Análise mitótica e meiótica de híbridos cromossômicos de veado

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Análise mitótica e meiótica de híbridos
cromossômicos de veado-mateiro
(Mazama americana)
Abril, VA1,2; Salviano, MB2; Ferreira, JC2; Duarte, JMB2
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Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento Animal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista
Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos, Departamento de Zootecnia, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista
[email protected]
2
Palavras-chave: variação cromossômica, complexo sinaptonêmico, Mazama americana
Entre os cervídeos neotropicais, a espécie Mazama americana mostra-se uma das mais interessantes do ponto de vista
citogenético. Distribuída por todo o território brasileiro, é possível reconhecer cinco citótipos com números diplóide e
fundamental distintos. Com o objetivo de avaliar a compatibilidade cromossômica entre as variantes foram produzidos
animais F1, híbridos entre os diferentes citótipos, sendo que 3 machos foram avaliados neste trabalho (MatFap 02, 04,
06). A análise mitótica foi realizada a partir de culturas de fibroblastos, contagem dos cromossomos e montagem dos
cariótipos, enquanto que o estudo meiótico foi a partir de biópsias testiculares aspirativas, com os paquítenos identificados
em microscópio de luz e analisados em microscópio eletrônico de transmissão. Nos paquítenos do animal MatFap02
(2n=44, NF=47), além da trivalente sexual (XY1Y2) foi identificado um único trivalente para autossomos, e ambas
as configurações apareceram na forma cis. O pareamento na forma de bivalentes entre a maioria dos cromossomos se
deve à proximidade cariotípica entre os animais parentais (um macho do citótipo Juína 2n=45 e NF=48 e uma fêmea
do citótipo Rondônia 2n=42 e NF= 48). O animal MatFap 04 (2n=44, NF=49) foi produto do cruzamento entre
um macho com 2n=45 e NF= 48 e uma fêmea com 2n=42 e NF=49 pertencentes aos citótipos Juína e Rondônia,
respectivamente. A análise do pareamento meiótico revelou vários problemas de sinapse entre os cromossomos
homólogos. Alguns apareceram com as extremidades não pareadas, outros na forma de univalentes não pareadas e
também, regiões não pareadas no meio dos braços com formato de bolhas. Dentre os três produtos F1 analisados, o
animal MatFap 06 é o único proveniente de cruzamento entre parentais com mesma constituição cromossômica (macho
2n=45; NF= 48 e fêmea 2n=44; NF=48, ambos do citótipo Juína). A análise meiótica mostrou pareamento normal, na
forma de bivalentes para todos os cromossomos autossomos. O trivalente sexual foi identificado a partir do pareamento
do Y1 na região pseudo-autossômica e do Y2 no terço distal do cromossomo X. A possibilidade de que exista várias
espécies distintas dentro do táxon “americana” seria real caso se confirmasse a existência de esterilidade híbrida devido
às incompatibilidades cromossômicas (anomalias meióticas) ou gênicas entre as espécies parentais. Os resultados de
pareamento meiótico apresentados até o presente momento corroboram os trabalhos que mostram que quanto maior
a divergência cariotípica entre os animais parentais, maior o número e os tipos de configurações de pareamento no
paquíteno. Entretanto, ainda é cedo para afirmar que essa diferença cromossômica entre os animais da geração parental
é suficiente para causar problemas de fertilidade nos F1.
Apoio Financeiro: FAPESP.
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