Dados: Fechamento em 20/01/2017. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 13/01/2017. SITUAÇÃO GLOBAL Problemas para o peso mexicano Na última quarta-feira, relatório divulgado por autoridades canadenses sobre medidas que seriam tomadas pela administração Trump influenciaram fortemente a cotação do peso mexicano. O peso mexicano segue como uma das moedas que vêm sofrendo maior desvalorização no mundo. A afirmação de autoridades canadenses de que o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja renegociar o NAFTA assim que assumir o cargo, fez com que o peso caísse para MXN 21,86/USD no dia de sua divulgação – valor próximo ao do maior registro histórico, feito na semana anterior (MXN 22,03/USD). Para Patricia Berry, analista-chefe da corretora Intercam, a desvalorização verificada na semana passada já embute expectativas sobre a administração Trump: em sua avaliação, nos primeiros 100 dias de presidência republicana nos EUA, o peso poderia cair até 22,40; ou recuperar-se a 21,20, caso as medidas concretas a serem tomadas pelos Estados Unidos sejam mais suaves do que as anunciadas. Zimbábue: Panorama econômico A autoridade tributária zimbabuana - ZIMRA ("Zimbabwe Revenue Authority") – publicou, em 19/01, relatório sobre a grave situação econômica da economia do país. O relatório da ZIMRA revela que, diante do modesto crescimento apresentado pela economia local em 2016, a arrecadação de impostos ficou 4% abaixo do esperado, caindo de USD 3,6 bilhões para USD 3,4 bilhões. A ZIMRA aponta que a utilização do dólar americano como moeda "de facto" na economia local tem tornado pouco competitivas a produção e as exportações do país, além de concorrer para o exacerbamento do déficit comercial - reduzido em 20% no ano passado, mas ainda em níveis insustentáveis. O relatório indica ainda que o déficit nas contas públicas continua a aumentar, com o setor público drenando parte significativa dos poucos dólares existentes na economia formal. O investimento externo direto (FDI) no país foi insignificante. A economia do Zimbábue apresenta baixo nível de investimentos, desemprego crescente e queda no nível médio dos salários; em consequência, houve redução no nível de consumo do país, tanto em bens como em serviços, com impacto negativo direto na arrecadação tributária. A inflação oficial no ano passado foi novamente negativa, em 1,10%, frente aos 2,2% negativos de 2015. Desigualdade na Coreia do Norte Visitar Pyongyang dáilusão de prosperidade em um país com severas desigualdades. Apesar da ausência de dados oficiais sobre a economia norte-coreana, sempre houve certo ceticismo quanto às avaliações feitas pela Coreia do Sul: estimativas de baixo crescimento da Coreia do Norte, feitas pelo "Bank of Korea" (BOK) conflitam com relatos de visitantes ao país, de enorme prosperidade (ao menos na capital Pyongyang). Em recente estudo comentado pelo blog "North Korea: Witness to Transformation", do "Peterson Institute for International Economics", Suk Lee, do "Korea Development Institute", apresentou estimativas para emprego e renda no país, com base em censo realizado em 2008. As estatísticas oficiais mostram alta porcentagem de emprego (95% para homens jovens e 80% para mulheres), que cai para quase zero ao redor dos 50-60 anos. Os dados seriam inconsistentes com as estatísticas sobre emprego informal. Lee estima que a parcela da população efetivamente empregada está entre 31% e 62%, em todo o país, e em torno de 61% e 85% na capital. A partir de dados da OMS e do FMI, Lee estimou a renda per capita no país entre US$ 948-1.361,00, e na capital Pyongyang, entre US$ 2.658-2.715. Esses dados ilustram a enorme desigualdade existente no país, e justificam a discrepância entre estimativas econômicas e a percepção de visitantes, que têm visão limitada do país. FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2017 Realizou-se em Davos, na Suíça, entre 16 e 19 de janeiro, a edição de 2017 do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). O tema do encontro foi Liderança Responsável e Responsiva: para Klaus Schwab, Presidente-Executivo do WEF, "nossos conceitos de sociedade, emprego decente e estado-nação estão sendo desafiados, e muitos se sentem inseguros ". Para o WEF, respostas às vertiginosas mudanças pelas quais o mundo vem passando requerem deliberação sobre os principais desafios mundiais para 2017: o fortalecimento da colaboração global, a revitalização do crescimento econômico, a reforma do capitalismo e a preparação para a Quarta Revolução Industrial, liderada pela robótica. O programa contou com mais de 400 reuniões, com a participação de importantes líderes mundiais, empresariais e governamentais – cerca de 70 países estiveram representados. Alguns dos principais anúncios no evento foram: a criação de um fundo bancado pelo governo da Noruega, que tenciona levantar US$ 400 milhões para ações contra a perda de cobertura florestal; mobilização públicoprivada para o desenvolvimento de uma cadeia de valor inclusiva e sustentável para baterias de lítio, cuja produção é ligada a trabalho infantil e riscos à saúde; a decisão de se buscar formas de habilitar pagamentos digitais em países em crise; e a adoção de um programa da "GoodWeave International" para acabar com o trabalho forçado em cadeias globais de valor. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "World Economic Oulook": atualização (FMI) Ao atualizar as projeções para a economia internacional na semana passada, o FMI manteve a projeção de crescimento global do relatório de outubro de 2016, "dada a incerteza que ronda as políticas a serem adotadas pelo novo governo norte-americano e suas consequências internacionais". Apesar de identificarem poucos riscos para a economia global, esta, no curto prazo, poderia ver-se afetada por políticas isolacionistas e protecionistas, com deterioração das condições financeiras internacionais que poderiam interagir com as fragilidades do balanço de pagamentos de países da zona do euro e em algumas economias emergentes, com efeito de desaceleração na China. Na América Latina, a expectativa de recuperação das economias brasileira e argentina, no curto prazo, é menor. O FMI estima que o México poderá sofrer maiores dificuldades a partir da posse do Presidente Donald Trump, e que a deterioração da economia venezuelana deve prosseguir. Os Estados Unidos são uma das economias com maior potencial de crescimento, segundo o relatório do Fundo, com boas perspectivas também para Alemanha, Japão, Reino Unido e China, mesmo com risco de instabilidades por saída de capitais. <https://blog-imfdirect.imf.org/2017/01/16/a-shifting-global-economic-landscape-update-to-the-worldeconomic-outlook/> "World Economic Situation and Prospects 2017" (ONU) De acordo com relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a economia mundial expandiu-se 2,2% em 2016, a menor taxa de crescimento desde a recessão de 2009. Minam o ritmo de crescimento o baixo nível do investimento global, a queda nas trocas comerciais internacionais, fracos níveis de produtividade e a elevada dívida. O relatório prevê crescimento do produto bruto mundial de 2,7% em 2017, e de 2,9% em 2018. Essa modesta recuperação reflete tendência de estabilização da economia internacional, antes que revitalização da demanda global. Para a ONU, o longo período de fraco crescimento global pode se autoperpetuar, caso não sejam adotadas medidas políticas concertadas para estimular o investimento e a recuperação da produtividade. O fraco crescimento compromete o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular os que se relacionam com a erradicação da pobreza e a criação de emprego decente. < http://www.un.org/en/development/desa/policy/wesp/>