o que fazer para driblar a inflação

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Economia.
Aeroportômetro
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SÁBADO, 26 DE MARÇO DE 2016
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24
Macroeditor: Abdo Filho z [email protected]
Editora: Joyce Meriguetti z [email protected]
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Telefone: (27) 3321.8327
PREÇOS SOB ALTA PRESSÃO
O QUE O GOVERNO PODE FAZER
t
Contas públicas
Controlar o déficit público
é o primeiro passo para
acabar com a inflação. Se
o governo gasta mais que
ganha, que arrecada, ele
tem que emitir moeda.
Fazendo isso, gera
inflação, pois quanto
mais moeda em
circulação, menor o
preço dela.
t
Banco Central
O papel do Banco
Central é ancorar as
expectativas
inflacionárias, então ele
tem que convencer o
mercado e as pessoas
de que a inflação vai
convergir para a meta,
que vai ser menor. O
Banco Central tem que
ser mais austero e
investir na comunicação.
t
Tarifas de importação
Reduzir tarifas de
importação ajudaria a
combater os preços
altos dentro do país. Os
produtos eletrônicos no
Brasil têm valor muito
mais elevado que fora
por conta dos impostos
muito elevados.
t
O governo
deve reduzir
tarifas de
importação.
Os preços de
eletrônicos
aqui dentro do
país são muito
elevados”
—
ARILTON TEIXEIRA
do funcionalismo
público são um exemplo.
O governo tem que
reduzir as indexações.
Desindexação
A indexação ainda
acontece. Alguns
produtos, por exemplo,
sobem por causa do
reajuste do salário
mínimo e um aumento
puxa o outro. Os salários
t
t
A política
fiscal está nos
holofotes e é o
que governos
precisam
priorizar, o
reequilíbrio
das finanças
públicas”
—
EDUARDO ARAÚJO
Recuperar credibilidade
Ajustar as contas ajuda
o governo a recuperar
credibilidade, o que pode
ajudar a domar a
flutuação do dólar, outro
componente forte da
inflação atual.
Trabalhar os juros
O problema inflacionário
atual não é por excesso
de demanda. Sendo
assim, o mecanismo
tradicional de subir juros
não deveria ser usado.
Hoje, a taxa de juros
básico está em patamar
bem elevado, mas a
inflação não cede. É
preciso trabalhar a
política de juros para
estimular o consumo,
mas não tanto a ponto
de estimular a inflação.
t
Redução de custos
Medidas que ajudem na
redução de custos dos
produtos, que vai desde
a redução de tributos,
melhoria logística e
ações para estimular
inovação, além do
estímulo à concorrência,
ajudam a controlar os
preços.
O QUE FAZER
PARA DRIBLAR
A INFLAÇÃO
Mesmo com economia desacelerada,
preços seguem subindo forte no Brasil
LUÍSA TORRE
[email protected]
Ir ao supermercado tem se
tornado uma tarefa desesperadora para muitos brasileiros. Com os preços de
alimentos nas alturas e a
inflação alta para todos os
produtos, por menor que
seja a compra, é difícil ir
para casa sem deixar pelo
menos R$ 50 por lá. Mas,
para especialistas, há caminhos para driblar a inflação. O governo tem de
fazer o dever de casa: arrumar as contas públicas é
a primeira tarefa.
No ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - indicador oficial - fechou o ano
em 10,67%. Para 2016,
mesmocomforterecessão,
a projeção beira os 8%. O
primeiro impacto desses
números é na renda do trabalhador. E quanto menor
a renda, mais a inflação na
casa de dois dígitos impacta, diz o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac),
Roberto Vertamatti.
RICARDO VERVLOET
“A inflação alta pesa primeiro nos salários. Depois, as pessoas com risco
de perder o emprego acabam não tendo alternativa
para negociar aumentos.
Outro efeito é que os governos estão subindo impostos para compensar a
perda de arrecadação provocada pela recessão, o
que acaba pesando mais
nos assalariados que nas
classes mais altas, porque
os impostos incidem mais
sobre o consumo”.
Para as famílias, ele dá
duas dicas: fazer pesquisa
de preço dos produtos que
pesam mais no orçamento
e aproveitar promoções.
E O GOVERNO?
Negociar com locatário
do imóvel mesmo valor do
ano anterior, barganhar
descontos, priorizar vendedoresqueoferecemcondições vantajosas e consu-
mir produtos da estação,
que costumam ter preço
mais competitivo, são algumas formas de driblar a
inflação, segundo o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Eduardo Araújo.
Do ponto de vista do governo, o economista e professor da Fucape, Arilton
Teixeira, analisa que a primeira ação deve ser controlar o déficit público. “O
governogastademaisegera pressões inflacionárias.
Ele deve cortar gastos, diminuir as despesas públicas”. Importante também
que o poder público, em
todas as esferas, incentive
medidas que ajudem na
redução de custos dos produtos - que vai desde a redução de tributos, melhoria logística, até ações para
estimular inovação.
Como o avanço dos preços não poupa ninguém,
Marcos Vinicius Campos e
Lívia Campos foram obrigados a mudar de hábitos. “Começamos a levar comida para o trabalho e vimos melhoria
na alimentação e nos
gastos. Eu gastava
todo dia no
restaurante
R$ 15, isso
reduziu
bastante”, conta Marcos
Vinicius.
EM 12 MESES
78,55% foi a inflação
acumulada para o repolho
67,50% foi quanto subiu
o tomate
66,55% foi a aceleração
dos preços do alho
27,51% foi a inflação do
ovo de galinha
24,40% foi quanto subiu a
energia elétrica
residencial em 12 meses
Marcos Vinicius e Livia passaram a controlar mais os gastos para driblar inflação
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