Dados: Fechamento em 11/11/2016. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 04/11/2016. EFEITOS DA ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS SOBRE A ECONOMIA INTERNACIONAL Após a divulgação do resultado da eleição presidencial norte-americana, com a vitória do candidato republicano Donald Trump, os mercados reagiram de forma instável, refletindo, em boa medida, incertezas sobre os rumos da economia dos Estados Unidos no próximo Governo. No dia 9 de novembro, dia da eleição, os mercados de ações abriram em alta, com a expectativa de eleição da candidata democrata Hillary Clinton, que liderava as pesquisas de intenção de voto. Com a reversão das expectativas, as bolsas fecharam no vermelho. O índice Nikkei da bolsa de Tóquio fechou em -5,36%; o Dax, de Frankfurt, em -4%; e em Paris, a queda foi de 2,7%. No mesmo rastro, o peso mexicano sofreu a maior desvalorização desde a crise do México de 1994, caindo 13%. Os preços dos bônus governamentais dos Estados Unidos seguiram em tendência de queda, com o rendimento dos bônus do Tesouro menores do que os dos bônus privados. Os bônus dos países emergentes, em por outro lado, sofreram significativa desvalorização, uma vez que os mercados estariam precificando suas expectativas de implementação de política monetária expansiva nos EUA, com aumento do déficit fiscal. As medidas de política econômica indicadas por Trump, como redução de impostos e aumento de investimentos em infraestrutura e defesa, indicariam ao mercado a tendência de aumento da demanda agregada e da inflação. É possível que, caso esse cenário se confirme, o Fed, que sinaliza intenção de aumentar a taxa de juros da economia norte-americana em sua próxima reunião, tenda a realizar novos aumentos em 2017 para conter a inflação, com possível efeito recessivo. As especulações sobre turbulências na economia norte-americana reverberam em incertezas ao redor do mundo. Ao longo da semana, as bolsas voltaram a se estabilizar, o dólar voltou a estabilizar-se e o pico de compra de ouro regrediu para patamares regulares. Mas os investidores seguem preocupados com a possibilidade de adoção de medidas protecionistas e de desistência de acordos de comércio internacional. A expectativa é de volatilidade no mercado, à medida que avança o processo de transição e sejam confirmados os nomes-chave do Governo Trump. SITUAÇÃO GLOBAL Índia retira de circulação notas de maior valor Foram banidas de circulação as notas de 500 (USD 7.50) e mil rupias (USD 15), as de maior denominação em circulação. Objetivo é coibir lavagem de dinheiro e corrupção e promover bancarização da economia. As notas declaradas ilegais representam 80% do papel moeda circulante em valor. Em um primeiro momento, em função da necessidade de abastecer o meio circulante com novas notas, haverá limites para a retirada de dinheiro depositado em instituições bancárias. Espera-se que o setor imobiliário seja particularmente afetado, bem como o pequeno e médio comercio, a base eleitoral do Primeiro-Ministro Modi. Relatórios recentes apontam que o país é um dos mais dependentes das transações em dinheiro e que o sistema bancário é insuficiente nas áreas mais interioranas. A medida foi bem recebida pelos economistas locais e pela indústria, especialmente pelo potencial impacto positivo na arrecadação fiscal do governo via bancarização dos pagamentos. Parlamento nigeriano rejeita pedido de empréstimo Presidente nigeriano Muhammadu Buhari tinha solicitado aprovação do Parlamento para empréstimo de USD 30 bilhões a instituições financeiras internacionais. O pedido deverá ser reapresentado com detalhes dos projetos contemplados. De acordo com a presidência nigeriana, os recursos viriam de cinco instituições financeiras (Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento - BAD, Agência de Cooperação Internacional do Japão - JICA, o Banco Islâmico de Desenvolvimento e o EximBank China) e teriam como objetivo investimentos em áreas como infraestrutura, saúde, educação, recursos hídricos e programas sociais. O principal partido oposicionista classificou o empréstimo como desnecessário e acusou o governo de falta de transparência. A Nigéria enfrenta severa recessão econômica, em razão da queda do preço do petróleo. Estudos indicam que o país poderá aproximar-se de uma situação de "debt trap", em momento de contração do PIB em 2% no segundo trimestre do ano. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Revelando as Barreiras ao Comércio entre ALC e China (BID) Tarifa de Importação na China e cunha de IVA Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oferece análise detalhada das barreiras comerciais e seus impactos sobre o comércio bilateral entre China e os países da América Latina e Caribe. Os resultados sugerem que ambos os lados têm muito a ganhar com uma política comercial que busque a redução de barreiras. O impacto mediano da convergência das tarifas de importação da China para os níveis da OCDE seria de 53% para as exportações agrícolas da ALC e de 46,5% para as suas exportações de manufaturados. Da mesma forma, uma convergência semelhante em tarifas de importação da ALC para os níveis da OCDE teria um impacto mediano de 16% paras exportações de manufaturados da China para a região. <https://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/7852/Revelando-as-barreiras-do-comercio-entreChina-e-America-Latina-Caribe.pdf?sequence=16> Política fiscal, desigualdade e pobreza no mundo em desenvolvimento (CGDEV) O Centro Global de Desenvolvimento (CGDEV) examina o impacto redistributivo das políticas fiscais em 25 países (África do Sul, Argentina, Armênia, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Etiópia, Gana, Geórgia, Guatemala, Honduras, Indonésia, Jordânia, México, Peru, República Dominicana, Rússia, Sri Lanka, Tanzânia, Tunísia e Uruguai), com foco na redução da desigualdade e da pobreza. A despeito de seu objetivo inicial redistributivo e de redução da desigualdade, políticas fiscais podem vir a agravar a pobreza, como indica o estudo em quatro casos, usando a linha de pobreza de USD 1,25 ao dia; 8 casos, usando USD 2,50 por dia; e até em 15 casos, tomando como base a linha de pobreza de USD 4,00 ao dia. http://www.cgdev.org/sites/default/files/fiscal-policy-inequality-poor-developing-world_0.pdf