Carta Econômica

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Carta Econômica
Junho de 2015
Economista-Chefe
Gustav Gorski
João Fernandes
Economista
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O ajuste econômico continua tomando corpo na atividade econômica brasileira. A divulgação
de que houve queda no PIB do primeiro trimestre foi ponto claro neste processo. A queda de
0,2% no trimestre e de 1,6% frente ao mesmo trimestre de 2014 só não foi maior devido ao
forte desempenho positivo da agropecuária. Mas a segunda queda consecutiva trimestral do
consumo e a sétima queda consecutiva trimestral do investimento sinalizam o grau de
fraqueza da economia brasileira. Não obstante este resultado fraco no primeiro trimestre do
ano, as informações para o segundo trimestre sinalizam que o momento mais forte do ajuste
ainda não passou. Os dados de emprego de abril foram muito negativos. A criação de
empregos formais – CAGED – mostrou o pior resultado da série histórica ajustada
sazonalmente, com destruição de mais de 200 mil empregos no mês. O desemprego subiu
sensivelmente em abril e o consumo continuará a retrair. A indústria e o varejo também
retraíram fortemente em abril. Para maio, as inúmeras paralizações em fábricas de vários
segmentos, devido ao alto estoque e baixa velocidade de vendas, afetarão ainda mais a
atividade econômica. Em termos de ajuste fiscal, o governo obteve aprovação parcial das
medidas de redução dos gastos e anunciou um corte no orçamento de cerca de R$ 70 bilhões,
o maior de nossa história. Esta notícia é positiva, mas afetará ainda mais o despenho negativo
da economia no curto prazo. Reiteramos nossa visão negativa para o desempeno econômico
em 2015 e ainda mantemos uma leve recuperação para 2016.
Em relação à inflação, as novas informações que temos incorporado em nossas avaliações
sinalizam que apenas marginalmente há efeitos da forte queda da atividade sobre a variação
dos preços. O arrefecimento que observou-se em abril e maio foi somente devido a
desaceleração da alta dos preços de energia. A difusão da inflação na cesta de consumo do
brasileiro é recorde das últimas décadas e sinaliza que o processo de elevação de preços ainda
é generalizado. Em 2015 já há consenso que a inflação estourará o topo da meta, mas ainda
não há sinais claros que haverá melhora substancial para 2016.
Crescimento do PIB – acum. 4 trim.
Fonte: Quantitas, IBGE.
IPCA - % 12 meses
Fonte: Quantitas, IBGE.
Meta para Taxa Selic - % ao ano
Em relação à política monetária, o comitê de política monetária manteve uma postura
bastante ríspida no tratamento à inflação e sinalizou que o processo de elevação da meta para
a taxa Selic ainda não acabou. Na tentativa de restaurar sua credibilidade a autoridade
monetária tem se mantido em uma posição bastante forte de que fará com que a inflação
convirja para a meta no final de 2016. Neste contexto, esperamos alta de juros nas duas
próximas reuniões do Copom.
Já para a política cambial, houve nova rodada de desvalorização do real frente ao dólar. O
fechamento em R$ 3,16/US$ aponta uma piora da percepção do investidor externo com a
economia brasileira. O BC também sinalizou que o programa de Swaps para dar liquidez em
dólares norte-americanos deve esgotar-se logo, o que ajudou ainda mais a desvalorização no
mês. Continuamos com a visão de que a taxa de câmbio deva ficar em um intervalo entre R$
3,10/US$ e R$ 3,30/US$.
Fonte: Quantitas, Banco Central.
Taxa de Câmbio – R$/US$
No cenário externo o destaque ficou por conta de atividade mais fraca na China e da
continuidade das incertezas acerca do processo de elevação dos juros nos EUA. Mais uma vez
os dados sobre o crescimento de varejo, indústria e investimentos na China ficaram abaixo das
expectativas. Mesmo que o nível do crescimento ainda seja alto, é cada vez mais claro o
arrefecimento da economia chinesa. Nos EUA, os dados mistos de atividade, emprego e
inflação ainda geram incertezas acerca do início do processo de elevação dos juros nos EUA.
Fonte: Quantitas, Banco Central.
*Cenários Quantitas para Brasil
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