ESTUDO COMPARATIVO DOS PERFIS DE DISSOLUÇÃO DE COMPRIMIDOS DE LORATADINA 10 MG ALEXANDRE MACHADO RUBIM ([email protected]) / Centro Universitário Franciscano, Santa Maria RS LUCIANE VARINI LAPORTA ([email protected]) / Centro Universitário Franciscano, Santa Maria - RS MARIANNE KELLERMANN ([email protected]) / Externo, Santa Maria - RS MARCOS ROBERTO DOS SANTOS ([email protected]) / Centro Universitário Franciscano, Santa Maria - RS Palavras-Chave: PERFIL DE DISSOLUÇÃO; LORATADINA; EFICIÊNCIA DE DISSOLUÇÃO. A loratadina é um anti-histamínico tricíclico potente, de ação prolongada, pertencente à segunda geração, com atividade seletiva antagônica nos receptores H1 periféricos, denominada quimicamente de 1-ácido piperidinico, 4-(8-cloro-5,6-diidro-11H-benzol [5,6] ciclohepta [1,2-b] piridin-11-ilideno). É utilizada no tratamento de doenças alérgicas como rinite alérgica, urticária crônica e asma (GENNARO, 2000). O fármaco está disponível na forma de comprimidos, na concentração de 10 mg, ou comprimidos revestidos na mesma concentração. No mercado nacional, existem cerca de 40 produtos contendo loratadina, excluindo-se os medicamentos que contém esse ativo em associação. Destes, 25 são medicamentos genéricos e 7 deles encontram-se na forma farmacêutica de comprimidos. A absorção de fármacos na forma de comprimidos depende da capacidade do princípio ativo liberar-se da formulação em condições fisiológicas. Os comprimidos possuem características que podem alterar a dissolução e comprometendo a bioequivalência. Esta capacidade pode ser determinada através do estudo de perfil de dissolução, o que permite avaliar como ocorre a dissolução de um fármaco em determinado tempo conhecido. Existem vários métodos propostos na literatura para a realização da comparação de perfis de dissolução, divididos em modelos dependentes e independentes. Acredita-se que entre todos os métodos possíveis os fatores de diferença (f1), e o fator de semelhança (f2), são os mais utilizados devido a facilidade de aplicação e interpretação, o que leva vários órgãos regulatórios, como FDA e ANVISA a adotá-los, especialmente f2, como indicativo da semelhança entre perfis de dissolução (BRASIL, 2010; COSTA e LOBO, 2001). O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a qualidade e comparar, através do estudo de perfil de dissolução in vitro, de nove medicamentos contendo loratadina (quatro genéricos e cinco similares), com o medicamento referência. As análises foram realizadas em conformidade com a monografia de loratadina comprimidos, descrita na The United States Pharmacopeia (2011), que emprega as seguintes condições: 900 ml de ácido clorídrico 0,1 M, como meio de dissolução, aparto pás e velocidade de agitação de 50 rpm. Alíquotas do meio foram coletadas nos tempos de 5; 10; 15; 20; 30; 60 e 90 minutos e o volume retirado foi reposto, empregando-se o mesmo meio, na mesma temperatura. As amostras foram filtradas e diluídas até a concentração adequada. Para a quantificação do produto, construiu-se curva analítica na faixa de concentração de 5 µg/ml a 17 µg/ml utilizando-se loratadina SQR. Mediram-se as absorbâncias das soluções em 280 nm, utilizando-se ácido clorídrico 0,1 M, para ajuste do zero. Calculou-se a quantidade de loratadina dissolvida no meio, através da equação da reta, obtida da curva analítica. Os perfis de dissolução obtidos foram comparados através do cálculo do fator de semelhança (f2), utilizando a porcentagem média dos valores liberados na dissolução de cada produto, e através da eficiência de dissolução (ED), que foi calculada a partir das curvas de porcentagem de fármaco dissolvido versus tempo (perfil de dissolução), obtendo-se a área sob a curva (AUC) e a área total do gráfico (KHAN, 1975). Os resultados referentes ao perfil de dissolução do medicamento referência, dos genéricos e similares de loratadina 10 mg, foram interpolados na curva analítica (0,024x+0,0072), previamente construída, garantindo linearidade na faixa de 5 a 17 µg/ml (r2 0,9999), não apresentando desvio de linearidade (p=0,05), quando avaliada pela Análise de Variância (ANOVA). O medicamento referência, os quatro genéricos e quatros similares apresentaram perfis de liberação imediata, ou seja, 85% do fármaco dissolvido em 15 minutos, dispensando o cálculo do f2. Quando avaliamos a eficiência de dissolução, percebemos que somente G4, S2, S3 e S4 possuem a mesma eficiência de dissolução que o medicamento Referência (R). Pela legislação vigente, todos os medicamentos analisados apresentaram perfil de dissolução semelhante ao medicamento de referência, o que é um bom indicativo para a possivel intercambialidade entre eles. REFERÊNCIAS: COSTA, Paulo.; LOBO. José Manuel Sousa; Modeling and comparison of dissolution profiles; European Journal Pharmaceutical Sciences; 13; 123-133; 2001. BRASIL; Agência Nacional de Vigilância Sanitária; RDC nº 31 de 11 de agosto de 2010; 08-2010. GENNARO, Alfonso Remington.; Remington: the science and practice of pharmacy; Philadelphia; Philadelphia; 2000. KHAN, K. A.; The concept of dissolution efficiency.; J. Pharm. Pharmacol.; 28; 48-49; 1975. THE UNITED STATES PHARMACOPEIA.; THE UNITED STATES PHARMACOPEIA.; Maryland; Rockville; 2008.