Conselhos escolares e Grêmio Estudantil: caminho para a gestão democrática da escola Suélia Oliveira Calaço Resumo O presente artigo relata a adequação do conselho escolar e do Grêmio Estudantil da Escola Estadual Professora Alcides Rodrigues Aires com o objetivo de atingir o sucesso escolar dos discentes através de uma equipe escolar que tenha seus trabalhos subsidiados por um planejamento eficaz através da gestão democrática. Os dados coletados foram realizados através de questionários, reuniões e discussões, da organização e do funcionamento do Conselho Escolar e grêmio estudantil. A equipe gestora realizou reuniões com a comunidade escolar e local com finalidade de: sensibilizar a participação de todos na gestão da Escola; nomear comissão, para organizar a adequação e eleição da Associação de Apoio que deve ser composto por membros, sendo um representante dos professores, um dos servidores administrativos, dos pais e alunos e do Grêmio Estudantil formados por alunos. Palavra chave: gestão escolar. conselho escolar. grêmio estudantil Summary This article reports on the adequacy of the school board and the Student Association of State School Professor Alcides Rodrigues Aires with the goal of achieving academic success of students through a school team that has its work supported by an efficient planning through democratic management. The data collected were conducted through questionnaires, meetings and discussions, the organization and functioning of the Council School and student council. The management team held meetings with local school community and with the purpose: to sensitize the participation of all in managing the school; nominating committee to organize the election and adequacy of the Association of Support to be composed of members including a representative of the teachers, one of the administrative servers, parents and students and the Student Association formed by students. Keyword: school management. school board. Atudent council Graduada em Geografia pela Universidade do Tocantins. Diretora Administrativa Adjunto na Escola Estadual Profª Alcides Rodrigues Aires em Porto Nacional-TO Introdução A equipe diretiva escolheu este tema para descentralizar o poder e melhorar a prática pedagógica e atender melhor a comunidade escolar e local. Historicamente, as pessoas têm sido alijadas dos processos decisórios da escola. As experiências revelam que tanto a comunidade externa, quanto a comunidade interna da escola, apresenta limites à participação. A Escola oferece o Ensino Fundamental de 09 anos e modalidade EJA do I Segmentos, II Segmentos e III Segmentos e uma Sala de Recurso. São 56 funcionários que atendem em torno 756 alunos. A função da Associação é atuar junto à direção da Unidade de Ensino na elaboração do Projeto Político Pedagógico, visando ao sucesso do aluno e a melhoria da qualidade do ensino, realizando reuniões com a comunidade escolar para levantar as necessidades, os desejos e os anseios dos diversos segmentos que compõe. Também dirigir e orientar ações, envolvendo o potencial e o esforço da comunidade escolar nas soluções de seus problemas e apoiando os projetos estudantis e elaboração o plano de formação continuada para os membros, visando à melhoria sua participação. “Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.” Paulo Freire É de grande importância capacitar todos os segmentos da escola para oferecer uma proposta pedagógica em direção a melhoria da qualidade de ensinoaprendizagem. É também envolver a família, comunidade local para estudar as mudanças que estão acontecendo muito rápido e às vezes quando chega à escola já esta ultrapassada e vêm novas mudanças para ser analisada e discutida com todos os segmentos para atender as necessidades educacionais e no mercado de trabalho que esta cada vez mais exigente querendo pessoas polivalentes e criativas. Com essas mudanças que estão surgindo fica mais fácil quando reúnem os membros dos conselhos escolares, grêmio estudantil e funcionários para analisar, discutir e aprovar as questões referentes à educação na unidade escolar no âmbito administrativo, pedagógico, e financeiro contemplada no PPP, participando nas decisões coletivas comprometendo com função social da escola, que é de formar cidadão critico, participativo, criativo e consciente dos seus direito e deveres em seus estudos posteriores e um profissional qualificado. Segundo Paro (2004), se aceitarmos que a gestão democrática, implica necessariamente, a participação da comunidade, na gestão da escola pública encontraremos inúmeros obstáculos para atingirmos a sua concretização. Por esta razão, um dos requisitos básicos para aqueles profissionais que se dispõem a promovê-la é o de não desistir diante das primeiras dificuldades. Como existem em todos os lugares nem todos os funcionários participam das reuniões e ficam desmotivando os colegas de levar as ações à frente com medo de perder a autonomia do processo educacional e que os professores exigem o trabalho de qualidade de cada segmento. Desenvolvimento O ano de 2010 está sendo mais democrático na Escola Estadual Profª Alcides Rodrigues Aires. Além da equipe gestora que é organizada e comprometida com a educação e com a qualidade de ensino, houve a reestruturação do grêmio estudantil e do Conselho escolar, todos sob a orientação da equipe diretiva. O Conselho Escolar e grêmio estudantil são atuantes, participativos e criativos. A presidência da Associação de Apoio é a Diretora Administrativa Adjunto Suélia de Oliveira Calaço e Grêmio Estudantil é formado alunos escolhidos pela comunidade estudantil no biênio 2010/2011 que estará sob a presidência da aluna Lorrane Pereira Pinto. Na apresentação do pré-projeto para ser desenvolvimento na escola que levaram ao conhecimento dos colegas que iria executá-lo, a equipe diretiva logo percebeu a importância de trabalhar em equipe e descentralizar as atividades e revolver os conflitos coletivamente. A comunidade escolar e local que tem finalidade orientar e participar na tomada de decisões sobre as questões educacionais no âmbito da escola, abrangendo as dimensões administrativa, financeira e pedagógica. Entende-se que a educação deve estreitar, ainda mais as relações com o cotidiano do educando, transformando, assim, a escola num espaço de integração comunitária. A educação da unidade de ensino tem como diretrizes os princípios da Educação na implementação e no aprofundamento dos eixos de Inclusão Social, Radicalização da Democracia e Desenvolvimento Sustentável. É pertinente refletir, no processo de formação, sobre alguns conceitos básicos que permeiam a prática dos conselheiros e grêmios estudantil tais como: participação, autonomia, descentralização, dialogicidade, elementos fortalecedores da gestão democrática. “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é forma mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” (Jean Piaget) A escola é local ideal para formar cidadão, crítico, participativo, atuação, consciente do seu papel em participar na sociedade mais justa e igualitária. Para iniciar ao processo da gestão democrática da escola foram realizadas várias reuniões para estudar as obrigações de cada membro da Associação de Apoio e foram confeccionados murais para ampliar o conhecimento e divulgar as funções dos mesmos. Para a criação e adequação das chapas do Grêmio Estudantil foi passado slides de conscientização para evitar que os alunos escolhessem Canditado que não estivesse afinidade de participar com responsabilidade nas ações escolhidas pela comunidade escolar e local. Reuniu-se para estudar os livros dos Conselhos escolares e dividiu em grupos de estudos para apresentação no data show os temas abordados. Foi lido o Regimento escolar explicando a eles a responsabilidade frente a este trabalho. E que eles podem realizar várias ações dentro da escola desde que seja bem organizada e com participação do coordenador pedagógico responsável pelo grêmio e juntamente com Associação de apoio. Eles ficaram responsáveis pelo recreio dirigido, dos jogos interno e realizar um trabalho de conscientização da importância da conservação do patrimônio público, como pode-se economizar a energia e água, ajudando a organizar os eventos escolares, na cultivação da horta escolar, e ser monitor dos alunos com dificuldades de aprendizagem e participar de reuniões bimestralmente para dar sugestões e avaliar como estar sendo executadas e como vai ser executada as ações para melhorar a qualidade do ensino aprendizagem. As reuniões são bimestrais há discussões dos diferentes segmentos para efetivar os avanços e dificuldades vivenciadas pelos conselheiros e grêmio estudantil a partir de questões como: ”Em que momentos os segmentos são ouvidos na escola? Como a escola está trabalhando para atender aos estudantes? Quais os dados relativos ao aproveitamento escolar? Quais as principais dificuldades de aprendizagem? A escola está voltada para o sucesso ou fracasso de nossos alunos? Como está o trabalho dos professores e o envolvimento dos pais? Os alunos têm canais de participação nas decisões da escola? Quais são eles? É possível ampliá-los? A solidariedade está presente nas relações sociais? (professores e alunos, entre funcionários, entre a escola e a comunidade); ela é intencional um valor desejado e trabalhado na escola? Existe clima de respeito? Os alunos aprenderam a argumentar na defesa de suas idéias apoiados em fatos, conceitos e valores? Os direitos são respeitados? Os deveres são valorizados? Como são resolvidas as situações de conflitos? Como são negociados os impasses? Trata-se de refletir, permanentemente, sobre a qualidade do trabalho desenvolvido pela escola e ao constatar os problemas, desafios e necessidades enfrentados no cotidiano escolar, os colegiados poderão ajudar a construir efetivamente, uma educação de qualidade mais elevada. Depois dos questionamentos cada deu suas opiniões como iam melhorar o seu desempenho profissional e propôs ações atender e resolver os problemas relacionados. Os Conselhos Escolares atuam na escola seguindo a normatização. Esse é formado pelos quatro segmentos que compõem a comunidade escolar, eleito a cada dois anos, atuando em conjunto com a equipe diretiva na tomadas de decisões sobre questões do cotidiano da escolar, participando efetivamente da gestão escolar. Os Conselhos escolares terão função consultiva, deliberativa e fiscalizadora em questões administrativo-pedagógicas e financeiras, constituindo-se no órgão máximo de discussão ao nível de escola. Falar de gestão democrática nos remete à democracia participativa. A descentralização, a autonomia e a participação estabelecem abertura de novas arenas públicas de decisão, que conferem a cada escola sua singularidade, sua identidade própria, tendo a qualidade do ensino como ponto central de qualquer proposta da escola. No exercício da construção da autonomia escolar, não obstante seus percalços e desafios são visíveis e promissores os benefícios e as vantagens produzidos nessa vivência. A escola torna-se palco de experiências democráticas, em que a participação e autonomia devem ocorrer de forma transparente, respeitando a diversidade, o pluralismo e os valores éticos. Para Silva (2005), considerar que a escola é um lugar de esperança e desejo significa dizer que é um processo essencialmente humano. A esperança humana é aliada de qualquer mudança que requer espaço para manifestar-se e viver. Dessa forma, é possível que a autonomia da escola seja condição eficaz para mudança de todo sistema de ensino. É necessário que haja processo educativo contínuo que envolva o sujeito na sua condição de conhecer, decidir e responsabilizar-se. O conselho de classe realizado na escola, sempre foi motivo de inquietação, pois somente professores reuniam-se para discutir o processo educativo, como detentores do saber. Dessa forma, havia bastante resistência e descrédito, até mesmo pelos próprios professores que o realizavam. Alguns chegavam a referir-se a este momento, como sendo um momento de catarse, em que se dividiam os problemas e, conseqüentemente, não se encontravam culpados, ou a vítima era sempre o aluno e a família, excluindo-se qualquer responsabilidade ao professor ou à escola. No dia do conselho classe reuniu todos os segmentos para fazer as intervenções pedagógicas necessárias para resolver os conflitos e as dificuldades de aprendizagem dos alunos que esta precisando de reforço escolar e não alcançaram as médias para ser aprovados no 1º bimestre, teve várias sugestões para melhorar o ensino aprendizagem e atender melhor a comunidade escolar. As intervenções feitas como: fazer visitar domiciliar para conhecer a realidade do aluno e ver de perto a dificuldades e os problemas enfrentado pelos mesmos. Realizou-se reuniões com os pais dos alunos que apresentaram dificuldades de aprendizagem e tiveram notas abaixa da média para solicitar aos pais que acompanhassem e incentivassem a realização das tarefas de casa, observando se o filhos estão respeitando o tempo de estudo necessário. Preparou-se apresentações de slaides para realização de um trabalho sobre disciplina escolar, que foram discutidos em sala de aula pela equipe diretiva como: de auto-estima e conversar com eles a importância de ter comportamento, prestar atenção nas aulas dadas pelo o professor e fazer as tarefas de casa e da sala de aula para ampliar seus conhecimentos e alcançar ao sucesso escolar. Preparou-se gráfico do rendimento escolar como: índice de reprovação, aprovação e abandono e distorção/série. Buscar parceria com os funcionários da E.U que fazem o curso do PROFUNCIONÁRIO a dar as aulas de reforço escolar uma vez por semana e realizar o planejamento com a professora da sala de recurso para sanar as dificuldades de trabalhar com os alunos DM. Cada turma possui uma madrinha para ajudar nas dificuldades e tirar as dúvidas e resolver os problemas de disciplinas. A madrinha aconselha, orienta para motivar os alunos. Não está nas possibilidades da escola mudar as características de vida dos alunos ou de suas famílias, mas, a escola pode e deve mudar as formas e condições do serviço prestado, conforme as características dos alunos. (PENIN, 1992, p.90). Dentre as funções da escola, cabe desenvolver um processo de inovação de ensino e aprendizagem. É preciso que acompanhem a modificação atual através de uma educação reflexiva e participativa, em que a observação, reflexão, ação, possam transformar a estruturação do Conselho de Classe hoje apresentado à escola. Neste sentido, para atender à função social, da escola utiliza-se esta modalidade de Conselho de Classe, em que se constatam de forma comum as dificuldades no desenvolvimento do processo ensinoaprendizagem, no qual, através do diálogo, as pessoas se auxiliam para agir de forma coerente e inovadora, construindo coletivamente soluções, visando a alcançar maior sucesso educacional e conseqüente transformação dos envolvidos no processo. Por tanto foi realizada uma reunião para conhecer a realidade da Unidade de Ensino com todos os segmentos, percebe-se que há dificuldade de oferecer um trabalho de qualidade e decidiram realizar oficinas e palestras para melhorar o desempenho dos funcionários como: realizar um momentos de estudos com a equipe do Recursos Humanos – Diretoria Regional de Porto Nacional para maior esclarecimento e conhecimento das Leis e Estaduais, e Federais, dos direitos e deveres dos servidores; um momento de estudos com equipe escolar e equipe da expeção escolar para maiores conhecimento referentes aos diários de classe e outros documentos da legislação. Realizar uma oficina em parcerias com a Diretoria de Ensino de Porto Nacional para aperfeiçoamento como fazer oficio, atas e relatórios; realizar uma oficina de atendimento ao público e relação Interpessoal em parceria com a Diretoria Regional de Porto Nacional e do SEBRAE para atender e receber melhor a clientela. Para descobrir novos talentos da escola desenvolveu um projeto do coral, peças teatrais. Fizeram também à blitz educativa nos setores circunvizinhos com a participação de alunos, funcionários para conscientização e prevenção contra a Dengue e Calazar. O Projeto de Liderança está contribuído bastante para desenvolvimento das ações escolares e motiva a participação de toda a equipe escolar a trabalhar coletivamente. O coordenador pedagógico acompanha o planejamento e assiste às aulas dadas pelos professores, observando aplicabilidade das novas práticas pedagógicas e analisando as dificuldades dos alunos e traçando metas para solucioná-las o processo ensino e aprendizagem primando pela eficiência. Foram realizadas cinco reuniões com equipe diretiva para socialização das ações escolares a serem desenvolvidas e sete observações ao professor para dar o feedback das aulas acompanhadas onde falam dos pontos fortes e das áreas a serem aprimorados. Com isso os professores estão cada vez mais motivados a buscar aulas mais dinâmicas, utilizando material visual, respeito mútuo entre professor e alunos, domínio de liderança e confiança, sala de aula mais organizada, aula contextualizada e preocupando com conteúdo atitudinal e processual. Conclusão Os estudos realizados da equipe vieram à soma para melhoria dos serviços prestados a comunidade escolar e local. Os alunos estão mais motivados em participarem dos eventos escolares realizados na U.E e com isso melhoram nos estudos, desenvolveram a habilidades de falar ao público, ficaram menos tímidos e motivados em participar das peças teatrais e do coral. Também contribuiu para melhorar a indisciplina escolar. A Associação de Apoio e o Grêmio estudantil estão participando mais nas ações desenvolvidas na escola e dando sugestões a melhoria do cardápio, participa da abertura das planilhas de menor preço da alimentação escolar. Isso foi bom porque eles perceberam que o recurso repassado não dava para melhorar o cardápio e pode conversar com os colegas de classe quando reclamava da alimentação escolar. Também dão sugestões desde limpeza e a organização de escola. Bibliografias Cury, Carlos R. Jamil. Os conselhos de educação e a gestão dos sistemas. In: FERREIRA, N.S C; AGUIAR, M. A. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromisso. São Paulo: Cortez, 2000. PARO, Victor. Por dentro da escola pública. São Paulo: Xamã, 1996. Gomes, A.C. Candido. Conselhos de Educação de Estados: luzes e sombras. Revista de educação AEC Brasília, v, 32, 129, p 86-98, out./dez. 2003. FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. PARO, Vitor H. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã, 2001. COSTA, Messias. A escolha de dirigentes escolares no Brasil. Brasília, DF: Ampae, 1998. (Série Estudos e Pesquisas, v. 4). DUARTE, Marisa R. T. (Orgs.). Progestão: como promover, articular e desenvolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar. Brasília: Consed, 2001. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Secretaria da Educação Básica. Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da escola pública. Brasília: DF, 2004. p. 35-40.