulo. A pura e simples extinção dos cargos de Juiz Auxiliar, não irá resolver o problema que está posto. É por essa razão que endosso totalmente a proposta de número “6” elaborada pelos colegas que vieram participar do II Encontro de Coordenadores da APAMAGIS, realizado em 28 e 29 de novembro último na Sede Social: “Alterar a denominação do cargo de Juiz Auxiliar fixo da Comarca da Capital para Juiz Titular de uma nova Vara a ser criada em decorrência de desmembramento da Vara que ele auxilia, preservandose a divisão dos processos já existente e mantido o Cartório único”. É a APAMAGIS cumprindo a sua missão estatutária de colaborar com o Tribunal de Justiça de São Paulo Des. Sebastião Luiz Amorim Des. Roque Antonio Mesquita de Oliveira Conselheiro nato da APAMAGIS e Vice-Presidente de Interiorização da AMB 2º Vice-Presidente ([email protected]) Des. Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 1º Vice-Presidente ([email protected]) Conselho Consultivo Os sonhos da Magistratura 2 | Associação Paulista de Magistrados Palavra do Presidente A Política e Supremo Tribunal Federal Em seguidas manifestações durante o recesso parlamentar, o Deputado Federal Flávio Dino (PCdoB – MA) afirmou que encaminhará proposta de Emenda Constitucional como o objetivo de estabelecer mandato para os Ministros do Supremo Tribunal Federal. O prazo seria de 11 anos sem direito a reeleição. Também, mudaria a forma de ascensão: além do Presidente da República, Senado e Câmara iriam nomear os futuros Julgadores da Suprema Corte. O parlamentar usa como argumentos para suas pretensões que o STF “tem se tornado órgão político”, “tem feito normas, através das Súmulas Vinculantes”. Afirma, ainda, que “tem que haver uma alternância para quem exerce uma tarefa política”. O ex-Magistrado afirma que vários países adotam o modelo proposto e lembra que o Supremo Tribunal Constitucional da Alemanha fixa o prazo de 12 anos para cada um dos seus oito Ministros. Entre nós já existe um limitador natural, que é a idade de 70 anos, o que não existe no Poder Legislativo, no qual a possibilidade de permanência é completamente ilimitada. O Deputado aduz estar “formalizando um sentimento geral” do Parlamento. Importante lembrar que Emenda Constitucional com o conteúdo preconizado estaria fadada a trazer para a sociedade mais uma norma totalmente inconstitucional, na dinâmica prevista no art. 60, § 4º, inc. III e IV, da Constituição Federal. A iniciativa conta com apoio de alguns setores importantes no cenário jurídico, como o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto. O Presidente da AMB chegou a se manifestar sobre o tema, com base em pesquisa realizada pela entidade. Porém, sem debate mais profundo com a classe. Não obstante os argumentos utilizados, a idéia de ter um Supremo Tribunal Federal atrelado a injunções políticas causa profundo receio. Eliminar garantias constitucionais tão duramente alcançadas como a vitaliciedade é enorme risco, basta olhar para nossos vizinhos, aonde tais instrumentos são utilizados para aniquilar o Estado de Direito. O sistema de repartição dos Poderes existente na Constituição Federal se assenta na necessidade de um Judiciário verdadeiramente forte e independente. E a vitaliciedade é uma das poucas garantias efetivas do Magistrado para que ele possa julgar com imparcialidade plena, muitas vezes contrariando os detentores de poderes político e econômico. Remanesce evidente que o espírito do constituinte foi o de trazer equilíbrio ao Estado Democrático de Direito. Delineou características distintas aos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário. Assegurou, por exemplo, imunidades aos Parlamentares que não se estendem aos ocupantes dos outros Poderes. Também o Executivo possui funções que lhe são intrínsecas. É verdadeiramente preocupante que uma alteração tão substancial, que certamente diminuirá a independência dos Julgadores, seja aventada sem profunda análise das perigosas consequências. A atuação política apontada pelo parlamentar como suporte à pretendida alteração constitucional não possui o alcance que se pretende dar. O Ministro do Supremo Tribunal Federal não exerce a imaginada atividade legislativa, nem mesmo quando cria uma Súmula Vinculante. A interpretação das leis e das normas constitucionais e a correlata prolação de decisões de grande repercussão é tarefa que exige predicados próprios dos Magistrados, especialmente dos Julgadores da Corte Suprema. A afirmação de que o sistema é adotado na Alemanha não implica necessariamente que este seja o melhor modelo para o Brasil. São países que apresentam características distintas em vários pontos como estabilidade políticoinstitucional, dimensões territoriais e aspectos culturais. Poder-se-ia apresentar como réplica a forma de composi- Tribuna da Magistratura Publicação da Associação Paulista de Magistrados Ano XVIII - nº 175 R. Tabatingüera, 140 - sobreloja CEP: 01020-901 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3292-2200 Fax: (11) 3292-2209 Tiragem: 3.500 exemplares APAMAGIS [email protected] Presidência [email protected] Secretaria [email protected] Imprensa [email protected] Convênios [email protected] Informática [email protected] Site www.apamagis.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Henrique Nelson Calandra 1º Vice-Presidente Paulo Dimas de Bellis Mascaretti 2º Vice-Presidente Roque Antonio Mesquita de Oliveira Remanesce evidente que “ o espírito do constituinte foi o de trazer equilíbrio ao Estado Democrático de Direito. Delineou características distintas aos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário.” Diretor Secretário Fernando Figueiredo Bartoletti Diretor Adjunto Secretário Ana Paula Sampaio de Q. Bandeira Lins Luis Antonio Vasconcellos Boselli Diretor Financeiro Irineu Jorge Fava Diretor Adjunto Financeiro Elcio Trujillo COMUNICAÇÕES E IMPRENSA Diretor de Comunicações e Diretor-Adjunto de Imprensa Ítalo Morelle ção da Suprema Corte dos Estados Unidos, que em muito se assemelha ao perfil do nosso Supremo Tribunal Federal. Entretanto, os contornos dados pela Constituição Brasileira possuem elementos próprios, oriundos das aspirações de nosso povo e captados pelo Legislador Constituinte de 88 após profundos debates. Em verdade, o caminho deve ser diametralmente oposto ao sugerido, isto porque com a abertura da garantia para a suprema corte, na sequência se abolirá a vitaliciedade para o restante da Magistratura, sonho de todos aqueles que almejam empolgar poderes totalitários. É preciso lutar para que os Poderes se fortaleçam, em especial em relação às suas características essenciais. Seria altamente produtivo para a sociedade e para o Estado Democrático de Direito que ocorresse um debate amplo para buscar soluções sobre como evitar, por exemplo, a edição desenfreada de medidas provisórias, um problema que muitas vezes tira do Legislativo uma atividade que lhe é primordial. Mirando para o próprio Judiciário, é imperioso criar mecanismos de combate à abominável morosidade na tramitação dos feitos. A presença nos Tribunais Superiores e no próprio Supremo de Magistrados de carreira contribuiria e muito para o aperfeiçoamento da nossa República. Sem atacar as verdadeiras causas dos problemas, persistirão as apontadas discrepâncias entre os Poderes e as correlatas dificuldades para o exercício pleno de suas funções. Diretor de Imprensa e DiretorAdjunto de Comunicações José Elias Themer Jornalista Responsável Adriana Brunelli (MTB 33.183) Coordenação Geral Luciano Ayres Redação Karin Hetschko, Cristiane Sommer Edição, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação AyresPP Comunicação e Marketing Estratégico Tel: (19) 3232.6823 Fotos AyresPP CONSELHO EDITORIAL Aloísio de Toledo César Ana Paula Sampaio de Queiroz Bandeira Lins José Carlos Ferreira Alves Marcello do Amaral Perino Sebastião Luiz Amorim Silvio Marques Neto Colaboradores Todos os artigos assinados neste jornal são de responsabilidade exclusiva de seus autores. Des. Henrique Nelson Calandra Presidente da APAMAGIS ([email protected]) Associação Paulista de Magistrados | 3 Entrevista TJ/SP | Augusto Lepage e Viviane Maldonado Juízes contam os desafios e atribuições da Corregedoria Geral da Justiça O Judiciário paulista apresenta um panorama desfavorável: cerca de 18 milhões de processos na Primeira Instância e mais de meio milhão na Segunda Instância. Os Magistrados paulistas trabalham, segundo relatório do Banco Mundial, muito acima do recomendável. Além da brutal carga de trabalho, o TJ/SP convive com os sistemáticos cortes orçamentários. Diante dessas variáveis, a Corregedoria Geral da Justiça busca formas de contribuir e aprimorar a distribuição da Justiça. Em entrevista exclusiva ao Tribuna da Magistratura, os Juízes Augusto Lepage e Viviane Maldonado falaram sobre as atribuições deste importante Órgão do Judiciário Paulista. Tribuna da Magistratura: A Corregedoria Geral abrange um extenso campo de atividades, desde editar parâmetros para leilões eletrônicos até disciplinar as normas de serviço. Dentro deste amplo escopo, como é coordenar uma equipe de profissionais para desenvolver uma função essencial para a população paulista? Augusto Drummond Lepage: É uma honra trabalhar com a equipe que integro, pois nossa convivência é agradável e profícua. Eu me sinto privilegiado por estar na posição em que me encontro. Todos os sete Juízes que trabalham comigo são extremamente competentes e afetos às questões da Justiça. É importante ressaltar que a Corregedoria é um mundo desconhecido não só para a população, mas também para o Judiciário. TM: Qual a magnitude da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo? AL: Trata-se de um órgão enorme, que emprega mais de cem funcionários, sendo 16 Juízes. Para fins explicativos, podemos dividi-la em três partes. A primeira é composta pelo gabinete do Excelentíssimo Corregedor Geral de Justiça, Desembargador Ruy Pereira Camilo, e onde trabalham quatro colegas nossos. A segunda é a equipe de correição judicial, com oito Juízes. Por fim, temos o grupo do extrajudicial, que cuida dos cartórios, tabelionatos, etc. TM: O Judiciário paulista enfrenta uma situação desfavorável e com entraves para seu bom funcionamento. Mesmo assim, a equipe da Corregedoria mostra 4 | Associação Paulista de Magistrados | Augusto Drummond Lepage “A falta de recursos provoca um efeito colateral instigante, que é justamente o de insuflar a criatividade.” Augusto Lepage autoestima e força para tentar mudar a realidade através de soluções criativas. Qual a contribuição do senhor no aspecto motivacional da equipe? AL: Na verdade, nenhuma. A motivação vem dos Magistrados que compõem a equipe. São profissionais experientes, que conhecem o Judiciário e que têm o desejo de melhoria. Todos os Juízes têm o propósito genuíno de ver o Judiciário atuante, de combater a morosidade. É uma vontade inerente a esses Magistrados e eu me regojizo com isso, porque as Justiças paulista e brasileira são compostas, em sua maioria, por profissionais imbuídos pelo desejo de fornecer um serviço de qualidade à população e à sociedade, apesar das dificuldades. TM: Podemos dizer que é um Órgão estratégico? AL: Com certeza. Eu considero a Corregedoria uma espécie de órgão pensante do Judiciário e esta condição não vem apenas da atual gestão; todas as gestões anteriores atuaram com o objetivo de buscar soluções inteligentes. Estamos lutando para melhorar a situação. A falta de recursos provoca um efeito colateral instigante, que é justamente o de insuflar a criatividade. TM: Pode exemplificar? AL: Claro. O Judiciário de São Paulo infelizmente convive com uma difícil realidade: os recursos são pequenos, realmente limitados, e as demandas dos jurisdicionados que se apresentam, quase infinitas. Nós temos que tentar equilibrar esses dois pólos que parecem inconciliáveis. Portanto, a criatividade é um dos elementos capazes de tornar a tarefa exequível. | Viviane Nobrega Maldonado Tribuna da Magistratura: Para o bom desenvolvimento do Judiciário, a Corregedoria precisa se relacionar com outras instituições públicas e privadas. A senhora poderia discorrer acerca dessas atribuições? Viviane Nobrega Maldonado: Há importantes órgãos que auxiliam o funcionamento da Justiça. Assim, a Corregedoria, muitas vezes, precisa de uma atuação próxima com essas entidades. Nosso trabalho se volta a estreitar relações com instituições como a Defensoria Pública, que é um órgão relativamente novo, com a Ordem dos Advogados, com a AASP, entre outros. Procuramos afinar todos os interesses com o intuito de criar condições melhores para o funcionamento da Justiça. Nós entendemos que a participação desses órgãos é de extrema importância. TM: O Judiciário caminha rumo à informatização. Em sua opinião, a virtualização dos processos poderá, de fato, suprir o uso do papel? Seria possível os atos judiciais serem executados de uma outra forma, por exemplo, por meio de uma videoconferência? VM: Já existem as videoconferências que são utilizadas basicamente na área criminal. De qualquer forma, o Poder Judiciário como um todo, não somente no Estado de São Paulo, caminha para a utilização de sistemas virtuais para o acompanhamento de processos e também para a comunicação entre os Juízes. A tendência é que os papéis sejam eliminados, as cartas físicas muito provavelmente serão convertidas em comunicação eletrônica. Entretanto, existem atos que continuarão sendo cumpridos fisicamente como, por exemplo, uma expedição de um decreto de prisão para uma pessoa que reside fora da comarca. O que poderá ser feito é a determinação dessa ordem por via eletrônica, mas fisicamente ela terá que ser feita pela autoridade local. “A tendência é que os papéis sejam eliminados, as cartas físicas muito provavelmente serão convertidas em comunicação eletrônica.” Viviane Maldonado TM: Como funciona a apuração em face de funcionários que não desempenham adequadamente sua função ou que foram denunciados? VM: Cada vara possui um Juiz que exerce a função de Juiz Corregedor permanente, observando a atividade cartorária como um todo e a atuação de seus funcionários. Quando ele verifica alguma falta funcional, fica obrigado a instaurar um procedimento, que pode ser verificatório e com uma apuração preliminar, ou já abrir um procedimento administrativo com vistas à aplicação da penalidade cabível, caso a infração venha a ser constatada e efetivamente comprovada. Neste caso, o Juiz da unidade sentencia o processo e a Corregedoria Geral, por assim dizer, atua no segundo grau de jurisdição. TM: Como é a atuação da Corregedoria Geral da Justiça na área cível, notadamente nas varas especializadas em Direito de Família? VM: Na verdade, a filosofia é a mesma para todos os setores. A Corregedoria atua para detectar quais são os problemas, as dúvidas e as dificuldades dentro de determinado setor. A seguir, nosso papel é o de buscar formas da unidade atuar de maneira mais homogênea e em conformidade com as Normas de Serviço da Corregedoria. Nós acabamos instruindo também, porque muitas vezes as comarcas mais distantes têm um pouco de dificuldade de comunicação. Institucional Orçamento | Diretoria da APAMAGIS debate com líderes da Assembleia Legislativa Em encontro com Parlamentares, os representantes da Associação expuseram as necessidades do Poder Judiciário A participação do Judiciário no orçamento do Estado vem sendo reduzida sistematicamente. Entre os anos de 2005 e 2008, a porcentagem da verba caiu de 5,12% para 4,88%. Neste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo passou por uma nova baixa. A proposta orçamentária do Estado apresentada à Assembleia Legislativa foi de R$ 116,2 bilhões. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Tribunal de Justiça poderia receber até 6% (R$ 6.972.000.000,00). O TJ/SP solicitou valor inferior a essa cota, ou seja, “Diante do que foi apresentado, os Deputados manifestaram apreço e simpatia pelo Poder Judiciário, prometendo examinar a possibilidade de acolhimento das sugestões.” Des. Nelson Calandra R$ 6.842.973.452,00, e mesmo assim, recebeu um decréscimo de 1,8 bilhões do Executivo. Desta vez, com um único corte, retirou-se 27,69% do solicitado pelos dirigentes do Judiciário. No ano passado, a redução foi de 34%. Diante desse quadro pouco sustentável para o Judiciário paulista, o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra, e o 1º Vice, Des. Paulo Dimas, estiveram, no dia 16 de dezembro, reunidos no Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), a convite do Depu- | Presidente da ALESP, Deputado Vaz de Lima, e diversos Parlamentares ouviram os pleitos da APAMAGIS sobre os cortes orçamentários tado Fernando Capez, para mostrarem os nefastos prejuízos dos sucessivos cortes no orçamento e para sensibilizar os Parlamentares das necessidades e da importância do Poder Judiciário. Na ocasião, os Desembargadores discorreram sobre as emendas apresentadas pelos Deputados a pedido do TJ/SP, que visam aumentar o orçamento do Judiciário. A Presidência da APAMAGIS mostrou e enfatizou a importância da implantação dessas emendas pelos líderes da ALESP de modo a evitar que deixem de ser atendidas necessidades prementes que irão beneficiar diversas regiões do Estado e o Judiciário como um todo. Os Desembargadores Henrique Nelson Calandra e Paulo Dimas ainda expuseram aos líderes da ALESP a pauta sobrecarregada de trabalho do Judiciário paulista, que está em desacordo com a carência de recursos do mesmo. “Diante do que foi apresentado, os Deputados manifestaram apreço e simpatia pelo poder Judiciário, prometendo examinar a possibilidade de acolhimento das sugestões”, apontou o Presidente da APAMAGIS. Após a reunião, o Desembargador Henrique Nelson Calandra também afirmou que o diálogo com os Parlamentares da Casa Legislativa do Estado de São Paulo será permanente. “Há promessa de suplementação da verba do Judiciário no ano de 2009. Além disso, os Legisladores prometeram uma atenção especial aos projetos do Judiciário, como a Autonomia e o Plano de Cargos e Carreira”, afirmou o Presidente. Participação do Judiciário no Orçamento do Estado (em %) 4,96% 5,12% 4,89% 4,88% 4,25% 2009 2008 2007 2006 2005 | Presidente Calandra e 1º Vice-Presidente Paulo Dimas após a reunião com Deputados Associação Paulista de Magistrados | 5 Evento Magistratura em debate | São Paulo receberá Encontro Nacional Entenda a importância da capital paulista sediar o XX Congresso Brasileiro de Magistrados Depois de 20 anos, a cidade de São Paulo volta a sediar um evento nacional da Magistratura e, desta vez, a capital paulista será palco do XX Congresso Brasileiro de Magistrados, organizado pela AMB com a participação da APAMAGIS e da AMATRA II. “Esta conquista é uma grande honra para o Estado e, especialmente, para a cidade de São Paulo, um dos maiores municípios do mundo”, avalia o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra. E não são poucos os motivos que levaram o coração econômico e judiciário do Brasil ao centro das discussões forenses. A capital paulista concentra, atualmente, 12,26% de todo PIB brasileiro e o Estado de São Paulo é responsável por 50% de todas as ações “Tenho convicção de que haverá maciça participação de todos os segmentos da Magistratura brasileira no Congresso. Os assuntos que serão debatidos no evento terão aplicação e repercussão na prestação jurisdicional para uma resposta mais efetiva à sociedade brasileira.” Juiz Mozart Valadares Pires, Presidente da AMB “Eu sempre acho positivo reunir a Magistratura e os seus familiares para mostrar que o Brasil é unido em termos de Justiça, e que o Judiciário é um Poder que deve ser cada vez mais ouvido pela sociedade.” Des. Henrique Nelson Calandra, Presidente da APAMAGIS Comissões Organizadora Presidente: • Gervásio Protásio dos Santos Júnior (AMMA) Membros: • Antônio Silveira Neto (AMPB / Assessor da Presidência da AMB) • Emanuel Bonfim (AMEPE / Diretor-Tesoureiro da AMB) • Fernando Figueiredo Bartoletti (APAMAGIS) • Irineu Jorge Fava (APAMAGIS) • Flávio Humberto Pascarelli (AMAZON/ Vice-Presidente de Assuntos Ambientais da AMB) • Liane Casarin (Amatra II) • Patrícia Esteves da Silva (Amatra II) Científica* Presidente: • José Lúcio Munhoz (Amatra II / Vice-Presidente de Assuntos Culturais da AMB) Membros: • Carlos Magno (Amepe / Secretário-Geral Adjunto da AMB) • Cláudio Dell’Orto (AMAERJ / Vice-Presidente de Comunicação da AMB) • Éder Jorge (ASMEGO) • Marcus Vinícius dos Santos Andrade (APAMAGIS) • Maria de Fátima Zanetti (Amatra II) • Regis de Castilho Barbosa Filho (APAMAGIS) • Thiago Melosi Sória (Amatra II) *Fonte: AMB 6 | Associação Paulista de Magistrados no Brasil de competência estadual, com 18 milhões de feitos em 1º grau e mais de 500 mil em segunda instância. Na Justiça Federal de 1º grau, São Paulo responde por 31,95% do total de ações, e nas turmas recursais alcança o índice de 22,06%. Apenas esses dados já justificariam a escolha de São Paulo como cidade sede do evento. Entretanto, como nem só de debates técnicos é composto o Congresso, a diversidade de entretenimento, cultura, gastronomia e acomodações também faz parte do pacote. A cidade acomoda 280 cinemas, 120 teatros, 88 museus, 184 casas noturnas, 72 shopping centers, 53 parques e áreas verdes, 39 centros culturais, 410 hotéis com 42 mil apartamentos disponíveis, além de 52 tipos de cozinha divididos em 12,5 mil restaurantes espalhados pelos 1.530 km2 da cidade (Fonte: visitesaopaulo.com). Entre os dias 29 e 31 de outubro de 2009, São Paulo será exposta à Magistratura Nacional, que poderá conhecer as famosas ruas do Jardim Paulista, a gastronomia que é referência no mundo inteiro, um dos maiores centros de compra do globo com dezenas de shoppings e forte comércio no atacado, formado pelas conhecidíssimas 25 de Março, José Paulino e pelo Brás, além de inúmeras etnias e culturas que convivem lado a lado. “Planejamos oferecer aos Magistrados um evento com debates de temas atuais e relevantes ao futuro do Judiciário Brasileiro e uma imersão cultural no mundo cosmopolitano que São Paulo proporciona”, explica o Juiz Fernando Bartoletti, Diretor-Secretário da APAMAGIS e Membro da Comissão Organizadora do Congresso. Outra característica marcante de São Paulo é o seu perfil de vanguarda. “O local escolhido para abrigar nosso Congresso, o WTC São Paulo, localizado no novo centro empresarial da cidade, traduz a modernidade paulistana, modernidade esta, que na minha opinião, deve ser inserida no Judiciário Brasileiro e que será foco das discussões no evento”, sugere o Juiz Regis de Castilho Barbosa Filho, Diretor de Assuntos Legislativos da APAMAGIS e Membro da Comissão Científica do Congresso. “Gestão Democrática do Poder Judiciário” O Estado de São Paulo, sobretudo sua capital, é um ótimo exemplo para algumas das temáticas que serão apresentadas no XX Congresso Brasileiro de Magistrados: procedimentos judiciários, democratização, planejamento estratégico e autonomia financeira, todas sob a égide do tema central “Gestão Democrática do Poder Judiciário”. O último tema elencado – autonomia financeira - é a grande bandeira do Judiciário paulista. A APAMAGIS, liderada pelo Presidente, Des. Henrique Nelson Calandra, e pelos Vices, Des. Paulo Dimas e Des. Roque Mesquita, promoveu amplo debate sobre o assunto durante o ano de 2008. “Recentemente, estivemos conversando com líderes de bancada da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sobre a Autonomia do Judiciário. Na oportunidade, apresentamos as melhorias da prestação jurisdicional no Estado do Rio de Janeiro com a introdução da autonomia financeira. Confesso que estou curioso e ao mesmo tempo esperançoso que o debate em torno do tema una a Magistratura em uma só voz: a autonomia financeira do Judiciário é possível”, disse o 1º Vice-Presidente da APAMAGIS, Des. Paulo Dimas. A estimativa da organização é que cerca de 2.000 Magistrados participem do Congresso, ampliando a união em torno dos temas de interesse da Magistratura nacional. “A expectativa é especial porque o Congresso será realizado em São Paulo. Faz mais de 20 anos que não há um Congresso por aqui. O principal Estado do Brasil, que soma 50% dos processos de competência Estadual do país, organizar o Congresso, mostra que o resto do Brasil atentou-se para a nossa liderança natural.” Juiz Regis de Castilho Barbosa Filho, Diretor de Assuntos Legislativos da APAMAGIS “É salutar a realização desse tipo de Congresso, especialmente, porque é um evento onde se discute a melhoria da Justiça, as prerrogativas institucionais e os problemas enfrentados na distribuição da Justiça em cada Estado.” Des. Sebastião Luiz Amorim, VicePresidente de Interiorização da AMB e Conselheiro da APAMAGIS “A iniciativa de reunir a Magistratura em eventos como esse é fundamental para o desenvolvimento e fortalecimento do Judiciário Brasileiro. Na APAMAGIS, já sentimos alguns efeitos positivos dessas reuniões constantes que estamos realizando com os Magistrados do Estado de São Paulo, como o intercâmbio de experiências e a unificação de pleitos.” Juiz Fernando Bartoletti, DiretorSecretário da APAMAGIS Associação Paulista de Magistrados | 7 Confraternização a a c r a m o ã ç a r t n Desco os! d a r t is g a M s o d confraternização ixou lembrande novembro de 29 em BC HS izado no Espaço ões não ficaram Se o evento real as em várias regi id ov om pr s õe aç s, as confraterniz ças inesquecívei saudável vas amizades e o no de to atrás. en im sc , o na ntos do Estado m velhos amigos tes em vários po O reencontro co en es pr am er tiv es e congraçamento espírito de união sembartre elas a dos De en , ão aç iz de São Paulo. rn te ra conf rocaba, Camoportunidades de a Pública, de So nd Várias foram as ze Fa da l, ra l Cent es do Fórum Cíve gadores, dos Juíz . Rio Preto e Santos pinas, São José do derão os Associados po ir, gu se a s to fo Nas s! o dessas emoçõe reviver um pouc Feliz 2009! 8 | Associação Paulista de Magistrados Associação Paulista de Magistrados | 9 Entrevista Innovare | Diretor da APAMAGIS recebe o prêmio da categoria individual O condecorado projeto “Moradia Legal” foi criado para erradicar e reurbanizar favelas Marcus Ferraz (Befit) O Diretor de Interiorização da APAMAGIS, Juiz João Agnaldo Donizeti Gandini, foi o responsável por trazer mais um Prêmio Innovare para a Magistratura Bandeirante. O Magistrado ganhou a láurea da quinta edição do concurso com o projeto “Moradia Legal”, que tem por objetivo erradicar e reurbanizar núcleos de favelas em Ribeirão Preto, cidade onde ele atua. Confira a entrevista exclusiva que o Juiz concedeu ao Tribuna da Magistratura. Tribuna da Magistratura: Qual foi a emoção de vencer o V Prêmio Innovare com o projeto “Moradia Legal” ? Juiz João Agnaldo Donizeti Gandini: É muito bom receber prêmios. Entretanto, esse em especial veio em uma boa hora. O projeto “Moradia Legal” é muito bem aceito na região de Ribeirão Preto, contando com o apoio da Imprensa, do Prefeito, dos Vereadores, do Ministério Público, das universidades, dos clubes de serviços e, principalmente, das comunidades contempladas. Faltava apenas um carimbo, uma chancela para aprovar a qualidade do projeto. A premiação trouxe esse aval, pois acredito que o Prêmio Innovare seja o mais importante na área da Justiça no Brasil atualmente. Isso nos deu uma força muito grande pra manter nosso grupo ainda mais unido. TM: Além de atestar a excelência do projeto, quais foram os outros benefícios adquiridos com o Prêmio Innovare? JG: O Prêmio nos proporcionou maior prestígio para que o Poder Público apoie o “Moradia Legal”. Além disso, a láurea também deu mais visibilidade ao problema da moradia no Brasil, que conta hoje com sete milhões de indivíduos vivendo em favelas. Só em Ribeirão Preto há cerca de 20 mil pessoas em 34 núcleos. TM: Como surgiu a ideia do Projeto? JG: Quando chegamos na Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, criada há cerca de três anos, percebemos que, entre os quase 40 mil processos existentes em cada uma das duas varas, existiam muitos que eram ações cíveis públicas movidas pelo Ministério Público para tentar 10 | Associação Paulista de Magistrados | Juiz Gandini recebe a premiação das mãos do Presidente da República em exercício José Alencar liberar regiões ocupadas ilegalmente (áreas institucionais, áreas de proteção ambiental, etc). Analisando os processos, verificamos que muitos deles tramitavam há mais de uma década e que não tinham solução. Em um primeiro momento, parecia que a resposta não podia ser alcançada dentro do processo, talvez teríamos que encontrá-la fora. Eu já tinha a experiência de Jaboticabal, onde eliminamos a única favela da cidade com base em um trabalho feito com a comunidade e com os Poderes Públicos. Assim, achei que em Ribeirão Preto pudesse ser aplicada a mesma ideia. Foi marcada uma audiência em uma das favelas e fui, junto com o Promotor e o Defensor Público, observar a situação do local. Na ocasião, conversamos com as pessoas e voltamos convencidos de que a solução não poderia ser processual, mas extraprocessual. Comecei a discutir o assunto com um colega, o Julio Cesar Spoladore Dominguez, da 1ª Vara da Fazenda, com outras pessoas da comunidade, da Prefeitura, Vereadores e acabamos chegando a conclusão de que a via extraprocessual era a correta. Começamos a trilhar esse caminho e o sucesso está chegando. carentes da região de Ribeirão Preto? JG: Ao longo de mais de dois anos de trabalho, gastamos muita energia com os projetos, com os estudos, com as discussões, mas já começamos a ver a realidade ser mudada. Embaixo das ruas de terra das favelas, por exemplo, já conseguimos instalar o esgoto “Eu virei Juiz apesar de todas essas adversidades, estudando em escola pública. Será que não devo contribuir para que pessoas, que talvez fossem para o lado do crime, venham a ter uma vida como a que eu consegui?” e a rede de água oficial. Entretanto, esses benefícios ainda não chegaram às casas dos moradores, pois isso vai ser feito no mês que vem – provavelmente, em março terminamos essa etapa - mas dentro de poucos dias essa infraestrutura estará pronta. TM: E quais serão os próximos passos do “Moradia Legal”? JG: Iniciaremos a fase mais difícil, poTM: E quais foram os benefícios que o projeto propiciou às comunidades rém a mais gratificante: a etapa da promoção humana. Algumas ONG’s do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Nova Cidade e outras entidades sociais trabalharão conosco nesse passo do projeto. Com essa união, pretendemos melhorar as condições de educação, saúde, emprego, moradia e, sobretudo, fazer a regularização fundiária daquela área, dando um título de propriedade para as pessoas. Esse trabalho será desenvolvido ao longo de 2009. TM: O senhor acha que a sua experiên­ cia pessoal o ajudou a criar essa consciência social diferenciada? JG: Eu acho que a bagagem espiritual que as pessoas trazem é o componente mais importante. Entretanto, o fato de eu ter morado na roça, ter vivido na cidade exercendo as tarefas mais difíceis como vender banana, sorvete, catar papelão na rua, ser feirante, enfim, realizando atividades mais simples, deu-me a consciência de que é possível vencer na vida exercendo ocupações humildes, mas com honestidade e com trabalho. Eu virei Juiz apesar de todas essas adversidades, estudando em escola pública. Será que não devo contribuir para que pessoas, que talvez fossem para o lado do crime, venham a ter uma vida como a que eu consegui ter, de ter uma casa adequada, ter um carro, ter uma vida de quali- “Ao longo de mais de dois anos de trabalho, gastamos muita energia com os projetos, com os estudos, com as discussões, mas já começamos a ver a realidade ser mudada” questões, que antigamente eram muito simples no interior e complexas na capital, se igualaram. Por exemplo, nós temos cidades muito pequenas com indústrias enormes, empregando cinco, seis mil pessoas. Assim, a complexidade veio para o interior. Portanto, não há mais sentido, como já não havia antes, dizer que o Juiz do interior é diferente do Juiz da capital. TM: E como é essa luta dentro da dade? Acreditando que é factível e tendo a formação que eu tive, achei plausível interferir na realidade. Nós estamos mostrando que é possível fazer mudanças. | Presidente Calandra, ex-Ministro Márcio Thomaz Bastos e o Magistrado Gandini TM: O senhor adota uma postura que parece estar se disseminando por todo o Judiciário de São Paulo: a de sair dos gabinetes e tentar resolver o problema não só dentro do processo, mas solucionar o litígio como um todo. Poderia nos descrever essa experiência? JG: Eu procuro encontrar a solução e essa é uma postura adotada durante meus 25 anos de carreira. A resposta processual é importante, precisa ser dada, o Juiz tem que fazer audiência, tem que despachar, atender o advogado, dar a sentença, etc. Entretanto, o papel do Magistrado não é restrito apenas a essas funções. Eu sempre digo, em um processo você tem uma porção de papéis, de petições, de carimbos, mas também há pessoas. O Juiz é uma figura muito importante nesta hora, ele não deve enxergar apenas o papel frio, mas ver que existem indivíduos envolvidos e que eles precisam de uma satisfação. É por este motivo que eu desenvolvi ao longo do tempo esta postura de ir ao encontro da comunidade. TM: Como Diretor de Interiorização da APAMAGIS, participa ativamente da luta para unir o Judiciário da capital ao do interior e do litoral. Qual a recepção com relação ao tema? JG: A recepção tem sido muito boa. Durantes anos atuando na APAMAGIS, percebi que se reclamava muito da participação do Juiz do interior na Associação. Hoje, eu diria que não existe uma diferença entre o Juiz do interior e o da capital. As APAMAGIS pelos interesses da Magistratura Paulista? JG: Eu estou no grupo do Des. Calandra, do Des. Paulo Dimas há muitos anos. Já fui candidato ao cargo de 2º Vice com o Des. Calandra, o que foi uma honra enorme. Atualmente, trabalho com ele na Diretoria de Interiorização, o que também é uma grande satisfação. Considero o Des. Paulo Dimas uma pessoa talhadíssima pra ser o nosso dirigente no futuro. Com essa Diretoria, tenho ido a muitos lugares do Estado, já há dez anos eu faço isso, esse périplo pelo interior, e vejo que em algumas comarcas tem algumas pessoas que se destacam por esse tipo de atitude. Na prática Nova realidade para milhares de pessoas | Crianças e adultos convivem com sérios problemas de saneamento e de saúde pública Setembro de 2005 marca o surgimento do “Moradia Legal”. O Juiz João Gandini assumiu uma das Varas de Fazenda Pública e percebeu que havia vários processos que visavam à desocupação de áreas municipais ilegalmente ocupadas. Notou que o problema não seria resolvido dentro do processo. Mobilizou, então, o Magistrado Julio Cesar Spoladore, Promotores de Justiça e várias autoridades para buscar alternativas. De forma transparente e democrática, tem início uma grande mobilização. Pessoas de diversos segmentos – de moradores das favelas a empresários – reuniram-se com o objetivo de traçar metas e planos de atuação. A primeira providência foi organizacional, criando-se os núcleos jurídico, financeiro, físico territorial, social e comunitário, cujos coordenadores, eleitos, comporiam um grupo gestor, que teria também um coordenador geral e | Magistrado registrou todas as 34 favelas de Ribeirão Preto um sub-coordenador. Gandini foi apontado como coordenador geral. O Magistrado sobrevoou e fotografou todas as 34 favelas da cidade. O grupo elegeu prioridades e elaborou projetos de reurbanização e de desfavelamento (retirada das famílias em situações de risco e assentamento delas em conjuntos habitacionais). A primeira etapa está mudando o que no passado era conhecida como Favela Monte Alegre. As quase quatrocentas famílias ganharão endereço novo, Jardim Monte Alegre. Muito mais que um vocábulo, a alteração resgata princípios elementares de dignidade e de cidadania. Há muitas dificuldades para a erradicação de todas as favelas, mas quem conversa com os Magistrados Gandini e Spoladore tem certeza de que as favelas estão com os dias contados em Ribeirão Preto. Associação Paulista de Magistrados | 11 Inovação Tecnologia | Novo site: modernidade e agilidade Nova interface facilita a navegação pela home da APAMAGIS Acesso ao Webmail através do site pesquisas legislativas novo layout novidade: Sistema de busca fácil localização de assuntos recentes novidade: clipping Os dizeres “Ano novo, site novo” sur- preenderam os Magistrados paulistas que acessaram o endereço eletrônico da APAMAGIS entre o final de dezembro de 2008 e o começo de janeiro de 2009. A mensagem era um prenúncio do que os Associados e demais usuários visualizariam na tela a seguir: um site com novo visual, ferramentas novas, de fácil acesso e com novidades editoriais, totalmente desenvolvido pelo Departamento de Informática da APAMAGIS e, assim, sem custos para a entidade. O projeto da nova home foi moldado com base nas necessidades dos Magistrados paulistas e era uma meta antiga dos protagonistas da informática na Associação, os Juízes Edison Aparecido Brandão, Diretor de Informática e Fernando Bartoletti, DiretorSecretário e Diretor-Adjunto de Informática. “Montamos a estrutura de informática da APAMAGIS em meados da década de 90 e desde então aprimoramos o Departamento, criando ferramentas que facilitem o acesso dos Magistrados 12 | Associação Paulista de Magistrados Mas as mudanças não foram só estruturais e visuais, o conteúdo editorial também foi revisado dando prioridade às notícias vinculadas ao Judiciário estadual e nacional e às informações sobre o andamento de projetos legislativos da área da Magistratura no Congresso Nacional. à informação e à comunicação com os demais Departamentos da Entidade”, afirma o Diretor de Informática, o Juiz Edison Aparecido Brandão. Nessa linha de pensamento foi construído o novo site, que além do layout moderno, possibilita o fácil acesso aos documentos da APAMAGIS, como o índice de notícias, ou a video­teca virtual de eventos da Associação. Outra novidade é o sistema de busca, que vasculha no banco de dados da home, a partir do título da notícia, ma- | Diretores do Departamento de Informática Edison Brandão e Fernando Bartoletti térias referentes às palavras digitadas. A visualização das seções também foi um dos critérios adotados na construção do atual site. “Percebemos que esse era um gargalo da antiga home. Muitas vezes, os Magistrados precisavam percorrer algumas páginas do apamagis.com.br até chegar à seção desejada”, explica o Diretor-Secretário e Adjunto de Informática, Juiz Fernando Bartoletti. E, pelo visto, em poucas semanas as mudanças já começaram a mexer no cotidiano dos associados. Segundo relato do Juiz Edison Brandão, muitos colegas afirmaram que a consulta está mais fácil, basta um clique para chegar em uma determinada região da home. O acesso ao site também tem aumentado. Em dezembro de 2007, o sistema registrou 1.471.336 acessos e, em dezembro de 2008, esse número subiu para 1.529.364, ou seja, quase 5% de incremento. Mas as mudanças não foram só estruturais e visuais, o conteúdo editorial também foi revisado dando prioridade às notícias vinculadas ao Judiciário estadual e nacional e às informações sobre o andamento de projetos legislativos da área da Magistratura no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. Nesse sentido, a importante ferramenta link de Pesquisa Legislativa também foi aprimorada. “Agora, os Associados têm acesso, além dos projetos de lei de interesse dos Magistrados, também às ADINS do STF e aos boletins do CNJ e várias outras informações”, conta o Diretor-Secretário da APAMAGIS. Para entender um pouco mais sobre essas inovações que os Magistrados pau- listas têm à disposição hoje no site da APAMAGIS, precisamos recorrer à história da informatização da Associação. A APAMAGIS na Vanguarda da Era Digital Desde 1995, a APAMAGIS, na vanguarda da informação digital, montou o Departamento de Informática. “Depois de instalarmos o Departamento, começamos a investir no website, e saímos na frente, lançando a primeira home das associações jurídicas do país”, relata o Juiz Edison Aparecido Brandão. E a lista de inovações virtuais cresceu com o tempo: a APAMAGIS implantou a segunda lista de discussões de Magistrados do Brasil (atualmente, com o maior número de participantes) e as primeiras listas temáticas do país (infância, execução criminal, fazenda, etc); a Entidade também foi precursora na transmissão de eventos interativos. Em 1998, na época ainda da internet discada, foi transmitido pelo website da AMB, com tecnologia cedida pela APAMAGIS, o encontro nacional de Magistrados em Gramado. E, hoje, com a conexão banda larga, os encontros e reuniões de relevância da Magistratura Bandeirante continuam a ser transmitidos pela home da APAMAGIS e os Magistrados participam do evento em tempo real enviando perguntas e sugestões. A APAMAGIS também inovou ao virtualizar os congressos, assembleias e reuniões, solicitando proposituras aos colegas de todas as regiões do Estado sobre o tema em debate e fazendo votações online, como a ocorrida em 2008 sobre a eficácia das alterações da Lei de Processo Penal, na qual mais de 300 Magistrados participaram. “A tendência é que essas renovações ocorram em um espaço de tem- po cada vez mais curto, mas sempre contamos, é claro, com as ideias atualizadas de nossos Magistrados colaboradores para prosseguirmos com nossa epopeia digital”, analisa o Juiz Fernando Bartoletti. Utilidade Serviço de permuta A Diretoria Executiva da APAMAGIS informa aos Associados interessados que o serviço de divulgação de permuta entre os Magistrados paulistas continua à disposição no novo site da Entidade. Para divulgar a intenção de permuta, basta que o Magistrado entre na Seção Serviços da home da APAMAGIS e clique no Link Permuta. Depois, o Magistrado deve clicar em Cadastrar para registrar todas as informações da intenção de permuta. Após efetuados todos os referidos procedimentos, a permuta aparecerá automaticamente no quadro de permutas da Associação. E tem mais... Classificados A Diretoria da APAMAGIS, por meio de seu Departamento de Informática, disponibilizará no site, a partir de fevereiro, uma seção de classificados exclusiva para Associados na área restrita. O Associado, por meio de login e senha, terá acesso à tela de inserção do anúncio. Ele escolherá entre as seções disponíveis: veículos, imóveis e outros e, a seguir, descreverá o bem, o preço, as condições de pagamento e as formas de contato. Caberá ao Associado estipular o prazo para que o anúncio permaneça no ar. Com a expiração do prazo, o anúncio automaticamente deixa de existir. Alterações no conteúdo, renovação do prazo de vigência e outras mudanças poderão ser efetivadas a qualquer tempo pelo Associado. Tudo simples e o melhor, sem nenhum custo. E com exclusividade para os Associados da APAMAGIS! Futebol | XV Campeonato Nacional em Rondônia Juiz Walter da Silva Diretor-Adjunto do Departamento de Esportes APAMAGIS A equipe máster esteve entre os dias 05 e 09/11/2008 na cidade de Porto Velho no Estado de Rondônia participando do XV Campeonato Nacional onde, após bravamente disputar as partidas classificatórias, logrou êxito e ficou como campeã do grupo. Após todas as partidas realizadas fez bonito naquele evento terminando em 4º lugar. As dificuldades encontradas pela equipe acabaram superadas pela disposição de todos os atletas que não mediram esforços e superaram a falta dos atletas ausentes, tendo alguns atacantes e jogadores de defesa se revezado no gol, onde mostraram novas qualidades e posições que, doravante serão consideradas nos próximos campeonatos. Parabéns a todos e continuem elevando cada vez mais o nome da APAMAGIS nesse maravilhoso evento esportivo. Confira os atletas que compuseram a equipe: • Dr. Adalberto Montes • Dr. Afonso Celso da Silva • Dr. Airton Pinheiro de Castro • Dr. Antonio Maria Patiño Zorz • Dr. Augusto Antonini • Dr. Julio Cesar S. Dominguez • Dr. Laércio José M. Ferreira Filho • Dr. Manoel Luiz Ribeiro • Dr. Marcos Vieira de Morais • Dr. Roberto Maia Filho • Dr. Sérgio Rui da Fonseca • Cosme Cruz dos Santos (funcionário) Associação Paulista de Magistrados | 13 Cultura e Lazer Tênis | APAMAGIS foi a grande vencedora O XIII Campeonato Brasileiro de Tênis teve a presença de Magistrados de oito Estados Fotos: Arquivo pessoal que se entrosou muito bem. Volto a dizer, a escolha das duplas é sempre feita pensando no sucesso da equipe. Temos uma hegemonia a zelar. Não podemos pensar individualmente, mas sim no grupo. Graças a Deus, tudo deu certo. E o Yoshiaki? Jogou como nunca. Foi prejudicado pelo calor e pelo piso. Não está acostumado com o saibro. Mesmo lesionado participou do torneio e abrilhantou a festa. Contamos com a sua presença no próximo evento. resultados do torneio: | Magistrados paulistas mostraram garra, técnica e disposição e levaram a APAMAGIS ao degrau mais alto do pódio Leandro Jorge Bittencourt Cano Diretor do Departamento de Tênis Masculino Foi um sucesso o XIII Campeonato Brasileiro de Tênis promovido pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE), nos dias 03, 04, 05, 06 e 07 de dezembro de 2008. Recife, a capital de Pernambuco, nasceu na foz dos rios Capibaribe e Beberibe. Além dos rios, Recife possui inúmeros canais e pontes, e por isso é conhecida como a "Veneza brasileira". Sua arquitetura mescla o presente e passado, com prédios modernos e um centro histórico com casarões coloniais dos séculos XVIII e XIX. Além do calor, Recife também ferve culturalmente. Conhecida como a capital do frevo, dança popular que arrasta milhões de foliões durante o Carnaval, Recife também abriga diversos eventos culturais e é berço de alguns movimentos de vanguarda, além de intelectuais e artistas reconhecidos em todo o Brasil. Pois bem, o evento iniciou-se no dia 03, às 20h, oportunidade na qual foi oferecido um jantar aos Juízes/Tenistas e familiares, bem como foram realizados o sorteio dos inscritos, a montagem das chaves e a programação dos jogos. Participaram da competição Magistrados dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraíba, Sergipe e Pernambuco. Pela equipe da APAMAGIS jogaram: No encerramento do evento, foi realizada uma cerimônia de premiação, onde tivemos a participação dos Presidentes da AMB e da AMEPE. 14 | Associação Paulista de Magistrados Adilson Araki Ribeiro, Cleônio Aguiar Andrade Filho, Leandro Jorge Bittencourt Cano, Luiz Alberto Moro Cavalcante, Luiz Pinheiro Sampaio, Maria Silvia Gomes Sterman, Paulo Sérgio da Silva, Venicio Antonio de Paula Salles, Waldir Sebastião Nuevo Campos Júnior e Yoshiaki Ichihara. Foram realizados mais de sessenta jogos em um ambiente de descontração, coleguismo e camaradagem, provando, mais uma vez, que o esporte é fundamental para fortalecer a união dos Magistrados Brasileiros, porquanto possibilita uma integração social jamais conseguida em outras atividades. A equipe da APAMAGIS comprovou a sua hegemonia no circuito. Das oito categorias em disputa, ganhou cinco e, ainda, levou um vice. Todos os integrantes da equipe se destacaram. Adilson Araki se esforçou ao máximo, mas faltou experiência e coragem nos momentos decisivos. Amigão, tenho certeza de que na próxima vez a sorte vai mudar de lado. A sua simpatia é contagiante. Figura insubstituível no grupo. Cleônio, com sua genialidade, mostrou mais uma vez a sua técnica apurada, sendo campeão de simples e duplas. Foi apelidado de “mosquito” pelo Adilson e pelo Luiz Pinheiro. Sequer sujou as meias e o tênis. Brincou com os adversários. Leandro foi vice-campeão de simples na categoria livre. Muitos não dão valor ao vice-campeão. Aqui, é diferente. Por ser uma categoria dificílima, ele disse que trocaria qualquer título já obtido por este vice-campeonato. Só perdeu para o bicampeão brasileiro, que já foi professor de tênis antes de ingressar na carreira. Como não tem outro jeito, o negócio é treinar mais e aprimorar a sua esquerda. Só assim poderá se igualar aos melhores de sua categoria. O Cavalcante estava um pouco acima do peso. Para os próximos campeonatos, prometeu estar em plena forma física. Fez excelentes jogos, mas cansou no final. Acredito, sincera- A equipe da APAMAGIS comprovou a sua hegemonia no circuito. Das oito categorias em disputa, ganhou cinco e, ainda, levou um vice. mente, em sua recuperação, pois, quando promete, ele cumpre, apesar de não ser político. Existem coisas que só acontecem com o Luiz Pinheiro. Este é “enguiçado”. Depois de quase ser excluído do torneio por um equívoco, o qual foi devidamente reparado, foi literalmente “garfado” (gíria do tênis) na semifinal. Após a discussão, não se manteve focado no jogo. No tênis, a concentração é tudo. Qualquer descuido, adeus partida e até a próxima vez. Este é outro que irá se preparar para os próximos torneios. O duro será suportá-lo, caso ele seja o vitorioso. Ninguém vai aguentar. Maria Silvia foi soberana. Não deu chances para a sua adversária. Em outras palavras, não teve dó, tampouco piedade. Isto mostra a sua vontade de vencer e o respeito com a sua oponente. Parabéns, título mais do que merecido. Paulo Sérgio, que decidiu participar do torneio na última hora, foi o grande campeão de sua categoria. Um jogador centrado, altamente competitivo e dedicado. Mostrou grande personalidade nos momentos mais difíceis. Mereceu o título. Venicio foi campeão de simples. Depois de perder na primeira fase para o colega de Pernambuco, voltou a enfrentá-lo na final. Entrou mais ligado, sabendo que com toda a sua técnica e experiência em quadra, não perderia novamente. Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Tal máxima foi confirmada. Os grandes campeões sempre aprendem com as derrotas. Voltam mais fortalecidos e com sede de vitória. Waldir, prestes a galgar o degrau mais alto da carreira (Desembargador), foi campeão de duplas. Desde já, parabéns pela merecida promoção e pelo título. Jogou com o Cleônio. Uma dupla - categoria até 40 anos: Alexandre Renner (campeão) e Leandro Jorge Bittencourt Cano - APAMAGIS (vice-campeão); - categoria até 50 anos (A): Venicio Antonio de Paula Salles – APAMAGIS (campeão) e André Guimarães (vice-campeão); - categoria até 50 anos (B): Marco Aurélio (campeão) e Sérgio Lucas (vicecampeão); - categoria até 60 anos: Paulo Sérgio da Silva – APAMAGIS (campeão) e Luis Gustavo (vice-campeão); - categoria acima de 60 anos: Cleônio Aguiar Andrade Filho - APAMAGIS (campeão) e Gerson Ferreira Paz (vice-campeão); - categoria de duplas até 50 anos: Alexandre Renner e Rogério Renner (campeões) e André Guimarães e Luis Gustavo (vice-campeões); - categoria de duplas acima de 50 anos: Cleônio Aguiar Andrade Filho e Waldir Sebastião Nuevo Campos Júnior – APAMAGIS (campeões) e Bob e Gerson (vice-campeões) e; - categoria feminina: Maria Silvia Gomes Sterman - APAMAGIS (campeã) e Cláudia Helena (vice-campeã). No encerramento do evento, foi realizada uma cerimônia de premiação, onde tivemos a participação dos Presidentes da AMB e da AMEPE. Em resumo, os comentários foram uníssonos no sentido de se reconhecer o sucesso da competição e destacar a necessidade de se investir no esporte, notadamente como uma das mais relevantes atividades de união do homem. Não poderia deixar de parabenizar a organização do evento, principalmente o colega Arnóbio, que proporcionou aos tenistas o necessário para a prática do esporte. Por derradeiro, em nome dos Juízes/ Tenistas que participaram do evento, gostaria de fazer um agradecimento especial a todos os familiares que nos acompanharam nesta empreitada, pois, nos momentos mais difíceis, eram neles que encontrávamos a inspiração para superar os obstáculos. Homenagem Reconhecimento| Des. Roque Mesquita recebe título de cidadão de Águas de São Pedro 2º Vice-Presidente da APAMAGIS foi agraciado em cerimônia que reuniu muitas autoridades “Essa homenagem é uma resposta ao amor fidalgo e transparente que o senhor dedica à nossa querida Águas de São Pedro, Desembargador Roque Mesquita” Vereador Vanderlei Zampieri | Desembargador Roque Mesquita exibe título de cidadão aguapedrense Em uma data especial nada mais ade- quado do que homenagear um cidadão especial. Foi com esta premissa que os vereadores Carlos Ivan Barbosa e Luiz Carlos Pinto da Fonseca propuseram a concessão do título de cidadão aguapedrense ao 2º Vice-Presidente da APAMAGIS, Des. Roque Antonio Mesquita de Oliveira. A proposta, aceita de forma unânime pela Câmara Municipal, concretizou-se com a homenagem realizada em oito de dezembro último, data em que se comemora o Dia Nacional da Justiça e o Dia da Padroeira de Águas de São Pedro. Coube ao Presidente da Câmara Municipal, Vereador Vanderlei Valdir Zampieri, a tarefa de abrir a cerimônia convocando a extensa mesa de solenidade formada por autoridades do Executivo e do Judiciário: o então Prefeito de Águas de São Pedro, Marcelo da Silva Bueno; o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra; o Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Mohamed Amaro; o Desembargador e Ouvidor do Tribunal, Antonio Carlos Sampaio Pontes; o Juiz de Direito da Comarca de São Pedro, Rodrigo Peres Servidone Na- Juíza Andrea Ribeiro Borges é a nova cidadã ituana gase; os Juízes de Direito da Comarca de Sorocaba, José Elias Themer e Walter Godoy Jr.; os Juízes de Direito da Comarca de Limeira, Daniela Murata Barrichello e Luiz Augusto Barrichello Neto; a Juíza da Comarca de Itu, Andrea Ribeiro Borges; o Prefeito eleito de Águas de São Pedro, Paulo Ronan; o Delegado Seccional de Piracicaba, Luiz Henrique Zago; e, por fim, o filho do fundador da cidade de Águas de São Pedro, Francisco Moura Andrade. “Essa homenagem é uma resposta ao amor fidalgo e transparente que o senhor dedica à nossa querida Águas de São Pedro, Desembargador Roque Mesquita”, proclamou o Vereador Vanderlei Zampieri, antes de entregar a placa de cidadão aguapedrense ao 2º Vice-Presidente da APAMAGIS. Já com a placa em mãos, o Desembargador agradeceu a homenagem e narrou parte de sua história de amor com a cidade. “Este local passou a ser um sentimento perene em meu coração desde minha primeira visita ao município, em 1967, quando procurava a cura para acnes nas águas sulfurosas da cidade.” Na época de seu tratamento medicinal, ficou hospedado na Pensão Bandeirantes, onde fez grande amizade com os proprietários: Dona Teresinha e Seu Antônio. Aos poucos, o Magistrado percebeu o poder de cura das águas sulfurosas e começou a fazer propaganda das águas medicinais do município e da hospitalidade das pessoas. “Ele sempre conta aos colegas a história das águas milagrosas de Águas de São Pedro”, lembrou na ocasião da homenagem o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra. Quatro décadas depois de sua primeira estada em Águas de São Pedro, o 2º Vice-Presidente da APAMAGIS reafirmou seu compromisso com a cidade e amor por ela. “Prometo colocar todo o prestígio do meu cargo em favor de Águas de São Pedro. Há muito tempo dedico minha disposição para melhorias na cidade e, agora, como cidadão aguapedrense, reforço minha dedicação à aprazível Águas de São Pedro.” “Seja bem vindo e leve para onde for nossa harmonia”, disse o filho do fundador da cidade, Francisco Moura Andrade, finalizando a bela cerimônia. Juiz Irineu Jorge Fava recebe título de cidadão linense J.Serafim | Magistrada Andrea Ribeiro Borges é agraciada com honraria A Câmara de Vereadores de Itu entre- gou, no dia 12 de dezembro de 2008, o título de Cidadania Ituana para a DiretoraAdjunta do Departamento de Interiorização da APAMAGIS, Juíza Andrea Ribeiro Borges. A homenageada possui um currículo de sucesso que a levou a ocupar o cargo de Juíza de entrância final da 1ª Vara Criminal e da Infância e Juventude de Itu. “Nada mais justo que esta Casa de Leis preste esta homenagem à excelentíssima senhora doutora, por sua atuação junto à nossa cidade”, disse o Vereador Giva, autor da homenagem. |Juiz Irineu Jorge Fava se emociona ao receber título de Cidadão Benemérito de Lins Foi realizada, no dia cinco de dezembro de 2008, uma solenidade na Câmara Municipal de Lins para entrega do título de Cidadão Benemérito ao Diretor Financeiro da APAMAGIS, Juiz Irineu Jorge Fava. A homenagem foi concedida ao Magistrado em virtude dos importan- tes serviços prestados ao município na época em que atuava como Juiz de Direito da cidade (junho 91 – abril 98). Atualmente, o homenageado atua como Juiz Substituto em Segundo Grau no Tribunal de Justiça em São Paulo. Associação Paulista de Magistrados | 15 Espaço Aberto Em bom português: A nova ortografia Alexandre Germano A Academia Brasileira de Letras publicou (em fins de 2008) o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, no qual trata da reforma e apresenta o vocabulário de acordo com a nova ortografia. Desembargador aposentado A reforma ortográfica, em vigor des- de 1º de janeiro de 2009, tem prazo de quatro anos (até dezembro de 2012) para total implantação no Brasil. Pela terceira vez tratarei do assunto, sobretudo para examinar a questão do hífen, o ponto mais delicado da reforma. Em primeiro lugar, o alfabeto volta a ter 26 letras, com a reintrodução das letras “k”, “w” e “y”, que haviam sido banidas pelo Formulário Ortográfico de 1943. Mas agora é eliminado o “trema” de palavras como aguentar, sequestro, bilíngue, tranquilo. O trema permanece apenas em palavras estrangeiras (por exemplo Müller). A acentuação também muda – não se usam mais os acentos dos ditongos abertos “ei” e “oi”; assim, temos agora ideia (não mais idéia), boia (em vez de bóia). Caíram, igualmente, os acentos das palavras terminadas em êem e ôo – devemos escrever veem e voo (não mais vêem e vôo). Mas permanecem os acentos diferenciais de pôde e pôr, bem como de têm e vêm (plural de ter e de ver). Quanto ao hífen, não será mais usado quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal que inicia o segundo elemento: autoestrada, infraestrutura, autoajuda etc. Também não se usa quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de “r” ou “s”: anteprojeto, arquimilionário, Se o segundo elemento começar por “r” ou “s”, estas letras são duplicadas: antirrugas, antissocial. Mas o hífen permanece quando o segundo elemento começa por “h” (anti-higiênico) e quando o prefixo termina por vogal idêntica à que começa o segundo elemento (anti-imperialista). Esta última solução é ruim, porque palavras como “microondas” (sem hífen), passam agora a ser escritas micro-ondas. Há casos duvidosos, bem como algumas exceções, mas só com o tempo serão encontradas as soluções devidas. A Academia Brasileira de Letras publicou (em fins de 2008) o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, no qual trata da reforma e apresenta o vocabulário de acordo com a nova ortografia. A palavra definitiva da Academia será dada, nos próximos meses, quando for publicado o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, com a grafia correta de todos os vocábulos em uso em nosso país. Viagem em torno da Marconi Paulo Bomfim Poeta, Jornalista e Membro da Academia Paulista de Letras D e vez em quando, vou à Rua Marconi matar saudades da Livraria Teixeira. Lá está ela com as vitrinas acolhedoras e funcionários que nos recebem com sorriso acompanhado de abraço. Foi nessa livraria, há 62 anos, que lancei, ainda na Líbero Badaró, meu primeiro livro o Antonio Triste, apadrinhado por Guilherme de Almeida e Tarsila do Amaral. Época em que o velho Pontes publicava, com a marca da Teixeira, o Fausto de Goethe, tradução de Castilho, e livros referentes ao teatro, paixão maior desse simpático livreiro português que vendonos chegar, meu pai e eu, gritava do fundo da loja: - Lá vem o Dr. Bomfim acompanhado do morgado! A partir de 1950, a livraria se desloca para a Marconi, rua da moda, passando a ser vizinha da Jaraguá, onde Alfredo Mesquita e suas irmãs, Lia e Esther, recebiam a inteligência paulista para o chá e um encontro em torno de livros e quadros. Numa calçada nasce a revista Clima, na outra, o Colégio. Alguns anos 16 | Associação Paulista de Magistrados Naquele tempo de peregrinações por pessoas e lugares, o primeiro passo era sempre na Barão de Itapetininga, no “Clubinho dos Artistas”, e na Livraria Francesa. depois, surgiriam o Anhembi e o Diálogo, formando ao lado de Clima e Colégio, quarteto das publicações mais importantes da década. Essas mesmas calçadas viravam passarelas por onde passavam os modelos que iam desfilar na Casa Vogue. Na Marconi, alguém que saísse despido das duchas e da sauna do Vega, poderia se calçar no Dante, comprar meias, camisa e gravata no Alfredo, na 7 de Abril, e mandar fazer um terno de casemira inglesa no Old England. Se não gostasse do corte, era só procurar o Roco, o Guerino, ou o Carnicelli. Não apreciando o modelo dos sapatos do Dante, poderia escolher outros no Guarany, na Casa Clarck, no Mappin ou mandar confeccionálos no Busso. Depois, condignamente trajado com barba feita no Salão Rio, era só entrar no Piccadilly, aguardar a chegada de Sérgio Milliet no Paribar, ou ir até o barzinho do Museu, no prédio dos Diários Associados, ao encontro de Almeida Salles e de Gerardo Mello Mourão que acabara de chegar do “País dos Mourões”. Naquele tempo de peregrinações por pessoas e lugares, o primeiro passo era sempre na Barão de Itapetininga, no “Clubinho dos Artistas”, e na Livraria Francesa. Depois, a passada no escritório de Guilherme de Almeida ou nos apartamentos de Flávio de Carvalho e Quirino da Silva e uma consulta médico-literária com Homero Silveira. Às vezes, partida de snooker no Hotel da Paz, e o flerte na Selecta e na Vienense ao som de Rosas do Sul de Strauss. Completando as tardes de autógrafos na Livraria Teixeira, bater o ponto no Hotel Jaraguá. Prosseguindo a jornada, íamos ao Teatro Mágico onde Harry, o Lobo da Estepe, legounos a senha: “Só para loucos, só para os raros”. O porteiro Atílio, com a mão no quepe, saudava nossa chegada à boate Oásis! Novidades | Livros novos em janeiro de 2009 Antonio Raphael Silva Salvador Desembargador e Diretor Cultural da APAMAGIS I - Direito de Herança – A nova ordem na sucessão Autor: Euclides de Oliveira Editora Saraiva. 2ª edição E o companheiro, como fica na sucessão legítima? Quais os direitos patrimoniais do companheiro e como fica ele na sucessão? Tudo examinado. Enfim, digo que livro de Euclides de Oliveira é para ser lido, relido e consultado sempre. Aconselho esta leitura e aceito depois os agradecimentos. III - Crime Tributário – Um estudo da norma penal tributária Autor: Carlos Henrique Abrão Editora IOB Thomson Este livro do Mestre e Doutor Antonio Carlos da Ponte teve o intuito de fundamentar constitucionalmente os crimes eleitorais, que tanto nos envergonham e que, infelizmente, tanto são repetidos. O autor, integrante do Ministério Público Eleitoral, mostra o papel do “parquet” nesse campo e revela com bastante conhecimento como são tratados os crimes eleitorais no direito comparado e em nossa legislação, concluindo com razão que muita coisa precisa ser mudada e apresenta propostas na legislação penal eleitoral. II - Probidade Administrativa Autor: Wallace Paiva Martins Júnior Editora Saraiva. 4ª edição Há muito tempo nos acostumamos com os sábios livros do Mestre e Doutor Euclides de Oliveira e não podemos dispensá-los em nossos estudos e aulas. Um desses livros é o Direito de Herança, examinando a nova ordem da sucessão, que sempre lemos e consultamos, para agradecer nosso Mestre por suas lições. Hoje, queremos mostrar no livro (em 2ª e melhorada edição) a observação feita pelo autor sobre a valorização do cônjuge sobrevivente pelo novo Código Civil de 2002, ao incluí-lo na categoria dos herdeiros necessários e em que passou a concorrer com os descendentes, conforme tenha sido o regime matrimonial de bens – e com os ascendentes no direito à herança, embora em um intrincado sistema de participação em quotas de variáveis valores. Mostra, em seguida, nosso Mestre Euclides, que essa maior contemplação do cônjuge com aqueles parentes próximos do falecido foi, de algum modo, compensada com a restrição consistente na perda do direito ao usufruto sobre partes dos bens. O festejado Promotor de Justiça de São Paulo, Wallace Paiva Martins Jr., que é Mestre e Doutor pela USP, volta agora com o seu livro sobre a probidade administrativa, em 4ª edição, o que vem mostrar o valor da obra e sua indiscutível aceitação. Faz o autor uma análise completa da Lei nº 8.429/92, a lei que trata da repressão da improbidade no âmbito da Administração Pública, numa análise feliz de suas espécies, dos sujeitos, das sanções, do processo e da forma de controle interno. É um estudo sistemático sobre a tutela, tanto da preventiva como da repressiva, mostrando vários casos conhecidos, inclusive com a posição do autor, da doutrina nacional e estrangeira e tudo ainda completado com a jurisprudência mais importante sobre o assunto. Importante livro, principalmente agora que temos a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estatuto da Cidade e Lei dos Consórcios Públicos e a Lei das Parcerias Público-Privadas. O livro é muito bom e tantos outros aspectos da nova ordem foram abordados e até mesmo alguns que poucos conhecem, como o herdeiro aparente, que fica na posse da herança e faz negócios com terceiros de boa-fé. Depois examina as classes de herdeiros legítimos concorrentes, agora com o cônjuge, para mostrar a situação do cônjuge separado de fato, o exame da culpa, o direito de usufruto e de habitação. IV - Crimes Eleitorais Autor: Antonio Carlos da Ponte Editora Saraiva Apreciando o livro, o culto Ives Gandra da Silva Martins disse com razão que “O livro de Carlos Henrique Abrão sobre crime tributário é de indiscutível utilidade para a literatura jurídico-tributária-penal, pois nele se inserem, com igual pertinência e tecnicalidade, aspectos do Direito Tributário e do Direito Penal.” Pedimos licença para acompanhar a afirmativa do grande jurista, pois Carlos Henrique Abrão é especialista nas duas áreas, como temos procurado mostrar na apreciação de seus livros. Além dessa qualidade, Carlos Henrique é muito prático em suas posições e aqui mostra isso quando analisa o Código de Defesa do Contribuinte, o excesso da carga tributária, a crise e a insolvência tributária empresarial, a desejada e conseguida Super Receita, que só surge quando é espremido o contribuinte. Todos os princípios constitucionais referentes ao assunto tratado no livro são citados e examinados, insistindo na existência dos crimes eleitorais mesmo afrontando esses princípios e, agora, no livro, com respaldo em sua experiência, na melhor doutrina nacional e estrangeira, vem indicar os diferentes posicionamentos e interpretação dos tribunais, tudo coroado com selecionada jurisprudência sobre o assunto. O estudo era necessário, mesmo sabendo que agora nossa Justiça Eleitoral de São Paulo e o Tribunal Superior Eleitoral vêm atuando com mão firme contra os crimes eleitorais, nisso contando com apoio da mídia de nosso país e de todo o povo brasileiro. Estuda-se aqui o devedor, as suas falhas e o chamado crime tributário e os elementos fáticos de tudo isso, diante da terrível carga tributária. Bom e útil livro, dentro do padrão dos livros anteriores do autor. Justiça em pauta Frente a Frente com a Justiça discute os principais temas de interesse da Magistratura Brasileira. Nesta seção, você acompanha as sinopses dos melhores programas apresentados recentemente. TV Justiça: Sábado, 13h00. OS NOVOS DESAFIOS DO DIREITO PENAL VINTE ANOS DA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ Carlos Vico Mañas Henrique Nelson Calandra e Nuncio Theophilo Neto O Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo e Mestre pela USP O Desembargador e Presidente analisou o atual panorama do direito da APAMAGIS e o Juiz de Direito penal. da 29º Vara Cível da Capital e Diretor do Curso de Direito da Universidade Mackenzie abordaram as transformações na sociedade ocorridas após a promulgação da CF/88. JUSTIÇA E INFÂNCIA Gilka Gattas, Romeu Estevão e Eduardo Del Campo A Geneticista da USP, o Juiz de Direito e o Promotor de Justiça falaram sobre o projeto “Caminho de Volta”, que utiliza a tecnologia para buscar crianças e adolescentes desaparecidos. AUTONOMIA E SEGURANÇA Armando Sérgio Prado de Toledo O Desembargador discorreu sobre a importância da autonomia financeira do Poder Judiciário e seus reflexos para a segurança dos Magistrados, dos servidores e dos usuários da justiça. Associação Paulista de Magistrados | 17 Um giro pela APAMAGIS Lei federal da videoconferência é sancionada A Lei 11.900/09, que permite que presos sejam interrogados à distância, por meio de videoconferência, foi sancionada pelo Presidente Lula em oito de janeiro de 2009. A Câmara dos Deputados havia aprovado, no último dia nove de dezembro, a proposta do Senado, que altera o Código de Processo Penal. A nova lei - que surgiu de um movimento de Juízes paulistas inspirados pela figura do Juiz Criminal Edison Aparecido Brandão, também Diretor de Informática da APAMAGIS - permitirá o interrogatório virtual dos detidos, sem que seja necessária a locomoção dos réus até a vara criminal. Com imagens transmitidas diretamente do presídio, o Juiz poderá interrogar o prisioneiro durante a audiência. O réu também deverá acompanhar todo o julgamento de dentro da prisão. A primeira experiência nesse campo data de 1996, quando o Juiz Edison Aparecido Brandão realizou o primeiro interrogatório por videoconferência do Brasil, em Campinas (SP). Após esse teste bem sucedido, outros Juízes paulistas começaram a utilizar a técnica, até que em 2005 a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo proclamou a Lei Estadual nº 11.819/05 que disciplinou a videoconferência. Infelizmente a legislação estadual foi julgada inconstitucional pelo STF. Com a adoção da nova lei federal aguarda-se sensível redução no deslocamento de presos entre Penitenciárias e Fóruns. Há, também, a possibilidade de redução de custos, aumento da segurança dos usuários dos serviços forenses e maior efetivo policial nas ruas, deslocado das escoltas anteriormente realizadas, benefícios que serão revertidos para a população e para o Poder Judiciário. Projeto busca revogar lei que instituiu a penhora por meio eletrônico O Projeto de Lei 4152/08 do Deputado federal Laercio Oliveira (PSDB-SE), que está tramitando na Câmara, revoga a penhora por meio eletrônico, estabelecida pela Lei 11.382/06. De acordo com o autor da proposta, a penhora por meio eletrônico viola o direito ao contraditório e à ampla defesa. A Lei que passou a vigorar em março de 2007, é um mecanismo ágil para a Justiça que permite a adoção da penhora online para processos de execução tributária promovidos pela Fazenda Pública que já tenham sido inscritos na dívida ativa. Ela é utilizada em casos em que o devedor do tributo é citado no processo, entretanto, não pagou pela dívida. Assim, segundo seus defensores, o processo da penhora online reduz as frestas pelas quais devedores mal intencionados escapam da obrigação de quitar de seus débitos. 18 | Associação Paulista de Magistrados APAMAGIS estreita laços com Ministério da Justiça |Presidente Calandra e membros da Diretoria se reuniram com representante do Ministério da Justiça |Magistrados prestigiaram o encontro e abordaram questões polêmicas atuais Tratado Luso-Brasileiro da Dignidade Humana é lançado em Portugal A obra Tratado Luso-Brasileiro da Dignidade Humana, coordenada pelo Desembargador e Presidente da Academia Brasileira de Direito Criminal, Marco Antonio Marques da Silva, e pelo Dr. Jorge Miranda, Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi lançada em Portugal no dia 26 de janeiro, no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Destaca-se que a obra também já foi lançada no Brasil em duas ocasiões – em 29 de setembro último, na “Casa da Rosas”, situada na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, bem como no dia 1º de outubro, no Instituto Camões na Embaixada de Portugal em Brasília – DF. a obra O Tratado Luso-Brasileiro da Dignidade Humana é uma realização conjunta do Instituto de Direito Brasileiro da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e da Academia Brasileira de Direito Criminal, com a participação de Juristas portugueses e brasileiros (102 no total, sendo 80 do Brasil e 22 de Portugal), com o apoio da Associação Paulista de Magistrados, Escola Paulista da Magistratura, Associação Paulista do Ministério Público, Academia Paulista de Direito e Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo. O trabalho é uma cooperação lusobrasileira e tem como matéria central a dignidade da pessoa humana, levando em conta uma visão interdisciplinar, com variantes relativas aos direitos fundamentais, tais como democracia, processo justo e igualitário, cidadania, consumidor, ambiental, tributário, direito à moradia, lavagem de dinheiro, direito à vida e à concepção, direitos difusos e coletivos, relação de emprego entre outros assuntos correlatos. O trabalho (...) tem como matéria central a dignidade da pessoa humana, levando em conta uma visão interdisciplinar, com variantes relativas aos direitos fundamentais Na manhã do dia 16 de janeiro, a Diretoria APAMAGIS se reuniu com o Dr. Pedro Abramovay, Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. O objetivo da reunião foi estreitar entre as duas partes. Na ocasião, os Magistrados expuseram ao Secretário o cotidiano dos trabalhos forenses e apresentaram propostas e sugestões legislativas para aprimorar o Judiciário nacional. “Nós pudemos deixar a impressão fundamental e eficaz de como o Magistrado trabalha ao Ministério da Justiça, através de sua Secretaria de Assuntos Legislativos, para que ela atue junto aos Parlamentares na elaboração de Leis melhores, que garantam a melhor prestação jurisdicional com o resultado mais imediato e mais justo”, relatou o Diretor do Departamento de Assuntos Legislativos da APAMAGIS, Des. Armando Sérgio Prado de Toledo. Participaram da reunião o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra; os Vices, Des. Paulo Dimas e Des. Roque Mesquita; o Diretor-Secretário, Juiz Fernando Bartoletti; o Diretor Financeiro, Juiz Irineu Jorge Fava, o VicePresidente da AMB e Conselheiro da APAMAGIS, Des. Sebastião Luiz Amorim e os Diretores do Departamento de Assuntos Legislativos, Juiz Regis de Castilho Barbosa Filho, Juiz Valdir Ricardo Marinho e o Diretor do Departamento Jurídico, Des. Cláudio Antonio Soares Levada e a Diretora Adjunta do Departamento Jurídico, Juíza Maria Adelaide de Campos França. Representantes da APAMAGIS visitam “Estadão” No dia oito de dezembro, o Presidente da APAMAGIS, Des. Henrique Nelson Calandra, o 2º Vice-Presidente, Des. Roque Mesquita, e outros Magistrados visitaram “O Estado de São Paulo” para estreitar os laços da Magistratura com a Imprensa. Na oportunidade, foram debatidos temas atuais, como a Lei Maria da Penha, Súmulas Vinculantes e Orçamento do Judiciário. Outro destaque da reunião foi a ideia da criação de um ciclo de estudos e debates com Jornalistas do referido veículo sobre questões ligadas ao Judiciário. “Estamos pensando em restaurar o curso apostilado para Profissionais de Comunicação do antigo Tribunal de Alçada Criminal (TACRIM), com glossário de palavras utilizadas no meio jurídico para o linguajar jornalístico”, declarou o Presidente da Associação. Também participaram do encontro pela APAMAGIS o Des. Aloísio de Toledo César, Conselheiro Editorial; Des. Luiz Christiano Gomes dos Reis Kuntz, Diretor do Departamento de Relações Institucionais; Des. Paulo Bonfim, Poeta e Chefe do Cerimonial do TJ/SP; Desa. Zélia Maria Antunes Alves, Conselheira da APAMAGIS e o Juiz José Elias Themer, Diretor do Departamento de Imprensa. O veículo de comunicação foi representado pelos Jornalistas Ricardo Gandour, Diretor de Conteúdo Grupo Estado; Roberto Gazzi, Editor-Chefe do Estadão; Cida Damasco, Editora Executiva; Viviane Kulczynski, Editora da Seção Metrópole e Daniel Bramatti, Subeditor da Seção Nacional. Programa aproxima o Judiciário da sociedade CNJ e STF lançam programa para reinserção de presos no mercado de trabalho ção de mutirões carcerários – iniciados em 2008 - para avaliar a situação de presos em relação ao cumprimento da pena, e convênios com entidades como Sesi, Senai e Fiesp, para possibilitar o treinamento e a capacitação dos presos, visando à recolocação profissional. No âmbito do programa, também está prevista a criação do sistema Bolsa de Vagas para centralizar no CNJ a oferta de postos de trabalho por parte de empresas que se disponham a engajar-se no projeto. Para realizar o atendimento e assistência ao cidadão, o programa fará uso de materiais e estruturas físicas já existentes por todo o país Foi aprovado no plenário do Conselho Nacional de Justiça, no dia 02 de Dezembro de 2008, o Programa Casas de Justiça e Cidadania, criado pelo STF e pelo CNJ. A iniciativa pretende aproximar o Judiciário do cidadão, promovendo assistência judiciária, informando sobre serviços públicos, oferecendo cursos profissionalizantes e palestras visando à prevenção de situações como violência doméstica, sexual ou dependência química. Para realizar o atendimento e assistência ao cidadão, o programa fará uso de materiais e estruturas físicas já existentes por todo o país, como salas dentro de fóruns ou espaços públicos ociosos em determinados horários, adaptando-se às necessidades e demandas específicas de cada local. As primeiras Casas de Justiça e Cidadania foram inauguradas em dezembro último, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, e em Teresina, no Piauí. Por meio de trabalho voluntário, não só pessoas ligadas ao Direito, como Estudantes, Advogados, Juízes, Promotores e Procuradores, mas também Psicólogos, Sociólogos e Médicos, entre outros profissionais, atuarão nas Casas de Justiça e Cidadania, dedicando algumas horas ao projeto. A gestão da iniciativa caberá aos representantes do CNJ. O Presidente do STF e do CNJ, Ministro Gilmar Mendes, ressaltou que o projeto estimulará o aprendizado recíproco entre beneficiados e colaboradores. "O Judiciário precisa também participar diretamente desse esforço, e contribuir com ações sociais que ajudem a quem precisa", disse o Ministro. “Dê uma segunda chance para quem já pagou pelo que fez. Ignorar é fácil, ajudar é humano”, com esse mote, no dia 29 de dezembro de 2008, foi lançado o Projeto Começar de Novo. A iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) busca sensibilizar a população para a necessidade de reinserir na sociedade e no mercado de trabalho presos que já cumpriram suas penas. A iniciativa reúne uma série de medidas para dar mais efetividade às leis de execução penal e mudar a realidade da situação prisional no país, que conta, atualmente, com aproximadamente 440 mil presos. As ações incluem a realiza- Reinserção Para dar o exemplo, a Corte Suprema assinou em dezembro um convênio, com o governo do Distrito Federal, cuja proposta é receber 40 pessoas sentenciadas, egressas de prisões. Durante o período de até um ano, os sentenciados trabalharão de seis a oito horas dando apoio administrativo ao Tribunal. Pelo serviço ganharão de R$ 550 a R$ 650, vale transporte e auxílio alimentação. Os candidatos à ressocialização necessariamente deverão estar cumprindo pena em regime semiaberto, condicional ou domiciliar. Presidente da APAMAGIS e VicePresidente da AMB expõem gestão orçamentária do Estado de São Paulo no V Fórum Mundial de Juízes Volume de processos cai 42% no STF Volume de processos distribuídos aos Ministros do Supremo Tribunal Federal caiu 42% em 2008. No ano passado, a Corte distribuiu 65.880 processos, contra 112.938 em 2007. Um dos motivos apontados para esta redução é o uso da Repercussão Geral — mecanismo com o qual o Supremo decide julgar apenas as causas que têm relevância social, econômica, política ou jurídica. De acordo com o Presidente da Corte, Ministro Gilmar Mendes, foram reconhecidos, este ano, 115 casos nos quais há repercussão geral. E 32 foram rejeitados. Com o instrumento, afirmou o Ministro, o Supremo deixa de julgar milhares de questões repetitivas, mas não de dar resposta às demandas importantes. “Há redução de processos sem redução da efetividade do STF na prestação jurisdicional”, declarou. Desembargadora recebe Medalha do “Cinquentenário do Policiamento Ambiental” A Desembargadora do TJ/SP Regina Zaquia Capistrano da Silva recebeu a Medalha do “Cinquentenário do Policiamento Ambiental” no dia 12 de dezembro último. A homenagem foi concedida à Magistrada por sua preciosa contribuição na área de Direito Ambiental e a entrega da honraria foi realizada durante a solenidade de comemoração dos 59 anos de criação do Policiamento Ambiental no Estado de São Paulo. APAMAGIS na praia Para os Magistrados que estão de férias no litoral sul, a APAMAGIS tem uma boa informação: há quase 20 anos, a Associação Paulista dos Magistrados mantém uma barraca instalada na praia do Boqueirão, em Santos, próximo à Avenida Conselheiro Nébias. A barraca funciona como uma tenda para proteção do sol e para o conforto dos Magistrados e familiares, aos finais de semana e feriados. No Réveillon deste ano, a já tradicional barraca da APAMAGIS foi prestigiada por alguns Juízes associados, que celebraram a virada do ano realizando um churrasco e um espetáculo de queima de fogos para cerca de 50 pessoas. Para mais informações sobre a barraca da APAMAGIS ligue: (0XX13) 3222-5201, falar com Lourdes. Parabéns | APAMAGIS expôs as dificuldades orçamentárias de São Paulo Durante o V Fórum Mundial de Juízes, a APAMAGIS foi representada pelo seu Presidente, Des. Henrique Nelson Calandra, e por seu Conselheiro, Des. Sebastião Luiz Amorim, que também ocupa o cargo de Vice-Presidente de Interiorização da AMB. O evento foi realizado entre os dias 23 e 25 de janeiro em Belém (PA). Na oportunidade, os Desembargadores Calandra e Amorim expuseram temas ligados à gestão orçamentária do Estado de São Paulo. Segundo o Presidente da APAMAGIS, os Desembargadores também falaram da sobrecarga de trabalho, constatada em elaboração pessoal de estatísticas, ocasionada por operações ligadas aos sistemas Bacen Jud e Renavan, “que obrigam o Magistrado a permanecer horas diante do computador em funções meramente burocráticas.” No V Fórum Mundial de Juízes, também foram debatidos temas de interesse da Magistratura universal, como os estudos de condições de trabalho, o papel do Poder Judiciário na proteção do meio ambiente, trabalho escravo, direitos humanos e crimes contra a humanidade. O evento ainda contou com a presença do Secretário Nacional da Reforma do Judiciário, Rogério Favreto e do Secretário Geral do CNJ, Alvaro Ciarlini. A APAMAGIS parabeniza o Juiz de Direito aposentado Luiz Alexandre Szikora, que novamente integrou a equipe da Associação Paranaense de Basquetebol Master/PR (acima de 70), sagrando-se, desta vez, vice-campeão no XXIV Encontro Nacional de Basquetebol Master (Campeonato Brasileiro). O referido campeonato foi realizado no período de 21 a 30 de novembro de 2008, na cidade de João Pessoa (PB). O evento da Federação Brasileira de Basquetebol Master contou com a participação de associações de 21 Estados e do Distrito Federal, com 88 equipes nas categorias de 35 a 70 anos no masculino e de 30 a 48 anos no feminino. Anteriormente, Luiz Alexandre, na mesma categoria, em março de 2008, já fizera parte da seleção brasileira no 5° Campeonato Panamericano de Basquete Master, ocorrido na cidade de Montevidéu, Uruguai. Associação Paulista de Magistrados | 19 Turismo Verão | Maceió de todas as cores Belas praias, céu límpido, folclore e artesanato ricos, música animada, vida noturna intensa. Do céu azul da Pajuçara ao vermelho das peixadas com pirão, a capital alagoana reúne diversos motivos para você visitá-la. Aventure-se pelo roteiro que montamos com o melhor da cidade e região e boa viagem! As belezas naturais são o ponto forte de Maceió. Se você gosta de praia, terá facilidade em achar uma que combine com seu perfil. PiNTURAS naturais As belezas naturais são o ponto forte de Maceió. Se você gosta de praia, terá facilidade em achar uma que combine com seu perfil. A Pajuçara, por exemplo, possui piscinas naturais que se formam quando a maré está baixa. Inúmeras jangadas ficam à disposição dos turista e, nos finais de semana, elas se transformam em bares flutuantes. Perto dali, está a praia de Ponta Verde, que recebe este nome por ser repleta de coqueiros. Ela oferece alguns dos melhores restaurantes e edifícios residenciais da cidade. Seu calçadão possui ciclovia e pista de cooper. A praia da Jatiúca é a continuação da anterior e é um ótimo lugar para uma boa conversa ao som de uma música ao vivo na Rua dos Bares. Se você é adepto de cenários mais rústicos, vá ao Pontal da Barra. O local possui um núcleo de rendeiras e não é muito assediado pelos turistas. Próximo de lá, está a Lagoa Mundaú, formada por um manguezal e nove ilhas. Aproveite e faça um passeio de saveiro (uma espécie de barco pequeno). Uma paleta de sabores Com o seu extenso litoral, não é de se estranhar que os frutos do mar liderem o cardápio alagoano. Peixes, lagostas, crustáceos, mariscos, moluscos, camarões e as famosas peixadas com pirão são muito comuns. Sururu é um molusco tradicional na região e empresta o nome para um dos melhores bistrôs da cidade, o Le Sururu, que fica no Resort Ritz Lagoa da Anta. Diversos pratos possuem influência indígena e africana, como a tapioca e o cuscuz de milho. As frutas típicas também estão presentes no colorido menu. Pitangas, mangabas, graviolas e sapotis (entre outras) são transformadas em sucos, doces, sorvetes e coquetéis. Outra dica é visitar Massagueira, uma vila de pescadores localizada a 15 quilômetros de Macéio. Situada à beira da Lagoa Manguaba, ela possui bares rústicos e oferece o melhor da cozinha e da hospitalidade alagoana. Depois de degustar as iguarias regionais, nada melhor do que conhecer a vida noturna da cidade. O bairro de Jaraguá concentra bares e danceterias. Vale a pena também fazer uma visita durante o dia para conhecer o Conjunto Arquitetônico, que foi restaurado. Formas multicores O artesanato local merece ser destacado. O filé é o principal tipo de renda e genuinamente alagoano, sendo utilizado em colchas, toalhas e fronhas. Há também o redendê e o ponto de cruz. As fibras de coquei- ro são utilizadas na confecção desde cestas até cadeiras. Você também poderá encontra as peças de cerâmica e os artigos em madeira, entre eles, as famosas carrancas. Inúmeras feiras comercializam o produto local, como o Núcleo Artesanal do Pontal da Barra, a Feirinha de Artesanato da Pajuçara e o Cheiro da Terra, na praia de Jatiúca. Outros matizes Estando em Maceió, aproveite para conhecer os arredores da cidade. Próximo à capital, está a praia de Maragogi, com extensos coqueirais e piscinas naturais. Você tabém pode optar pela praia do Francês, que é uma das mais belas do litoral sul de Alagoas. Sua enseada é composta por uma barreira de recife, que forma uma piscina natural. Prefere dunas? Vá ao complexo turístico das Dunas de Marapé, onde são realizados passeios de buggy. Outra boa pedida é a praia do Gunga, próxima à Barra de São Miguel, ela possui areia branca e um mar azul turquesa. Cansou de praias? Visite a foz do São Francisco, um dos mais belos cartões postais do Estado. Uma certeza: com tantas cores e atrações, Maceió não vai decepcionar você. Projeto Peixe-Boi Imagine o casamento de um bichopreguiça com um golfinho. Pois bem. Se isso fosse possível, seguramente os herdeiros desse estranho casal teriam a aparência de um peixe-boi, um animal dócil, que desliza suavemente pelas águas salobras e é presa fácil de caçadores. Sob o risco de extinção, alguns deles vivem protegidos na reserva ambiental da Costa dos Corais. O passeio ainda propicia o mergulho numa das mais belas e extensas área de corais do mundo! Fotos: Divulgação PROGRAME-se Consulte a Coordenadoria de Turismo da APAMAGIS e veja condições especiais para a sua viagem! Coordenadoria de Turismo: (11) 3241-1288. 20 | Associação Paulista de Magistrados