Anemia Falciforme Atenção Especial Revisado pelo Prof. Dr. Rodolfo Delfino Cançado Anemia Falciforme Anemia Falciforme é uma das enfermidades hereditárias mais comuns no Brasil e no mundo. Caracteriza-se pela alteração da forma das hemácias (série vermelha do sangue), que ficam parecidas com uma foice - daí o termo falciforme -, provocando anemia, icterícia (síndrome caracterizada pela coloração amarelada de pele e mucosas), crises de dor, além de complicações em vários órgãos como baço, fígado, pulmões e sistema nervoso central. A anemia falciforme não tem cura e varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas que têm a doença crônica (de longa duração) apresentam dor ou fadiga (cansaço) constante. No entanto, com bom atendimento e tratamento, muitas pessoas que têm a doença podem melhorar a qualidade de vida. Todas as pessoas que têm Anemia Falciforme devem ser acompanhadas regularmente por uma equipe multidiciplinar e procurar participar do protocolo de tratamento da doença, tendo as vacinações e exames em dia. Dentro desses exames está o doppler transcraniano. Um exame indolor que procura monitorar o fluxo sanguíneo cerebral, ajudando a identificar pacientes em risco elevado de acidente vascular cerebral (AVE) conhecido popularmente como derrame cerebral. AVE tem conseqüências graves; é uma complicação devastadora e potencialmente fatal aos pacientes com anemia falciforme. Hoje o tratamento mais eficaz para evitar um AvE é a Transfusão de Hemácias. Esse tratamento faz parte do que chamamos de atenção especial. Pacientes com risco elevado precisam passar por esse procedimento e ter seu tratamento acompanhado mais de perto por toda a equipe multidisciplinar. Para que isso dê certo é necessário que também haja o comprometimento do paciente e do cuidador junto com os médicos e equipe. Os pacientes que sobrevivem a acidentes vasculares cerebrais mostram dificuldades na aprendizagem, problemas emocionais e sociais. Crianças têm problemas de relacionamentos na escola e para executar tarefas muitas vezes simples. Os pacientes com acidente vascular cerebral correm um risco de recorrência de cerca de 50% na ausência de transfusão crônica. O Brasil está preparado para atender esse paciente de atenção especial. Todo o tratamento é realizado em hemocentros ou em centros de tratamento com política de integralização para doença falciforme. Algumas vezes as crianças que fazem uso da transfusão crônica desenvolvem um problema de sobrecarga de ferro, o que exige uma terapia com quelante de ferro. O organismo humano não é capaz de absorver ou excretar essa sobrecarga de ferro, com isso o fígado (principal órgão de armazenamento do ferro) fica comprometido e infelizmente causa fadiga, dor abdominal, perda de peso , escurecimento da cor da pele entre outros sintomas. O tratamento com quelante de ferro está disponível gratuitamente em centros de tratamento. Todo tratamento de doença crônica, como a anemia falciforme, tem uma rotina que chamamos de controle de tratamento. Lembre-se de manter: s Carteira de vacinação atualizada s Controle anual de doppler transcraniano (ou conforme solicitação da equipe médica) s Controle da sobrecarga de ferro com exames de sangue – dosagem de ferritina sérica a cada três meses, sobretudo para os pacientes que utilizam quelante de ferro. Nestes casos, é importante o controle mensal da função pela dosagem de uréia e creatinina. A atenção é fundamental para o sucesso do tratamento. O sucesso do tratamento é que mantêm uma vida livre de crises de dor, problemas clínicos e traz qualidade de vida ao paciente com anemia falciforme. Anotações: As informações aqui contidas não devem ser usadas para auto-diagnóstico ou para substituir os serviços de um profissional médico. Desenvolvido, impresso e distribuído gratuitamente no Brasil pelo Instituto Espaço de Vida - 2012 Instituto Espaço de Vida Rua José Jannarelli, 199 - conj. 55 - São Paulo - SP Fone 11 3721. 5317 Ligação Gratuita: 0800 773 3241