Bursite - Luzimar Teixeira

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade Física Adaptada e Saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
BURSITE
Bursa ou bolsa sinovial é uma estrutura fixada ao redor das articulações, e tem como função
lubrificar e com isso diminuir o atrito entre as estruturas presentes em torno de uma
articulação. Pode-se inserir a cápsula articular, aos tendões, aos ligamentos e à pele.
A inflamação da referida bursa provoca a chamada bursite, condição dolorosa que impõe ao
atleta/desportistas, prejuízos no seu desempenho atlético e condicionamento físico.
O quadril é uma articulação, formada entre a cabeça do fêmur e a cavidade acetabular da
pelve. Tem como função biomecânica transferir o peso corporal do tronco para os membros
inferiores, também permitem que os membros inferiores adotem inúmeras posturas para ficar
de pé, andar e correr. Esta articulação possui uma estabilidade intrínseca não encontrada em
outras articulações.
Dentre as lesões do quadril vou destacar nesta matéria as bursites do quadril: bursite
trocantérica, bursite isquiática e bursite iliopectínea.
BURSITE TROCANTÉRICA
Fisipatologia: é a mais comum das bursites do quadril. A bursa trocantérica se localiza no
trocanter maior do fêmur. Trocanter é um acidente ósseo anatômico, que serve para inserção
e passagem de alguns músculos, dentre os quais: o Glúteo médio e o Tensor da fáscia lata.
Entre o glúteo médio (que se insere no trocanter) e o Tensor da fáscia lata se situa a bursa
trocantérica. Uma outra pequena bolsa, situa-se entre o Glúteo médio e o Glúteo mínimo.
Mecanismo de Lesão: Quase sempre provocada por trauma direto, ou estresse causado por
sobrecarga ou excesso de uso. A causa provável desta bursite é o atrito provocado pela
banda íleo iliotibial (continuação do fáscia lata) na inserção do Glúteo médio no trocanter.
Entre outras causas encontradas destaco que, corredoras do sexo feminino com ângulo Q
aumentado com ou sem discrepância no comprimento dos membros. Aqueles que têm o pé
supinado, apresentam maior tendência para adquirir bursite trocantérica devido à imposição
do estresse na área. Nos esportes de contato pode haver bursite hemorrágica, devido
exatamente o contato físico com a área.
Sinais Clínicos: O paciente vai apresentar dor na região lateral do quadril região do trocanter).
Pode haver irradiação para parte lateral ou póstero – lateral da coxa. Dor é gerado pelos
movimentos do quadril, em especial ao andar ou subir escadas. Se muito forte pode perturbar
o sono se o paciente se deitar para o lado afetado. O curso dos sintomas é prolongado ou
exacerbado em função da atividade praticada. O paciente refere dor à palpação sobre o local
acometido.
Exames Complementares: Ressonância Nuclear Magnética é RX, são boas opções, apenas
para confirmar os sinais clínicos evidenciados na avaliação inicial. Lembramos que é
importante diagnosticar a causa do problema normalmente biomecânico, e interferir
apontando soluções estabilizadoras. Deve ser observado o ciclo da marcha do
atleta/desportista, a postura, a flexibilidade e, sobretudo os calçados de corrida
Tratamento: Interrupção das atividades que provocam dor, antiinflamatórios, gelo na fase
aguda, e calor em fase crônica, o uso do ultra-som é indicado: pulsátil fase aguda e contínuo
na fase sub-aguda/crônica, o TENS como medida de analgesia. Posteriormente quando não
houver mais dor, indica-se a massagem transversa de Cyriax, exercícios de alongamento,
fortalecimento, propriocepção e recuperação funcional. Algumas órteses podem ser indicadas
para evitar compensação biomecânica, e corrigir a causa do problema. O médico que
acompanha o paciente pode sugerir infiltração com corticosteróides para aliviar os sintomas,
principalmente se a dor for de início súbito e o atleta estiver envolvido em alguma competição.
BURSITE ISQUIÁTICA
Biomecânica e mecanismo de lesão: A bursa isquiática está localizada entre a tuberosidade
isquiática (ísquio) e o Glúteo máximo. Quase sempre presente em pessoas que ficam muito
tempo sentadas. Em atletas quase sempre provocada por trauma direto na região.
Sinais e sintomas: O atleta/desportista pode sentir dor durante a marcha quando o quadril se
encontra em flexão. Subir escadas, caminhar e subir em terrenos íngrimes e aclives também
podem produzir dor. Com o quadril em flexão o atleta/desportista pode referir dor à palpação.
Tratamento: Consiste em posicionar o atleta em flexão do quadril para expor a área isquiática.
Inicialmente, aplicação de gelo no local, antiinflamatórios, medidas da eletrotermofoterapia,
alongamentos e fortalecimento.
Antes de o atleta/desportista retornar efetivamente aos treinos e principalmente às
competições, devem ser realizados testes funcionais específicos.
BURSITE ILIOPECTÍNEA
Biomecânica e mecanismo de lesão: Na maioria das vezes confundida com estiramento do
músculo
psoas.
Diferenciar é
bastante complicado,
somente
através
de
exames
complementares e ainda assim devendo correlacionar com os dados clínicos. Em geral, a
bursite é provocada pelo encurtamento do músculo psoas (potente flexor do quadril), ou
também secundária a uma osteoartrite do quadril.
Sinais confirmatórios: Flexão resistida do quadril, na posição sentada com flexão do joelho ou
deitado em posição supina com joelho estendido, pode reproduzir dor. Como também a
extensão passiva do quadril com o joelho estendido pode reproduzir dor. Pode surgir dor à
palpação na região inguinal. Em alguns casos pode haver inflamação do nervo femoral, que
se encontra próxima a esta área, provocando dor e irradiação para parte frontal da coxa e do
joelho.
Tratamento: Repouso, gelo, antinflamatórios, medidas da eletrotermofoterapia, são medidas
iniciais que devem se adotadas. Após esta fase, alongamento do músculo ileopsoas,
exercícios de fortalecimento dos flexores do quadril e propriocepção. Em geral o
atleta/desportista responde bem ao tratamento.
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