42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 1 ADENOMA ORBITAL DE ORIGEM DA GLÂNDULA LACRIMAL EM UM CANINO – RELATO DE CASO LIANNA GHISI GOMES1, THAÍS RUIZ1, GABRIELA MORAIS MADRUGA1, PAULO ROBERTO SPILLER1, SAMARA ROSOLEM LIMA1, ALEXANDRE PINTO RIBEIRO2 1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias; Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEVZ); Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) 2 Departamento de Clínica Veterinária; FAMEVZ - UFMT RESUMO Este relato objetivou reportar um caso de adenoma orbital de origem da glândula lacrimal, em uma cadela, sem raça definida. Após exenteração, a massa tinha aspecto multilobular, friável. Na histologia, acínos distendidos, sem ductos, pouca mitose. Apesar da alta taxa de recorrência, a paciente até os 270 dias pós-operatório não apresentou recidiva. Palavras-chave: neoplasia, retrobulbar, canino. ORBITAL ADENOMA OF LACRIMAL GLAND ORIGIN IN A DOG – CASE REPORT ABSTRACT This report aimed to describe a case of orbital adenoma of the lacrimal gland origin in a female dog, mongrel. After exenteration, a multilobular and friable mass was noticed. Histologically, the acini was distended without ducts, little mitosis. Despite the high rate of recurrence, the patient follow-up to 270 days after surgery showed no recurrence. 0052 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 2 Key-words: tumor, retrobulbar, dog. INTRODUÇÃO Em cães, as neoplasias orbitais são incomuns, e geralmente primárias e malignas (Labelle e Labelle, 2013). Headrick et al. (2004) descreveram casos de adenoma orbital lobular, um tumor multilobulado originário das glândulas lacrimais ou salivares, porém com ausência de ductos. Apesar de benigna, o prognóstico para essa neoplasia é reservado pela alta taxa de recidiva, e a exenteração é indicada. Este relato objetivou descrever um caso de adenoma retrobulbar de suposta origem da glândula lacrimal em uma cadela sem raça definida. DESCRIÇÃO DO RELATO Uma cadela, 14 anos, sem raça definida, foi atendida sob queixa de exoftalmia progressiva do bulbo ocular esquerdo. Na avaliação oftálmica, constatou-se pressão intraocular normal, hiperemia conjuntival leve, esclerose nuclear, ausência de edema corneal. Na ultrassonografia, evidenciou-se massa ecogênica em região retrobulbar ventro-temporal, sem alterações intraoculares. Optou-se então, pela exenteração. Macroscopicamente, a massa apresentava 3x2x1,3 cm, friável, coloração amarelada, multilobulada. Microscopicamente, observou-se células neoplásicas com núcleo hipercorado, oval, concêntrico e cromatina puntiforme, nucléolo pequeno. Baixa taxa de mitose. Citoplasma basofílico, abundante, arredondado e com bordos poucos definidos. Pleomorfismo evidente. Notou-se também proliferação de células que se organizam formando ductos entremeados por abundante estroma conjuntivo. Observa-se ainda múltiplos acínos levemente 0053 42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR 3 distendidos e preenchidos com material eosinofílico. Sendo o diagnóstico de adenoma de suposta origem da glândula lacrimal. A paciente teve acompanhamento pós-operatório de 270 dias, sem sinais de recidiva. DISCUSSÃO Os achados clínicos e histopatológicos corroboram com a síndrome descrita por Headrick et al. (2004). Pela apresentação ventrotemporal da massa neste caso, colorações específicas e/ou imunihistoquímica permitiriam uma diferenciação entre glândula lacrimal e salivar (Hirayama et al., 2000), entretanto, a glândula zigomática não se apresentava aumentada. Em função do prognóstico reservado a ruim desse tipo neoplásico, a exenteração foi importante para minimizar recidivas, como reportado por Headrick et al. (2004). CONCLUSÃO Portanto, neoplasias de origem da glândula lacrimal devem ser incluídas no diagnóstico diferencial de massa orbitais. A ultrassonografia auxiliou na localização da lesão. E, a exenteração foi eficaz no tratamento e prevenção de recidivas, neste caso. REFERÊNCIAS Headrick, J.F.; Bentley, E.; Dubielzig, R.R. Canine lobular orbital adenoma: a report of 15 cases with distinctive features. Veterinary Ophthalmology, v.7, p.47–51, 2004. Hirayama K, Kagawa Y, Tsuzuki K et al. A pleomorphic adenoma of the lacrimal gland in a dog. Veterinary Pathology, v. 37, p. 353–356, 2000. Labelle, A.L. and Labelle, P. Canine ocular neoplasia: a review. Veterinary Ophthalmology, v.16, p. 3–14, 2013. 0054