QM08. Obtenção de micropartículas de acetato de celulose para sistemas de liberação controlada de fármaco: Estudo da influência da massa de polímero e tipo de solvente e de surfactante Neves MC, Primo JO, Oliveira KAL, Romero AL, Romero RB Introdução: A expansão e a competitividade no setor farmacêutico têm resultado na busca de novas tecnologias, tal como sistemas para liberação controlada de substâncias bioativas, que podem ser liberadas em quantidades programadas dependendo de cada necessidade específica. Nestes sistemas, a administração de fármacos pode ocorrer, por exemplo, por meio de nanocápsulas, microcápsulas, microesferas poliméricas, entre outras. Entre os materiais utilizados em sistemas de liberação controlada destacam-se os biopolímeros, entre eles o acetato de celulose (AC), que possui habilidade para formar nanopartículas, possui alta estabilidade térmica, baixa toxicidade, elevada permeação à água e compatibilidade com várias substâncias bioativas. Objetivo: Estudar a influência da massa de polímero e tipo de solvente e de surfactante na obtenção de micropartículas de AC produzidas empregando a técnica de miniemulsificação/evaporação do solvente. Metodologia: Utilizou-se como matriz polimérica o acetato de celulose (AC), Sigma-Aldrich, Mn= 30.000 g.mol-1, grau de substituição de 2,5. A fase orgânica (FO) foi preparada, sob agitação magnética por 24h, utilizando clorofórmio ou diclorometano e diferentes porcentagens em massa de AC. A fase aquosa (FA) utilizada foi preparada pela dissolução em água de um surfactante (polietilenoglicol (PEG), dodecilsulfato de sódio (DSS) ou Tween 80) sob agitação magnética. Após 10 minutos nessas condições, a fase orgânica foi adicionada à fase aquosa e a agitação foi mantida até a evaporação total do solvente, à temperatura de 40 ºC. Foram realizados seis experimentos: Exp.1: (FO): 0,1 g de AC em 15,0 mL de clorofórmio e (FA): 1,5 g de PEG em 100 mL de água destilada; Exp.2: (FO): 0,1 g de AC em 15,0 mL de clorofórmio e (FA): 1,5 g de DSS em 100 mL de água destilada; Exp.3: (FO): 0,1 g de AC em 15,0 mL de diclorometano e (FA): 1,5 g de PEG em 100 mL água de destilada; Exp.4: (FO): 0,1 g de AC em 15,0 mL de diclorometano e (FA): 1,0 g de DSS em de 100 mL água destilada; Exp.5: (FO): 0,3 g de AC em 15,0 mL de diclorometano e (FA): 1,5 g de PEG em 100 mL de água destilada; Exp.6: (FO): 0,3 g de AC em 15,0 mL de diclorometano e (FA): 1,0 g de Tween 80 em 100 mL água destilada. Resultados e discussão: Para as emulsões preparadas utilizando clorofórmio não observou-se a precipitação do polímero. Já para as emulsões preparadas utilizando diclorometano observou-se a formação de um precipitado branco. Esta observação pode ser explicada pelo parâmetro de solubilidade dos dois solventes, sendo a principal diferença a contribuição das interações polares que é maior no sistema diclorometano-AC do que no clorofórmio-AC. Com o aumento da massa de AC observou-se uma melhora na solubilização do polímero, resultando em um sistema mais homogêneo. Com relação aos materiais obtidos, observou-se formação de microesferas apenas no Exp.6, no qual foi utilizado Tween 80 como surfactante. As microesferas formadas no Exp.6 apresentaram diâmetro de 0,1 - 800 m. Estes resultados sugerem que a combinação de diclorometano-Tween 80 é uma boa opção para obtenção de microesfera de AC para posterior aplicação como sistema de liberação controlada de fármaco. Palavras-chave: acetato de celulose, microesferas, liberação controlada. Apoio financeiro: Fundação Araucária, MEC/SESu, CNPq.