PARADA CARDIORESPIRATÓRIA: IMPLICAÇÕES E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Lívia Ramos Coelho1 Prof. Fabiano Júlio Silva2 RESUMO Através de uma revisão bibliográfica que contou com a consulta de vários autores que publicaram seus trabalhos, foi realizado um estudo sobre a assistência de enfermagem em situação de emergência a vítima de parada cardiorrespiratória. Buscou-se demonstrar a gravidade da situação em que se encontra o paciente que sofreu parada cardiorrespiratória, pois ocorre a interrupção da circulação sanguínea e da respiração, com ênfase no papel fundamental do enfermeiro que deve agir rapidamente e realizar procedimento padrão para restaurar o funcionamento do organismo e, conseqüentemente, evitar a morte do paciente. Trata-se de um assunto de grande importância, pois qualquer indivíduo está sujeito à parada cardiorrespiratória, cabendo ao enfermeiro atuar com cuidado e humanização, além de agilidade e eficiência para a manutenção da saúde do mesmo. Unitermos: Assistência de Enfermagem; Emergência, Parada cardiorrespiratória. SUMMARY Through a literature review which included the consultation of many authors who published their work was a study on nursing care in an emergency situation the victim of cardiac arrest. We sought to demonstrate the seriousness of the situation in which it is the patient who suffered cardiac arrest, as there is cessation of blood circulation and respiration, with emphasis on the role of nurses must act quickly and perform standard procedure to restore the functioning of body and thus prevent the death of the patient. It is a matter of great importance, because any individual is subject to cardiac arrest, leaving the nurse to act with care and humanization, as well as agility and efficiency to maintain the health of it. Keywords: Nursing Care; Emergency; cardiopulmonary arrest. 1 Graduada em Enfermagem (FASE), pós-graduando em Enfermagem em Urgência e Emergência (FACREDENTOR). Enfermeiro do Hospital de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu (Paraíba do Sul). 2 Mestrado em Enfermagem (UNIRIO, 2009), Especialista em Docência do Ensino Superior (UniFOA, 2007), Graduado em Enfermagem (Faculdades de Barra Mansa, 2000). Atualmente é Professor e supervisor de estágio do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) na disciplina de Atenção a Saúde do Adulto e Paciente Crítico (Pronto Socorro e CTI), professor titular de Antropologia e Sociologia Aplicada à Enfermagem e professor assistente de Atenção a Saúde do Adulto I (UniFOA). Enfermeiro da supervisão geral do Hospital de Praia Brava (Eletronuclear), Plantonista da UPA 24h em Santa Cruz (Rio de Janeiro). 7 1- INTRODUÇÃO Com intuito de prestar um atendimento ideal aos pacientes foram criados ao longo dos anos modelos de atenção à saúde que são, na realidade, formas de organizar os procedimentos e ações para melhorar a prestação do cuidado aos indivíduos acometidos por algum tipo de enfermidade. Trata-se, portanto, de ações de atenção à saúde que somam instrumentos tecnológicos e assistenciais como forma de contribuir para a manutenção da saúde dos pacientes. Nesse contexto, o enfermeiro exerce um importante papel enquanto prestador de cuidado, devendo possuir várias habilidades práticas e teóricas para melhor se preparar para a atuação em diferentes situações, oferecendo o melhor atendimento possível ao paciente. Na esfera prática sabe-se que o trabalho do enfermeiro traz reflexões pessoais, profissionais e institucionais de especial relevância, devido à relação próxima com o adoecimento, a vida e a morte. Na internação hospitalar existem situações e ações situadas em um determinado lugar no qual nem sempre acessível à consciência e humanização. A necessidade de absorção e percepção gera ações com as quais não só se fica satisfeito como, também, se percebe não agradar ao outro também. É preciso ter respeito para com o outro, ouvi-lo, para que não se fique na mera repetição de atos. Diz Valadares (2000, p. 87): "as pessoas ouvidas se predispõem a ouvir. O respeito vem de uma capacidade de olhar de novo (re-spectare), e a responsabilidade vem da capacidade de responder a chamados." Assim, o enfermeiro deve exercitar sua escuta sensível para detectar sinais e sintomas de diferentes situações comprometedoras à saúde. Desse modo, no caso específico da parada cardiorrespiratória (PCR) que é o foco desse estudo, é interessante ressaltar que, segundo Uenishi (2005) ela promove a interrupção das funções cardíacas e respiratórias, sendo fundamental a atuação do enfermeiro na tentativa de reanimação cardíaca, o que deve ocorrer de forma rápida e eficiente para minimizar os riscos e efeitos deste problema. Cabe aos enfermeiros realizar um atendimento adequado, voltado ao cuidado com o paciente, com ênfase aos que sofreram parada cardiorrespiratória, pois 8 ocorre dor de forma inesperada, gerando pela falta de oxigenação ou interrupção da função respiratória (CINTRA et. al., 2005). O procedimento emergencial padrão para assistência do paciente vítima de PCR é denominado ressuscitação cardiopulmonar (RCP) que envolve uma série de medidas realizadas com o fim de promover a circulação do sangue oxigenado ao coração, cérebro e outros órgãos vitais. Para que sejam realizados os procedimentos necessários para o atendimento de vítimas de PCR é preciso que os enfermeiros sejam capacitados, tenham conhecimentos variados e utilizem os equipamentos necessários, sempre visando o alcance do sucesso no atendimento do paciente. É neste contexto que se baseia o presente trabalho, que tem por objetivo geral, por meio de uma revisão bibliográfica, demonstrar a importância da assistência de enfermagem em situação de emergência ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória. Para a consecução do estudo será realizada uma pesquisa bibliográfica, tendo como fonte uma série de textos relacionados ao tema, buscando, através da vasta literatura, trazer importantes considerações que contribuam para a prática profissional. O trabalho tem por base uma revisão de literatura em seu desenvolvimento que abordou inicialmente algumas considerações sobre a prática profissional em saúde, destacando-se os modelos de atenção à saúde e o papel do enfermeiro. Em seguida, foi abordada a questão da parada cardiorrespiratória, trazendo informações sobre o sistema cardíaco e respiratório, bem como da parada cardiorrespiratória e por fim, sobre a ressuscitação cardiopulmonar. Tratou-se também da questão da assistência de enfermagem à vítima de parada cardiorrespiratória, tratando de algumas questões relevantes ao estudo, que tem início com a assistência de enfermagem, a humanização dessa assistência e ainda a assistência de enfermagem ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória. 2- DESENVOLVIMENTO 2.1- Modelos de atenção à saúde 9 O modelo de atenção à saúde é um dos cinco componentes fundamentais do sistema de serviço de saúde, que visam organizar ações necessárias para a manutenção da saúde dos indivíduos. Segundo Paim (2003, p. 567-71): Os sistemas de serviços de saúde são formados por cinco componentes fundamentais: (a) prestação da atenção (modelo assistencial); (b) organização dos recursos; © desenvolvimento de recursos de saúde (infraestrutura de recursos materiais, humanos e tecnológicos); (d) apoio econômico (financiamento); (e) gestão (Kleczkowski et ai, 1984). Representariam "áreas-problema" do sistema de serviços de saúde, isto é, áreas nas quais se concentrariam os principais obstáculos identificados nesse sistema. Nesse sentido, esses componentes podem ser reconhecidos como alvos de intervenções das políticas de saúde para a superação dos problemas diagnosticados. Nota-se que os modelos de atenção à saúde têm por objetivo buscar formas de melhorar a prestação da arte de cuidar até se chegar a um modelo ideal que una no atendimento recursos sociais e tecnológicas para suprir as necessidades dos pacientes. Júnior et. al. (2007, p. 27) conceitua modelo assistencial afirmando que: “diz respeito ao modo como são organizadas, em uma dada sociedade, as ações de atenção à saúde, envolvendo os aspectos tecnológicos e assistenciais”. Trata-se, portanto, de “uma forma de organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade” (JÚNIOR et. al., 2007, p. 27). É válido observar que os modelos assistenciais de saúde executados na atualidade, baseiam-se não só na doença, mas também nas tecnologias disponibilizadas no tratamento da mesma, não havendo um modelo certo ou errado, mas aquele que é mais adequado à necessidade de cada paciente, individualmente. Segundo Paim (2003, p. 567-71) um modelo assistencial pode ser entendido como: [...] uma dada forma de combinar técnicas e tecnologias para resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas. É uma razão de ser, uma racionalidade, uma espécie de "lógica" que orienta a ação. E uma maneira de organizar os meios de trabalho (saberes e instrumentos) utilizados nas práticas ou processos de trabalho em saúde. Aponta para um determinado modo de dispor os meios técnico-científicos existentes para intervir sobre riscos e danos à saúde. Incorpora uma "lógica" que orienta as intervenções técnicas sobre os problemas e necessidades de 10 saúde, constituindo um modo de intervenção em saúde. Corresponde, portanto, à dimensão técnica das práticas de saúde. O modelo assistencial à saúde revela-se, então, como uma forma de unir habilidades e tecnologias visando promover a saúde do paciente, com destaque aos procedimentos que são orientados e organizados para uma prática de qualidade. Muitas reflexões são realizadas em relação aos modelos assistenciais, tendo por base alguns aspectos fundamentais como conceito, e base técnico operacional. Certamente a questão dos modelos assistenciais demanda muita atenção e estudo, visando conhecer cada um deles detalhadamente e identificar pontos positivos e negativos e, a partir de então, elaborar um novo modelo que se aproxime do ideal a cada caso especificamente. Segundo Teixeira et. al. (1999, 148), pode-se dizer que: “Descrever a construção de um modelo passa por demonstrar o processo histórico no qual foi se conformando, e quais concepções ético-políticas e técnico-organizacionais foram respaldando a direção da prática instituída”. Silva (1998, p. 66) revela a necessidade de se atentar para o processo histórico que envolve a construção de um modelo assistencial: Perceber o modelo em saúde como tal, é compreender que sua construção é contínua e exige permanente esforço, que sua intencionalidade orienta a prática dos atores envolvidos, que por sua vez, com sua cultura, interesses, visões de mundo, vão dando organicidade no modo de ‘fazer saúde’. Vários são os modelos assistências em saúde que surgiram no decorrer dos anos, destacando-se os construídos no Brasil, entre eles o modelo médicoassistencial privatista e o assistencial sanitarista que são mais comuns (PAIM, 2003). O modelo médico-assistencial privatista é predominante no Brasil e envolve os indivíduos que procuram ajuda em alguma instituição de saúde de forma espontânea, o que revela uma identificação de sintomas relacionados ao problema que os acomete. Frise-se que o modelo tem tela tem origem filantrópica (PAIM, 2003). O modelo sanitarista se organiza por meio de campanhas e programas que motivem a conscientização da população sobre a prevenção de determinadas 11 doenças para a manutenção da saúde. Trata-se de um modelo utilizado pela Saúde Pública, vinculado ao Ministério da Saúde (PAIM, 2003). Pode-se dizer, com base nos estudos de Mendes (2005), que o modelo médico-assistencial privatista, que é predominante no país, apresenta muitas falhas, não atendendo às necessidades de saúde da população. Além disso, o referido modelo conflita com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Mendes (2005) entende que para o sucesso do SUS é preciso a realização de ações políticas que reduzam as desigualdades e facilitem a cooperação entre os diferentes setores, além da participação dos indivíduos para a promoção da saúde dos mesmos. O autor supracitado explica: [...] além de dar conta de um estado de saúde em permanente transformação - porque possível de acumulação e desacumulação [de novos recursos, não só econômicos, mas também recursos de poder, valores ou conhecimentos] - permite a ruptura com a ideia de um setor saúde, erigindo-a como produto social resultante de fatos econômicos, políticos, ideológicos e cognitivos (MENDES, 2005, p. 241). A aplicação de um modelo assistencial específico pode, então, ajudar na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, fazendo com que as ações sociais sejam mais eficientes e organizadas, estimulando habilidades profissionais criativas e humanizadas. Segundo Mehry et. al. (1991, 84): [...] ao se falar de modelo assistencial estamos falando tanto de organização da produção de serviços a partir de um determinado arranjo de saberes da área, bem como de projetos de construção de ações sociais específicas, como estratégia política de determinados agrupamentos sociais [...] entendendo deste modo, que os modelos assistenciais estão sempre se apoiando em uma dimensão assistencial e em uma tecnológica para expressar-se como projeto de político articulado a determinadas forças e disputas sociais, damos preferência a uma denominação de modelos tecnoassistenciais, pois achamos que deste modo estamos expondo as dimensões chaves que o compõem como projeto político. Partindo-se da citação acima, pode-se concluir que o modelo tecnoassistencial destaca-se o conceito de doença e saúde como forma de buscar alternativas para a solução dos problemas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) explica que saúde é entendida como um “completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença” (CHIAVENATO, 2005, p. 23). 12 A questão da saúde é tema de grande complexidade, envolvendo um processo saúde-doença como assunto de âmbito social que trata das relações entre os indivíduos e entre eles e a natureza (CHIAVENATO, 2005). É importante buscar sempre alternativas para manutenção e melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, promovendo o bem-estar dos mesmos, o que demanda muita atenção e é foco de vários debates entre estudiosos das mais variadas áreas do conhecimento. O Ministério da Saúde explica: Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global (BRASIL, 1996). A promoção à saúde é tratada pelo Ministério da Saúde como algo ligado a qualquer área e não apenas da saúde, justamente por se tratar de um assunto de interesse coletivo e geral. A atenção básica à saúde no SUS tem um papel de suma importância na promoção da saúde da coletividade, através de medidas e ações bem planejadas para a solução de problemas cotidianos, ocorrendo uma relação direta entre a população e o sistema de saúde, este devendo acolher todos os indivíduos, indistintamente. Júnior et. al. (2007, p. 37) esclarecem: [...] o conjunto da rede de ações e de serviços de saúde precisa incorporar a noção de responsabilidade sobre a saúde da população. São necessários arranjos tecnoassistenciais que contribuam para a mudança do olhar e a mobilização da escuta aos usuários e seus problemas de vida, como o acompanhamento horizontal, a familiaridade com os modos de andar a vida no local ou o contato com a cultura na rua, nos coletivos e redes sociais dos usuários dos serviços de saúde. Isso é indispensável para cumprir a promessa de um sistema único e organizado para a integralidade e humanização, que funcione como “malha de cuidado ininterrupto à saúde”, e não como um sistema burocrático e despersonalizado de encaminhamentos. Uma série de ações é necessária para prestação do serviço de saúde com qualidade, interligando habilidades dos enfermeiros e equipamentos modernos, sempre visando melhor atender às necessidades dos pacientes, que demanda 13 também um processo de humanização como forma de personalizar o serviço e minimizar os efeitos negativos que o ambiente hospitalar causa. Segundo Júnior et. al. (2007, p. 38): “[...] é necessário fortalecer a atenção básica como lugar do mais amplo acolhimento às necessidades de contato com as ações e os profissionais de saúde”. 2.2- O papel do enfermeiro Segundo Correia (2002, p. 3): A enfermagem é, portanto, prática historicamente estruturada, ou seja, existe, ao longo da história da humanidade, porém constituída de diferentes maneiras de cuidar que, por sua vez, são determinadas pelas relações sociais de cada momento histórico. Atualmente o trabalho de enfermagem é integrante do trabalho coletivo em saúde, é especializado, dividido e hierarquizado entre auxiliares, técnicos e enfermeiros de acordo com a complexidade de concepção e execução. A enfermagem é uma área da saúde voltada para o cuidar, abrangendo vários profissionais, sejam eles auxiliares, técnicos ou enfermeiros, cada qual com habilidades distintas e que demandem maior capacitação e conhecimento, variando de acordo com a complexidade de cada situação. O enfermeiro é um profissional que teve sua atuação, ao longo da história, associada modelos tradicionais, com funções cotidianas relacionadas à assistência ao ser humano. Gradativamente, foram surgindo novos referenciais relacionados à arte do cuidado, que se trata de algo complexo e que demanda muita dedicação e respeito à figura humana. O papel do enfermeiro pode ser considerado como o ato de cuidar e Backes (2008, p. 319) explica: [...] o sistema de cuidados em saúde afirma-se como disposição relacional e caracteriza-se como unidade complexa que liga, transforma, mantém ou produz acontecimentos e componentes. Pensar no hospital enquanto unidade de um sistema de cuidados é apontar para a auto-organização desse sistema, considerando aspectos como a autonomia, a individualidade, as relações e as atitudes, considerados fundamentais para a atuação do enfermeiro nos diferentes espaços da saúde. Ao enfermeiro cabe, portanto, um papel múltiplo, devendo possuir uma série de habilidades práticas, que envolvem conhecimentos amplos, sendo fundamental 14 que este profissional esteja preparado para lidar com situações diversificadas e inesperadas, oferecendo o melhor atendimento ao paciente. Destaca-se que o enfermeiro exerce uma prática social voltada para o cuidar, sendo responsável por várias funções diferentes ligadas diretamente ao ser humano. Backes (2008, p. 320): No contexto das práticas em saúde o enfermeiro desenvolve quatro atividades essenciais: o cuidado, a gerência, a educação e a pesquisa. Tais atividades são desenvolvidas de forma integrada e concomitante, contudo, ora são mais centradas em uma, ora em outra, ora em todas. Destarte, as atividades do enfermeiro passam pelo entendimento da dinâmica do cuidar gerenciando, educando e ensinando. Alia-se a essa dinâmica a construção de novos conhecimentos ou modos de fazer e/ou de investigar cuidando, gerenciando e educando, cuja ordem pode se mostrar ao mesmo tempo como antagônica e complementar. Nota-se que o cuidado com o ser humano não é a única responsabilidade do enfermeiro, que possui outras funções inerentes ao seu trabalho, sendo destacadas mais três por Backes (2008), além deste principal: gerência, educação e pesquisa. Todas as funções do enfermeiro são desempenhadas de forma organizada e interligada, mas sempre relacionadas ao bem-estar dos indivíduos, que devem receber toda a atenção que precisam, não só através de intervenções físicas, mas também emocionais. Certamente o papel do enfermeiro evoluiu muito no decorrer da história, tornando-se cada vez mais complexo e demandando maiores conhecimentos e técnicas. Cada profissional da saúde busca seu crescimento e formação para atuar no meio social enquanto cidadão com uma função fundamental na sociedade. Para tanto, é fundamental a formação do enfermeiro que atua com as mais variadas situações em seu cotidiano profissional, devendo exercer seu papel de forma integrada com os outros profissionais da saúde para se alcançar um trabalho de excelência. Para Almeida et. al. (2001, p. 151): As intervenções necessárias para proporcionarem o cuidado em saúde devem contemplar as determinações bio-psciosociais do processo saúde doença, a autonomia, a responsabilização dos profissionais com o usuário, a assistência à saúde como trabalho coletivo em que a interdisciplinaridade bem como a multiprofissionalidade são necessárias. 15 Certamente, diferentes doenças são descobertas com frequência, novas tecnologias surgem e os enfermeiros, enquanto prestadores de cuidado, não podem ficar estagnados, devendo manter uma formação continuada para se manterem aptos para uma atuação de qualidade. Brasil (2001, p. 15) dispõe: “A formação continuada assume particular importância em decorrência dos avanços científicos e tecnológicos e de exigência e um nível de conhecimento mais amplo e profundo na sociedade moderna”. Segundo a Divisão Nacional da Educação em Saúde do Ministério da Saúde (apud DONATO, 2009, p. 12): [...] a educação em saúde é compreendida como processo de transformação que desenvolve a consciência crítica das pessoas a respeito de seus problemas de saúde e estimula a busca de soluções coletivas para resolvê-los. A prática educativa, assim entendida, é parte integrante da própria ação de saúde e, como tal, deve ser dinamizada em consonância com este conjunto, de modo integrado, em todos os níveis do sistema, em todas as fases do processo de organização e desenvolvimento dos serviços de saúde. Através da educação continuada o enfermeiro pode conhecer novas técnicas e métodos, aperfeiçoando sua atuação e construindo conhecimentos voltados às novas exigências da saúde, tornando-se apto a promover discussões teóricas atuais, contribuindo, assim, para as mudanças que se fizerem necessárias. Nóvoa (2002, p. 23) conclui: “o aprender continuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e o ambiente educacional, como lugar de crescimento profissional permanente”. Cabe aos enfermeiros buscarem sempre novos conhecimentos visando aperfeiçoar cada vez mais sua prática, uma vez que lida com seres humanos que se encontram em um momento de fragilidade devido à sua enfermidade. 2.3- Sistema cardíaco e respiratório Pode-se dizer que o sistema respiratório é formado por dois tratas respiratórios, o superior e o inferior, que tem por objetivo gerar a ventilação, ou seja, a movimentação do ar na expiração ou expiração. Por sua vez, o trato respiratório 16 superior tem por finalidade o aquecer e filtrar o ar que é inspirado pelo indivíduo, para que se promova a troca gasosa no trato respiratório inferior, que envolve os pulmões (LINO 2006). Vale ressaltar que a caixa torácica é responsável pela acomodação dos órgãos vitais, protegendo-os e evitando o colapso pulmonar em virtude da respiração. O sistema respiratório é composto pela laringe, traqueia, brônquios e pulmões. A laringe pode ser entendida como uma estrutura cartilaginosa que fica situada na parte anterior do pescoço, sendo suspensa pelo osso hióide. A traqueia, por sua vez, nada mais é do que um tubo muscular fibroso, formada por anéis de cartilagem que possibilitam a passagem do ar, evitando que ocorra o colapso da traqueia no momento da inspiração. Os pulmões são órgãos que se encontram na cavidade torácica, sendo ambos separados pelo coração, bem como por estruturas que se encontram no mediastino (MARQUES, 2008). Quanto aos brônquios Marques (2008, p. 19) esclarece: Os brônquios principais dão origem a brônquios secundários, ou lobares. O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical que o esquerdo, (Bontrager, 1999). Os brônquios lobares, três do lado esquerdo e dois do lado direito, dão origem a brônquios terciários, ou segmentares. Os brônquios terciários ramificam-se diversas vezes, formando os bronquíolos terminais. Por sua vez, estes ramificam-se e transformam-se em bronquíolos respiratórios, que por sua vez dão origem a vários ductos alveolares que terminam nos alvéolos. Ressalta-se que a faringe é responsável pela passagem não só de ar como também de alimentos e líquidos, não integrando o sistema respiratório propriamente dito. Levando-se em conta o ponto funcional do sistema respiratório, Torres (2004, p. 30) explica que ele pode ser dividido em duas partes distintas: “1) Zona condutora é formada por nariz e boca, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais; 2) Zona transacional e respiratória é formada por bronquíolo respiratório, ducto alveolar e saco alveolar”. A zona condutora é definida pelo autor como uma área que não apresenta alvéolos, o que impossibilita a realização de troca gasosa, levando o ar a passar diretamente para os bronquíolos terminais, que se situam na zona transacional até chegar aos alvéolos para que ocorra a referida troca (TORRES, 2004). 17 Para Hayashi (2004) a zona transacional, também conhecida como respiratória envolve as trocas gasosas que ocorrem por meio dos alvéolos que se encontram nos pulmões, desse modo, tanto a ação desta zona, quanto da zona de condução relacionam-se com a filtração do ar que é inspirado pelo indivíduo, prevenindo qualquer tipo de lesão pulmonar que possa surgir derivada do acúmulo de partículas inaladas. Torres (2004, p. 32) explica: A qualidade da respiração é importante na zona transacional, isto é, segundo McARDLE, KATCH & KATCH (1998), uma permuta gasosa adequada entre os alvéolos e o sangue requer uma respiração que corresponda à quantidade de sangue que perfunde os capilares pulmonares (chamado espaço morto fisiológico). Havendo assim, uma relação ventilação-perfusão, diretamente ligada à quantidade de oxigênio absorvido pelos alvéolos. Por sua vez, o sistema cardiovascular exerce a função de distribuir o sangue e promover o transporte de oxigênio, bem como de nutrientes para todo o corpo, removendo também o produto do metabolismo que é necessário ao corpo, suprindo as necessidades dos tecidos (TORRES, 2004). O coração é o órgão localizado no centro do tórax, responsável pelo processo de bombeamento do sangue para os tecidos através de suas duas bombas, uma no lado esquerdo e outra no lado direito, promovendo a distribuição do sangue ejetado pelo coração direito para os pulmões através da artéria pulmonar e do sangue liberado pelo coração esquerdo para o restante do corpo por meio da aorta. O sangue é bombeado e ejetado simultaneamente pelas duas bombas do coração, com mesma velocidade de ejeção aproximada (MANZANO, 2008). Guyton et. al. (2002 apud LINO, 2006, p. 17) também comenta sobre o tema: O coração consiste em duas bombas separadas uma esquerda e outra direita, esta última bombeia o sangue através dos pulmões, enquanto esquerda bombeia o sangue através dos órgãos periféricos. Um átrio e um ventrículo compõem tanto o coração direito quanto o esquerdo. Cabe enfatizar que o sistema cardiovascular objetiva manter a diferença de pressão interna em todo o seu circuito, de modo a conduzir devidamente o fluxo de sangue do organismo, promovendo a adequada troca de gases, nutrientes e ainda 18 as substâncias entre o compartimento vascular e as células teciduais, bem como levar o sangue dos tecidos de volta para o coração (PINHO et. al. 2011). Pinho et. al. (2011, p. 6-7) deixam claro: A fisiologia cardiovascular atua no sentido de promover adequada retirada de produtos metabólicos do organismo e possibilitar a chegada de nutrientes a todos os sistemas. Para esta função o organismo apresenta componentes específicos ajustáveis, que respondem de acordo com cada situação. São eles: Débito Cardíaco (DC), Pressão Arterial (PA), Volume de Ejeção (VE), Frequência Cardíaca (FC), Resistência Periférica Total (RP) e Circulação Sanguínea (JUNQUEIRA JÚNIOR, 2007). Os autores supracitados explicam cada um dos componentes mencionados, partindo-se do débito cardíaco que se trata do volume de sangue que é ejetado na artéria principal do corpo, oriundo dos ventrículos. A pressão arterial, por sua vez, a pressão arterial é a força exercita no sistema vascular, pelo sangue que força as paredes arteriais, sendo maior nas artérias. O volume de ejeção é a quantidade de sangue que é ejetado pelos vasos sanguíneos no processo de sístole ventricular cardíaca. A frequência cardíaca representa o número de vezes em que o coração bate por minuto, variando de acordo com o esforço que o indivíduo faz. A resistência periférica total é determinada pelos vasos, variando de acordo com a dilatação da passagem do sangue, sendo proporcional ao comprimento do vaso. Por fim, a circulação sanguínea, que como o próprio nome já deixa claro, é a movimentação do sangue pelo corpo (PINHO et. al. 2011). 2.4- Parada Cardiorrespiratória Segundo Silva (2006) o primeiro relato de um caso de parada cardiorrespiratória (PCR) descrito, remota a antiguidade, sendo registrado na Bíblia Sagrada, que cita o sucesso do profeta Eliseu no processo de reanimação do filho da mulher sunamita. Posteriormente, outros relatos foram identificados, mas somente no final do século XX é que surgiram estudos mais detalhados, partindo-se do relato do professor Schiff, que realizou massagem cardíaca com tórax aberto em cães. 19 Silva (2006, p. 38) esclarece: “Durante os últimos 50 anos, com a introdução das manobras de RCP3, os princípios de padronização ao atendimento à PCR e às emergências cardiovasculares têm sido desenvolvidos e aprimorados ao longo do tempo”. Com o surgimento de estudos mais profundos sobre a PCR, vários conceitos foram apresentados para defini-la, destacando-se o que dispõe Araújo (1997 apud BRITO, 2009, p. 1): “é uma condição súbita de deficiência absoluta de oxigênio tissular, por deficiência circulatória ou por cessação da função respiratória. Já Venish (2003) considera a PCR a cessação súbita e inesperada das funções cardíaca e respiratória”. Segundo Cristina et. al. (2009, p. 99): A parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da circulação e da respiração reconhecida pela ausência de batimentos cardíacos e da respiração, em um paciente inconsciente. A interrupção súbita das funções cardiopulmonares constitui um tipo de problema que sempre foi um desafio para a medicina. Representa uma emergência médica extrema, cujos resultados serão a lesão cerebral irreversível e a morte, caso as medidas adequadas para restabelecer do fluxo sanguíneo e a respiração não forem realizadas (American Heart Association, [AHA] 2005). Os autores supracitados observam que a PCR pode ser entendida como um momento em que ocorre o inadequado débito cardíaco e, consequentemente, um prejuízo á manutenção da vida, sendo uma das situações mais temidas pelos indivíduos quando se trata de ameaça à vida dos mesmos (CRISTINA et. al. 2009). De acordo com os estudos de Dalri (2008, p. 129): A parada cardiorrespiratória (PCR) é intercorrência, às vezes, inesperada, constituindo grave ameaça à vida das pessoas, principalmente àquelas que sofrem parada cardíaca súbita (PCS) fora do hospital, sendo que muitos desses pacientes apresentam fibrilação ventricular (FV). O manejo dessas vítimas em qualquer nível de atendimento, de menor ou maior complexidade, necessita de RCP precoce e desfibrilação. E, em parte, essas manobras dependem da disponibilidade e funcionalidade do equipamento de reanimação, que deve estar pronto para uso imediato e ainda do treinamento da equipe, o que pode ser feito por meio dos cursos de Suporte Básico de Vida e Avançado de Vida em Cardiologia. RCP de alta qualidade, pode dobrar ou triplicar as taxas de sobrevivência após a PCR. Trata-se de um sério problema que demanda várias habilidades e equipamentos fundamentais para a sobrevivência dos indivíduos acometidos por ele. 3 Reanimação cardiopulmonar. 20 Dalri (2008) comenta que ocorreram profundos avanços no atendimento de vítimas de PCR, com ênfase na ressuscitação cardiopulmonar (RCP) que é um procedimento fundamental na intervenção para restauração da circulação e, consequentemente, para melhorar as chances de sobrevivência das vítimas. Fernandes (2010, p. 758) esclarece que dentre os distúrbios do ritmo que mais são verificados em situações de PCR, destacam-se: Fibrilação Ventricular (FV), Taquicardia Ventricular sem pulso (TV), Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) e Assistolia. As duas primeiras modalidades acontecem com maior frequência no ambiente extra-hospitalar, e as duas últimas, geralmente, ocorrem no ambiente intra-hospitalar. Para Bellan (2006) são vários os motivos que podem gerar a PCR, sejam doenças ou mesmo situações clínicas, além de obstruções das artérias coronárias e arritmias cardíacas, dentre outros. O autor acrescenta que existem quatro padrões de alteração relacionados ao ritmo cardíaco, em especial a fibrilação ventricular, que pode motivar a taquicardia ventricular sem pulso, além disso, há a assistolia e atividade elétrica sem pulso. Zanini (2006) comenta que a PCR é muito comum em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), pois nessas unidades ocorre atendimento de pacientes em estado grave, sendo preciso profissionais capacitados para a realização de uma série de procedimentos necessários para a manutenção da vida dos enfermos. O autor explica que apesar da importância do tema, existem poucos estudos publicados e os encontrados datam período posterior a 2005. Além disso, ressalta a importância da equipe de Enfermagem realizar uma reciclagem quanto às manobras executadas como suporte básico para a vida, além da necessidade de um conhecimento amplo e o domínio de informações fundamentais para o manuseio do equipamento e execução das manobras necessárias (ZANINI, 2006). 2.4.1- Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) Segundo Pedersoli (2009, p. 20): Nos anos 50 reconheceu-se que para haver efetividade na ressuscitação e no suporte de vida, a ação na arena pré-hospitalar era o elemento chave. Nos anos subsequentes, estratégias de treinamento em RCP foram desenvolvidas. A era moderna da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) iniciou-se quando Kouwenhovem e cols., em 1961, obtiveram sucesso 21 utilizando uma combinação de massagem respirações de resgate e drogas cardiotônicas. cardíaca, desfibrilação, Nota-se, portanto, que há mais de cinquenta anos atrás concluiu-se que os primeiros atendimentos de emergência e a realização de adequados procedimentos de RCP são fundamentais para a sobrevivência do indivíduo acometido pela PCR, evitando-se não só a morte, mas sequelas que perdurarão por toda a vida do mesmo. Gradativamente, os procedimentos realizados na RCP foram sendo aperfeiçoados, surgindo treinamentos mais específicos que inicialmente eram ensinados aos profissionais da saúde e, depois, a cidadãos leigos (PEDERSOLI, 2009). Segundo Fernandes (2010, p. 758): Durante a última década do século XXI, houve um aumento marcante na promoção de programas de treinamento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP), seguindo as diretrizes do Royal College of Physicians, no que resulta em um aumento dos custos financeiros, com pequeno ou nenhum benefício ao paciente. Com a observação do elevado número de casos de PCR foram surgindo novos programas de treinamento que melhor preparassem os profissionais da saúde para executarem a RCP, sendo recomendado no final da década de 1980, pelo Royal College of Phyisicians, que houvesse uma equipe treinada de ressuscitação em cada hospital (PEDERSOLI, 2009). Isto posto, cabe definir a RCP, tendo por base os estudos de Bergamasco (2006, p. 12): “é a interrupção súbita da atividade mecânica útil e suficiente e da respiração”. O autor observa que existem diferentes denominações para o tema, entre elas as mais comuns são: Ressuscitação Cardiopulmonar, Ressuscitação Cardiorrespiratória, Reanimação Cardiorrespiratória Cerebral; todas estão corretas e consagradas, entretanto, o termo RCP (Ressuscitação Cardiorrespiratória) é o mais usado, sendo adotado pelo Conselho Brasileiro de RCP (BERGAMASCO, 2006, p. 12). Pode-se dizer que a RCP é um procedimento que demanda grande atenção e habilidade, sendo preciso que o profissional da saúde tome decisões rápidas e 22 eficazes, devendo realizar algumas intervenções como obter acesso venoso, intubação orotraqueal, bem como identificação do ritmo e ainda, administração da medicação prescrita (BERGAMASCO, 2006). Bergamasco (2006, p. 11): Embora a ressuscitação cardiorrespiratória (RCP) corresponda ao conjunto de medidas realizadas com a finalidade em promover a circulação de sangue oxigenado ao coração, cérebro e outros órgãos vitais, até que as funções cardíacas e ventilatória espontâneas sejam restabelecidas. A taxa de sobrevivência com alta hospitalar varia de 3% a 20%. Enfrentamos problemas, pois, mesmo no melhor sistema ou hospital, os socorristas, que são treinados para salvar vidas têm insucesso e falham em realizar sua tarefa, em 4 de cada 5 tentativas. As medidas tomadas pelo profissional da saúde devem ser rápidas para o sucesso da RCP, além disso, é importante que o tempo entre a ocorrência da PCR e os procedimentos do profissional seja o menor possível, para se evitar sequelas ou mesmo, insucesso da intervenção. Outros aspectos devem ser considerados devido a sua importância como o sincronismo nas manobras realizadas, capacitação da equipe que realiza o atendimento, dentre outros fatores necessários para uma adequada assistência (BELLAN, 2006). Segundo Bellan (2006, p. 42): “[...] a falta de uniformidade das condutas e a assistência inadequada concorrem para falhas que podem colocar em risco o sucesso da reanimação e, consequentemente, a vida do cliente”. O autor acrescenta ainda que a sobrevivência do paciente depende da competência da equipe e administração das manobras de forma rápida, sendo essencial “que os enfermeiros detenham conhecimentos e habilidades para atuar nessa situação” (BELLAN, 2006, p. 42). 2.5- Assistência de enfermagem Pode-se dizer que a arte de cuidar envolve uma série de conhecimentos e habilidades que tornam o indivíduo capaz de contribuir para a melhoria da saúde do enfermo. 23 De acordo com Hesbeen (2001, p. 52): Uma prática de cuidados de qualidade é aquela que faz sentido para a situação que a pessoa doente está a viver e que tem como perspectiva que ela, bem como os que a rodeiam, alcancem a saúde. Ela requer uma atenção particular para com as pessoas, criada pela preocupação com o respeito por elas. Ela procede da utilização coerente e complementar dos diversos recursos de que a equipe de profissionais dispõe e constitui a prova dos talentos destes profissionais. Ela inscreve-se num contexto político, econômico e organizacional com orientações, meios e limites pertinentes e claramente identificados. O cuidado pode ser entendido como uma atenção especial demanda a outrem, sendo uma prática inerente aos enfermeiros, que vivenciam várias situações complexas que envolvem sentimentos daqueles que adoeceram e com isso, ficam mais sensíveis e precisam de maior dedicação. Roach (Apud: MOTTA, 2004, p. 25), entende que o ato de cuidar é essencial à vida, porque “fará parte de nós enquanto vivermos. Quando deixarmos de cuidar, deixamos de ser humanos". É importante que os enfermeiros minimizem os efeitos ruins do período de tratamento dos pacientes, prestando toda a assistência que precisam, reduzindo seu sofrimento. Certamente, os enfermeiros praticam a arte de cuidar e para tanto, precisam possuir qualidades especiais que colocam à disposição dos enfermos, oferecendo toda a atenção que os mesmos necessitam. Manzano (2008, p. 15) explica: Pode-se afirmar que uma assistência adequada depende de toda equipe multiprofissional e o desempenho de cada um, em especial a equipe de enfermagem, que são os membros que atuam de modo direto ao cliente por se tratar de uma situação única. Portanto, deve ser encarada de diferentes formas garantindo o direito de autonomia dos clientes. 24 O enfermeiro vivencia várias situações em seu cotidiano profissional e com isso, aumentam sua aprendizagem e ampliam suas qualidades, o que demanda esforço e muita reflexão. Segundo Backes et. al. (2008, p. 319): Pensar no hospital enquanto unidade de um sistema de cuidados é apontar para a auto-organização desse sistema, considerando aspectos como a autonomia, a individualidade, as relações e as atitudes, considerados fundamentais para a atuação do enfermeiro nos diferentes espaços da saúde. Cabe ao enfermeiro assistir ao paciente oferecendo-lhe toda a atenção necessária e acompanhando todos os seus aspectos, contribuindo diretamente para sua recuperação. Para atuar com qualidade na prestação do cuidado necessário especificamente a cada paciente, o enfermeiro precisa ter algumas características que são descritas por Silva (2006, p. 28): O enfermeiro necessita ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente; deve estar preparado para o enfrentamento de intercorrências emergentes necessitando, para isso, conhecimento científico e muita experiência. Nota-se, portanto, que cabe ao enfermeiro atuar de forma tranquila e eficiente, sendo importante que esteja preparado para lidar com situações inesperadas. Silva (2006, p. 28) acrescenta: [...] cabe ao enfermeiro prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes/clientes graves com risco de vida, ou seja, instituir os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos com base científica, além de possuir capacidade para a tomada de decisões rápidas. 25 Percebe-se que é papel do enfermeiro demandar os cuidados de enfermagem de que o paciente precisa, com ênfase aos que exigem maior complexidade técnica, pois este profissional é capacitado para este fim. Vale ressaltar que na arte de cuidar, os enfermeiros unem seus conhecimentos teóricos e práticos, visando melhor atender os pacientes e reduzir seu sofrimento. Na prática do cuidado os enfermeiros iniciam um processo de humanização que é fundamental no atendimento a pacientes, principalmente que se encontram em situações de média e grave intensidade. A questão da humanização é tema que será abordado no tópico seguinte. 2.5.1- A humanização da assistência de enfermagem Os enfermeiros, enquanto praticantes da arte de cuidar, promovem a humanização no âmbito das instituições de saúde, tornando o ambiente em que se encontram menos sofrível aos pacientes. Pode-se dizer que os enfermeiros precisam realizar um trabalho de qualidade no cuidado com os pacientes, oferecendo toda a atenção que precisam e, consequentemente, promovendo um sentimento de bem-estar nos mesmos, que supera os problemas derivados da enfermidade. Oliveira (2001, p. 104) apresenta um conceito relevante para a humanização: Humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca, que humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano. Humanizar é, portanto, um ato de dedicação e carinho para com outrem, que é tratado como ser humano que é e não como um diagnóstico, um número ou uma patologia. 26 Os enfermeiros mantêm uma relação de proximidade com os pacientes, mantendo contato contínuo e direto com eles, cabendo a esses profissionais empenho e dedicação visando a melhora do paciente. Por sua vez, Pinto (2006 Apud BARBOSA, 2010, p. 31) afirma: [...] humanizar é, tornar humano, cuidar da pessoa como pessoa, dar-lhe atenção e responder de uma forma positiva a toda a sua esperança, quando confiou nos serviços de saúde e a eles recorreu para reencontrar-se na plenitude de sua realização pessoal. Vários são os sentidos que podem ser atribuídos à palavra humanizar, mas é certo que se trata de um cuidado com o indivíduo, que deve receber toda a atenção que precisa, bem como um tratamento enquanto ser humano que é. Rios (2009) explica que o processo de humanização no ambiente de saúde foi lento, isso porque ocorreu grande resistência de alguns profissionais que a entendiam como uma ofensa e justificavam seu entendimento alegando que aceitar a humanização é reconhecer que antes não eram tratados como seres humanos. Sobre a humanização, a autora supracitada comenta: [...] não se refere a uma progressão na escala biológica ou antropológica, o que seria totalmente absurdo, mas ao reconhecimento da natureza humana em sua essência e a elaboração de acordos de cooperação, de diretrizes de conduta ética, de atitudes profissionais condizentes com valores humanos coletivamente pactuados (RIOS, 2009, p. 11). Neste sentido, fica claro que a humanização nada mais é do que uma maneira de oferecer um pouco de dignidade ao paciente, que se encontra em um ambiente complexo, com vários sentimentos misturados, sendo necessário um tratamento respeitoso. Segundo Villa et. al. (2002, p. 139): A humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos são importantes, porém não mais significativos do que a essência humana. Esta sim, conduzirá o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana, menos agressiva e hostil para os pacientes que diariamente necessitam de atendimento (...). 27 A humanização deve, então, ser parte marcante da enfermagem, sendo de suma importância sua aplicação pela equipe de enfermeiros, que atua diretamente com os pacientes, conhecendo sua realidade e até mesmo, angústias e por isso, ficando mais fácil seu cuidado com os mesmos. 2.5.2- Assistência de enfermagem ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória A PCR é um evento sério, que pode gerar elevado número de mortes, revelando-se o fator tempo de suma importância para aumentar as chances de sucesso nos procedimentos realizados pela equipe de enfermagem. Luzia (2009) explica que os procedimentos de RCP são realizados quando for verificado que a vítima não estiver respirando adequadamente, sendo aplicadas duas ventilações de resgate, com média de um segundo cada uma delas e observação do pulso por um período de dez segundos, por meio da artéria carótida. Quando verificada ausência de pulso dá-se início à massagem cardíaca, por meio de compressões torácicas de modo a empurrar o esterno para o interior do tórax, pressionando o coração contra a coluna e promovendo seu esvaziamento. Deve-se realizar tal procedimento de forma sincronizada com a ventilação. Há de se observar que a assistência de enfermagem adequada é primordial para o sucesso de todo procedimento, pois não se pode desperdiçar o tempo e o cuidado na realização das compressões da caixa torácica é fundamental. Segundo Luzia (2009, p. 329): A assistência aos pacientes em PCR requer um conjunto de intervenções, que devem ser executadas de forma rápida e precisa. Especificamente, no ambiente intra-hospitalar, essa situação gera uma mobilização especial na equipe médica e de enfermagem, transformando-se, muitas vezes, em um momento de estresse, na medida em que salvar a vida do outro é um desafio coletivo. Para Coelho (2009) a atuação do enfermeiro não se limita ao mero procedimento de RCP, por isso, deve se capacitar, coordenar suas ações para que seja possível identificar precocemente os sintomas da PCR e realizar a devida intervenção, atuando de maneira rápida e precisa. De acordo com os estudos do autor supracitado: “A atuação do enfermeiro é indispensável, assim como a garantia de materiais e equipamentos adequados e a atuação segura e capacitada da equipe de enfermagem” (COELHO, 2009, p. 18). 28 Pedersoli (2009) por sua vez, observa que a assistência de enfermagem adequada demanda não só habilidade do enfermeiro na realização dos procedimentos e de forma rápida é preciso recursos financeiros, materiais e equipamentos necessários, além de organização da equipe de modo que cada um exerça determinadas funções, com competência técnico-científica para se alcançar o sucesso a intervenção. Pedersoli (2009, p. 20) acrescenta: “a falha no manejo de vias aéreas ainda é considerada um dos maiores fatores que resultam em piores resultados em anestesia, emergências médicas e terapia intensiva”. Em qualquer profissão, falhas podem ocorrer, por isso é importante que a assistência de enfermagem prestada ao indivíduo vítima de PCR ocorra de forma precisa, com atenção e cuidado, além disso, é preciso habilidade para se diagnosticar o problema rapidamente e realizar todos os procedimentos necessários para se evitar sequelas ou até mesmo a morte do mesmo. Cabe ao enfermeiro atuar com precisão e segundo Silva (2006, p. 28): A ação do enfermeiro durante o atendimento à PCR ocorre desde o diagnóstico, estende-se na implementação das condutas de RCP e na organização da equipe de enfermagem, do ambiente de trabalho e dos recursos materiais a serem utilizados. No período pós-RCP, o enfermeiro deve assegurar um acompanhamento intensivo aos pacientes/clientes reanimados, cujas manobras obtiveram sucesso. Compete ainda ao enfermeiro e/ou equipe de enfermagem a realização do relatório ou evolução de enfermagem, checagem das medicações e reorganização do local onde ocorreu o fato. O apoio aos familiares também deve fazer parte da assistência de enfermagem, sendo manifestado tanto em casos de sucesso das manobras de RCP, com reversão da PCR, como em casos de óbito; em ambos, o enfermeiro deve atuar esclarecendo as dúvidas e tentando minimizar, na medida do possível, as angústias e ansiedades vivenciadas pelos familiares. Nota-se que o papel do enfermeiro é muito amplo e não se limita à identificação e realização dos procedimentos emergências relacionados à PCR, pois ele deve atuar de forma contínua, acompanhando o paciente no período posterior a sua intervenção e promovendo a humanização, tanto com o paciente, quanto com a família, que vivencia momentos muito difíceis, devendo oferecer conforto e esclarecimentos que se fizerem necessários. Silva (2006,p. 29) destaca ainda: [...] a falta de conhecimento e habilidade dos profissionais envolvidos no atendimento à PCR, a falha na organização do atendimento, assim como a provisão insuficiente de materiais e equipamentos necessários para a realização das medidas de reanimação têm favorecido a ocorrência de iatrogenias no decorrer da assistência aos pacientes/clientes em PCR, tanto 29 em unidades hospitalares fechadas como Centros de Terapia Intensiva (CTI), quanto em unidades de internação das diversas especialidades. Quando a assistência de enfermagem à vítima de PCR não ocorre com qualidade, independente do motivo, pode ocorrer iatrogenias que são entendidas como eventos que geram algum tipo de prejuízo à saúde do paciente, podendo ser motivada ou não por falha do enfermeiro (SILVA, 2006). Há de se observar, portanto, que o papel do enfermeiro é de suma importância, podendo afetar diretamente o resultando final quanto ao estado do paciente, sendo certo afirmar que a atuação deste profissional é determinante para o sucesso do atendimento ao paciente. 3- CONCLUSÃO Por meio do presente estudo ficou clara a importância da assistência de enfermagem em situação de emergência a vítima de parada cardiorrespiratória, pois estes profissionais realizam, geralmente, os primeiros atendimentos, devendo apresentar um diagnóstico rápido e realizar os procedimentos necessários para a manutenção da vida do paciente. Sabe-se que ao longo da história foram surgindo modelos de atenção à saúde visando sempre melhorar a assistência ao paciente e buscando um modelo ideal, que ainda não foi descoberto. Dessa forma, é papel do enfermeiro associar conhecimentos teóricos e práticos na prestação do cuidado ao paciente, realizando procedimentos emergenciais com precisão e eficiência, principalmente quando se tratar de vítima de parada cardiorrespiratória, visto que cada minuto é fundamental para salvar a mesma. 30 Foi possível aferir que a parada cardiorrespiratória afeta tanto o sistema cardíaco como o respiratório, gerando a interrupção da circulação e respiração, sendo reconhecida pela falta de batimentos cardíacos e de respiração, que fazem com que o paciente fique inconsciente. Trata-se de uma situação de grande risco e difícil reversão e por isso, cabe ao enfermeiro realizar os procedimentos de forma rápida e precisa, buscando evitar situações de risco como sequelas e até mesmo a morte do paciente. Concluiu-se que a ressuscitação cardiopulmonar é o procedimento padrão que deve ser realizado quando identificada a parada cardiorrespiratória, tendo por objetivo principal ministrar várias medidas sequenciais para promover a circulação sanguínea e a restauração da respiração. Fica claro que os enfermeiros precisam desenvolver competências de forma a centrar a sua atenção na pessoa e não apenas no problema que ela apresenta, isto porque, o doente é a razão da existência da prática da enfermagem. 4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, M. C.; MISHIMA, S. M. O desafio do trabalho em equipe na atenção à Saúde da Família: construindo novas autonomias no trabalho. Interface – Comunic, educ. n.9, p. 150-153, ago. 2001. BACKES DS, BACKES MS, SOUSA FGM, ERDMANN AL. O papel do enfermeiro no context hospitalar: a visão de profissionais de saúde. Cienc Cuid Saude 2008 Jul/Set; 7(3):319-326 BARBOSA, Sophie Martins. Humanização dos cuidados de enfermagem – A perspectiva do enfermeiro. 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