Tributação Simples deve impulsionar corretoras de seguros As corretoras de seguros que aderiram ao Supersimples poderão ter um ano de 2015 diferenciado dos demais. Com o novo sistema de tributação elas poderão recolher menos impostos. O prazo de adesão terminou no dia 30 de janeiro. De acordo com um balanço divulgado no início deste mês de fevereiro pelo governo federal, cerca de 500 mil novas empresas solicitaram adesão ao Supersimples. No Paraná, 1.489 empresas do ramo aderiram à nova forma de tributação. No final do ano passado, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que permitiu que aproximadamente 140 novas atividades econômicas fossem contempladas com a nova tributação. A das corretoras de seguros foi uma delas, depois que representantes da classe se empenharam para obter essa conquista, dentre eles o SINCOR-PR. Os dados do governo federal apontam que no país existem atualmente cerca de 10 milhões de empresas no Supersimples. Cerca de 80% delas são micro e pequenas empresas e empregam a maioria dos brasileiros. A nova tributação permite que oito tributos sejam recolhidos numa única guia: ICMS, ISS, IR, IPI, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Cofins, PIS/Pasep e Contribuição Patronal e Previdenciária. Segundo especialistas, os participantes do Supersimples podem ter economia de até 40%. São 20 faixas de tributação – a inicial é de 6% - e só puderam aderir ao sistema as empresas que arrecadavam no máximo R$ 3,6 milhões/ano e estavam em dias com os impostos. CONSULTORIA - Na avaliação do consultor Paulo Doro, que no ano passado ministrou palestras de esclarecimento aos Corretores de Seguros do Paraná sobre o Supersimples, a inclusão de novas empresas no novo siste- ma de tributação é muito boa para a economia do país, como um todo. E destaca que, para os Corretores de Seguros, a adesão pode ser muito significativa também. Para Doro, os proprietários das corretoras poderão se estruturar melhor financeiramente, em relação a impostos e contribuições. “Isso pode permitir a geração de novos empregos, o que, consequentemente, fará surgir novos negócios”. O consultor ressalta ainda o fato que o Supersimples desburocratizou o sistema de tributação, já que oito impostos podem ser recolhidos com uma única guia, denominada de DAS (Documento de Arrecadação do Simples). lhões/ano. “Depois desse montante o ideal e refazer as contas e verificar se continua valendo a pena”, salienta. TETO - De acordo com o professor Bruno Caetano, doutorando em Ciência Política pela USP, o Brasil é um dos poucos países do mundo em que o empresariado tem medo de crescer. “Eles vivem fazendo conta para não estourar o teto de receita exigido para pertencer ao Simples Nacional. Uma contradição que puxa para baixo a economia e estimula práticas desonestas, como a sonegação”. Para ele a solução do Supersimples é boa, mas é preciso que as faixas sejam atualizadas anualmente. “Nada mais justo e desejá- Presidente Dilma na solenidade de assinatura de inclusão dos Corretores de Seguros no Supersimples, em 2014. Doro acredita que outro ponto positivo é o fato de que o Supersimples permitirá que muitas empresas saiam da informalidade. No entanto, explica que o proprietário da corretora deve ficar atento e verificar, de um ano para o outro, se é interessante continuar no sistema. Isso porque a alíquota começa com a tributação de 6% sobre o total arrecadado e tem faixas progressivas. Quanto mais arrecadar, mais impostos irá pagar e isso provocará uma possível mudança de faixa ao longo dos meses. Segundo ele, por experiência, será vantajoso permanecer no Supersimples para a corretora de seguros que arrecadar até R$ 2 mi- vel”, afirma. O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, ressalta que muitos profissionais foram beneficiados com a medida, mas para que isso continue vantajoso é preciso atenção por parte do governo “O novo modelo é um ganha-ganha para toda a população, por isso é importante manter as faixas atualizadas”. Ele conta que um empresário, dono de uma confecção, chegou a pagar 98% a mais de imposto, pois sua receita havia ultrapassado o então teto de R$ 2,4 milhões/ano. “Quando ela passou para R$ 3,6 milhões ele se adequou e voltou a investir. É isso que precisamos”. SINCOR-PR consulta prefeitura de Curitiba sobre retenção do ISS O SINCOR-PR encaminhou uma nova consulta formal à prefeitura de Curitiba, a respeito da obrigatoriedade de retenção do ISS. Esta consulta se deve ao fato de que estão ocorrendo divergências entre as companhias seguradoras quanto ao procedimen- to, uma vez que a legislação de Curitiba e de outros municípios prevê a obrigatoriedade da retenção e recolhimento pelas companhias. De acordo com informações prestadas por Corretores, os procedimentos adotados quanto a isso são diferenciados e isso po- 9 derá vir a ocasionar problemas. Assim que a municipalidade responder à consulta formalizada o SINCOR-PR irá divulgá-la com o intuito de esclarecimento e também encaminhá-la a todas as companhias seguradoras a fim de que os procedimentos sejam uniformizados.