Artigo Original Adenoma Pleomórfico: Perfil clínico-patológico de 138 casos em hospital terciário no Brasil Pleomorphic adenoma: Clinicopathological profile of 138 cases in a tertiary hospital in Brazil Resumo Introdução: Adenoma pleomórfico é o tumor benigno mais comum de glândulas salivares e representam de 3 a 10% dos tumores de cabeça e pescoço. O padrão de distribuição pode variar de acordo com localização geográfica o que torna difícil avaliar a frequência no país. Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar a distribuição de adenoma pleomórfico em um hospital terciário. Materiais e Métodos: Revisão dos prontuários dos pacientes submetidos à procedimento cirúrgico por neoplasia de glândulas salivares e selecionados os com diagnóstico por anatomia patológica de Adenoma Pleomórfico, entre 01 de janeiro de 1995 e 31 de Dezembro de 2012. Resultados: 138 casos, com proporção de 2,3 Mulheres:1,0 Homem. Média de idade de 50,43 anos (11-89). Glândula salivar mais acometida foi a Parótida, em 80,43%,em seguida Submandibular em 13,04%, Salivares menores em 7,25% e Sublingual em 1,45%. Recidiva em 8 casos. Realizadas 88 parotidectomias superficiais,22 parotidectomias totais,18 Submandibulectomias,10 exéreses de glândulas salivares menores,2 exéreses de glândula sublingual,1 exérese de lesão de glândula parótida. Tamanho médio dos tumores foi 2,05cm. Complicações em 22,46%, sendo7,9% permanentes. Destes, 74% em tumores maiores ou igual a 3 cm. Discussão: Adenoma Pleomórfico é mais prevalente em mulheres, encontramos proporção semelhante aos estudos brasileiros, inclusive média de idade. Parotidectomia superficial realizada em 79% dos casos, e recorrência tumoral em 5,8%.Outros estudos não demonstraram recorrência tumoral Complicações em 22,46%, similar a outros estudos. Encontramos associação entre complicações e tamanho tumoral:74,2% em tumores maiores ou igual a 3 cm. Conclusão: O Adenoma Pleomórfico foi mais frequentemente localizado na glândula parótida. É mais comum em mulheres entre a 4ª e 5ª década de vida A maioria dos pacientes com complicações pós operatórias apresentou tumores maior ou igual a 3 cm de diâmetro. A paralisia facial periférica e Síndrome de Frey são as complicações pós operatórias mais frequentes na abordagem cirúrgica da glândula parótida Descritores: Adenoma Pleomorfo; Glândulas Salivares; Doenças das Glândulas Salivares; Neoplasias Parotídeas; Neoplasias das Glândulas Salivares. Francyelle Tereza Moraes Gonçalves 1 Carlos Neutzling Lehn 2 Climério Pereira do Nascimento Junior 3 Majoy Gonçalves Couto da Cunha 4 Renato Fortes Bittar 5 Homero Penha Ferraro 6 Carolina Cavalcante Dantas 4 Majorie Cristine Agnoletto 4 Erika Cabernite 1 Abstract Introduction: Pleomorphic adenoma is the most common benign tumor of salivary gland and represents 3 to 10% of tumors of the head and neck tumors. The distribution pattern may vary according to geographical location which makes it difficult to evaluate the frequency in the country. Objective: to evaluate the distribution of pleomorphic adenoma in a tertiary hospital in Brazil. Materials and Methods: Retrospective chart review of patients undergoing surgical procedure for tumors of the salivary glands and selected with the diagnostic pathology pleomorphic adenoma, between January 1, 1995 and December 31, 2012. Results: 138 cases, with an aspect ratio of 2,3 female: 1.0 Male. Mean age was 50.43 years (11-89). Salivary gland Parotid was the most affected in 80.43% then Submandibular, 13.04% , then the minor salivary glands, 7.25% and Sublingual, 1.45%. Recurrence was found in 8 cases. Held 88 superficial parotidectomy, 22 total parotidectomy, 18 Submandibulectomy, 10 excisions of minor salivary glands, two excisions of sublingual gland, 1 excision of parotid gland lesions. Average size of the tumors was 2,05cm. Complications 22.46%, 7,9% permanent. Of these, 74% in tumors larger or equal to 3 cm. Discussion: Pleomorphic adenoma is more prevalent in women, found similar proportion to Brazilian studies, including average age. Superficial parotidectomy was performed in 79% of cases, and tumor recurrence in 5.8% .Other studies showed no tumor recurrence complications in 22.46%, similar to other studies. We find association between complications and tumor size: 74.2% in tumors greater than or equal to 3 cm. Conclusion: The pleomorphic adenoma was most often located in the parotid gland. It is more common in women between 4th and 5th decade of life Most patients with postoperative complications had tumors greater than or equal to 3 cm in diameter. Peripheral facial paralysis and Frey syndrome are the most common postoperative complications in the surgical approach to parotid gland Key words: Adenoma, Pleomorphic; Salivary Gland Diseases; Salivary Glands; Salivary Gland Neoplasms; Parotid Neoplasms. 1)Médica. Médica Especializanda do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. 2)Doutor. Médico Chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. 3)Doutor. Médico Assistente do Serviço de Cabeça e Pescoço do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. 4)Médica. Médica Residente do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. 5) Médico Otorrinolaringologista. Instituição: Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira. São Paulo / SP – Brasil. Correspondência: Francyelle Tereza Moraes Gonçalves - Rua Sena Madureira, 1265 - Apto 51 - Vila Clementino - São Paulo / SP – Brasil - CEP: 04021-051 - E-mail: [email protected] Artigo recebido em 24/02/2016; aceito para publicação em 13/05/2016; publicado online em 30/06/2016. Conflito de interesse: não há. Fonte de fomento: não há. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.45, nº 1, p. 7-10, Janeiro / Fevereiro / Março 2016 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 7 Adenoma Pleomórfico: Perfil clínico-patológico de 138 casos em hospital terciário no Brasil. Gonçalves et al. Introdução Resultados Neoplasias de origem glândula salivar são raras, representando menos de 1% de todos os tumores e 3 a 5% de neoplasias da cabeça e pescoço1,2. O adenoma pleomórfico é o tumor benigno mais comum das glândulas salivares, e geralmente é assintomático. Mais comumente encontrado na glândula parótida, correspondendo à aproximadamente 70-80% dos tumores benignos da mesma,1,3. Após a glândula parótida, a submandibular e glândulas salivares menores do palato são as afetadas de forma mais significativa. As características clínico-patológicas destes tumores, incluindo idade do paciente, sexo, localização do tumor e distribuição, variam de acordo com raça e localização geográfica. O padrão de distribuição de tumores salivares observados em um país pode não ser evidente em outros países4,5. A maioria das séries relatadas na literatura incluem tanto tumores malignos e benignos de glândulas salivares, o que torna difícil avaliar a sua real frequência e distribuição local1,2,3,4,5 O objetivo do presente estudo é descrever os aspectos epidemiológicos e clinico cirúrgicos nos pacientes portadores de adenoma pleomórfico em um hospital terciário. O trabalho resultou na análise de 138 casos tratados e diagnosticados com adenoma pleomórfico de glândula salivar, com distribuição de 41 pacientes (29,71%) do sexo masculino e 97 pacientes (70,29%) do sexo feminino. A média de idade foi de 50,43 anos, sendo que a idade mínima foi 11 anos e a máxima 89 anos. O tempo de evolução da doença variou de 2 meses a mais do que 120 meses. Quanto à localização, a glândula salivar mais acometida foi a Parótida, com 111 casos (80,43%), seguida da glândula Submandibular com 18 casos (13,04%), Glândulas salivares menores, com 10 casos (7,25%) e por último a glândula Sublingual com apenas 2 casos, (1,45%). Três pacientes apresentaram multicentricidade, com acometimento de glândula parótida e submandibular . Observou-se recidiva em 8 casos, sendo que 7 eram de glândula parótida e 1 de glândula salivar menor. Quanto ao tipo de procedimento cirúrgico, foram realizadas 88 parotidectomias superficiais, 22 parotidectomias totais, 18 Submandibulectomias, 10 exéreses de glândulas salivares menores, 2 exéreses de glândula sublingual,1 exérese de lesão de glândula parótida (enucleação). O tamanho médio do maior diâmetro dos tumores foi de 2,05 cm, mínimo de 0,5 cm e máximo de 6,2 cm. (desvio padrão: 1,05). Prevalência de complicações pós operatórias foi de 22,46% (31 casos). Destes, 30 casos eram pacientes com doença da glândula parótida e 1 caso de paciente com doença da glândula submandibular. Um paciente submetido à submandibulectomia apresentou paresia do nervo hipoglosso, com remissão espontânea após 4 meses de seguimento pós operatório. E um paciente apresentou paralisia facial periférica com remissão após 6 meses juntamente com Síndrome de Frey. Onze pacientes apresentaram complicações pós operatórias permanentes (7,9%), todas em glândula parótida: seis pacientes apresentaram paralisia facial periférica e 5 pacientes apresentaram Síndrome de Frey. Dos 6 pacientes com paralisia facial periférica definitiva, dois foram submetidos à Parotidectomia Superficial, sendo que em 1 paciente o procedimento era devido à recidiva tumoral. Os outros 4 pacientes foram submetidos à Parotidectomia Total, sendo 1 paciente com recidiva tumoral e outro com tamanho de tumor maior da amostra (6,2 cm). Dos 19 casos de pacientes com paralisia facial periférica temporária, o período para recuperação total variou de 2 a 12 meses, com média de 5,1 meses. Destes, somente 6 pacientes (31,5%) foram submetidos à parotidectomia total, e 1 estava relacionado com recidiva do adenoma pleomórfico. Notamos ainda que 74,2% dos pacientes (n=23) que apresentaram complicações tinham tumores maior ou igual a 3 cm em seu maior diâmetro Casuística e Métodos Estudo Retrospectivo Observacional Revisão dos prontuários de pacientes submetidos à procedimento cirúrgico para tratamento de neoplasia de glândulas salivares, e selecionados os que apresentaram diagnóstico de Adenoma Pleomórfico por anatomia patológica do próprio serviço, no período de 01 de janeiro de 1995 e 31 de Dezembro de 2012. Os dados foram obtidos a partir de registros médicos por um único pesquisador, que reuniu informações registradas de cada paciente como idade, sexo, localização da lesão, o diagnóstico histopatológico, tamanho do tumor em centímetros, duração da doença em anos (obtido a partir da história clínica do paciente), cirurgia realizada, recidiva, complicações pós operatórias temporárias (onde se observou regressão total no seguimento pósoperatório ), e permanentes. Entre as complicações permanentes, destacamos a paralisia facial periférica e sudorese gustativa (síndrome de Frey). A análise histopatológica dos casos foi realizada por um único patologista experiente do serviço. Todos os casos utilizados neste estudo foram diagnosticados e tratados no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. 8 –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.45, nº 1, p. 7-10, Janeiro / Fevereiro / Março 2016 Adenoma Pleomórfico: Perfil clínico-patológico de 138 casos em hospital terciário no Brasil. Observamos recorrência em 5,8% dos casos, sem relação com o tipo de procedimento cirúrgico realizado. Discussão O adenoma pleomórfico é mais comum no sexo feminino, sendo relatado em alguns estudos uma discreta proporção de 1,4 mulheres: 1 homem, como o estudo de Robertson6, similar ao de Ansari1 (1,2:1). Outro estudioso Iraniano, Bailey7, encontrou proporção mais evidente, de 1,9:1. Nota-se ainda uma maior diferença entre sexos nos estudos brasileiros como o de Lima8 e o de Vargas9 (2:1). No presente estudo encontramos uma proporção de 2,36 mulheres:1 homem, número mais próximo aos estudos nacionais citados. De acordo com Eveson10, o adenoma pleomórfico pode ocorrer em todas as idades, e a maior incidência é entre a quarta e sexta décadas de vida . Encontramos idade média de 50,43 anos, (mínima 11 anos e máxima 89 anos). Este dado é superior aos demais estudos brasileiros de Lima8, Vargas9 e o de Fonseca11, onde a média variou entre 30 e 42 anos. Altinay12 e Wang13 encontraram médias de idade de 45 e 46,5 respectivamente. Como o hospital em que foi feito este estudo, a população tem uma idade maior do que a da população geral, podemos explicar a média das idades ser maior do que a dos outros estudos relatados. Quanto à localização, Fonseca11 observou acometimento da glândula parótida quase que semelhante às glândulas salivares menores (48,7% e 43,6% respectivamente). O que difere de outros estudos brasileiros, como de Vargas9 que evidenciou 69 % em parótida e 2% em glândulas salivares menores, dados semelhantes com outros na literatura como Ansari1 e Lima8 e o presente estudo, que encontrou 80,43% em parótida, 13,04% em glândula Submandibular e 7,25% em glândulas salivares menores. Quanto ao tamanho do tumor, encontramos tamanho médio de 2,05 cm, um pouco menor do que o que foi encontrado por Robertson6, 2,6 cm; E Altinay12, 2,5 cm A glândula parótida é dividida em lobos superficial e profundo em virtude do nervo facial que passa através do seu parênquima. Aproximadamente 90% dos tumores da parótida ocorrem no lobo superficial. O tratamento de primeira linha para este tumor é excisão cirúrgica, parotidectomia parcial ou total combinado com preservação do nervo facial. A simples enucleação do tumor descrita por Senn14 em 1895 não é mais considerada uma terapia adequada, uma vez que está associado com uma taxa de recorrência de até 45%. Em 1940, Janes15 publicou seu primeiro artigo sobre parotidectomia com dissecção e preservação do tronco principal e ramos do nervo facial. Neste procedimento, o lobo superficial da glândula foi removido juntamente com o tumor. Várias alterações para esta técnica foram publicadas ao longo dos últimos 60 anos, a parotidectomia superficial ainda é ainda considerada o Gonçalves et al. tratamento padrão ouro para adenoma pleomórfico de glândula parótida. No Presente estudo, a abordagem cirúrgica conservadora foi a mais prevalente, realizamos parotidectomia superficial em 79% dos casos de parótida. Robertson6 realizou no seu grupo 59% de Parotidectomias Parciais e 30% Parotidectomias Superficiais. De acordo com Seifert16 e Takahashi17, estes tumores benignos são caracterizados por polimorfismo celular e compostos por células epiteliais e mioepiteliais, tecido conjuntivo incorporado em um estroma de origem mucosa, mixóide, condróide ou osteóide. Segundo Webb18, o adenoma pleomórfico apresenta macroscopicamente uma cápsula circundante. Becelli19 e Donatti20 observaram que este pode apresentar protuberâncias microscópicas para dentro do tecido glandular normal. Estas e outras características histopatológicas são os principais fatores para recorrência tumoral após tratamento cirúrgico inadequado. Encontramos recorrência em 5,8% dos casos, sem relação com o tipo de abordagem cirúrgica ou tamanho da lesão. Dada a relação do Nervo Facial à glândula parótida, a ressecção primária pode causar um traumatismo ao nervo facial resultando em deficiência transitória de curto prazo21. A recorrência de procedimentos cirúrgicos na mesma pode causar lesão mais acentuada ou permanente do nervo facial6. No entanto, algumas complicações podem ocorrer durante o procedimento cirúrgico. A principal complicação é paralisia do nervo facial que pode ser temporária ou permanente. Outra complicação relativamente frequente é a síndrome de Frey (sudorese gustativa local). Quanto às complicações, observamos 22,46% de prevalência, o que corresponde à 31 pacientes, com predomínio em operações da glândula parótida (96,7%). Destes em glândula parótida, 19 pacientes apresentaram paralisia facial periférica temporária com resolução espontânea em média de 5,1 meses; 6 pacientes apresentaram paralisia facial permanente; E 5 pacientes apresentaram Síndrome de Frey. Purriños22 e O´Brien23 observaram complicações 24,5% e 27% respectivamente de complicações temporárias e 1,7% e 2,5% permanentes. Porém, Purriños21 não diferenciou adenoma pleomórfico de tumor de Wartin. E ambos não incluíram como complicação a Síndrome de Frey. Dentre as complicações 74,2% ocorreram em tumores maiores ou iguais a 3 cm, o que pode nos levar a crer que o tamanho da lesão é um fator importante para determinar possíveis complicações pós operatórias. Conclusões O Adenoma Pleomórfico foi mais frequentemente localizado na glândula parótida. É mais comum em mulheres entre a 4ª e 5ª década de vida Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v.45, nº 1, p. 7-10, Janeiro / Fevereiro / Março 2016 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9 Adenoma Pleomórfico: Perfil clínico-patológico de 138 casos em hospital terciário no Brasil. A maioria dos pacientes com complicações pós operatórias apresentou tumores maior ou igual a 3 cm de diâmetro. A paralisia facial periférica e Síndrome de Frey são as complicações pós operatórias mais frequentes na abordagem cirúrgica da glândula parótida. Referências 1. Ansari MH. Salivary gland tumors in an Iranian population: a retrospective study of 130 cases. J Oral Maxillofac Surg 2007; 65:2187-94. 2. Jones AV, Craig GT, Speight PM, Franklin CD. The range and demographics of salivary gland tumours diagnosed in a UK population. Oral Oncol 2008; 44:407-17. 3. Subhashraj K. Salivary gland tumors: a single institution experience in India. Br J Oral Maxillofac Surg 2008; 46:635-8. 4. Tilakaratne WM, Jayasooriya PR, Tennakoon TM, et al. 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