1◦ Semestre 2012/2013 Problemas de Mecânica Quântica 25. Considere a função ψ5 2 2 (r, θ, ϕ) = R5 2 (r)Y22 (θ, ϕ) do orbital n = 5, ℓ = 2, e m = 2 do hidrogénio. a) Desenhe qualitativamente a função de onda radial R5 2 (r). Indique qual é o comportamento perto da origem, longe da origem, e justifique o número de zeros da função que desenhou. b) Qual é a energia de ligação desse orbital em eV? c) Qual é a dependência no ângulo ϕ de ψ5 2 2 (r, θ, ϕ)? d) Qual é a dependência no ângulo θ de ψ5 2 2 (r, θ, ϕ)? 26. Considere uma partı́cula de massa m no seguinte potencial {1 V (x, y, z) = 2 mω 2 (x2 + y 2 ) ∞ se |z| < a senão, com ω = (~/m)(π/a)2 . a) Determine as energias e as funções de onda dos estados estacionários deste potencial trabalhando em coordenadas cartesianas. b) Encontre as equações que determinam as energias e as funções de onda dos estados estacionários deste potencial trabalhando em coordenadas cilı́ndricas. Diga se obteve funções próprias de Lz . c) Usando (em casa) o “Mathematica” obtenha as soluções da alı́nea anterior. 27. Considere os seguintes operadores com a dimensão de energia: p2 1 H0 = + mω 2 x2 2m 2 √ W1 = ~ω mω x ~ W2 = ~ω mω 2 x . ~ Considere também os 5 estados próprios H0 | n⟩ = (n + 12 )~ω | n⟩ de menor energia do operador H0 . Parte do problema vai ser resolvido no “espaço de Hilbert restrito”, H = {| 0⟩, | 1⟩, | 2⟩, | 3⟩, | 4⟩}, um dos principais métodos da mecânica quântica. a) Calcule exactamente as energias próprias dos hamiltonianos H0 + λW1 e H0 + µW2 . (Se pensar um pouco é trivial.) b) Escreva a representação das matrizes associadas a H0 , W1 e W2 no sub-espaço restrito H. c) Determine numericamente (em casa) as energias próprias dos hamiltonianos H0 +λW1 e H0 +µW2 no sub-espaço restrito H para λ = 0.1, λ = 0.5, µ = 0.1, e µ = 0.5. Compare os valores obtidos com os valores exactos da alı́nea a). h0 = Table[If[i == j, (i + 1/2), 0], {i, 0, 4}, {j, 0, 4}] Problema para entregar a 20 de Dezembro na aula ou no cacifo até às 12h de 21 de Dezembro. 28. Vamos continuar o estudo detalhado do mais simples sistema quântico, o spin-1/2, ou seja o espaço de Hilbert H = C I 2 . O hamiltoniano para um spin-1/2 num campo ⃗ é dado por magnético B ~⃗ ⃗ · ⃗s H = −γ B · ⃗σ = −γ B 2 ⃗ · ⃗σ = Bx σx + By σy + Bz σz B onde σi são as “matrizes de Pauli” definidas no problema 24, si = giromagnético. Para um electrão γe = ge µB ~ 2 σi e γ é o factor 1 |e| = ge = −1.760 859 708(39) × 1011 T−1 s−1 ~ 2me ~|e| = 9.274 009 68(20) × 10−24 JT−1 2me ge = −2.00231930436153(53), µB = enquanto que para protões e neutrões temos γp = 2.675222005(63) × 108 T−1 s−1 γn = −1.83247179(43) × 108 T−1 s−1 . ⃗ · ⃗σ Como ge é quase igual a −2, use (com fazem muitos livros) a aproximação H = µB B para os electrões. Devido à convenção da carga negativa do electrão, encontram-se na literatura outra definições de todas estas quantidades com o sinal trocado. Por vezes, como na actual (Dezembro 2012) página da wikipédia sobre o “gyromagnetic ratio”, encontram-se duas convenções de sinal trocadas a poucas linhas de distância. Por consistência segui aqui as convenções do Griffiths. Os valores das constantes são tiradas de physics.nist.gov com a ressalva que para o NIST temos γeNIST = |γ|, trocando-se o sinal da primeira equação para electrões e neutrões, mas não para protões. Usando os resultados do problema 24, vemos que este é o problema mais geral no espaço de Hilbert H = C I 2 , tirando o aspecto trivial da escolha do zero de energia. ⃗ 0 = B0⃗ez quais são as energias e vectores próprios de H? a) Para B b) Qual vai ser a evolução temporal de um estado de spin ( ) a χ= = a | +1/2⟩ + b | −1/2⟩ b onde | +1/2⟩ e | −1/2⟩ são os vectores próprios da matriz sz = ~2 σz com valores próprios ± ~2 . O resultado chama-se precessão de Larmor. c) Em muitas situações fı́sicas (ressonância magnética, por exemplo) temos um forte ⃗ 0 = B0⃗ez e um campo fraco λB ⃗ 1 = λ(B1x⃗ex + B1y ⃗ey + B1z ⃗ez ) cuja campo estático B magnitude é controlada pelo valor do parâmetro λ. Calcule as energias e vectores ⃗ = B ⃗ 0 + λB ⃗ 1 . Desenvolva o resultado em série de próprios para o caso do campo B Taylor em λ. O resultado que vai encontrar pode ser obtido mais facilmente com a “teoria de perturbações”. d) Considere um campo magnético dependente do tempo. Escreva, inspirando-se nos problemas 11, 14, e 17, uma equação numérica que espera que seja estável para a evolução no tempo do estado de spin. A resposta está num notebook na página da cadeira, mas tente resolver a alı́nea sem olhar para a resposta. e) Escreva o hamiltoniano em unidades adimensionais para o campo magnético ⃗ = B1 cos(ωt)⃗ex − B1 sin(ωt)⃗ey + B0⃗ez . B Começamos por escolher |B0 | como unidade de campo magnético. Em seguida vamos escolher a unidade de frequência angular como sendo ω0 = 2µB |B0 |/~ = |γ||B0 |. Escolhendo ~ como unidade de acção, a unidade de energia vai ser 2µB |B0 |, e a de tempo 2π/ω0 . f) Adapte o notebook na página da cadeira para ver a evolução no tempo do vector | +1/2⟩ para o caso B1 = 0. Verifique se é estável, e se obtém o resultado da alı́nea b). g) Observe a evolução no tempo para o caso B1 = B0 /50 e ω = −cω0 onde ω0 = |γ|B0 e c = 0.95, 0.96, . . . , 1.04, 1.05 e o estado inicial | +1/2⟩. O intervalo de observação tem que ser superior a 50 × 2π/ω0 para ver alguma coisa de interessante. Faça o gráfico do máximo de probabilidade de encontrar o estado | −1/2⟩ para cada valor de c. Vai obter a figura de ressonância magnética do sistema.