BENEFIT e CHAGASICS TRIAL Estudos Clínicos em Chagas Patricia Rueda Doença de Chagas • • • • • • Terceira doença parasitária mais comum do mundo (Malária e Esquistossomose) Cardiopatia chagásica é a forma mais comum de cardiopatia não isquêmica Infectados: 7 milhões / 36.800 novos casos ao ano Cardiopatia: 25% dos infectados pelo T. cruzi Duas fases: Aguda e Crônica (2 a 3 décadas após a infecção) Benzonidazol: • Chagas Agudo • Negativação de Sorologias • Chagas Crônico? Fisiopatologia da Doença de Chagas Infecção crônica - T. cruzi Resposta imunológica Lesão nervosa Desarranjo microvascular Desarranjo autonômico Isquemia miocárdica Fibrose miocárdica Insuficiência cardíaca N Engl J Med.2007;355:799-808 Remodelamento Cardíaco 20-30% Morte súbita 60% / 2,4%/ano Arritmias cardíacas Circulation.2007;115:1109-1123 Preditores de mortalidade na Doença de Chagas N Engl J Med.2007;355:799-808 Preditores de mortalidade na Doença de Chagas Circulation.2007;115:1101-1108 BENEFIT Trial - METODOLOGIA • • • • • • Estudo clínico, randomizado, duplo cego, placebo controlado Benzonidazol X Placebo 18 a 75 anos / 2 sorologias positivas para Chagas / Cardiopatia Benzonidazol 5 mg/Kg por 60 dias >>> Fev 2009 300 mg/dia, 40 a 80 dias Análises: 11d / 21d / Fim do tratamento / 6m / Anualmente Desfechos: • Primário: Tempo para 1o. Evento (Morte, PCR, MP, CDI, TVS, TX, IC nova, AVC/AIT, TEV) • Secundário: Negativação PCR (todo o grupo e por regiões) BENEFIT Trial - RESULTADOS 78 2004 a 2011 2854 pcts / 49 centros 1431 – Benzonidazol X 1423 – Placebo 502 1358 357 559 Follow-up: 100% 1a / 99% 2a / 99.5% 7a Perda de seguimento: 14 pactes (0.5%) 2854 pcts 1896 coletaram sangue PCR + 59.5% BZN PCR Neg 61,7% PLC Taxa Conversão Permaneceram Neg 33,5% PLC Fim do Tratamento OR 2,75 [2,24 – 3,36] 70,3% BZN 59,4% PLC 55,4% BZN 35,3% PLC 2 anos OR 2,26 [1,85 – 2,77] 64% BZN 54,1% PLC 46,7% BZN 33,1% PLC 5 anos OR 1,78 [1,45 – 2,18] 63% BZN 52,4% PLC 66,2% BZN TAXA DE CONVERSÃO: Brasil > Bolívia e Argentina > Colômbia e El Salvador Diferentes Genótipos do T cruzi ??? DESFECHO PRIMÁRIO CONVERSÃO PCR DESFECHO PRIMÁRIO CONVERSÃO PCR BENEFIT Trial - CRÍTICAS • Mudança no desenho do estudo para encurtar tempo e aumentar número de eventos • Desfecho inicial era apenas clínico • Excluía paciente com eventos cardíacos prévios inicialmente • Idade máxima foi aumentada de 65 para 75 anos • Mistura provável de diferentes genótipos do T. cruzi • Quantificação do PCR não tem implicação clínica relevante / PCR tem comportamento “em ondas” / Não é critério de cura sorológica • Pacientes muito graves I aVR V1 V4 II aVL V2 V5 III aVF V3 V6 Rhythm strip: 11 25 mm/sec Curva de sobrevida em chagásicos com TVS Rassi, J Cardiovasc Electrophysiol, 2007. 18, 1241-1243 p < 0,001 Meta-análise CDI X Amiodarona p = 0,011 Eur Heart J. 2000;21: 2071-2078 Morte por todas as causas FEVE > 40% Morte súbita FEVE < 40% Preditor de Mortalidade FEVE < 40% HR, 6.63 [2.12–20.71] P = 0.001 Sobrevida livre de terapia VP > 50% Mortalidade 43% X 13% P = 0,06 Terapias do CDI 72% receberam choques apropriados 11% receberam choques inapropriados RR médio 370 ms (230 a 530 ms) 162 bpm (113 a 261 ms). E a prevenção primária??? http://www.cardios.com.br/noticias_detalhes.asp? idNoticia=161&IdSecao=9&IdTipoNoticia=7 E a prevenção primária??? http://www.cardios.com.br/noticias_detalhes.asp? idNoticia=161&IdSecao=9&IdTipoNoticia=7 Alguns questionamentos... As arritmias do Chagásico se assemelha às outras cardiopatias??? TVS é igual a MS nos Chagásicos??? TVS é igual a sintoma nos Chagásicos??? TVS sustentada auto limitada é mais ou menos deletéria que choques do CDI??? O CDI reduz MS nos Chagásicos??? O CDI reduz a mortalidade total??? As complicações relacionadas ao implante a ao desempenho do CDI em um paciente com acometimento ventricular direito são aceitáveis??? CDI é o único recurso para tratamento de arritmias no Chagásico??? Estudo Clínico, Randomizado, Não Cego Multicêntrico – Brasil – Hospitais da Rede SUS Suporte: FAPESP, St Jude, Ministério da Saúde Gestão: IP Albert Einsten Am Heart J. 2013 Dec;166(6):976-982.e4 Objetivos PRIMÁRIO: Avaliar o papel do CDI na prevenção primária da MSC em pacientes com CCC SECUNDÁRIOS: 1. Validar escore de estratificação de risco de mortalidade 2. Identificar variáveis clínicas e funcionais de pior prognóstico 3.Registrar a piora da IC e evolução da classe funcional (NYHA) e indicação de RC 4. Registrar o desenvolvimento de bradiarritmias requerendo a indicação de MP Critérios de Inclusão Sorologia + por 2 métodos diferentes TVNS em qualquer método diagnóstico Critérios de Exclusão 1. Indicação ou portador de marcapasso; 2. Fibrilação atrial persistente ou permanente; 3. Alcoolismo; 4. Expectativa de vida menor que um ano; 5. Outra doença cardiovascular concomitante; 6. Insuficiência renal ou hepática; 7. Doença pulmonar obstrutiva crônica; 8. Gestante no momento da inclusão no estudo (gravidez não é proibida no período de seguimento); 9. Contra indicação para uso de amiodarona; 10. Estar em uso de amiodarona nos últimos seis meses, exceto se iniciado a não mais que duas semanas e cuja dose de ataque tenha sido <10g ou que a dose de manutenção tenha sido <200mg; 11. Impossibilidade para aderir ao programa de seguimento clínico. Critérios de Exclusão 1. Indicação ou portador de marcapasso; 2. Fibrilação atrial persistente ou permanente; 3. Alcoolismo; 4. Expectativa de vida menor que um ano; 5. Outra doença cardiovascular concomitante; 6. Insuficiência renal ou hepática; 7. Doença pulmonar obstrutiva crônica; 8. Gestante no momento da inclusão no estudo (gravidez não é proibida no período de seguimento); 9. Contra indicação para uso de amiodarona; 10. Estar em uso de amiodarona nos últimos seis meses, exceto se iniciado a não mais que duas semanas e cuja dose de ataque tenha sido <10g ou que a dose de manutenção tenha sido <200mg; 11. Impossibilidade para aderir ao programa de seguimento clínico. Obrigada!