Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ EVOLUÇÃO DO SISTEMA MONETÁTIO INTERNACIONAL -“Definição” - CONJUNTO DE POLÍTICAS, INSTITUIÇÕES, INSTRUMENTOS, LEIS, REGRAS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A REALIZAÇÃO DE PAGAMENTOS INTERNACIONAIS, EM PARTICULAR NA LIQUIDAÇÃO DE DÉBITOS INTER-PÁÍSES. MOEDA: ACTIVO UTILIZADO NA LIQUIDAÇÃO DE DÉBITOS. -SISTEMAS ALTERNATIVOS DE CÂMBIOS FLUTUAÇÃO LIVRE (CÂMBIOS FLEXÍVEIS). .FLUTUAÇÃO CONTROLADA (“MANAGED FLOAT) ALISAMENTO DIÁRIO DAS COTAÇÕES “LEANING AGAINST WIND” FIXAÇÃO NÃO OFICIAL ”TARGET ZONE ARRANGEMENT” (ZONAS MONETÁRIAS) SISTEMA DE TAXAS FIXAS 1 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ BREVE PANORÂMICA DO SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL PRINCIPAIS ETAPAS: 1. BIMETALISMO: até 1875 2. PADRÃO OURO: 1875-1914 3. PERÍODO ENTRE GUERRAS: 1918-1939 4. REGIME DE BRETTON-WOODS 5. CÂMBIOS FLEXÍVEIS:1972-1998 6. UEM: DESDE 1999 o BIMETALISMO A CIRCULAÇÃO MONETÁRIA NA EUROPA FOI BASEADA DURANTE LARGOS SÉCULOS EM MOEDA METÁLICA DE PRATA. APENAS NA IDADE MÉDIA, O OURO ASSUMIU UM PAPEL MAIS RELEVANTE. o NO SÉCULO XIX, A MAIORIA DOS PAÍSES PERMITIA A CIRCULAÇÃO, EM SUMULTÂNEO, DE MOEDAS DE OURO E PRATA o A Lei de Gresham 2 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ O SISTEMA PADRÃO-OURO - CONDIÇÕES BASE DO SISTEMA - OURO COMO MOEDA CORRENTE: O OURO DEVERIA SER ACEITE SEM RESTRIÇÕES EM PAGAMENTOS INTERNACIONAIS; - CONVERTIBILIDADE DAS DIVISAS; - QUEM POSSUIA OURO PODERIA PEDIR AO ESTADO A SUA CUNHAGEM EM MOEDA; - OS MOVIMENTOS INTERNACIONAIS (IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO) DEVERIAM SER LIVRES; - AUSÊNCIA DE INTERVENÇÃO ESTATAL. - CONSEQUÊNCIAS - MESMO VALOR PARA PAPEL-MOEDA E OURO NO PAÍS E EXTERIOR; - AUTOMATISMO DO PADRÃO-OURO; - FLUTUAÇÕES DENTRO DE PEQUENOS LIMITES. PERÍODO ENTRE GUERRAS -O SISTEMA PADRÃO DIVISAS-OURO (1925-1931) - PRINCÍPIOS: -SÓ OS EUA E GB PODERIAM DETER OURO; -OS OUTROS PAÍSES PODERIAM DETER RESERVAS EM OURO E DIVISAS (USD E GBP); 3 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ - É SUSPENSA A CONVERTIBILIDADE DAS DIVISAS EM OURO; - MANTÉM-SE ASSEGURADA A CONVERTIBILIDADE DO USD E DA GBP, MAS SOB A FORMA DE LINGOTES DE OURO. (EM 1931, A GB SUSPENDEU A CONVERTIBILIDADE DA LIBRA, DEIXANDO-A FLUTUAR LIVREMENTE) OS ACORDOS DE BRETTON-WOODS SISTEMA BASEADO NA FIXIDEZ DAS TAXAS DE CÂMBIO E QUE CRIOU O FMI - CARACTERÍSTICAS: AS PARIDADES SÃO FIXAS (RELATIVAMENTE AO DÓLAR) OS EUA COMPROMETIAM-SE A RESPEITAR A PARIDADE DE 35 USD POR ONÇA DE OURO; MARGENS DE FLUTUAÇÃO +-1% FACE AO USD (ATRAVÉS DA COMPRA E VENDA DE DIVISAS); O DÓLAR É UMA MOEDA DE RESERVA, E DE INTERVENÇÃO DE MERCADO, DETIDA PELOS BANCOS CENTRAIS; OS PAÍSES MEMBROS DO FMI SÓ PODERIAM ALTERAR A PARIDADE DAS SUAS MOEDAS APÓS PRÉVIA APROVAÇÃO PELO FMI; CADA PÁIS TEM UMA QUOTA NO FMI; O FMI ESTARIA EM POSIÇÃO DE EMPRESTAR DIVISAS AOS MEMBROS EM CASO DE DÉFICE. 4 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ . PRINCIPAL PONTO FRACO – NÃO HAVIA QUALQUER PROVISÃO PARA SUPORTAR O AUMENTO DE RESERVAS INTERNACIONAIS NECESSÁRIO AO AUMENTO DOS FLUXOS INTERNACIONAIS (ERA O SISTEMA PADRÃO DÓLAR-OURO) . PERÍODO DE GRANDE ESTABILIDADE. . PERÍODO DE GRANDE CRESCIMENTO ECONÓMICO. . CONFIRMAÇÃO DO USD COMO MOEDA-CHAVE DO SISTEMA. ACORDO SMITHSONIAN (19971) INCONVERTIBILIDADE DO USD (1971) – Factores: - DÉFICE DA BALANÇA DE PAGAMENTOS - DÉFICE DA BALANÇA COMERCIAL; - PERDA DE CONFIANÇA NO USD; - SAÍDA DE OURO E USD DOS EUA; - ASCENSÃO DO JAPÃO E ALEMANHA; - INTENSIFICAÇÃO DOS CONTROLOS CAMBIAIS; - GRANDE ESPECULAÇÃO NOS MERCADOS CAMBIAIS (Dem); - MERCADO PARALELO DO OUIRO. 5 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ .BASES DO ACORDO - O DOLAR SERIA DESVALORIZADO FACE AO OURO, PASSANDO O VALOR DE UMA ONÇA PARA 38 USD; - NOVA BANDA DE FLUTUAÇÃO DE 2,25 % FACE AO USD. 1973 – COLAPSO DO SISTEMA DE TAXAS FIXAS - INCONVERTIBILIDADE DO USD; - CRISE DO PETRÓLEO; - NÍVEIS ELEVADOS DE INFLAÇÃO; - RECESSÃO ECONÓMICA. ACORDO DE JAMAICA BASES DO ACORDO - É PERMITIDA UMA MAIOR FLEXIBILIDADE NA GESTÃO DAS TAXAS DE CÂMBIO; - É AUMENTADA A RSEPONSABILIDADE DO FMI NA SUPERVISÃO DO SMI; - ALTEROU-SE A NATUREZA DOS DSE AUMENTANDO A SUA ATRACTIVIDADE COMO ACTIVO DE RESERVA; - SIMPLIFICOU-SE E EXPANDIU-SE A CAPACIDADE DE ASSISTÊNCIA AOS PAÍSES MEMBROS, PELO FMI, EM CASO DE DESEQUILÍBRIOS DE CURTO PRAZO. NA PRÁTICA O ACORDO DE JAMAICA CONDUZIU A UM SISTEMA DE CÂMBIOS FLUTUANTES CONTROLADOS AS PRÁTICAS CORRENTES DOS MEMBROS DO FMI (E NÃO SÓ) ABRANGEM UM LEQUE DE ALTERNATIVAS QUE VAI DESDE A LIGAÇÃO A OUTRA MOEDA À FLUTUAÇÃO LIVRE. 6 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ O SISTEMA MONETÁRIO EUROPEU - (27/Out.) 1977 – LANÇADA A IDEIA POR ROY JENKINS -----ANTECEDENTE PRÓXIMO – A SERPENTE MONETÁRIA EUROPEIA (1971) -1979 – APROVAÇÃO FORMAL DO SME - OBJECTIVOS o .ESTABELECER UMA ZONA DE ESTABILIDADE CAMBIAL PARA ENCORAJAR O COMÉRCIO E O CRESCIMENTO. o .ACELERAR A CONVERGÊNCIA E A INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS ECONÓMICAS DENTRO DA CEE. PRINCIPAL CARACTERÍSTICA – O MECANISMO DAS TAXAS DE CÂMBIO NOVO INSTRUMENTO – O ECU MECANISMOS DE CRÉDITO DE CURTO E MÉDIO PRAZO O MTC NO SME - CADA PAÍS MEMBRO PARTICIPANTE NO MTC DEVERIA CONSERVAR O VALOR DA SUA MOEDA DENTRO DUMA BANDA DE +-2,25% EM REDOR DA SUA TAXA CENTRAL (PTE, ESP E GBP 6%) LIÇÃO MAIS IMPORTANTE QUE O SME ILUSTRA - A ESTABILIDADE DAS TAXAS DE CÂMBIO PROPORCIONADA POR QUALQUER ACORDO INTER-PAÍSES REQUER UMA COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS E PRÁTICAS ECONÓMICAS. 7 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ OS PAÍSES DEVEM ASSEGURAR A CONVERGÊNCIA DAS VARIÁVEIS ECONÓMICAS QUE DIRECTAMENTE AFECTAM AS TAXAS DE CÂMBIO : - DÉFICES FISCAIS - TAXAS DE CRESCIMENTO DA MASSA MONETÁRIA - TAXAS DE INFLAÇÃO - DIFERENCIAIS DE CRESCIMENTO ECONÓMICO CRISE DE 1992 - DECISÃO DE ENDURECIMENTO DA POLÍTICA MONETÁRIA SEGUIDA PELO BUNDESBANK, FORÇANDO UM AUMENTO DAS TAXAS DE JURO. –OBJECTIVO: -CONTROLAR TENSÕES INFLACIONISTAS -FINANCIAR A REUNIFICAÇÃO ALEMÃ - A RECESSÃO NOS EUA QUE LEVOU A RESERVA FEDERAL A CORTAR NAS TAXAS DE JURO ESTA DIVERGÊNCIA DE POLÍTICAS MONETÁRIAS – DEM SOBE E USD DESCE – PROVOCOU PRESSÕES NAS OUTRAS MOEDAS DO SISTEMA. SEGUE –SE ESPECULAÇÃO MONETÁRIA =» TAXAS DE JURO DE CURTO PRAZO SOBEM =» INTERVENÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS =» SETº - CAPITULAÇÃO DOS BANCOS CENTRAIS C/ REALINHAMENTO DAS TAXAS DE CÂMBIO. 8 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ JULHO 93 – NOVA CRISE - DIVERGÊNCIAS ENTRE A ALEMANHA E OUTROS PAÍSES DO MTC CONSEQUÊNCIAS: -TODOS OS PAÍSES ALARGAVAM A SUA BANDA DE FLUTUAÇÃO PARA +-15 %, EXCEPTO ALEMANHA E HOLANDA QUE SE MANTINHAM NA BANDA DE 2.25 %. UEM DEZº 91 – ASSINATURA DO TRATADO DE MAASTRICHT, CUJO OBJECTIVO FINAL É A CONSTRUÇÃO DA UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA TRANSIÇÃO EM 3 FASES. FASE 1 – TODOS OS MEMBROS DEVERIAM JUNTAR-SE AO MTC. FASE 2 – AS MARGENS DE FLUTUAÇÃO DAS TAXAS DE CÂMBIO ESTREITAR-SEIAM E DETERMINADAS DECISÕES DE POLÍTICA ECONÓMICA SERIAM TOMADAS SOB UM MAIOR CONTROLE DA UE. FASE 3 – AS DIFERENTES MOEDAS SERIAM SUBSTITUIDAS POR UMA MOEDA EUROPEIA E AS DECISÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA SERIAM TOMADAS POR UM BANCO CENTRAL EUROPEU 9 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIA PARA AVANÇAR PARA A FASE 3: -A INFLAÇÃO NÃO DEVE SITUAR-SE MAIS DE 1,5 % ACIMA DA MÉDIA DOS TRÊS PAÍSES COM A MAIS BAIXA TAXA DE INFLAÇÃO. -AS TAXAS DE JURO DE LONGO PRAZO NÃO DEVEM SITUAR-SE MAIS DE 2 % ACIMA DA MÉDIA DOS TRÊS PAÍSES COM AS MAIS BAIXAS TAXAS DE JURO. - O DÉFICE ORÇAMENTAL DEVE SITUAR-SE ABAIXO DE 3 % PNB. - A DÍVIDA NACIONAL NÃO DEVE EXCEDER 60 % DO PNB. - A MOEDA NACIONAL NÃO DEVE TER SIDO DESVALORIZADA NOS ÚLTIMOS 2 ANOS E DEVE TER PERMANECIDO NESSE PERÍODO NA BANDA DE FLUTUAÇÃO DE 2,25 %. UEM - VANTAGENS AO NÍVEL MACROECONÓMICO ELIMINAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO CAMBIAL NA ZONA EURO; MAIOR EFICIÊNCIA NO COMÉRCIO; MAIOR TRANSPARÊNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS, FACILITANDO A ESTABILIDADE DE PREÇOS; MAIOR EXIGÊNCIA DE DISCIPLINA DAS FINANÇAS PÚBLICAS; 10 João Rosa Lopes Finanças Internacionais ___________________________________________________________________________ DESVANTAGENS AO NÍVEL MACROECONÓMICO PERDA DO INSTRUMENTO CAMBIAL PARA ENFRENTAR CHOQUES EXÓGENAS ADVERSOS; PERDA DE SOBERANIA DE POLÍTICA MONETÁRIA. DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE DE INTERVENÇÃO A NÍVEL ORÇAMENTAL. UEM - VANTAGENS AO NÍVEL DOS MERCADOS FINANCEIROS ECONOMIAS DE ESCALA NO SECTOR FINANCEIRO; MAIOR PROCURA PELA MOEDA EUROPEIA CONDUZIRÁ A MAIOR QUOTA DE MERCADOS DOS BANCOS DA ZONA EURO; UEM - DESVANTAGENS AO NÍVEL DOS MERCADOS FINANCEIROS PERDA NAS OPERAÇÕES CAMBIAIS – CERCA DE 5% NAS MARGENS BRUTAS; AUMENTO DAS DESPESAS ADMINISTRATIVAS ANUAIS EM CERCA DE 2%. 11 João Rosa Lopes