Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica Fı́sica III – 2015/1 – Segunda Prova: 01/07/2015 Versão: A 3. Uma região possui campo elétrico e magnético uniformes. O campo elétrico aponta na direção e sentido de x̂ e o campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ. Uma partı́cula de carga positiva atravessa a região em movimento retilı́neo e uniforme. Em qual direção e sentido aponta a velocidade da partı́cula? Formulário ~m = q~ ~, F v×B I ~, dF~m = Idℓ~ × B I S ~ · dℓ~ = µ0 Ienc + µ0 ǫ0 dΦE , B dt C Seção 1. ~ ~ = µ0 Idℓ × R̂ , dB 4π R2 ~ · dA ~ = 0, B Eind = − dΦB , dt ΦB = LI , (b) (c) (d) (e) Lsol = µ0 N2 A, l d(tan θ) = sec2 θdθ uB = 1 B2 , 2 µ0 ẑ −ẑ (c) x̂ (d) ŷ (e) −ŷ Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 2. A figura abaixo mostra uma região atravessada perpendicularmente por várias correntes estacionárias com intensidades de mesmo módulo I. Por convenção, as correntes que saem da página são representadas por ⊙ e as que entram na página por ⊗. Estão representados, também, três diferentes caminhos fechados, orientados, para a a deterH ~ Assinale a opção abaixo ~ ℓ. minação da integral Γ := C B·d que melhor indica a relação entre tais integrais para os diferentes caminhos. 1. Durante o processo de carga de um capacitor de placas paralelas por uma corrente constante ic , como se comportam ~ e magnético, B, ~ entre as placas do os campos elétrico, E, capacitor? [estacionário = não depende do tempo] (a) 1 + tan2 θ = sec2 θ , (a) (b) 5. Considere dois cilindros ocos, de mesmo comprimento, o primeiro de PVC (isolante), CPVC , e o segundo de alumı́nio (condutor não magnético), CAl , ambos posicionados na vertical com relação ao solo. Desejamos soltar duas barras, uma imantada, Bi , e a outra não imantada, Bni , no interior desses cilindros, simultaneamente. O que acontece quando: (I) soltamos a barra Bi no tubo CPVC e a barra Bni no tubo CAl ; e (II) soltamos a barra Bni no tubo CPVC e a barra Bi no tubo CAl ? Suponha que o experimento é feito na superfı́cie da Terra e despreze a resistência do ar. ~ = ~ = E 6 0 e não estacionário; B 6 0 e estacionário ~ ~ E 6= 0 e estacionário; B = 0 ~ 6= 0 e estacionário; B ~ 6= 0 e estacionário E ~ ~ E = 0; B 6= 0 e estacionário ~ 6= 0 e não estacionário; B ~ 6= 0 e não estaE cionário ⊗ ⊙ C1 ⊙ (a) (b) (c) ⊗ ⊙ ⊙ (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (b) (I) A barra Bi chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (c) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. (d) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (e) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. 4. Um circuito é formado por duas semicircunferências de raios a e b, como é mostrado na figura abaixo. O vetor ~ produzido pelas correntes do fio no campo magnético B ponto P é dado por: ⊗ C2 ⊗ C3 Γ1 = −Γ2 = Γ3 . Γ1 = −Γ2 e Γ3 = 0. Γ1 = Γ2 = Γ3 . (d) Γ1 = Γ2 e Γ3 = 0. (e) Não podemos determinar Γ sem conhecermos as dimensões dos caminhos utilizados. (a) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ŷ) (b) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ẑ) ~ = µ0 I B 4π 1 1 − a b (ẑ) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ŷ) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (c) (d) (e) 1 (a) 6. Considere um solenóide ideal de auto-indutância L0 , comprimento l0 e com N0 espiras. Ao montar-se um novo solenóide com um fio maior, de modo que ele tenha o dobro de espiras e o dobro do comprimento, qual será a autoindutância desse novo solenóide? (−ẑ) 2 (a) 4L0 (b) 2L0 (c) L0 (d) L0 /2 (e) L0 /4 7. Considere as afirmativas abaixo: (i)A corrente induzida num circuito, devido à variação ~ ext , surge temporal do fluxo do campo magnético externo B sempre no sentido de gerar um campo magnético induzido ~ ext . oposto a B (ii) Um solenóide infinito, de raio a, paralelo ao eixo z, é percorrido por uma corrente constante variável I(t). Uma espira é colocada fora do solenóide, a uma distância d de seu eixo. Podemos afirmar que a corrente induzida na espira gira no sentido anti-horário. (iii) Duas espiras condutoras (do mesmo material) C1 e C2 , de raios respectivos a e 2a, são postas numa região de campo magnético uniforme, porém não constante, dado ~ por B(t). Considerando o fenômeno de indução, podemos afirmar que a corrente induzida em C2 é o dobro da induzida em C1 . Quais são as afirmativas verdadeiras? 9. Uma espira circular de área A é atravessada por um campo magnético uniforme que oscila periodicamente no tempo. Considere que a dependência temporal dos campos I (curva cheia) e II (curva pontilhada) ilustrados nas figuras abaixo. A f.e.m. máxima e o fluxo máximo de campo magnético se dão, respectivamente, nas situações B 2 I Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) Todas as respostas devem ter ampla justificativa! 1. [4 pontos] Considere um trilho condutor em forma de U , ao lado de um fio infinito que transporta uma corrente estacionária I, como indica a figura (onde indicamos ainda os vetores unitários das coordenadas cilı́ndricas ŝ, ϕ̂ e ẑ). Suponha que uma haste metálica de comprimento L é colocada entre os dois braços do trilho formando um circuito fechado, e que uma força externa faz a haste deslizar sobre o condutor com velocidade constante ~v . Despreze as forças de atrito e a resistência do trilho, e considere que a resistência da haste é igual a R. Despreze ainda qualquer efeito auto-indutivo e capacitivo. II 1 ^z t -4 -2 2 4 -1 s^ ^ -2 (a) (i) e (ii). (a) I e II. (b) (i) e (iii). (b) II e I. (c) (ii) e (iii). (c) I e I. (d) Nenhuma. (d) II e II. (e) Todas. (e) Para determinarmos a f.e.m. máxima e o fluxo máximo precisarı́amos conhecer a resistência oferecida pelas espiras. 10. Infinitos fios condutores retilı́neos, de comprimento infinito e seção transversal quadrada, são colocados lado a lado no plano xy, de forma compacta e paralelamente à direção ŷ. Cada fio conduz uma corrente I (no sentido −ŷ) e há n fios por unidade de comprimento transversal. Qual das seguintes afirmações é correta? (a) Qual a direção do campo magnético gerado pelo fio infinito, num ponto arbitrário? Argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo e/ou argumentos de simetria.[0,7 ponto] (b) Obtenha o módulo do campo magnético gerado pelo fio, num ponto arbitrário. Note que, dependendo do argumento ultilizado, argumentos de simetria se farão necessários. [0,8 ponto] (c) Calcule o fluxo magnético gerado pelo campo magnético do fio infinito no circuito (trilho + haste) [0,7 ponto] (d) Determine o módulo e o sentido da corrente induzida no circuito. Novamente, argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo. [1 ponto] (e) Calcule a força magnética sobre a haste quando ela está a uma distância s(t) do fio infinito. [0,8 ponto] 8. Seja uma superfı́cie esférica S dividida em duas semiesferas S1 e S2 por uma espira circular condutora ôhmica C. Sabendo-se a esfera está numa região onde há um campo ~ que a espira tem uma resistência finita e magnético B, desprezando qualquer efeito auto-indutivo ou capacitivo, podemos afirmar que (a) (b) (c) (d) (e) ~ através de S1 é nulo. o fluxo de B ~ através de S1 é proporcional à coro fluxo de B rente induzida na espira C. ~ em torno de C é proporcional à a circulação de B corrente através de S. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é proporcional à corrente induzida na espira C. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é nula. 3 (a) O campo magnético aponta na direção e sentido de ẑ para z > 0 e de −ẑ para z < 0 e seu módulo é Bz = µ02n I . (b) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ e seu módulo é Bx = µ02n I . (c) O campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ para z > 0 e de −ŷ para z < 0 e seu módulo é By = µ02n I . (d) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ para z > 0 e de −x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (e) O campo magnético aponta na direção e sentido 4 Gabarito para Versão A Seção 1. Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 1. Resolução: Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. (a) 6. (b) 2. (c) 7. (d) 3. (a) 8. (d) 4. (b) 9. (b) 5. (e) 10. (e) a) Seja o sistema de coordenadas cilı́ndrico usual, onde as coordenadas radial, angular, e de altura são denotadas respectivamente por s, ϕ, e z; e os vetores unitários correspondentes são denotados por ŝ, ϕ̂, e ẑ. Suponhamos ainda que o eixo Z desse sistema coincida com o fio infinito. Pode-se resolver esse item de duas maneiras: ~ = Bs ŝ + Bϕ ϕ̂ + • Solução por simetrias, lei de Ampère e lei de Gauss para o campo magnético: Temos, em princı́pio, B ~ tem alguma componente radial, podemos traçar uma superfı́cie gaussiana cilı́ndrica, Bz ẑ. Para determinarmos se B R ~ · dA ~ = 0. Por simetria de translação no eixo Z, vemos que o fluxo nas 2 tampas coaxial ao fio, e usar o fato de que S B se compensam, ou seja, o fluxo na superfı́cie lateral tem de se anular por si só. Mas, pela simetria cilı́ndrica, esse fluxo só é zero se o fluxo infinitesimal em todos os pontos da superfı́cie se anula, donde concluı́mos que Bs = 0. Tracemos agora uma curva amperiana retangular em um plano contendo o fio infinito, de modo R que dois dos lados do ~ ~ℓ = 0. Como não retângulo estejam paralelos a ele. Como não passa corrente no interior dessa amperiana, temos C B·d temos componente radial, a contribuição dos lados perpendiculares ao fio se anulam trivialmente, donde cocluı́mos que a contribuição dos lados paralelos se compensam. Mas, por simetria de translação em Z, o campo em cada um desses lados é uniforme, donde concluı́mos que a componente z do campo (a única que contribui para a circulação nesses lados) independe da distância ao fio. Finalmente, como infinitamente longe do fio o campo deve ir a zero, concluı́mos que Bz = 0 em todo o espaço. • Solução por lei de Biot-Savart: Da lei de Biot-Savart, sabemos que um elemento infinitesimal de fio produz um campo dado por ′ ~′ ~ ~ = µ0 Idℓ × (~r − ~r ) = µ0 Idℓ × R̂ , dB (1) 4π |~r − ~r′ |3 4π R2 ~ = ~r −~r′ , R = |R| ~ e, para simplificar a notação , tiramos a linha de dℓ. Escolhendo-se um sistema de coordendas onde R de tal modo que (i) a origem esteja no fio e (ii) que o ponto de observação esteja no plano z = 0, temos dℓ~ = dzẑ e ~ = sŝ − zẑ, e então R ~ = dzẑ × (sŝ − zẑ) = sdzẑ × ŝ = sdz ϕ̂. dℓ~ × R (2) ~ = Bϕ ϕ̂. Como esse argumento vale para qualquer elemento do fio, vemos que B b) Também pode-se resolver esse item de duas maneiras: • Solução por lei de Ampère: Do item anterior, sabemos que o campo magnético “circula” em torno do fio, ou seja, que ~ = B(s,ϕ,z)ϕ̂. Pela simetria cilı́ndrica apresentada pelo fio (simetria axial em torno do eixo do fio + simetria de B ~ = B(s)ϕ̂. Enunciemos translação ao longo desse eixo), concluı́mos que o campo independe de s e z, ou seja, que B agora a lei de Ampère I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc B (3) C ~ (que é o lado esquerdo de (3)) devemos escolher uma curva amperiana adequada. Para calcularmos a circulação de B Dada a simetria do problema, escolhemos como amperiana uma circunferência num plano perpendicular ao fio infinito e coaxial a ele, de raio s. Daı́ temos I I Z 2π Z 2π ~ · dℓ~ = B B(s)ϕ̂· dℓϕ̂ = B(s) sdϕ ϕ̂ · ϕ̂ = B(s) s dϕ = 2πsB(s), (4) | {z } C C 0 0 =1 ~ que, substituido em (3), nos permite determinar o módulo do vetor B = |B| 2πrB(r) = µ0 Ienc = µ0 I ⇒ B(s) = µ0 I 2πs • Solução por lei de Biot-Savart: Aproveitando o resultado do item anterior e lembrando que R = Z Z Z µ0 I ϕ̂ ∞ Idℓ~ × R̂ Isdz ϕ̂ µ0 ∞ dz ~ = µ0 = B = 4π R2 4π −∞ (s2 + z 2 )3/2 4πs2 −∞ (1 + z 2 /s2 )3/2 1 2 √ s2 + z 2 , temos (5) Fazendo agora a transformação de variáveis z/s = tan θ, temos F~m = Iind B(s) =s sec2 θdθ ~ = |B| µ0 I 4πs2 z }| { π/2 Z π/2 µ0 I s d(tan θ) µ0 I π/2 ⇒ dθ cos θ = sin θ = 2 3/2 4πs −π/2 4πs −π/2 (1 + tan θ) −π/2 | {z } | {z } Z =sec3 θ B(s) = µ0 I 2πs (6) ~m = F c) O fluxo magnético é obtido da expressão I ~ · n̂ dA B S dz (−ŝ) = Iind B(s)L (−ŝ) . µ0 IL 2π Substituindo B(s) e Iind na expressão acima, =2 ΦB = Z (7) onde S é o retângulo definido pelo trilho mais a haste, e n̂ = ϕ̂. Temos então ΦB = Z ~ · ϕ̂ dA = µ0 I B 2π S Z L dz | 0{z } Z s a ds µ0 IL h s i = ln s 2π a (8) =L d) O primeiro passo é a obtenção da f.e.m. induzida pela variação de fluxo de campo magnético E =− µ0 IL d h s i dΦ . =− ln dt 2π dt a (9) ~ a f.e.m. positiva é no sentido horário. Como a haste está a velocidade constante Notemos que, devido à nossa escolha de dA, ~v , temos: s(t) = a + vt, onde colocamos a origem do sistema de coordendas sobre o fio. Efetuando a derivada acima, temos µ0 IL v , 2π s(t) (10) |E| µ0 IL v = . R 2πR s(t) (11) E =− onde ds/dt = v, e então a corrente é dada por Iind = O sentido da corrente pode ser deduzido da lei de Lenz. Esta afirma que a corrente induzida sempre “conspira” contra a variação de fluxo do campo magnético externo (estamos desprezando efeitos de auto-indutância), ou seja, a corrente induzida gera campos de maneira a inibir a variação de fluxo através do circuito. Para que isso aconteça nesse caso, a corrente induzida deve estar no sentido anti-horário. e) A força magnética sobre a haste pode ser deduzida da seguinte expressão: ~m = I F Z C ~ dℓ~ × B O módulo do campo magnético sobre a haste é constante, além disso: ~ = dzB(s) (−ŝ) , dℓ~ × B temos então: 3 4 2 v (−ŝ) . Rs2 Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica Fı́sica III – 2015/1 – Segunda Prova: 01/07/2015 Versão: B Formulário ~m = q~ ~, F v×B I ~, dF~m = Idℓ~ × B S ~ · dA ~ = 0, B I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc + µ0 ǫ0 dΦE , B dt C Seção 1. Eind = − ~ = dB dΦB , dt µ0 Idℓ~ × R̂ , 4π R2 ΦB = LI , N2 A, l uB = 1 B2 , 2 µ0 2. Uma região possui campo elétrico e magnético uniformes. O campo elétrico aponta na direção e sentido de x̂ e o campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ. Uma partı́cula de carga positiva atravessa a região em movimento retilı́neo e uniforme. Em qual direção e sentido aponta a velocidade da partı́cula? (a) ẑ (b) −ẑ (c) ⊗ ⊙ C1 ⊙ (a) Lsol = µ0 d(tan θ) = sec2 θdθ Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. A figura abaixo mostra uma região atravessada perpendicularmente por várias correntes estacionárias com intensidades de mesmo módulo I. Por convenção, as correntes que saem da página são representadas por ⊙ e as que entram na página por ⊗. Estão representados, também, três diferentes caminhos fechados, orientados, para a a deterH ~ Assinale a opção abaixo ~ ℓ. minação da integral Γ := C B·d que melhor indica a relação entre tais integrais para os diferentes caminhos. (b) 1 + tan2 θ = sec2 θ , ⊗ ⊙ ⊙ ⊗ C2 ⊗ 3. Considere as afirmativas abaixo: (i)A corrente induzida num circuito, devido à variação ~ ext , surge temporal do fluxo do campo magnético externo B sempre no sentido de gerar um campo magnético induzido ~ ext . oposto a B (ii) Um solenóide infinito, de raio a, paralelo ao eixo z, é percorrido por uma corrente constante variável I(t). Uma espira é colocada fora do solenóide, a uma distância d de seu eixo. Podemos afirmar que a corrente induzida na espira gira no sentido anti-horário. (iii) Duas espiras condutoras (do mesmo material) C1 e C2 , de raios respectivos a e 2a, são postas numa região de campo magnético uniforme, porém não constante, dado ~ por B(t). Considerando o fenômeno de indução, podemos afirmar que a corrente induzida em C2 é o dobro da induzida em C1 . Quais são as afirmativas verdadeiras? (a) (i) e (ii). (b) (i) e (iii). (c) (ii) e (iii). (d) Nenhuma. (e) Todas. 5. Um circuito é formado por duas semicircunferências de raios a e b, como é mostrado na figura abaixo. O vetor ~ produzido pelas correntes do fio no campo magnético B ponto P é dado por: ŷ (e) −ŷ Γ1 = Γ2 e Γ3 = 0. (e) Não podemos determinar Γ sem conhecermos as dimensões dos caminhos utilizados. 4. Durante o processo de carga de um capacitor de placas paralelas por uma corrente constante ic , como se comportam ~ e magnético, B, ~ entre as placas do os campos elétrico, E, capacitor? [estacionário = não depende do tempo] (a) (b) (c) (d) (e) 1 (−ŷ) (b) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ẑ) ~ = µ0 I B 4π 1 1 − a b (ẑ) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ŷ) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ẑ) 6. Considere dois cilindros ocos, de mesmo comprimento, o primeiro de PVC (isolante), CPVC , e o segundo de alumı́nio (condutor não magnético), CAl , ambos posicionados na vertical com relação ao solo. Desejamos soltar duas barras, uma imantada, Bi , e a outra não imantada, Bni , no interior desses cilindros, simultaneamente. O que acontece quando: (I) soltamos a barra Bi no tubo CPVC e a barra Bni no tubo CAl ; e (II) soltamos a barra Bni no tubo CPVC e a barra Bi no tubo CAl ? Suponha que o experimento é feito na superfı́cie da Terra e despreze a resistência do ar. Γ1 = −Γ2 e Γ3 = 0. Γ1 = Γ2 = Γ3 . 1 1 − a b (e) Γ1 = −Γ2 = Γ3 . (c) (d) C3 (d) ~ = µ0 I B 4 (c) x̂ (d) (a) ~ = ~ = E 6 0 e não estacionário; B 6 0 e estacionário ~ ~ E 6= 0 e estacionário; B = 0 ~ 6= 0 e estacionário; B ~ 6= 0 e estacionário E ~ ~ E = 0; B 6= 0 e estacionário ~ 6= 0 e não estacionário; B ~ 6= 0 e não estaE cionário 2 (a) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (b) (I) A barra Bi chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (c) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. (d) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (e) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. 7. Considere um solenóide ideal de auto-indutância L0 , comprimento l0 e com N0 espiras. Ao montar-se um novo solenóide com um fio maior, de modo que ele tenha o dobro de espiras e o dobro do comprimento, qual será a autoindutância desse novo solenóide? (a) 10. Infinitos fios condutores retilı́neos, de comprimento infinito e seção transversal quadrada, são colocados lado a lado no plano xy, de forma compacta e paralelamente à direção ŷ. Cada fio conduz uma corrente I (no sentido −ŷ) e há n fios por unidade de comprimento transversal. Qual das seguintes afirmações é correta? 4L0 (b) 2L0 (c) L0 (d) L0 /2 (e) L0 /4 (a) (c) (d) (e) Todas as respostas devem ter ampla justificativa! 1. [4 pontos] Considere um trilho condutor em forma de U , ao lado de um fio infinito que transporta uma corrente estacionária I, como indica a figura (onde indicamos ainda os vetores unitários das coordenadas cilı́ndricas ŝ, ϕ̂ e ẑ). Suponha que uma haste metálica de comprimento L é colocada entre os dois braços do trilho formando um circuito fechado, e que uma força externa faz a haste deslizar sobre o condutor com velocidade constante ~v . Despreze as forças de atrito e a resistência do trilho, e considere que a resistência da haste é igual a R. Despreze ainda qualquer efeito auto-indutivo e capacitivo. z^ 8. Seja uma superfı́cie esférica S dividida em duas semiesferas S1 e S2 por uma espira circular condutora ôhmica C. Sabendo-se a esfera está numa região onde há um campo ~ que a espira tem uma resistência finita e magnético B, desprezando qualquer efeito auto-indutivo ou capacitivo, podemos afirmar que (b) Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) ~ através de S1 é nulo. o fluxo de B ~ através de S1 é proporcional à coro fluxo de B rente induzida na espira C. ~ em torno de C é proporcional à a circulação de B corrente através de S. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é proporcional à corrente induzida na espira C. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é nula. 9. Uma espira circular de área A é atravessada por um campo magnético uniforme que oscila periodicamente no tempo. Considere que a dependência temporal dos campos I (curva cheia) e II (curva pontilhada) ilustrados nas figuras abaixo. A f.e.m. máxima e o fluxo máximo de campo magnético se dão, respectivamente, nas situações (a) O campo magnético aponta na direção e sentido de ẑ para z > 0 e de −ẑ para z < 0 e seu módulo é Bz = µ02n I . (b) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ e seu módulo é Bx = µ02n I . (c) O campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ para z > 0 e de −ŷ para z < 0 e seu módulo é By = µ02n I . (d) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ para z > 0 e de −x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (e) O campo magnético aponta na direção e sentido de −x̂ para z > 0 e de x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (a) Qual a direção do campo magnético gerado pelo fio infinito, num ponto arbitrário? Argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo e/ou argumentos de simetria.[0,7 ponto] (b) Obtenha o módulo do campo magnético gerado pelo fio, num ponto arbitrário. Note que, dependendo do argumento ultilizado, argumentos de simetria se farão necessários. [0,8 ponto] (c) Calcule o fluxo magnético gerado pelo campo magnético do fio infinito no circuito (trilho + haste) [0,7 ponto] (d) Determine o módulo e o sentido da corrente induzida no circuito. Novamente, argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo. [1 ponto] (e) Calcule a força magnética sobre a haste quando ela está a uma distância s(t) do fio infinito. [0,8 ponto] B 2 s^ ^ φ I II 1 t -4 -2 2 4 -1 -2 (a) I e II. (b) II e I. (c) I e I. (d) II e II. (e) Para determinarmos a f.e.m. máxima e o fluxo máximo precisarı́amos conhecer a resistência oferecida pelas espiras. 3 4 Gabarito para Versão B Seção 1. Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 1. Resolução: Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. (c) 6. (e) 2. (a) 7. (b) 3. (d) 8. (d) 4. (a) 9. (b) 5. (b) 10. (e) a) Seja o sistema de coordenadas cilı́ndrico usual, onde as coordenadas radial, angular, e de altura são denotadas respectivamente por s, ϕ, e z; e os vetores unitários correspondentes são denotados por ŝ, ϕ̂, e ẑ. Suponhamos ainda que o eixo Z desse sistema coincida com o fio infinito. Pode-se resolver esse item de duas maneiras: ~ = Bs ŝ + Bϕ ϕ̂ + • Solução por simetrias, lei de Ampère e lei de Gauss para o campo magnético: Temos, em princı́pio, B ~ tem alguma componente radial, podemos traçar uma superfı́cie gaussiana cilı́ndrica, Bz ẑ. Para determinarmos se B R ~ · dA ~ = 0. Por simetria de translação no eixo Z, vemos que o fluxo nas 2 tampas coaxial ao fio, e usar o fato de que S B se compensam, ou seja, o fluxo na superfı́cie lateral tem de se anular por si só. Mas, pela simetria cilı́ndrica, esse fluxo só é zero se o fluxo infinitesimal em todos os pontos da superfı́cie se anula, donde concluı́mos que Bs = 0. Tracemos agora uma curva amperiana retangular em um plano contendo o fio infinito, de modo R que dois dos lados do ~ ~ℓ = 0. Como não retângulo estejam paralelos a ele. Como não passa corrente no interior dessa amperiana, temos C B·d temos componente radial, a contribuição dos lados perpendiculares ao fio se anulam trivialmente, donde cocluı́mos que a contribuição dos lados paralelos se compensam. Mas, por simetria de translação em Z, o campo em cada um desses lados é uniforme, donde concluı́mos que a componente z do campo (a única que contribui para a circulação nesses lados) independe da distância ao fio. Finalmente, como infinitamente longe do fio o campo deve ir a zero, concluı́mos que Bz = 0 em todo o espaço. • Solução por lei de Biot-Savart: Da lei de Biot-Savart, sabemos que um elemento infinitesimal de fio produz um campo dado por ′ ~′ ~ ~ = µ0 Idℓ × (~r − ~r ) = µ0 Idℓ × R̂ , dB (1) 4π |~r − ~r′ |3 4π R2 ~ = ~r −~r′ , R = |R| ~ e, para simplificar a notação , tiramos a linha de dℓ. Escolhendo-se um sistema de coordendas onde R de tal modo que (i) a origem esteja no fio e (ii) que o ponto de observação esteja no plano z = 0, temos dℓ~ = dzẑ e ~ = sŝ − zẑ, e então R ~ = dzẑ × (sŝ − zẑ) = sdzẑ × ŝ = sdz ϕ̂. dℓ~ × R (2) ~ = Bϕ ϕ̂. Como esse argumento vale para qualquer elemento do fio, vemos que B b) Também pode-se resolver esse item de duas maneiras: • Solução por lei de Ampère: Do item anterior, sabemos que o campo magnético “circula” em torno do fio, ou seja, que ~ = B(s,ϕ,z)ϕ̂. Pela simetria cilı́ndrica apresentada pelo fio (simetria axial em torno do eixo do fio + simetria de B ~ = B(s)ϕ̂. Enunciemos translação ao longo desse eixo), concluı́mos que o campo independe de s e z, ou seja, que B agora a lei de Ampère I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc B (3) C ~ (que é o lado esquerdo de (3)) devemos escolher uma curva amperiana adequada. Para calcularmos a circulação de B Dada a simetria do problema, escolhemos como amperiana uma circunferência num plano perpendicular ao fio infinito e coaxial a ele, de raio s. Daı́ temos I I Z 2π Z 2π ~ · dℓ~ = B B(s)ϕ̂· dℓϕ̂ = B(s) sdϕ ϕ̂ · ϕ̂ = B(s) s dϕ = 2πsB(s), (4) | {z } C C 0 0 =1 ~ que, substituido em (3), nos permite determinar o módulo do vetor B = |B| 2πrB(r) = µ0 Ienc = µ0 I ⇒ B(s) = µ0 I 2πs • Solução por lei de Biot-Savart: Aproveitando o resultado do item anterior e lembrando que R = Z Z Z µ0 I ϕ̂ ∞ Idℓ~ × R̂ Isdz ϕ̂ µ0 ∞ dz ~ = µ0 = B = 4π R2 4π −∞ (s2 + z 2 )3/2 4πs2 −∞ (1 + z 2 /s2 )3/2 1 2 √ s2 + z 2 , temos (5) Fazendo agora a transformação de variáveis z/s = tan θ, temos F~m = Iind B(s) =s sec2 θdθ ~ = |B| µ0 I 4πs2 z }| { π/2 Z π/2 µ0 I s d(tan θ) µ0 I π/2 ⇒ dθ cos θ = sin θ = 2 3/2 4πs −π/2 4πs −π/2 (1 + tan θ) −π/2 | {z } | {z } Z =sec3 θ B(s) = µ0 I 2πs (6) ~m = F c) O fluxo magnético é obtido da expressão I ~ · n̂ dA B S dz (−ŝ) = Iind B(s)L (−ŝ) . µ0 IL 2π Substituindo B(s) e Iind na expressão acima, =2 ΦB = Z (7) onde S é o retângulo definido pelo trilho mais a haste, e n̂ = ϕ̂. Temos então ΦB = Z ~ · ϕ̂ dA = µ0 I B 2π S Z L dz | 0{z } Z s a ds µ0 IL h s i = ln s 2π a (8) =L d) O primeiro passo é a obtenção da f.e.m. induzida pela variação de fluxo de campo magnético E =− µ0 IL d h s i dΦ . =− ln dt 2π dt a (9) ~ a f.e.m. positiva é no sentido horário. Como a haste está a velocidade constante Notemos que, devido à nossa escolha de dA, ~v , temos: s(t) = a + vt, onde colocamos a origem do sistema de coordendas sobre o fio. Efetuando a derivada acima, temos µ0 IL v , 2π s(t) (10) |E| µ0 IL v = . R 2πR s(t) (11) E =− onde ds/dt = v, e então a corrente é dada por Iind = O sentido da corrente pode ser deduzido da lei de Lenz. Esta afirma que a corrente induzida sempre “conspira” contra a variação de fluxo do campo magnético externo (estamos desprezando efeitos de auto-indutância), ou seja, a corrente induzida gera campos de maneira a inibir a variação de fluxo através do circuito. Para que isso aconteça nesse caso, a corrente induzida deve estar no sentido anti-horário. e) A força magnética sobre a haste pode ser deduzida da seguinte expressão: ~m = I F Z C ~ dℓ~ × B O módulo do campo magnético sobre a haste é constante, além disso: ~ = dzB(s) (−ŝ) , dℓ~ × B temos então: 3 4 2 v (−ŝ) . Rs2 Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica Fı́sica III – 2015/1 – Segunda Prova: 01/07/2015 Versão: C Formulário ~m = q~ ~, F v×B ~, dF~m = Idℓ~ × B I I S ~ · dℓ~ = µ0 Ienc + µ0 ǫ0 dΦE , B dt C Seção 1. ~ · dA ~ = 0, B Eind = − ~ = dB dΦB , dt ΦB = LI , (b) (c) 1 + tan2 θ = sec2 θ , Lsol = µ0 N2 A, l uB = d(tan θ) = sec2 θdθ 1 B2 , 2 µ0 Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. Seja uma superfı́cie esférica S dividida em duas semiesferas S1 e S2 por uma espira circular condutora ôhmica C. Sabendo-se a esfera está numa região onde há um campo ~ que a espira tem uma resistência finita e magnético B, desprezando qualquer efeito auto-indutivo ou capacitivo, podemos afirmar que (a) µ0 Idℓ~ × R̂ , 4π R2 2. Um circuito é formado por duas semicircunferências de raios a e b, como é mostrado na figura abaixo. O vetor ~ produzido pelas correntes do fio no campo magnético B ponto P é dado por: 5. Infinitos fios condutores retilı́neos, de comprimento infinito e seção transversal quadrada, são colocados lado a lado no plano xy, de forma compacta e paralelamente à direção ŷ. Cada fio conduz uma corrente I (no sentido −ŷ) e há n fios por unidade de comprimento transversal. Qual das seguintes afirmações é correta? 3. Considere dois cilindros ocos, de mesmo comprimento, o primeiro de PVC (isolante), CPVC , e o segundo de alumı́nio (condutor não magnético), CAl , ambos posicionados na vertical com relação ao solo. Desejamos soltar duas barras, uma imantada, Bi , e a outra não imantada, Bni , no interior desses cilindros, simultaneamente. O que acontece quando: (I) soltamos a barra Bi no tubo CPVC e a barra Bni no tubo CAl ; e (II) soltamos a barra Bni no tubo CPVC e a barra Bi no tubo CAl ? Suponha que o experimento é feito na superfı́cie da Terra e despreze a resistência do ar. (a) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (b) (I) A barra Bi chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (c) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. (d) (e) (a) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. O campo magnético aponta na direção e sentido de ẑ para z > 0 e de −ẑ para z < 0 e seu módulo é Bz = µ02n I . (b) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ e seu módulo é Bx = µ02n I . (c) O campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ para z > 0 e de −ŷ para z < 0 e seu módulo é By = µ02n I . (d) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ para z > 0 e de −x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (e) O campo magnético aponta na direção e sentido de −x̂ para z > 0 e de x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . ~ através de S1 é nulo. o fluxo de B ~ através de S1 é proporcional à coro fluxo de B rente induzida na espira C. ~ em torno de C é proporcional à a circulação de B corrente através de S. (d) (e) ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é proporcional à corrente induzida na espira C. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é nula. (a) (b) (c) (d) (e) 1 ~ = µ0 I B 4 ~ = µ0 I B 4 ~ = µ0 I B 4π ~ = µ0 I B 4 ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ŷ) 1 1 − a b (ẑ) 1 1 − a b (ẑ) 1 1 − a b (ŷ) 1 1 − a b (−ẑ) 4. Uma região possui campo elétrico e magnético uniformes. O campo elétrico aponta na direção e sentido de x̂ e o campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ. Uma partı́cula de carga positiva atravessa a região em movimento retilı́neo e uniforme. Em qual direção e sentido aponta a velocidade da partı́cula? (a) ẑ (b) −ẑ (c) x̂ (d) ŷ (e) −ŷ 2 6. Considere as afirmativas abaixo: (i)A corrente induzida num circuito, devido à variação ~ ext , surge temporal do fluxo do campo magnético externo B sempre no sentido de gerar um campo magnético induzido ~ ext . oposto a B (ii) Um solenóide infinito, de raio a, paralelo ao eixo z, é percorrido por uma corrente constante variável I(t). Uma espira é colocada fora do solenóide, a uma distância d de seu eixo. Podemos afirmar que a corrente induzida na espira gira no sentido anti-horário. (iii) Duas espiras condutoras (do mesmo material) C1 e C2 , de raios respectivos a e 2a, são postas numa região de campo magnético uniforme, porém não constante, dado ~ por B(t). Considerando o fenômeno de indução, podemos afirmar que a corrente induzida em C2 é o dobro da induzida em C1 . Quais são as afirmativas verdadeiras? 8. Uma espira circular de área A é atravessada por um campo magnético uniforme que oscila periodicamente no tempo. Considere que a dependência temporal dos campos I (curva cheia) e II (curva pontilhada) ilustrados nas figuras abaixo. A f.e.m. máxima e o fluxo máximo de campo magnético se dão, respectivamente, nas situações B 2 I -2 2 -1 (a) I e II. (b) II e I. (c) (ii) e (iii). (c) I e I. (d) Nenhuma. (d) II e II. (e) Todas. (e) Para determinarmos a f.e.m. máxima e o fluxo máximo precisarı́amos conhecer a resistência oferecida pelas espiras. 9. Durante o processo de carga de um capacitor de placas paralelas por uma corrente constante ic , como se comportam ~ e magnético, B, ~ entre as placas do os campos elétrico, E, capacitor? [estacionário = não depende do tempo] 7. A figura abaixo mostra uma região atravessada perpendicularmente por várias correntes estacionárias com intensidades de mesmo módulo I. Por convenção, as correntes que saem da página são representadas por ⊙ e as que entram na página por ⊗. Estão representados, também, três diferentes caminhos fechados, orientados, para a a deterH ~ Assinale a opção abaixo ~ ℓ. minação da integral Γ := C B·d que melhor indica a relação entre tais integrais para os diferentes caminhos. ⊙ (a) (b) ⊗ ⊙ (a) (b) (c) (d) (e) ⊗ C3 Γ1 = −Γ2 = Γ3 . Γ1 = −Γ2 e Γ3 = 0. (c) Γ1 = Γ2 = Γ3 . (d) Γ1 = Γ2 e Γ3 = 0. (e) Não podemos determinar Γ sem conhecermos as dimensões dos caminhos utilizados. ~ = ~ = E 6 0 e não estacionário; B 6 0 e estacionário ~ 6= 0 e estacionário; B ~ =0 E ~ 6= 0 e estacionário; B ~ = E 6 0 e estacionário ~ = 0; B ~ 6= 0 e estacionário E ~ 6= 0 e não estacionário; B ~ = E 6 0 e não estacionário (a) Qual a direção do campo magnético gerado pelo fio infinito, num ponto arbitrário? Argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo e/ou argumentos de simetria.[0,7 ponto] (b) Obtenha o módulo do campo magnético gerado pelo fio, num ponto arbitrário. Note que, dependendo do argumento ultilizado, argumentos de simetria se farão necessários. [0,8 ponto] (c) Calcule o fluxo magnético gerado pelo campo magnético do fio infinito no circuito (trilho + haste) [0,7 ponto] (d) Determine o módulo e o sentido da corrente induzida no circuito. Novamente, argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo. [1 ponto] (e) Calcule a força magnética sobre a haste quando ela está a uma distância s(t) do fio infinito. [0,8 ponto] 10. Considere um solenóide ideal de auto-indutância L0 , comprimento l0 e com N0 espiras. Ao montar-se um novo solenóide com um fio maior, de modo que ele tenha o dobro de espiras e o dobro do comprimento, qual será a autoindutância desse novo solenóide? C2 ⊗ s^ ^ φ -2 (i) e (iii). ⊙ z^ 4 (i) e (ii). C1 1. [4 pontos] Considere um trilho condutor em forma de U , ao lado de um fio infinito que transporta uma corrente estacionária I, como indica a figura (onde indicamos ainda os vetores unitários das coordenadas cilı́ndricas ŝ, ϕ̂ e ẑ). Suponha que uma haste metálica de comprimento L é colocada entre os dois braços do trilho formando um circuito fechado, e que uma força externa faz a haste deslizar sobre o condutor com velocidade constante ~v . Despreze as forças de atrito e a resistência do trilho, e considere que a resistência da haste é igual a R. Despreze ainda qualquer efeito auto-indutivo e capacitivo. t -4 (a) ⊙ Todas as respostas devem ter ampla justificativa! II 1 (b) ⊗ Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 3 (a) 4L0 (b) 2L0 (c) L0 (d) L0 /2 (e) L0 /4 4 Gabarito para Versão C Seção 1. Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 1. Resolução: Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. (d) 6. (d) 2. (b) 7. (c) 3. (e) 8. (b) 4. (a) 9. (a) 5. (e) 10. (b) a) Seja o sistema de coordenadas cilı́ndrico usual, onde as coordenadas radial, angular, e de altura são denotadas respectivamente por s, ϕ, e z; e os vetores unitários correspondentes são denotados por ŝ, ϕ̂, e ẑ. Suponhamos ainda que o eixo Z desse sistema coincida com o fio infinito. Pode-se resolver esse item de duas maneiras: ~ = Bs ŝ + Bϕ ϕ̂ + • Solução por simetrias, lei de Ampère e lei de Gauss para o campo magnético: Temos, em princı́pio, B ~ tem alguma componente radial, podemos traçar uma superfı́cie gaussiana cilı́ndrica, Bz ẑ. Para determinarmos se B R ~ · dA ~ = 0. Por simetria de translação no eixo Z, vemos que o fluxo nas 2 tampas coaxial ao fio, e usar o fato de que S B se compensam, ou seja, o fluxo na superfı́cie lateral tem de se anular por si só. Mas, pela simetria cilı́ndrica, esse fluxo só é zero se o fluxo infinitesimal em todos os pontos da superfı́cie se anula, donde concluı́mos que Bs = 0. Tracemos agora uma curva amperiana retangular em um plano contendo o fio infinito, de modo R que dois dos lados do ~ ~ℓ = 0. Como não retângulo estejam paralelos a ele. Como não passa corrente no interior dessa amperiana, temos C B·d temos componente radial, a contribuição dos lados perpendiculares ao fio se anulam trivialmente, donde cocluı́mos que a contribuição dos lados paralelos se compensam. Mas, por simetria de translação em Z, o campo em cada um desses lados é uniforme, donde concluı́mos que a componente z do campo (a única que contribui para a circulação nesses lados) independe da distância ao fio. Finalmente, como infinitamente longe do fio o campo deve ir a zero, concluı́mos que Bz = 0 em todo o espaço. • Solução por lei de Biot-Savart: Da lei de Biot-Savart, sabemos que um elemento infinitesimal de fio produz um campo dado por ′ ~′ ~ ~ = µ0 Idℓ × (~r − ~r ) = µ0 Idℓ × R̂ , dB (1) 4π |~r − ~r′ |3 4π R2 ~ = ~r −~r′ , R = |R| ~ e, para simplificar a notação , tiramos a linha de dℓ. Escolhendo-se um sistema de coordendas onde R de tal modo que (i) a origem esteja no fio e (ii) que o ponto de observação esteja no plano z = 0, temos dℓ~ = dzẑ e ~ = sŝ − zẑ, e então R ~ = dzẑ × (sŝ − zẑ) = sdzẑ × ŝ = sdz ϕ̂. dℓ~ × R (2) ~ = Bϕ ϕ̂. Como esse argumento vale para qualquer elemento do fio, vemos que B b) Também pode-se resolver esse item de duas maneiras: • Solução por lei de Ampère: Do item anterior, sabemos que o campo magnético “circula” em torno do fio, ou seja, que ~ = B(s,ϕ,z)ϕ̂. Pela simetria cilı́ndrica apresentada pelo fio (simetria axial em torno do eixo do fio + simetria de B ~ = B(s)ϕ̂. Enunciemos translação ao longo desse eixo), concluı́mos que o campo independe de s e z, ou seja, que B agora a lei de Ampère I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc B (3) C ~ (que é o lado esquerdo de (3)) devemos escolher uma curva amperiana adequada. Para calcularmos a circulação de B Dada a simetria do problema, escolhemos como amperiana uma circunferência num plano perpendicular ao fio infinito e coaxial a ele, de raio s. Daı́ temos I I Z 2π Z 2π ~ · dℓ~ = B B(s)ϕ̂· dℓϕ̂ = B(s) sdϕ ϕ̂ · ϕ̂ = B(s) s dϕ = 2πsB(s), (4) | {z } C C 0 0 =1 ~ que, substituido em (3), nos permite determinar o módulo do vetor B = |B| 2πrB(r) = µ0 Ienc = µ0 I ⇒ B(s) = µ0 I 2πs • Solução por lei de Biot-Savart: Aproveitando o resultado do item anterior e lembrando que R = Z Z Z µ0 I ϕ̂ ∞ Idℓ~ × R̂ Isdz ϕ̂ µ0 ∞ dz ~ = µ0 = B = 4π R2 4π −∞ (s2 + z 2 )3/2 4πs2 −∞ (1 + z 2 /s2 )3/2 1 2 √ s2 + z 2 , temos (5) Fazendo agora a transformação de variáveis z/s = tan θ, temos F~m = Iind B(s) =s sec2 θdθ ~ = |B| µ0 I 4πs2 z }| { π/2 Z π/2 µ0 I s d(tan θ) µ0 I π/2 ⇒ dθ cos θ = sin θ = 2 3/2 4πs −π/2 4πs −π/2 (1 + tan θ) −π/2 | {z } | {z } Z =sec3 θ B(s) = µ0 I 2πs (6) ~m = F c) O fluxo magnético é obtido da expressão I ~ · n̂ dA B S dz (−ŝ) = Iind B(s)L (−ŝ) . µ0 IL 2π Substituindo B(s) e Iind na expressão acima, =2 ΦB = Z (7) onde S é o retângulo definido pelo trilho mais a haste, e n̂ = ϕ̂. Temos então ΦB = Z ~ · ϕ̂ dA = µ0 I B 2π S Z L dz | 0{z } Z s a ds µ0 IL h s i = ln s 2π a (8) =L d) O primeiro passo é a obtenção da f.e.m. induzida pela variação de fluxo de campo magnético E =− µ0 IL d h s i dΦ . =− ln dt 2π dt a (9) ~ a f.e.m. positiva é no sentido horário. Como a haste está a velocidade constante Notemos que, devido à nossa escolha de dA, ~v , temos: s(t) = a + vt, onde colocamos a origem do sistema de coordendas sobre o fio. Efetuando a derivada acima, temos µ0 IL v , 2π s(t) (10) |E| µ0 IL v = . R 2πR s(t) (11) E =− onde ds/dt = v, e então a corrente é dada por Iind = O sentido da corrente pode ser deduzido da lei de Lenz. Esta afirma que a corrente induzida sempre “conspira” contra a variação de fluxo do campo magnético externo (estamos desprezando efeitos de auto-indutância), ou seja, a corrente induzida gera campos de maneira a inibir a variação de fluxo através do circuito. Para que isso aconteça nesse caso, a corrente induzida deve estar no sentido anti-horário. e) A força magnética sobre a haste pode ser deduzida da seguinte expressão: ~m = I F Z C ~ dℓ~ × B O módulo do campo magnético sobre a haste é constante, além disso: ~ = dzB(s) (−ŝ) , dℓ~ × B temos então: 3 4 2 v (−ŝ) . Rs2 Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica Fı́sica III – 2015/1 – Segunda Prova: 01/07/2015 Versão: D (a) Formulário ~m = q~ ~, F v×B ~, dF~m = Idℓ~ × B I I S ~ · dℓ~ = µ0 Ienc + µ0 ǫ0 dΦE , B dt C ~ · dA ~ = 0, B Eind = − ~ ~ = µ0 Idℓ × R̂ , dB 4π R2 dΦB , dt ΦB = LI , 1 + tan2 θ = sec2 θ , Lsol = µ0 N2 A, l 6. Uma espira circular de área A é atravessada por um campo magnético uniforme que oscila periodicamente no tempo. Considere que a dependência temporal dos campos I (curva cheia) e II (curva pontilhada) ilustrados nas figuras abaixo. A f.e.m. máxima e o fluxo máximo de campo magnético se dão, respectivamente, nas situações 3. Considere um solenóide ideal de auto-indutância L0 , comprimento l0 e com N0 espiras. Ao montar-se um novo solenóide com um fio maior, de modo que ele tenha o dobro de espiras e o dobro do comprimento, qual será a autoindutância desse novo solenóide? uB = d(tan θ) = sec2 θdθ 4L0 B (b) 2L0 (c) L0 2 (d) L0 /2 1 (e) L0 /4 I II t 1 B2 , 2 µ0 -4 -2 2 4 -1 -2 Seção 1. Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 2. Considere dois cilindros ocos, de mesmo comprimento, o primeiro de PVC (isolante), CPVC , e o segundo de alumı́nio (condutor não magnético), CAl , ambos posicionados na vertical com relação ao solo. Desejamos soltar duas barras, uma imantada, Bi , e a outra não imantada, Bni , no interior desses cilindros, simultaneamente. O que acontece quando: (I) soltamos a barra Bi no tubo CPVC e a barra Bni no tubo CAl ; e (II) soltamos a barra Bni no tubo CPVC e a barra Bi no tubo CAl ? Suponha que o experimento é feito na superfı́cie da Terra e despreze a resistência do ar. 1. Um circuito é formado por duas semicircunferências de raios a e b, como é mostrado na figura abaixo. O vetor ~ produzido pelas correntes do fio no campo magnético B ponto P é dado por: ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ŷ) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (b) (ẑ) (c) ~ = µ0 I B 4π 1 1 − a b (ẑ) (d) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ŷ) (e) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ẑ) (a) 1 (a) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (b) (I) A barra Bi chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (c) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. (d) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (e) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. 4. Durante o processo de carga de um capacitor de placas paralelas por uma corrente constante ic , como se comportam ~ e magnético, B, ~ entre as placas do os campos elétrico, E, capacitor? [estacionário = não depende do tempo] (a) (b) (c) (d) (e) (a) I e II. (b) II e I. (c) I e I. (d) II e II. (e) Para determinarmos a f.e.m. máxima e o fluxo máximo precisarı́amos conhecer a resistência oferecida pelas espiras. ~ = ~ = E 6 0 e não estacionário; B 6 0 e estacionário ~ ~ E 6= 0 e estacionário; B = 0 ~ 6= 0 e estacionário; B ~ 6= 0 e estacionário E ~ ~ E = 0; B 6= 0 e estacionário ~ 6= 0 e não estacionário; B ~ 6= 0 e não estaE cionário 7. Seja uma superfı́cie esférica S dividida em duas semiesferas S1 e S2 por uma espira circular condutora ôhmica C. Sabendo-se a esfera está numa região onde há um campo ~ que a espira tem uma resistência finita e magnético B, desprezando qualquer efeito auto-indutivo ou capacitivo, podemos afirmar que 5. Uma região possui campo elétrico e magnético uniformes. O campo elétrico aponta na direção e sentido de x̂ e o campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ. Uma partı́cula de carga positiva atravessa a região em movimento retilı́neo e uniforme. Em qual direção e sentido aponta a velocidade da partı́cula? (a) (b) (c) (a) ẑ (b) (d) (c) −ẑ x̂ (d) ŷ (e) (e) −ŷ 2 ~ através de S1 é nulo. o fluxo de B ~ através de S1 é proporcional à coro fluxo de B rente induzida na espira C. ~ em torno de C é proporcional à a circulação de B corrente através de S. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é proporcional à corrente induzida na espira C. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é nula. 8. A figura abaixo mostra uma região atravessada perpendicularmente por várias correntes estacionárias com intensidades de mesmo módulo I. Por convenção, as correntes que saem da página são representadas por ⊙ e as que entram na página por ⊗. Estão representados, também, três diferentes caminhos fechados, orientados, para a a deterH ~ Assinale a opção abaixo ~ ℓ. minação da integral Γ := C B·d que melhor indica a relação entre tais integrais para os diferentes caminhos. ⊗ ⊙ C1 ⊙ (a) (b) ⊗ ⊙ ⊙ 10. Infinitos fios condutores retilı́neos, de comprimento infinito e seção transversal quadrada, são colocados lado a lado no plano xy, de forma compacta e paralelamente à direção ŷ. Cada fio conduz uma corrente I (no sentido −ŷ) e há n fios por unidade de comprimento transversal. Qual das seguintes afirmações é correta? Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) Todas as respostas devem ter ampla justificativa! 1. [4 pontos] Considere um trilho condutor em forma de U , ao lado de um fio infinito que transporta uma corrente estacionária I, como indica a figura (onde indicamos ainda os vetores unitários das coordenadas cilı́ndricas ŝ, ϕ̂ e ẑ). Suponha que uma haste metálica de comprimento L é colocada entre os dois braços do trilho formando um circuito fechado, e que uma força externa faz a haste deslizar sobre o condutor com velocidade constante ~v . Despreze as forças de atrito e a resistência do trilho, e considere que a resistência da haste é igual a R. Despreze ainda qualquer efeito auto-indutivo e capacitivo. z^ ⊗ C2 ⊗ C3 s^ ^ φ Γ1 = −Γ2 = Γ3 . Γ1 = −Γ2 e Γ3 = 0. (c) Γ1 = Γ2 = Γ3 . (d) Γ1 = Γ2 e Γ3 = 0. (e) Não podemos determinar Γ sem conhecermos as dimensões dos caminhos utilizados. 9. Considere as afirmativas abaixo: (i)A corrente induzida num circuito, devido à variação ~ ext , surge temporal do fluxo do campo magnético externo B sempre no sentido de gerar um campo magnético induzido ~ ext . oposto a B (ii) Um solenóide infinito, de raio a, paralelo ao eixo z, é percorrido por uma corrente constante variável I(t). Uma espira é colocada fora do solenóide, a uma distância d de seu eixo. Podemos afirmar que a corrente induzida na espira gira no sentido anti-horário. (iii) Duas espiras condutoras (do mesmo material) C1 e C2 , de raios respectivos a e 2a, são postas numa região de campo magnético uniforme, porém não constante, dado ~ por B(t). Considerando o fenômeno de indução, podemos afirmar que a corrente induzida em C2 é o dobro da induzida em C1 . Quais são as afirmativas verdadeiras? (a) (i) e (ii). (b) (i) e (iii). (c) (ii) e (iii). (d) Nenhuma. (e) Todas. (a) O campo magnético aponta na direção e sentido de ẑ para z > 0 e de −ẑ para z < 0 e seu módulo é Bz = µ02n I . (b) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ e seu módulo é Bx = µ02n I . (c) O campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ para z > 0 e de −ŷ para z < 0 e seu módulo é By = µ02n I . (d) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ para z > 0 e de −x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (e) O campo magnético aponta na direção e sentido de −x̂ para z > 0 e de x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . (a) Qual a direção do campo magnético gerado pelo fio infinito, num ponto arbitrário? Argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo e/ou argumentos de simetria.[0,7 ponto] (b) Obtenha o módulo do campo magnético gerado pelo fio, num ponto arbitrário. Note que, dependendo do argumento ultilizado, argumentos de simetria se farão necessários. [0,8 ponto] (c) Calcule o fluxo magnético gerado pelo campo magnético do fio infinito no circuito (trilho + haste) [0,7 ponto] (d) Determine o módulo e o sentido da corrente induzida no circuito. Novamente, argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo. [1 ponto] (e) Calcule a força magnética sobre a haste quando ela está a uma distância s(t) do fio infinito. [0,8 ponto] 3 4 Gabarito para Versão D Seção 1. Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 1. Resolução: Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. (b) 6. (b) 2. (e) 7. (d) 3. (b) 8. (c) 4. (a) 9. (d) 5. (a) 10. (e) a) Seja o sistema de coordenadas cilı́ndrico usual, onde as coordenadas radial, angular, e de altura são denotadas respectivamente por s, ϕ, e z; e os vetores unitários correspondentes são denotados por ŝ, ϕ̂, e ẑ. Suponhamos ainda que o eixo Z desse sistema coincida com o fio infinito. Pode-se resolver esse item de duas maneiras: ~ = Bs ŝ + Bϕ ϕ̂ + • Solução por simetrias, lei de Ampère e lei de Gauss para o campo magnético: Temos, em princı́pio, B ~ tem alguma componente radial, podemos traçar uma superfı́cie gaussiana cilı́ndrica, Bz ẑ. Para determinarmos se B R ~ · dA ~ = 0. Por simetria de translação no eixo Z, vemos que o fluxo nas 2 tampas coaxial ao fio, e usar o fato de que S B se compensam, ou seja, o fluxo na superfı́cie lateral tem de se anular por si só. Mas, pela simetria cilı́ndrica, esse fluxo só é zero se o fluxo infinitesimal em todos os pontos da superfı́cie se anula, donde concluı́mos que Bs = 0. Tracemos agora uma curva amperiana retangular em um plano contendo o fio infinito, de modo R que dois dos lados do ~ ~ℓ = 0. Como não retângulo estejam paralelos a ele. Como não passa corrente no interior dessa amperiana, temos C B·d temos componente radial, a contribuição dos lados perpendiculares ao fio se anulam trivialmente, donde cocluı́mos que a contribuição dos lados paralelos se compensam. Mas, por simetria de translação em Z, o campo em cada um desses lados é uniforme, donde concluı́mos que a componente z do campo (a única que contribui para a circulação nesses lados) independe da distância ao fio. Finalmente, como infinitamente longe do fio o campo deve ir a zero, concluı́mos que Bz = 0 em todo o espaço. • Solução por lei de Biot-Savart: Da lei de Biot-Savart, sabemos que um elemento infinitesimal de fio produz um campo dado por ′ ~′ ~ ~ = µ0 Idℓ × (~r − ~r ) = µ0 Idℓ × R̂ , dB (1) 4π |~r − ~r′ |3 4π R2 ~ = ~r −~r′ , R = |R| ~ e, para simplificar a notação , tiramos a linha de dℓ. Escolhendo-se um sistema de coordendas onde R de tal modo que (i) a origem esteja no fio e (ii) que o ponto de observação esteja no plano z = 0, temos dℓ~ = dzẑ e ~ = sŝ − zẑ, e então R ~ = dzẑ × (sŝ − zẑ) = sdzẑ × ŝ = sdz ϕ̂. dℓ~ × R (2) ~ = Bϕ ϕ̂. Como esse argumento vale para qualquer elemento do fio, vemos que B b) Também pode-se resolver esse item de duas maneiras: • Solução por lei de Ampère: Do item anterior, sabemos que o campo magnético “circula” em torno do fio, ou seja, que ~ = B(s,ϕ,z)ϕ̂. Pela simetria cilı́ndrica apresentada pelo fio (simetria axial em torno do eixo do fio + simetria de B ~ = B(s)ϕ̂. Enunciemos translação ao longo desse eixo), concluı́mos que o campo independe de s e z, ou seja, que B agora a lei de Ampère I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc B (3) C ~ (que é o lado esquerdo de (3)) devemos escolher uma curva amperiana adequada. Para calcularmos a circulação de B Dada a simetria do problema, escolhemos como amperiana uma circunferência num plano perpendicular ao fio infinito e coaxial a ele, de raio s. Daı́ temos I I Z 2π Z 2π ~ · dℓ~ = B B(s)ϕ̂· dℓϕ̂ = B(s) sdϕ ϕ̂ · ϕ̂ = B(s) s dϕ = 2πsB(s), (4) | {z } C C 0 0 =1 ~ que, substituido em (3), nos permite determinar o módulo do vetor B = |B| 2πrB(r) = µ0 Ienc = µ0 I ⇒ B(s) = µ0 I 2πs • Solução por lei de Biot-Savart: Aproveitando o resultado do item anterior e lembrando que R = Z Z Z µ0 I ϕ̂ ∞ Idℓ~ × R̂ Isdz ϕ̂ µ0 ∞ dz ~ = µ0 = B = 4π R2 4π −∞ (s2 + z 2 )3/2 4πs2 −∞ (1 + z 2 /s2 )3/2 1 2 √ s2 + z 2 , temos (5) Fazendo agora a transformação de variáveis z/s = tan θ, temos F~m = Iind B(s) =s sec2 θdθ ~ = |B| µ0 I 4πs2 z }| { π/2 Z π/2 µ0 I s d(tan θ) µ0 I π/2 ⇒ dθ cos θ = sin θ = 2 3/2 4πs −π/2 4πs −π/2 (1 + tan θ) −π/2 | {z } | {z } Z =sec3 θ B(s) = µ0 I 2πs (6) ~m = F c) O fluxo magnético é obtido da expressão I ~ · n̂ dA B S dz (−ŝ) = Iind B(s)L (−ŝ) . µ0 IL 2π Substituindo B(s) e Iind na expressão acima, =2 ΦB = Z (7) onde S é o retângulo definido pelo trilho mais a haste, e n̂ = ϕ̂. Temos então ΦB = Z ~ · ϕ̂ dA = µ0 I B 2π S Z L dz | 0{z } Z s a ds µ0 IL h s i = ln s 2π a (8) =L d) O primeiro passo é a obtenção da f.e.m. induzida pela variação de fluxo de campo magnético E =− µ0 IL d h s i dΦ . =− ln dt 2π dt a (9) ~ a f.e.m. positiva é no sentido horário. Como a haste está a velocidade constante Notemos que, devido à nossa escolha de dA, ~v , temos: s(t) = a + vt, onde colocamos a origem do sistema de coordendas sobre o fio. Efetuando a derivada acima, temos µ0 IL v , 2π s(t) (10) |E| µ0 IL v = . R 2πR s(t) (11) E =− onde ds/dt = v, e então a corrente é dada por Iind = O sentido da corrente pode ser deduzido da lei de Lenz. Esta afirma que a corrente induzida sempre “conspira” contra a variação de fluxo do campo magnético externo (estamos desprezando efeitos de auto-indutância), ou seja, a corrente induzida gera campos de maneira a inibir a variação de fluxo através do circuito. Para que isso aconteça nesse caso, a corrente induzida deve estar no sentido anti-horário. e) A força magnética sobre a haste pode ser deduzida da seguinte expressão: ~m = I F Z C ~ dℓ~ × B O módulo do campo magnético sobre a haste é constante, além disso: ~ = dzB(s) (−ŝ) , dℓ~ × B temos então: 3 4 2 v (−ŝ) . Rs2 Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica Fı́sica III – 2015/1 – Segunda Prova: 01/07/2015 Versão: E Formulário ~m = q~ ~, F v×B I ~, dF~m = Idℓ~ × B I S ~ · dℓ~ = µ0 Ienc + µ0 ǫ0 dΦE , B dt C ~ · dA ~ = 0, B Eind = − ~ ~ = µ0 Idℓ × R̂ , dB 4π R2 dΦB , dt ΦB = LI , 1 + tan2 θ = sec2 θ , Lsol = µ0 N2 A, l uB = d(tan θ) = sec2 θdθ 1 B2 , 2 µ0 (a) (b) Seção 1. Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 2. Infinitos fios condutores retilı́neos, de comprimento infinito e seção transversal quadrada, são colocados lado a lado no plano xy, de forma compacta e paralelamente à direção ŷ. Cada fio conduz uma corrente I (no sentido −ŷ) e há n fios por unidade de comprimento transversal. Qual das seguintes afirmações é correta? 1. Considere um solenóide ideal de auto-indutância L0 , comprimento l0 e com N0 espiras. Ao montar-se um novo solenóide com um fio maior, de modo que ele tenha o dobro de espiras e o dobro do comprimento, qual será a autoindutância desse novo solenóide? (a) 4L0 (b) 2L0 (c) L0 (d) L0 /2 (e) L0 /4 (a) O campo magnético aponta na direção e sentido de ẑ para z > 0 e de −ẑ para z < 0 e seu módulo é Bz = µ02n I . (b) O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ e seu módulo é Bx = µ02n I . (c) (d) (e) 1 O campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ para z > 0 e de −ŷ para z < 0 e seu módulo é By = µ02n I . O campo magnético aponta na direção e sentido de x̂ para z > 0 e de −x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . O campo magnético aponta na direção e sentido de −x̂ para z > 0 e de x̂ para z < 0, e seu módulo é Bx = µ02n I . 5. Uma espira circular de área A é atravessada por um campo magnético uniforme que oscila periodicamente no tempo. Considere que a dependência temporal dos campos I (curva cheia) e II (curva pontilhada) ilustrados nas figuras abaixo. A f.e.m. máxima e o fluxo máximo de campo magnético se dão, respectivamente, nas situações 3. Considere dois cilindros ocos, de mesmo comprimento, o primeiro de PVC (isolante), CPVC , e o segundo de alumı́nio (condutor não magnético), CAl , ambos posicionados na vertical com relação ao solo. Desejamos soltar duas barras, uma imantada, Bi , e a outra não imantada, Bni , no interior desses cilindros, simultaneamente. O que acontece quando: (I) soltamos a barra Bi no tubo CPVC e a barra Bni no tubo CAl ; e (II) soltamos a barra Bni no tubo CPVC e a barra Bi no tubo CAl ? Suponha que o experimento é feito na superfı́cie da Terra e despreze a resistência do ar. B 2 t -4 -2 2 (d) (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (e) (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. -2 4. Considere as afirmativas abaixo: (i)A corrente induzida num circuito, devido à variação ~ ext , surge temporal do fluxo do campo magnético externo B sempre no sentido de gerar um campo magnético induzido ~ ext . oposto a B (ii) Um solenóide infinito, de raio a, paralelo ao eixo z, é percorrido por uma corrente constante variável I(t). Uma espira é colocada fora do solenóide, a uma distância d de seu eixo. Podemos afirmar que a corrente induzida na espira gira no sentido anti-horário. (iii) Duas espiras condutoras (do mesmo material) C1 e C2 , de raios respectivos a e 2a, são postas numa região de campo magnético uniforme, porém não constante, dado ~ por B(t). Considerando o fenômeno de indução, podemos afirmar que a corrente induzida em C2 é o dobro da induzida em C1 . Quais são as afirmativas verdadeiras? (a) (i) e (ii). (b) (i) e (iii). (c) (ii) e (iii). (d) Nenhuma. (e) Todas. 4 -1 (I) A barra Bi chega primeiro ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (I) A barra Bni chega primeiro ao solo; (II) A barra Bni chega primeiro ao solo. II 1 (I) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo; (II) Ambas as barras chegam ao mesmo tempo ao solo. (c) I (a) I e II. (b) II e I. (c) I e I. (d) II e II. (e) Para determinarmos a f.e.m. máxima e o fluxo máximo precisarı́amos conhecer a resistência oferecida pelas espiras. 6. A figura abaixo mostra uma região atravessada perpendicularmente por várias correntes estacionárias com intensidades de mesmo módulo I. Por convenção, as correntes que saem da página são representadas por ⊙ e as que entram na página por ⊗. Estão representados, também, três diferentes caminhos fechados, orientados, para a a deterH ~ Assinale a opção abaixo ~ ℓ. minação da integral Γ := C B·d que melhor indica a relação entre tais integrais para os diferentes caminhos. ⊗ ⊙ C1 ⊙ (a) (b) (c) 2 ⊗ ⊙ ⊙ ⊗ C2 ⊗ C3 Γ1 = −Γ2 = Γ3 . Γ1 = −Γ2 e Γ3 = 0. Γ1 = Γ2 = Γ3 . (d) Γ1 = Γ2 e Γ3 = 0. (e) Não podemos determinar Γ sem conhecermos as dimensões dos caminhos utilizados. 7. Durante o processo de carga de um capacitor de placas paralelas por uma corrente constante ic , como se comportam ~ e magnético, B, ~ entre as placas do os campos elétrico, E, capacitor? [estacionário = não depende do tempo] (a) (b) (c) (d) 9. Uma região possui campo elétrico e magnético uniformes. O campo elétrico aponta na direção e sentido de x̂ e o campo magnético aponta na direção e sentido de ŷ. Uma partı́cula de carga positiva atravessa a região em movimento retilı́neo e uniforme. Em qual direção e sentido aponta a velocidade da partı́cula? ~ = ~ = E 6 0 e não estacionário; B 6 0 e estacionário ~ 6= 0 e estacionário; B ~ =0 E ~ 6= 0 e estacionário; B ~ = E 6 0 e estacionário ~ = 0; B ~ 6= 0 e estacionário E ẑ −ẑ (c) ~ 6= 0 e não estacionário; B ~ 6= 0 e não estaE cionário 8. Um circuito é formado por duas semicircunferências de raios a e b, como é mostrado na figura abaixo. O vetor ~ produzido pelas correntes do fio no campo magnético B ponto P é dado por: (e) (a) (b) ŷ (e) −ŷ 10. Seja uma superfı́cie esférica S dividida em duas semiesferas S1 e S2 por uma espira circular condutora ôhmica C. Sabendo-se a esfera está numa região onde há um campo ~ que a espira tem uma resistência finita e magnético B, desprezando qualquer efeito auto-indutivo ou capacitivo, podemos afirmar que (b) (c) (d) ~ = µ0 I B 4π s^ ^ φ 1 1 − a b (ẑ) 1 1 − a b (ẑ) (d) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (ŷ) (d) Determine o módulo e o sentido da corrente induzida no circuito. Novamente, argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo. [1 ponto] (e) ~ = µ0 I B 4 1 1 − a b (−ẑ) (e) Calcule a força magnética sobre a haste quando ela está a uma distância s(t) do fio infinito. [0,8 ponto] (c) ~ = µ0 I B 4 ~ através de S1 é nulo. o fluxo de B ~ através de S1 é proporcional à coro fluxo de B rente induzida na espira C. ~ em torno de C é proporcional à a circulação de B corrente através de S. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é proporcional à corrente induzida na espira C. ~ através a taxa de variação temporal do fluxo de B de S1 é nula. z^ (b) 1. [4 pontos] Considere um trilho condutor em forma de U , ao lado de um fio infinito que transporta uma corrente estacionária I, como indica a figura (onde indicamos ainda os vetores unitários das coordenadas cilı́ndricas ŝ, ϕ̂ e ẑ). Suponha que uma haste metálica de comprimento L é colocada entre os dois braços do trilho formando um circuito fechado, e que uma força externa faz a haste deslizar sobre o condutor com velocidade constante ~v . Despreze as forças de atrito e a resistência do trilho, e considere que a resistência da haste é igual a R. Despreze ainda qualquer efeito auto-indutivo e capacitivo. 1 1 − a b (a) ~ = µ0 I B 4 Todas as respostas devem ter ampla justificativa! x̂ (d) (a) Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) (−ŷ) (e) (a) Qual a direção do campo magnético gerado pelo fio infinito, num ponto arbitrário? Argumente detalhadamente, utilizando seus conhecimentos de magnetismo e/ou argumentos de simetria.[0,7 ponto] (b) Obtenha o módulo do campo magnético gerado pelo fio, num ponto arbitrário. Note que, dependendo do argumento ultilizado, argumentos de simetria se farão necessários. [0,8 ponto] (c) Calcule o fluxo magnético gerado pelo campo magnético do fio infinito no circuito (trilho + haste) [0,7 ponto] 3 4 Gabarito para Versão E Seção 1. Seção 2. Questões discursivas (1×4,0 = 4,0 pontos) 1. Resolução: Múltipla escolha (10×0,6 = 6,0 pontos) 1. (b) 6. (c) 2. (e) 7. (a) 3. (e) 8. (b) 4. (d) 9. (a) 5. (b) 10. (d) a) Seja o sistema de coordenadas cilı́ndrico usual, onde as coordenadas radial, angular, e de altura são denotadas respectivamente por s, ϕ, e z; e os vetores unitários correspondentes são denotados por ŝ, ϕ̂, e ẑ. Suponhamos ainda que o eixo Z desse sistema coincida com o fio infinito. Pode-se resolver esse item de duas maneiras: ~ = Bs ŝ + Bϕ ϕ̂ + • Solução por simetrias, lei de Ampère e lei de Gauss para o campo magnético: Temos, em princı́pio, B ~ tem alguma componente radial, podemos traçar uma superfı́cie gaussiana cilı́ndrica, Bz ẑ. Para determinarmos se B R ~ · dA ~ = 0. Por simetria de translação no eixo Z, vemos que o fluxo nas 2 tampas coaxial ao fio, e usar o fato de que S B se compensam, ou seja, o fluxo na superfı́cie lateral tem de se anular por si só. Mas, pela simetria cilı́ndrica, esse fluxo só é zero se o fluxo infinitesimal em todos os pontos da superfı́cie se anula, donde concluı́mos que Bs = 0. Tracemos agora uma curva amperiana retangular em um plano contendo o fio infinito, de modo R que dois dos lados do ~ ~ℓ = 0. Como não retângulo estejam paralelos a ele. Como não passa corrente no interior dessa amperiana, temos C B·d temos componente radial, a contribuição dos lados perpendiculares ao fio se anulam trivialmente, donde cocluı́mos que a contribuição dos lados paralelos se compensam. Mas, por simetria de translação em Z, o campo em cada um desses lados é uniforme, donde concluı́mos que a componente z do campo (a única que contribui para a circulação nesses lados) independe da distância ao fio. Finalmente, como infinitamente longe do fio o campo deve ir a zero, concluı́mos que Bz = 0 em todo o espaço. • Solução por lei de Biot-Savart: Da lei de Biot-Savart, sabemos que um elemento infinitesimal de fio produz um campo dado por ′ ~′ ~ ~ = µ0 Idℓ × (~r − ~r ) = µ0 Idℓ × R̂ , dB (1) 4π |~r − ~r′ |3 4π R2 ~ = ~r −~r′ , R = |R| ~ e, para simplificar a notação , tiramos a linha de dℓ. Escolhendo-se um sistema de coordendas onde R de tal modo que (i) a origem esteja no fio e (ii) que o ponto de observação esteja no plano z = 0, temos dℓ~ = dzẑ e ~ = sŝ − zẑ, e então R ~ = dzẑ × (sŝ − zẑ) = sdzẑ × ŝ = sdz ϕ̂. dℓ~ × R (2) ~ = Bϕ ϕ̂. Como esse argumento vale para qualquer elemento do fio, vemos que B b) Também pode-se resolver esse item de duas maneiras: • Solução por lei de Ampère: Do item anterior, sabemos que o campo magnético “circula” em torno do fio, ou seja, que ~ = B(s,ϕ,z)ϕ̂. Pela simetria cilı́ndrica apresentada pelo fio (simetria axial em torno do eixo do fio + simetria de B ~ = B(s)ϕ̂. Enunciemos translação ao longo desse eixo), concluı́mos que o campo independe de s e z, ou seja, que B agora a lei de Ampère I ~ · dℓ~ = µ0 Ienc B (3) C ~ (que é o lado esquerdo de (3)) devemos escolher uma curva amperiana adequada. Para calcularmos a circulação de B Dada a simetria do problema, escolhemos como amperiana uma circunferência num plano perpendicular ao fio infinito e coaxial a ele, de raio s. Daı́ temos I I Z 2π Z 2π ~ · dℓ~ = B B(s)ϕ̂· dℓϕ̂ = B(s) sdϕ ϕ̂ · ϕ̂ = B(s) s dϕ = 2πsB(s), (4) | {z } C C 0 0 =1 ~ que, substituido em (3), nos permite determinar o módulo do vetor B = |B| 2πrB(r) = µ0 Ienc = µ0 I ⇒ B(s) = µ0 I 2πs • Solução por lei de Biot-Savart: Aproveitando o resultado do item anterior e lembrando que R = Z Z Z µ0 I ϕ̂ ∞ Idℓ~ × R̂ Isdz ϕ̂ µ0 ∞ dz ~ = µ0 = B = 4π R2 4π −∞ (s2 + z 2 )3/2 4πs2 −∞ (1 + z 2 /s2 )3/2 1 2 √ s2 + z 2 , temos (5) Fazendo agora a transformação de variáveis z/s = tan θ, temos F~m = Iind B(s) =s sec2 θdθ ~ = |B| µ0 I 4πs2 z }| { π/2 Z π/2 µ0 I s d(tan θ) µ0 I π/2 ⇒ dθ cos θ = sin θ = 2 3/2 4πs −π/2 4πs −π/2 (1 + tan θ) −π/2 | {z } | {z } Z =sec3 θ B(s) = µ0 I 2πs (6) ~m = F c) O fluxo magnético é obtido da expressão I ~ · n̂ dA B S dz (−ŝ) = Iind B(s)L (−ŝ) . µ0 IL 2π Substituindo B(s) e Iind na expressão acima, =2 ΦB = Z (7) onde S é o retângulo definido pelo trilho mais a haste, e n̂ = ϕ̂. Temos então ΦB = Z ~ · ϕ̂ dA = µ0 I B 2π S Z L dz | 0{z } Z s a ds µ0 IL h s i = ln s 2π a (8) =L d) O primeiro passo é a obtenção da f.e.m. induzida pela variação de fluxo de campo magnético E =− µ0 IL d h s i dΦ . =− ln dt 2π dt a (9) ~ a f.e.m. positiva é no sentido horário. Como a haste está a velocidade constante Notemos que, devido à nossa escolha de dA, ~v , temos: s(t) = a + vt, onde colocamos a origem do sistema de coordendas sobre o fio. Efetuando a derivada acima, temos µ0 IL v , 2π s(t) (10) |E| µ0 IL v = . R 2πR s(t) (11) E =− onde ds/dt = v, e então a corrente é dada por Iind = O sentido da corrente pode ser deduzido da lei de Lenz. Esta afirma que a corrente induzida sempre “conspira” contra a variação de fluxo do campo magnético externo (estamos desprezando efeitos de auto-indutância), ou seja, a corrente induzida gera campos de maneira a inibir a variação de fluxo através do circuito. Para que isso aconteça nesse caso, a corrente induzida deve estar no sentido anti-horário. e) A força magnética sobre a haste pode ser deduzida da seguinte expressão: ~m = I F Z C ~ dℓ~ × B O módulo do campo magnético sobre a haste é constante, além disso: ~ = dzB(s) (−ŝ) , dℓ~ × B temos então: 3 4 2 v (−ŝ) . Rs2