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ESTUDO DE PERFIS DE DISSOLUÇÃO DE COMPRIMIDOS DE
CEFALEXINA PARA USO VETERINÁRIO
Érica Iaione(1), Karine F. Nicorena(1), Willian R. R. Almeida(2), Gabriela R. Foresti(2),
Fabiana E. B. Silva(3)
(1)
Bolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal do Pampa. Uruguaiana, RS; [email protected]
Aluno no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Pampa. Uruguaiana,
RS.
(3)
Orientadora; Universidade Federal do Pampa. Uruguaiana, RS.
(2)
RESUMO: Metodologias analíticas para avaliar a dissolução de medicamentos para uso humano e para comparar perfis
de dissolução para atestar a equivalência farmacêutica são regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA). Entretanto não há regulamentos oficiais que descrevam como os perfis de dissolução para
medicamentos de uso veterinário devam ser realizados. Neste trabalho foram analisados perfis de dissolução dos
®
comprimidos de cefalexina palatável (Rilexine 600 mg) de uso veterinário. Os meios água destilada, HCL 0,1M e
®
tampão fosfato pH 7,4 foram testados em Dissolutor Varian utilizando aparato cesta e velocidade de 100 rpm. A
eficiência de dissolução (ED%) foi calculada e utilizada para comparação dos perfis. Os perfis apresentaram dissolução
rápida, característico de fármacos com alta solubilidade como a cefalexina.
Palavras-Chave: Perfil de dissolução, cefalexina, veterinário.
INTRODUÇÃO
A Cefalexina (Figura 1) é um antibiótico cefalosporínico de primeira geração pertencente ao grupo dos
antibióticos β-lactâmicos clássicos (SERRA et al, 2007). É um antibiótico de amplo espectro, largamente
utilizado no Brasil. Este medicamento vem sendo empregado na clínica veterinária com sucesso e está
®
disponível comercialmente na forma farmacêutica de comprimidos palatáveis (Rilexine 600 mg).
Figura 1 – Estrutura química da Cefalexina
Fonte: FARMACOPEIA BRASILEIRA 5ª ed., 2010.
Atualmente guias ou normativas contendo orientações sobre o controle de qualidade de produtos
veterinários e a descrição das monografias dos insumos e produtos acabados em farmacopéias, como as
existentes para medicamentos de uso humano, ainda são indisponíveis no Brasil. Por este motivo, estudos
sobre o controle de qualidade deste tipo de medicamento podem contribuir para a implantação de guias,
normatizando as metodologias a serem empregadas para tal.
Estudos envolvendo a avaliação de perfis de dissolução aplicados aos medicamentos veterinários
podem ser úteis nos processos de desenvolvimento de formulações, na identificação de variáveis críticas na
produção, no controle de qualidade final e no estabelecimento de correlações in vitro/in vivo como parte do
estudo de equivalência farmacêutica (FORESTI et al, 2015). Levando em consideração esta questão, o
presente trabalho tem por objetivo avaliar o perfil em diferentes meios de dissolução de comprimidos de
cefalexina.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do ensaio de perfil de dissolução foram utilizados os meios água destilada,
HCl 0,1 M e Tampão Fosfato pH 7,4. Foram avaliados os perfis de dissolução com os respectivos meios
®
para os comprimidos palatáveis Rilexine 600 mg. Os ensaios foram realizados em Dissolutor Varian ,
modelo VK 7000, nas seguintes condições: 37ºC, 100 RPM e aparato cesta. Alíquotas foram coletadas nos
tempos 5, 10, 15, 30, 45 e 60 minutos. Após a coleta, as amostras foram analisadas em espectrofotômetro
®
UV/VIS Perkin Elmer , modelo Lambda 35, no comprimento de onda de 262 nm.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos perfis obtidos para as condições propostas (água destilada (a), HCl 0,1M (b) e
tampão fosfato pH 7,4 (c)) encontram-se na Figura 2. Os dados são expressos por porcentagem de
cefalexina dissolvido no meio de dissolução versus tempo.
Figura 2 - Quantidade dissolvida vs. tempo para a cefalexina 600 mg. Meios água destilada,
HCL 0,1M e tampão fosfato pH 7,4; aparato cesta; velocidade: 100 rpm.
Quantidade dissolvida (%)
100
80
60
Água Destilada
40
HCl 0,1 M
20
Tampão fosfato pH 7,4
0
0
10
20
30
40
50
60
Tempo (min)
Para todas as condições estudadas ocorreu mais de 85% de liberação do fármaco em menos de 15
min, o que caracteriza os perfis como de dissolução rápida. Este resultado está de acordo com a
solubilidade do fármaco, já que o mesmo é considerado de baixa lipofilia. Fármacos com alta solubilidade
em água são classificados como classe I ou III (de acordo com a permeabilidade) pelo Sistema de
Classificação Biofarmacêutica (SCB), aplicados a medicamentos de uso humano. Para estas condições, os
medicamentos geralmente apresentam perfil de dissolução rápida, independente do meio testado. Este
resultado foi encontrado para o fármaco testado, mesmo na presença de excipiente palatabilizante
(composto por produtos de origem lipídica e que poderia afetar este perfil).
Devido à característica de dissolução rápida, não podem ser aplicadas ferramentas de comparação
de perfis como o cálculo do f2 (fator de diferença). Para comparação dos perfis foi utilizado o cálculo da
eficiência de dissolução (ED%). A ED % foi calculada para os resultados obtidos com a dissolução dos
meios contendo água e tampão fosfato pH 7,4 (meios que liberaram 100% do fármaco no tempo pertinente
ao ensaio), com resultados de 81 e 60, respectivamente.
CONCLUSÕES
A avaliação da dissolução de sólidos orais veterinários é um ponto crucial na qualidade destes
medicamentos, já que pode afetar a biodisponibilidade do mesmo. Em se tratando de antimicrobianos, a
baixa biodisponibilidade oriunda de problemas na formulação pode gerar resistência bacteriana. O perfil de
dissolução foi considerado adequado, atingindo o patamar de 100%, independente do meio testado.
Estudos posteriores devem ser realizados para comparação dos perfis de diferentes formulações do
mercado, com o objetivo de atestar a equivalência farmacêutica.
REFERÊNCIAS
AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira Vol. 1. 5 ed. Brasília, 2010.
FORESTI, G. R.; BECKER, N.; SILVA, A. S.; ALMEIDA, W. R. R.; MALESUIK, M. D.; HASS, S.E.; SILVA, F. E. B. An
Alternative Method for the Dissolution of Enrofloxacin Tablets. Dissolution Technologies, 22(1), 23-27, 2015.
SERRA, C. H. R.; STORPIRTIS, S. Comparação dos perfis de dissolução de cefalexina através de estudos de cinética e
eficiência de dissolução (ED%). Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 43(1), 79-88, 2007.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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