Procedimento para doença falciforme é incorporado no

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Procedimento para doença falciforme é incorporado no SUS
Portaria determina que doppler transcraniano seja incluído como
procedimento ambulatorial de prevenção primária de acidente vascular
encefálico em pacientes com falciforme
Pacientes com doença falciforme (DF) no Brasil já podem contar com o
doppler transcraniano, exame essencial que previne uma das complicações
possíveis da doença: o acidente vascular encefálico (AVE). É o que
determina a portaria nº 473, de 26 de abril de 2013, publicada pela
Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS). De acordo
com o Protocolo de uso do Doppler Transcraniano como procedimento
ambulatorial na prevenção do acidente vascular encefálico em pacientes
com doença falciforme, a indicação é que o exame seja realizado a partir de
2 ou 3 anos de idade e ao menos uma vez ao ano nos pacientes com DF.
Segundo o coordenador do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro da
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular
(ABHH), Rodolfo Delfini Cançado, o doppler transcraniano tem como função
prevenir derrames: “No paciente com DF, a incidência de AVE é alta, e este
exame detecta, entre todas as crianças avaliadas, aquelas com maior risco
de desenvolverem AVE antes, obviamente, do primeiro derrame, o que
permite um tratamento preventivo com o objetivo de se evitar esta
complicação tão grave e debilitante”.
O AVE é uma complicação neurológica frequente e importante causa de
morbidade e mortalidade precoce sobretudo em crianças na primeira
década de vida. Entretanto é uma complicação previsível para quem faz o
doppler transcraniano. O risco de AVE nos pacientes com doppler
transcraniano alterado (> 200 cm/s) é de 10% ao ano. Se o paciente iniciar
tratamento adequado com transfusão de hemácias, esse risco diminui mais
de 5 vezes.
Além do AVE, as complicações decorrentes da doença falciforme mais
comuns são a crise vasoclusiva (obstrução de vasos no corpo todo),
infecção, sequestro esplênico, síndrome torácica aguda e a insuficiência
renal. Tais agravos ocasionam redução de 25 a 30 anos na expectativa de
vida das pessoas com a doença, em comparação com a população geral
sem DF.
Sobre a doença falciforme e sua detecção
A anemia falciforme, prevalente em afrodescendentes, é a doença
hereditária mais comum no Brasil, e a alta miscigenação presente na
população brasileira tornou-a questão de saúde pública no País.
O teste do pezinho pode detectar a doença. Ao todo 23 das 27 unidades
federativas são habilitadas para a triagem neonatal de doença falciforme.
Ainda não possuem o exame Piauí, Paraíba, Amapá e Roraima.
Aproximadamente 3.500 nascimentos de crianças com doença falciforme
são registrados no Brasil, conforme dados de 2012 do Programa Nacional de
Triagem Neonatal do Ministério da Saúde.
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