AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS APÓS PALESTRAS EDUCATIVAS BRUNELLI, Ângela Vieira1; COSER, Janaína1; MAIA, Indiara da²; Palavras-chave: Manipuladores. Higiene alimentar. Educação. Capacitação. Resumo Para que os alimentos cheguem de maneira adequada até o prato do consumidor, os manipuladores precisam atender um conjunto de normas, que visa promover a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, assim como, conscientizarem-se que são a principal via de contaminação dos alimentos, o que pode levar ao surto de doenças transmitidas por alimentos Este estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento de manipuladores de alimentos sobre as Boas Práticas de Fabricação (BPF), após palestras educativas. Utilizaram-se como metodologia aulas expositivas (palestras), fazendo uma reflexão sobre a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos, dando ênfase à importância da capacitação e educação para manipuladores de alimentos. Após foi aplicado um questionário sobre o conhecimento dos manipuladores sobre as BPF. Entende-se que os manipuladores de alimentos possuem um conhecimento elevado sobre BPF e sabem que possuem um papel fundamental na higiene e qualidade do alimento servido. Ressalta-se a importância contínua das ações educativas envolvendo o programa de BPF que é importante quanto à estimulação da presença de ambientes limpos e seguros, além da presença de funcionários desempenhando suas funções com mais motivação e produtividade. Abstract To that food reaches the proper way to the consumer's plate, handlers must meet a set of standards, which aims to promote organic quality, health, nutrition and food technology , as well as being aware that they are the main route of food contamination , which can lead to an outbreak of foodborne illness This study aimed to evaluate the knowledge of food handlers on Good Manufacturing Practices (GMP) of these after educational lectures. It was used as a methodology lectures, making a reflection on food safety and food quality, emphasizing the importance of training and education for food handlers. After we applied a questionnaire regarding their knowledge of the manipulators on GMP. It is understood that food handlers possum highly known on GMP and know they have a key role in the hygiene and quality of food served. We emphasize the importance of continuous educational program involving GMP which is important as the stimulation of the presence of a clean and safe , and the presence of officials performing their duties with more motivation and productivity 1 Profªs M.Sc. do Centro de Ciências da Saúde. Orientadoras da pesquisa, Universidade de Cruz Alta. [email protected]; [email protected] ² Acadêmica do Curso de Biomedicina, Bolsista PIBEX da Universidade de Cruz Alta [email protected] Key Words:Handlers. Foodhygiene.Education.Capacity. Introdução A ingestão de alimentos contaminados por microrganismos patogênicos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua constituição substâncias tóxicas que chegam ao nosso organismo acarretam o surgimento das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) (OMS, 2002). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a segurança alimentar deve assegurar que toda a população disponha de acesso físico e econômico a alimentos inócuos e nutritivos, que permitam manter uma vida sadia, ativa e plenamente produtiva (OPAS/OMS, 2001). Já o conceito brasileiro de segurança alimentar, elaborado em julho de 1994 na I Conferência Nacional de Segurança Alimentar, enfatiza que deve ser garantido o acesso aos alimentos para todas as pessoas, todos os dias, em quantidade suficiente (incluindo energia, proteínas e micronutrientes) para assegurar uma vida ativa e saudável, contemplando ainda o acesso suficiente, regular e a baixo custo dos alimentos básicos, simultaneamente à melhoria das condições de vida e ao acesso informações (SESC, 1999). Boas Práticas de Fabricação (BPF) são os procedimentos necessários para garantir a qualidade dos alimentos (TANCREDI et al., 2006, p.209). Devem ser adotadas por serviços de alimentação, a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos. Segundo SILVA JUNIOR (2005), boas práticas são normas de procedimentos para atingir um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou serviço na área de alimentos, cuja eficácia e efetividade devem ser avaliadas através de inspeção e/ou investigação. No Brasil, as BPF são legalmente regidas pelas Portarias 1428/93-MS e 326/97SVS/MS. A qualidade da matéria-prima, a arquitetura dos equipamentos e das instalações, as condições higiênicas do ambiente de trabalho, as técnicas de manipulação dos alimentos, a saúde dos funcionários são fatores importantes a serem considerados na produção de alimentos seguros e de qualidade, devendo, portanto, serem considerados nas BPF. A avaliação dessas práticas em estabelecimentos de produção ou de comercialização de alimentos, por meio de utilização de questionários apropriados, é citada como subsídio para qualificação e triagem de fornecedores, como base para vistoria fiscal sanitária, para a verificação, pelo próprio estabelecimento, do cumprimento das BPF ou como base para a implantação do sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) (TOMICH et al., 2005). Visando obter a garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos, complementando as Boas Práticas de Fabricação, foi criado o Procedimento Operacional Padronizado – POP é o procedimento escrito de forma objetiva que estabelece instruções sequenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na produção, armazenamento e transporte de alimentos. (ANVISA, 2002). Para evitar os problemas de saúde por consequência da falta de cuidado com os alimentos foi criada a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 216/04 que tem como objetivo estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. De acordo com essa resolução os requisitos para uma unidade de serviço de alimentação compreendem os seguintes aspectos: edificação, instalações, equipamentos, móveis e utensílios, controle de vetores e pragas urbanas, abastecimento de água, manejo de resíduos, higiene e saúde dos manipuladores, matérias-primas, ingredientes e embalagens, preparação do alimento, armazenamento e transporte do alimento preparado, exposição ao consumo do alimento preparado (BRASIL, 2004). A questão de segurança alimentar sob o ponto de vista higiênico-sanitário é de grande preocupação e por isso faz-se necessária à adoção de medidas que previnam a contaminação nas diferentes etapas do processo produtivo, uma vez que as DTA se propagam com rapidez e alta patogenicidade (ARRUDA, 2000). A RDC 216/04 classifica como manipulador de alimentos qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento (BRASIL, 2004). Em âmbito geral é grande a necessidade de melhorar a qualidade dos produtos e serviços, assim como capacitar os manipuladores de alimentos para que adquiram hábitos higiênico-sanitários adequados e os apliquem no dia a dia. De acordo com a RDC 216/04, os responsáveis pelas atividades de manipulação dos alimentos devem ser comprovadamente submetidos a curso de capacitação, que deve abordar, no mínimo, assuntos como: contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e boas práticas de manipulação (BRASIL, 2004). WEI E CHIOU (2002) identificaram que o surto causado por Staphylococcus aureus, que atingiu 10 estudantes de uma escola tailandesa, após a realização do desjejum, foi proveniente de um manipulador de alimentos que apresentava lesão em uma das mãos. Esse resultado vem reforçar a importância desses profissionais na contaminação dos alimentos. Em uma pesquisa realizada sobre microrganismos patogênicos nas mãos dos manipuladores de alimentos de um restaurante de uma universidade do Rio Grande do Sul, antes e após a orientação quanto ao procedimento correto de higienização das mãos, a diferença foi de significativa relevância como pode-se ver antes da orientação, 100% das amostras estavam contaminadas e, depois, constatou-se a redução para 22,22% de mãos contaminadas. Os autores apontam que a capacitação quanto à forma correta de higienização das mãos foi uma medida eficaz na redução da contaminação dos alimentos servidos aos estudantes (LAGAGGIO et al., 2002). A higienização tem como função eliminar ou reduzir a contaminação, diminuindo assim a probabilidade de transmissão de agentes causadores de enfermidades. Ela divide-se em duas etapas distintas: a limpeza e a desinfecção. Na limpeza, o objetivo é remoção de resíduos orgânicos e minerais de forma geral. Na desinfecção, o objetivo passa a ser a eliminação de agentes patogênicos e redução de agentes deteriorantes a um nível aceitável – nível de segurança (GERMANO, 2008). Para que um manipulador contamine um alimento, são necessários alguns passos: que sejam excretados microorganismos em quantidade suficiente (fezes, supurações de ouvido, nariz, garganta, bocas, olhos e pele); que estes passem para as mãos ou partes expostas do corpo e que entrem em contado direto com o alimento; que os microorganismos sobrevivam o suficiente para contaminar o alimento; que o alimento não seja submetido a tratamento capaz de destruir os microorganismos; que o número de microorganismos constitua a dose infectante (GERMANO, 2008). Os manipuladores de alimentos raramente possuem um conhecimento extenso e aprofundado sobre as boas práticas de fabricação de alimentos, por isso torna-se altamente recomendado a apresentação de cursos práticos de treinamentos (RIEDEL, 2005). Uma recomendação que deveria ser seguida seria a implantação de técnicas de lavagem das mãos, treinamento e conscientização dos profissionais envolvidos no preparo, armazenamento e distribuição de alimentos, realizando assim um controle prévio para possíveis infecções (FORSYTHE, 2002). Segundo AKUTSUET al. (2005), o nível educacional dos manipuladores de alimentos no Brasil é relativamente baixo comparado a outros países, este estudo, porém não teve como finalidade avaliar o nível de escolaridade dos participantes, mas sim se planejou este com o objetivo de verificar procedimentos que identificam o conhecimento dos manipuladores de alimentos em relação às questões de higiene sanitário, pois e Universidade de Cruz Alta a partir de seu projeto de extensão desenvolvido junto ao Banco de Alimentos de Cruz Alta visa, entre outras atividades, fornecer capacitações para os manipuladores para atender a produção de uma alimentação segura, saudável e saborosa conforme padrões estabelecidos pelas BPF, bem como para utilização do alimento de forma integra - desde a doação, na empresa parceira, até o consumo final, na entidade beneficiada com alimentos. O controle de qualidade dos alimentos proporciona alimentos seguros aos consumidores, a fim de não serem prejudicados pela ingestão de alimentos contaminados que podem ocasionar intoxicações ou infecções alimentares. Sendo assim os colaboradores devem conhecer as BPF, sua importância e seguir o procedimento corretamente para que não haja contaminação no produto final. Conforme REGO, STAMFORD e PIRES (2001) devem dar-se aos manipuladores conhecimentos teórico-práticos necessários para capacitá-los e levá-los ao desenvolvimento de habilidades e de atividades específicas na área de alimentos. O programa de treinamento para funcionários de cozinha tem por objetivo adequar o processamento e a manipulação dos alimentos de acordo com as normas atuais em relação às condições higiênico-sanitárias necessárias provendo a sustentação de pessoal qualificado, satisfeito e estável, minimizando os custos operacionais da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), devendo ser um processo contínuo e planejado (SILVA JR., 2001). Metodologia Este estudo faz parte de um projeto de extensão da Universidade de Cruz Alta conjuntamente com o Banco de Alimentos de Cruz Alta. Durante três meses foram realizadas palestras educativas de BPF com os manipuladores de alimentos das entidades que recebem alimentos do Banco de Alimentos de Cruz Alta. Entre os temas que foram abordados em cada evento tem-se: higiene pessoal, alimentar e doenças de origem alimentar; higiene do ambiente, dos utensílios e equipamentos; recepção e estocagem dos alimentos, a diferença entre alimentos contaminados e alimentos estragados, e a saúde do consumidor. Os estabelecimentos que manipulam alimentos devem introduzir o programa de BPF como uma ferramenta que auxilia o setor a desenvolver produtos que respeitem sua identidade física e que garantam a qualidade e idoneidade destes (BRANDÃO, 2009). A partir daí foram realizadas visitas em 22 entidades que recebem alimentos do Banco de Alimentos, para avaliar a qualidade dos serviços prestados nos estabelecimentos de alimentação. Para avaliar os conhecimentos foram realizadas visitas e aplicado um questionário, estruturado com quatro apêndices, cada apêndice contendo 10 perguntas. A equipe do projeto não prestava qualquer tipo de informação no momento de aplicação do questionário, visando preservar o conhecimento de cada participante. Todos os questionários foram corrigidos sob o critério: questão certa e questão errada ou não respondida. A efetividade do trabalho foi medida pela comparação das respostas obtidas nos dois questionários aplicados, a fim de verificar se houve a transferência de informações e conhecimentos para os manipuladores de alimentos. Em função da percentagem de respostas certas o nível de conhecimento foi classificado conforme ARAÚJO et al. (2010) como: Excelente: quando o número de respostas certas variou de 9 a 10 pontos; Bom: quando o número de respostas certas variou de 7 a 8 pontos; Regular: quando o número de respostas certas variou de 5 a 6 pontos; Ruim: quando o número de respostas certas variou de 3 a 4 pontos e Péssimo: quando o número de respostas certas foi abaixo de 3 pontos. Resultados e Discussão Ao se avaliar o nível de conhecimento considerado excelente (quando o número de respostas certas variou de 9 a 10 pontos) observou-se que 95,12% dos participantes obtiveram a pontuação que os classificaram nesta categoria. Considerou-se que o nível de conhecimento sobre os temas abordados era elevado. Normalmente na maioria dos lugares visitados o responsável ou o manipulador de alimentos fazia uma apresentação do local onde são guardados/armazenados os alimentos, prateleiras onde armazenam os utensílios entre outras coisas (a cozinha em geral). Com base na pesquisa pode-se afirmar que as palestras são positivas, pois além de aprender muitas coisas importantes são relembrados alguns fatores que passam pelo nosso dia-a-dia e por vezes são esquecidas (pelo fato de serem rotineiras algumas tarefas não são realizadas da maneira correta, passando despercebida aos nossos olhos). Pode-se dizer que os ensinamentos que foram passados nas palestras educativas estão sendo implantados pelos manipuladores de alimentos em suas unidades. Com este trabalho, confirmou-se que é indiscutível que os programas de treinamentos específicos para manipuladores de alimentos são o meio mais recomendável e eficaz para transmitir conhecimentos e promover mudanças de atitude. A Portaria 542, publicada em 2006, pela Secretária da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, exige que os serviços de alimentação tenham um responsável pela atividade de manipulação que realize capacitações semestrais para os demais manipuladores (RIO GRANDE DO SUL, 2006). Segundo a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pela Resolução 216 de 2004, os manipuladores de alimentos devem ser supervisionados e capacitados periodicamente em higiene pessoal, manipulação higiênica dos alimentos e doenças transmitidas por alimentos. A capacitação deve ser comprovada mediante documentação (BRASIL, 2004). Nos estabelecimentos onde é realizada apenas a distribuição de alimento foi avaliada da mesma maneira que os locais onde o manipulador preparava o alimento para o consumo no local, após as palestras educativas pode-se dizer que os manipuladores já afirmavam que houve mudanças em alguns hábitos e melhoras dos mesmos. No momento das visitas, os mesmos mostravam interesse nos assuntos que foram abordados e ensinados durantes as palestras educativas. Buscavam mostrar aos pesquisadores que estavam aplicando as práticas aprendidas, afirmando mudanças após estas palestras sobre a saúde alimentar. Sabe-se que o caráter repetitivo das tarefas e a falta de estímulos favorecem uma redução gradativa na eficácia da aplicação dos programas de controle de qualidade, incluindo as BPF. Independentemente do número de funcionários, é possível alcançar melhorias nas condições higiênicas de manipulação, desde que implementados mecanismos de motivação, treinamento e monitoramento do trabalho do manipulador (ALMEIDA, 2002). Nas visitas que aconteceram após estas palestras educativas, foi perguntado se houve mudanças no dia-a-dia dos manipuladores de alimentos e se sim quais foram estas. Segue na íntegra a transcrição dos relatos de alguns dos participantes: “Houve muitas mudanças a partir do que foi passado nas palestras.” “Cuidar da higiene das mãos é de estrema importância, não pode manusear alimentos com unhas compridas e com esmalte, nem com anéis e pulseiras, pois são grandes fontes de contaminação de alimentos.” “Lembrar ensinamentos simples, que normalmente são esquecidos no dia-a-dia.” “Cuidar para que não haja uma circulação frequente de pessoas no local onde está sendo preparado o alimento.” “Cuidar da higiene pessoal e do ambiente.” “A partir do que aprendemos, devemos aplicar da forma que seja correta.” “Sempre se aprende nestas palestras coisas importantes que devem ser sempre lembradas na cozinha.” “O que vale é por em prática o que foi aprendido.” Como se pode ser observado, tendo como referência os relatos de alguns manipuladores, houve uma incorporação de novos conhecimentos uma vez que os manipuladores já havia um conhecimento bom sobre como deve ser realizado de uma forma que evite a transmissão de doenças que podem ser causadas através dos alimentos que são armazenados, transportados ou manipulados de forma inadequada. Pode-se afirmar que o conhecimento nutricional dos manipuladores que participaram das palestras foi elevado. As palestras educativas auxiliam o indivíduo a alcançar o máximo de seu potencial de aprendizado e boa saúde; capacita-os a adotar hábitos saudáveis e melhora a qualidade no consumo alimentos e o estado nutricional da população (ALVES, 2009). Por esses motivos fica de fundamental importância a aplicação de um manual de boas práticas de fabricação em qualquer estabelecimento produtor de alimentos para melhorar as condições higiênico-sanitárias dos alimentos. Considerações finais O número crescente e a gravidade das doenças transmitidas por alimentos, em todo o mundo, têm aumentado consideravelmente o interesse do público em relação às BPF. Através dos resultados obtidos, pode-se verificar que o nível de conhecimento dos manipuladores foi considerado elevado quanto a possíveis contaminações e prevenções que podem ser realizadas relacionadas aos alimentos. Confirmando a importância de manter atividades de capacitação e educação continuada com os manipuladores envolvidos no processo produtivo de refeições para um melhor desempenho e cuidados nesta área, tendo em vista que no setor alimentar normalmente são contratados profissionais sem experiência na função que irão desempenhar. Na presente pesquisa, pode-se verificar a partir das respostas dos manipuladores, que alguns destes já tomam mais cuidado em relação higiene do ambiente, tendo uma percepção de que o local em que está sendo guardado e principalmente preparado deve estar muito limpo em âmbito geral e com isso a contaminação dos alimentos é reduzida. Além de que a partir de um controle do processo produtivo com a aplicação dos programas de qualidade, é obter mais qualidade e aproveitamento dos alimentos, preservando desta forma a integridade do alimento. Sugere-se que a supervisão seja reforçada durante o processo produtivo das refeições e que seja desenvolvido um programa de capacitação contínuo para os manipuladores de alimentos que são atendidos pelo Banco de Alimentos de Cruz Alta, a fim de que o conhecimento seja adquirido e aplicado no cotidiano e também para uma distribuição de forma mais saudável com qualidade e segurança dos alimentos para a população. E em sua aplicação no cotidiano devem ser considerados os desejos e as necessidades dos participantes, assim como o nível de escolaridade destes e conhecimento sobre o tema a ser tratado, facilitando assim a implantação de procedimentos que auxiliam na manutenção da qualidade das refeições produzidas. Referências AKUTSU, Rita de C. et al. A ficha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições. Revista Nutr., v.18, n.2, p. 277-279, 2005. ALVES, L.; MELO, D.H.C.; MELO, J.F. 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