Economia. Aeroportômetro 5 4 9 dias para a conclusão da obra SÁBADO, 26 DE MARÇO DE 2016 | 24 Macroeditor: Abdo Filho z [email protected] Editora: Joyce Meriguetti z [email protected] WhatsApp (27) 98135.8261 Telefone: (27) 3321.8327 PREÇOS SOB ALTA PRESSÃO O QUE O GOVERNO PODE FAZER t Contas públicas Controlar o déficit público é o primeiro passo para acabar com a inflação. Se o governo gasta mais que ganha, que arrecada, ele tem que emitir moeda. Fazendo isso, gera inflação, pois quanto mais moeda em circulação, menor o preço dela. t Banco Central O papel do Banco Central é ancorar as expectativas inflacionárias, então ele tem que convencer o mercado e as pessoas de que a inflação vai convergir para a meta, que vai ser menor. O Banco Central tem que ser mais austero e investir na comunicação. t Tarifas de importação Reduzir tarifas de importação ajudaria a combater os preços altos dentro do país. Os produtos eletrônicos no Brasil têm valor muito mais elevado que fora por conta dos impostos muito elevados. t O governo deve reduzir tarifas de importação. Os preços de eletrônicos aqui dentro do país são muito elevados” — ARILTON TEIXEIRA do funcionalismo público são um exemplo. O governo tem que reduzir as indexações. Desindexação A indexação ainda acontece. Alguns produtos, por exemplo, sobem por causa do reajuste do salário mínimo e um aumento puxa o outro. Os salários t t A política fiscal está nos holofotes e é o que governos precisam priorizar, o reequilíbrio das finanças públicas” — EDUARDO ARAÚJO Recuperar credibilidade Ajustar as contas ajuda o governo a recuperar credibilidade, o que pode ajudar a domar a flutuação do dólar, outro componente forte da inflação atual. Trabalhar os juros O problema inflacionário atual não é por excesso de demanda. Sendo assim, o mecanismo tradicional de subir juros não deveria ser usado. Hoje, a taxa de juros básico está em patamar bem elevado, mas a inflação não cede. É preciso trabalhar a política de juros para estimular o consumo, mas não tanto a ponto de estimular a inflação. t Redução de custos Medidas que ajudem na redução de custos dos produtos, que vai desde a redução de tributos, melhoria logística e ações para estimular inovação, além do estímulo à concorrência, ajudam a controlar os preços. O QUE FAZER PARA DRIBLAR A INFLAÇÃO Mesmo com economia desacelerada, preços seguem subindo forte no Brasil LUÍSA TORRE [email protected] Ir ao supermercado tem se tornado uma tarefa desesperadora para muitos brasileiros. Com os preços de alimentos nas alturas e a inflação alta para todos os produtos, por menor que seja a compra, é difícil ir para casa sem deixar pelo menos R$ 50 por lá. Mas, para especialistas, há caminhos para driblar a inflação. O governo tem de fazer o dever de casa: arrumar as contas públicas é a primeira tarefa. No ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - indicador oficial - fechou o ano em 10,67%. Para 2016, mesmocomforterecessão, a projeção beira os 8%. O primeiro impacto desses números é na renda do trabalhador. E quanto menor a renda, mais a inflação na casa de dois dígitos impacta, diz o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti. RICARDO VERVLOET “A inflação alta pesa primeiro nos salários. Depois, as pessoas com risco de perder o emprego acabam não tendo alternativa para negociar aumentos. Outro efeito é que os governos estão subindo impostos para compensar a perda de arrecadação provocada pela recessão, o que acaba pesando mais nos assalariados que nas classes mais altas, porque os impostos incidem mais sobre o consumo”. Para as famílias, ele dá duas dicas: fazer pesquisa de preço dos produtos que pesam mais no orçamento e aproveitar promoções. E O GOVERNO? Negociar com locatário do imóvel mesmo valor do ano anterior, barganhar descontos, priorizar vendedoresqueoferecemcondições vantajosas e consu- mir produtos da estação, que costumam ter preço mais competitivo, são algumas formas de driblar a inflação, segundo o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Eduardo Araújo. Do ponto de vista do governo, o economista e professor da Fucape, Arilton Teixeira, analisa que a primeira ação deve ser controlar o déficit público. “O governogastademaisegera pressões inflacionárias. Ele deve cortar gastos, diminuir as despesas públicas”. Importante também que o poder público, em todas as esferas, incentive medidas que ajudem na redução de custos dos produtos - que vai desde a redução de tributos, melhoria logística, até ações para estimular inovação. Como o avanço dos preços não poupa ninguém, Marcos Vinicius Campos e Lívia Campos foram obrigados a mudar de hábitos. “Começamos a levar comida para o trabalho e vimos melhoria na alimentação e nos gastos. Eu gastava todo dia no restaurante R$ 15, isso reduziu bastante”, conta Marcos Vinicius. EM 12 MESES 78,55% foi a inflação acumulada para o repolho 67,50% foi quanto subiu o tomate 66,55% foi a aceleração dos preços do alho 27,51% foi a inflação do ovo de galinha 24,40% foi quanto subiu a energia elétrica residencial em 12 meses Marcos Vinicius e Livia passaram a controlar mais os gastos para driblar inflação