r, Impossível absorver variações fiscais"

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ID: 69115800
17-04-2017
Tiragem: 12762
Pág: 4
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 25,70 x 32,00 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 6
CONVERSA CAPITAL
ANTOIV#0 COMPRIDO SECRETARIO-GERAL DA APETRO
r, Impossível absorver
46-w •
variações fiscais"
As margens de comercialização não dão espaço às gasolineiras para descerem os
preços dos combustíveis, assegura António Comprido, que reclama previsibilidade
do Governo em matérias que tenham impacto nas empresas.
ALEXANDRA MACHADO
[email protected]
ROSÁRIO LIRA, ANTENA I
BRUNO SIMÃO
Fotografia
s petrolíferas sustentam não ter margem
para baixaros preços
e, por isso, garantem
que os aumentos das
caigwfescais têmdeserrefiectidos no
consumidor.
A
Já percebeu.quais são os objectivos do Governo para o sector?
Os objectivosque vemos corstantemente anu nciados são mais concorrência e baixa de preços parti os conswnidores. O Governo, directa ou indirectamente, é responsável pela
maiorfatiadopreçodosennilustíveis
através da fiscalidade, e depois insiste na.questão do pinço, mas ninguém
se exime de aumentar os impostos.
Por que nãotiveram uma reacção
significativa quando houve aumento no imposto sobre osprodutos petrolíferos.. (ISP), para
compensar a descida do IVA?
Não sei o que querdiZercom reacção significativa. Nós fazemos valer
os nossos pontos de vista ou apresentamos os nossos pontos de vista a
quem de direi to. Não somos muito de
vir para a praça pública. Além disso, é
preciso que se diga que nós respeita!~ as decisões que sãosoberanasdos
governos em matéria fiscal. Podemos
gostar ou não gostar. Podemos contestá-las quando nos atingem direct tunei ite. OISP atinge essencialmente os consu m idoms. Porque o ISP é
incorporado no preço final e são os
consumidores que o pagam.
Para vocês é indiferente?
D iria que seriam mais as associações de consumidores que deveriam
queixar-se. É evidente que preferíamos uma carga fise2lmenor.
A percepção dos consumidores
sobre aumento de preços reflecte-se nas gisolineiras...
Temos sempre o odioso por parte do público de que os preços são altos porcaustidascompanbias, mas temos que respeitar quem tem o direito que lhe foi dado pelo voto popular
para definira política fiscal: A indústria gosta? Não gosta! Preferia ter uma
carga fiscal menor? Preferia! Mas tem
de conviver com a situação.
No fundo o que estáadizer é que
vos ébrn pouco indiferente, porque no final do dia fazem reflectir o preço no consumidor.
Sem dúvida! Não temos hipocrisias. No ISP, todo o aumento da carga fiscal é reflectido no consumidor.
A vossa margem não diminui?
Não há margem de comercialização nos annbustíveis que permita absorver alterações fiscais. O aumento
deseis eêntimos veri ficado em Janeiro de 2016 é superior ao que é, em
média, a margem 1 íqu ida dos grnssistas é dos retalhistas. E impossível absorver estas variações fiscais.
Também contestaram a incorpo-
ração dos biocombustiveis ter
fazsentidoandannos a subir a descer
sido adiada. Nunca ganhou qual- oISP com muita freqUência.
quer batalha política junto do Ministério dás Finanças?
, Se o ISP baixasse deforma signiNós não estamos muito preocuficativa, o consumo aumentaria?
pados em ganhar ou perder batalhas.
Estamos preocupadosem fazervaler
os nossos pontos de vista e sensibil zar o GoVemo.
Mas não conseguem. É isso?
O que tem mais impacto no constunoéasituaçãoeconómicadopaís.
A nossa experiência mostra que este
tiptideposicionamentotern maisaver
cxnna confiançaqueexiste naeconomia do que com o preço. Dentro de
certos limites,não há uma correlação
directa entre o preço e o consumo.
A questão 4 biocombuStíveis
não é tanto o ter Mdo adiada. É a maneira como esse tema foi tratado. A
imprevisibilidade é o piorquehápara
Como estão a evoluir as vossas
o mundo dos negócios. É inimiga do
margens?
investimento e das empresas. O que
Acabámos de fazer a análise do
tínhamos era tuna meta para 2017 e, primeiro trimestre [margens brutas
- de repente, salvo erro em Outubro, representam10/12%docusto final ou
que é quandoé conhecida a propósta 12a 14 cêntimos por litro], o que veridoOrçamentodo Estado, annoscon- ficamoséquea margembnita estiprafrontados com uma decisãodederm- tiramente ao nível do primeiro trimesgar por um ano essa actualização. tre de 2016. Tinha havido uma queda
Como imagina, as companhias já ti- das margen.sao longo de 2016 aparennhaincontratexrcomerciais feitos para temente houve alguma recuperação.
aquisição de mais biocombustíveljá . Estanxxs. a falardamargem bruta Não
tinham a sua estrutura logística pra- há grande variação. Porque também
ptunda. Portanto, mais do que o nível não grande espaço para haver variade incorporação, oque nãogostamos çn'o. Como os vol umes não estão a aué da imprevisibilidadc.
mentar siguificativamente também
não é possível as companhias baixaO mesmo se passa com a questão
rem muito as suas margens. Há toda
das revisões trimestrais?
uma estrutura de custos fixes, há inCatalogó-as na categoria da im- clusivamente um crescimento de cusprevisibilidade. Em np» opinião não tos, e as empresas têm de se defender.
Não estão, portanto, a baixar
as margens.
"Não temos hipocrisias.
Todo o aumento do ISP é
reflectido no consumidor."
"Não há margem de comercialização nos combustíveis
que permita absorver
alterações fiscais."
Isso faz parte do negócio e da estratégia comercial. Como é que as
margens se baixam? É com a guerra
de preços. Comaguerra de descontos.
Com programas de fidelização, com
sistemas de frota para as empresas.
Hojeem dia vernosopttwqueestá na
bomba, mas poucas pessoas que vãoa
essa bomba pagam aquele preço.
. Significa que se quisessem podiam ter preços mais baixos?
Isso é uma pergunta um bocadi -
libo ingénua. O que quer dizer'se quisesse"?Senãoqueremos ter lucro?Se
queremos trabalhar com lucro zero?
Para justificar perante accionistas a
rentabilidade que esperam do negócio, não me parece haverwandeespaço para reduzirsign ficativamente os
weços.
O próprio secretário de Estado
da Energia questionou os preços. Como lhe responde?
A nossa resposta é que estamos
num mercado liberalizado, asempresas tentam competir u mas com as outras, manter a sua rentabilidade, os
preços mais baixos resultam da concorrência e não por decreto nem por
imposições políticas. É assim que vemos° mercado a funcionar. E ele tem
ft mei( mudo e vai continuar com eertem a hncic mar no sentià de as empresas ao mesmo tempc ›witsigamgarantirasua rentabilidade e queos consumidores tenham produtoseadavez
com preços mais apetecíveis. ■
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Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 6
PERFIL
A reforma
que o levou a
secretário-geral
Defende os interesses de todas
as petrolíferas associadas da
Apetro desde 2009, altura em
que se tornou secretário-geral da
associação. Até ai, defendia em
particular os interesses de uma:
a BP, da qual se reformou em
2008. Foi aos comandos da BP
Portugal que também presidiu à
Apetro, para depois se tornar secretário-geral. Ingressou na BP
em 1988, tornando-se administrador em 1994. Rumou em 1997
à BP Oil UK para ser administrador financeiro. Aí ficou dois anos
até ser convidado a assumir a
dos
MA 1
presidência da BP Portugal, o
que fez entre 1999 e 2008. Antes
de entrar na BP andou pela indústria naval e pela siderurgia.
Iniciou a carreira, no entanto,
como assistente de investigação
no laboratório de Física e Engenharia Nucleares da Junta de
Energia Nuclear. Foi também assistente regente do curso de engenharia mecânica, o "seu" curso no Instituto Superior Técnico,
onde se formou.
"É preciso garantir condições para que não haja
situações que distorçam o mercado"
António Comprido nãopercebe apolémicu com aANTRAM.As petrolíferas chamam apenas a atenção, no
caso do gasóleo profissional, sobre a
necessidade de havercontrolos rigorosos nos postos das transportadoras.
As transportadoras reclamam o
gasóleo profissional a outros camiões abaixo das 35 toneladas.
Qual é a vossa posição?
A nossa posição é a mesma de
quando o projecto se iniciou. AApetio foi consultada pelo governo no
sentidodeveraviabilidadetécnicade
avançar com isto. Dissemos em que
moldes é que devia ser para ser feito
de uma maneira controlada, coniri-
buímos o melhor possível para que o
projecto tivesse sucesso. Agora isso é
uma questão entre as transportadoras e o governo.° governo é que tem
dedecidir.Comocompanhiaspetrolíferas o que dizemosé que se isso si' consumo em Portugal e
gnificar mais
se isso significar, como é o grande objectivo, recuperarpartedo consumo
que foi desviado para Espanha, nós
aplaudimos. Agora, o nível do alcance, o universo de veíeulos , o tipo de
actividades, é decisão política.
Houve recentemente um choque
entre Apetro e ANTRAM que acusou a Apetro de estar era a proteger o seu mercado. Quanto po-
dem perder?
Não vou comentar publicamen-
te o comunicado da ANTRAM que
acho extremamente infeliz até pela
linguagem que usa, porque nós temos
um bom relacionamento institucional com a ANTRAM, colaborámos
com eles neste projecto e aquilo que
éafirmado queeu afirmei nãocorresponde minimamente à realidade.
O que é que afirmou?
Disse uma coisa que repito. Os
abastecimentos feitos em postos pú-
blicos de combustíveis com base cm
cartões frota são feitos em sistemas
queestão testadose blindados há vários anos e que inclusivamente são
usados para fornecer informação à
autoridadefiscal (AT). Ospostosdmtro das próprias empresas, porque
não eram paravenda ao público, não
têm o mesmo tipo de sofisticação em
tennosdesistemasdecontmla Oque
dissemos é que é preciso ter cuidado
para que não haja situações que distorçam o mercado, quer entre os
transportadores, quer para as petrolíferas. Não tem nada a ver com perda demercada Quem é que abastece
as instalações dos transportadores?
São as petrolíferas. Portanto, não há
qualquer interesse comercial das petrolíferasem impediroucriardificuldades aque o regime do gasóleo profissional seja estendido às instalações
próprias. Não fizemos acusações. A
nossa posição é muito clara. As instalaçõesdeemsumoprópriodevem ser
elegíveis para o reembolso do gasóleoprofissional do ISPeapenas oque
a AT deve ter cuidado é garantir que
foram criadas as condições para ser
feito de maneira controlada.
Já se notou transferência de Espanha para Portugal?
Assistiu-sea um aumentodasvendas, principalmente nas zonas fronteiriças. Nãotemosquantificadooque
represelitaem termos de recuperação
doconsumaatéporquea medidaérecenteesempredi~mosnãoesperem
milagres em pouco tempo.■
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Corte: 3 de 6
CONVERSA CAPITAL
ANTÓNIO COMPRIDO SECRETÁRIO-GERAL DA APETRO
"Está a verificar-se um certo
regresso aos adi-Uivados "
António Comprido acredita que as gasolineiras já se adaptaram aos
combustíveis simples e o mercado estabilizou. Aliás, segundo a Apetro,
está mesmo a verificar-se algum regresso aos combustíveis aditivados.
ALEXANDRA MACHADO
amachado®negocios.pt
ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1
BRUNO SIMÃO
Fotografia
sectorcontestou a obri4itoriedadedeotetecerem combustíveissimpl. Algumas gasolineiras,queestavamatentarcompetir
omalternativasaopreço,tiveramde
retirar bombas com aditivados para
cobearossiinples.António Comprido. secretário-geral da Apetro, acredita, no entanto, que se teoricamente
asgundessuperkies poderiam serw
mais lx.melleiadas com isso, tal não
aconteceu. As suas quotas estão a estabilizar e os consumidores a IVWCSsar a»; produtos aditivad( is.
Como está o mercado dos combustíveis?
Infelizmente, ou felizmente, depei ide dos pontos de vista, é unia atercada em estagnação tomo acontece
na n mioria dos países da OCDF,. Devido à eliciênciaenergéticados veícuI os, que é cada vez maior, ao facto do
próprio parque automóvel já estar de
alguma maneira esgotado em termos
do número de veículos por habitante,e, também, à medida que se Vã° re- •
novando os carros gastam cada vez
menos. E há o aparecimento de tecnologias concorrentes aos combustíveis tradicionais. Portanto,ein termos
deconsumo, ele é estagiado ou com
tendência para a descida.
Isso significa que não há espaço
para mais empresas?
1 lá sempreespaço para mais em-
presas. Como é-evidente, quando o
mercado está a crescer, as Condições
silo mais propícias para apareçerem
n‹ wos 'players'. Quando o mercado
esta a rei rair-se.já não é tão atractivo,
mas isso > não significa que não haja
emprestsgoiequeir•ani investir.
Como a Shell, por exemplo?
Ouvi essa notícia da Shell e pcs-
soalrnenteduvidoque elasejaverda-
cicira Porque a Shell teve urna estratégia de afastamento do mercado de
retalho da Europa O que há é iun distri buidor, urna grande empresa em
"Muitas companhias tiveram de
desactivar algumas linhas de
produtos para introduzir os
combustíveis simples."
"Ninguém optou por investimentos de ampliação dos postos."
Espanha que é a Disa, que tem acordo com a Shell eostentaa mat•aiShell
em Espanha. Sei que a Disa fez algumas incursõesno mercadoportuguê%
nomeadamente a nível de clientes directos, mas setem algum objectivo de
criar uma rede, ou não, francamente
não sei. Mas a Shell, enquanto Shell,
não acredito que volte ao mercado
português nos próximos anos.
Faria sentido existir algum tipo
marcas que têm quotas
robustas e significativas, mas
depois há muitos regionais, outros já
com âmbito nacional, e têm emer0do.110Vati marcas.Estou a lembrar-me
da Prio, que há poucos anos tinha
uma presença residual e hoje já tem
uma presença muito significativa. As
marcas tradicionais têm tentado
competir. As pessoas nãO se apercébem mas há muita dinâmica, emb< )ra não !laja a criação de novos posto os.
de consolidação do mercado?
O mercado do retalho dos combustíveis não é um mercado muito
concentrado. Nós temos umas dezenasdemarmsditerer~de'players'.
Obviamente que há três ou quatro
Mas isso não é porque já existem
postos a mais?
Portugal temesse problema. Sob
todo is os pontos de vista, número de
postos por habitante, número depts-
ID: 69115800
17-04-2017
"Há a sensação de que está
estagnado o crescimento
das grandes superfícies."
"No retalho de combustíveis
infelizmente há muita gente
a não pagar e a fugir",
Tiragem: 12762
Pág: 7
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 25,70 x 29,68 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 4 de 6
"Francamente
nós vivemos
com todos
os governos"
Respostas
rápidas
CARRO ELÉCTRICO
É o passado, poderá ser o futuro.
QUERCUS
Respeitamos a Quercus como
urna organização ambientalista.
NUCLEAR
É algo que também foi demonizado a certa altura, mas que é essencial para suprir as necessidades energéticas mundiais.
tck; porcarro, número de postos por
quilómetro de estrada, número de
postos por milhões de litro vendidos, PortuFlédas redes mais densas da Europa, o que faz com que
nós percamos algumas economias
deescalaquepoderíamos ter. Mas,
enfim, há sempre lugar para mais
alguns desde que consigam distinguir-se. Agora, em valor absoluto,
Portugal tem um número de postos
e uma cobertura geográfica suficientemente densa para as neces:
sidades do país.
A grande distribuição ganhou
muita quota de mercado. Já se
vê alguma quebra ou continuam a ganhar quota às gasolineiras tradicionais?
Infelizmente não se publicam
estatísticas muito precisas nesta
área Pela infonnaçãodequevamos
dispondo e por alguns dados que a
Entidade Nacional do Mercadodos
Combustíveis (ENMC) vai publicando, há um pouco a sensação de
que está estagnado o crescimento
das grandes superficies. Aparentemente atinOramaquota de mercado que pretendiam, mas não sei
qual é a estratégia deles.
Porque é que acha que isso
aconteceu?
O negócio dos combustíveis
para as grandes superficies,correndo o risco de metera foice em seara alheia, é um negócio complementar e não nuclear. Provavelmenteterãoesgotidas,ou pelo menos fortemente reduzidas, as possibilidades &novos investimentos.
Vamos aguardar e ver.
A introdução dos combustíveis
terá tido influência?
Em minha opinião, a introduçãodoscombustíveis simplessófavoreceu a grande distribuição.
Mas não foi o que aconteceu.
Na prática não sentimos isso.
Sentimos, e também pelos dados
publicados pela ENMC,queseestá
a verificar-se um certo regresso aos
combustíveis aditivados e aos de
maisqualidade, que hoje represemtam 20 e tal, 30% do mercado, mas
temtidotendência nos últhnostempos para um ligeiro crescimento.
Passados dois anos, o combustível simples continua a ter a
maior quota.
Quando portei éobrigatório todos os postos disponibilizarem esses combustíveis, quando alguns
postos não conseguem disponibil i zar outros que não esses, seja por
razões de estratégia comercial ou
físicas de não terem bombas em
quantidadessuficiente,éóbvioque
é natural que os combustíveis simples representem a maiorquotade
mercado. Agora, eu tenho dito isso
muitas vezes, não me parece que
seja exclusivamente por opção do
consumidor, mas quase como uma
consequência da oferta que hoje é
apresentada no mercado.
Qual foi real impacto para as
gasolineiras da obrigação de
terem combustíveis simples?
Houve uma fase inicial de adaptação. As empresas tiveram que
adaptara sua estratégia. Houve alguns custos, porque muitas companhias tiveram de desactivar algumas linhas de produtos para introduzir oscombustíveis simples, ninguém optou por investimentos de
ampliaçãodospostos no sentido de
manter toda a gama de proçlutos
que tinham mais os combustíveis
simples, edepois adaptaram-se. Eu
diria que ao fim deste tempo, continuando a não concordar comas
princípios subjacentes à obrigatori e(lade da oferta de combustíveis
simples, o mercadoestá estabilizado e as companhias conseguiram
adaptar-se à situação..
As petrolíferas têm a vida
mais difícil com um Governo
que é apoiado pelo Bloco e
pelo PCP, que não gostam
muito de petrolíferas?
Estzimos a entrar num campodificiL Nós nãogostamos muito de... Somos uma associação
vemos desde que sejam tidas em
conta as questões fundamentais
dasaúde &economia edasaúde
dasemprcsase, tantoquanto.possível,quehajaprevisibilidade em
relação ao que vai amiláceo.
que tem completo respeito pelas
instituições democráticas e portanto este Governo tem toda a legitimidade em existir. Tem uma
maioriaparlamentar.Agora, não
vamos ser cínicos. Obviamente
que sabemos que a visão dos partidos mais à esquerda é menos
simpática, ou suporta menos o
posicionamento das empresas,
especialmente das grandes. E
como nós representamos grandes empresas, sabemos que somos um bocadinho alvo dessas
forças políticas. Masfrancumente, nós vivemos com todos os go-
(Risos) Mas não e só agora.
Nãoqueropôruma ligaçãodirec ta entre° Governo que temos e a
imprevisibilidade. Isso tem sido,
infelizmente, uma constante no
nosso país. Basta ver-se o que todos os fiscalistas e economistas
dizem, cada Orçamento é uma
caixinhadesurpresas em termos
de alteração da legislarmo fiscal e
não só. Isso é permanente. E todos os governos que nos lembramos, têm pautado a sua actividade por unia grande falta de tstabilidade fiscal e 14.slaliva que não
O que não está a acontecer...
ajuda as empresas..
CARBONO
É capaz de ser das moléculas mais
ricas que nós temos, que também
tem sido muito mal tratada porque muitas vezes é confundida
apenas com os aspectos negativos e não com os aspectos positivos que tem na nossa economia.
BREXIT Estou cá para ver.
MÉDIO ORIENTE
O barril de pólvora do costume.
TESLA
Urna empresa muito interessante.
Vamos ver o que é que nos vai trazer.
FÉRIAS
Estou a ansiar por elas.
PORTUGAL
Gosto muito.
"Não nos podemos dar ao luxo
de deitar fora fontes de riqueza"
A prospecção e exploração de
petróleo em Portugal tem os
dias contados com as posições
defendidas por este Governo ?
Não sei qual é a política do Governo relativamente à exploração.
O que sempre me pareceu é que O
levantamento das riquezas que
existem no subsolo, i ncl ui mi< > os I iidrocarbonetos, éalgo queo país não
se pode dar ao luxo de abdicar.
É isso que estia acontecer?
Sim, acho que está a acontecer,
porqueaté agora as decisões que thram tomadas, muito empoladas...
Empoladas por quem?
Empoladas nacomunicaçãosocial, por muita infonfiaçãoqueévelculada para ela. Suponhamos agora que o mundo inteiro adoptava a
posição que algumas pessoas cm
Portugal, do fim à exploração dos hidrocarbonetos. A nossa economia,
a economia mundial, o nosso estilo
de vida colapsava Nós estamos de
acordo com a necessidade de descarbonizar a economia, e de que é
preciseencontraralternativas, agora posições fundamentalistas e radicais do contra só porque é contra,
obviamente não apoiamos. E expioraros hidrocarbonetosem Portugal.
seelesocistem,deveser feito se isso
for útil e rentável para° país sob to-
dOs os pontos de vista, económico,
social, ambiental. Agoraé demagógico dizer que uma exploração de
petróleo a50 quilómetros da costa,
que não se consegue ver, vai afastar
o turismo da região, isso é demagoga pura, nãoéverdade. Do ponto&
vista do intettase nacional, todas as
riquezas queo país tem - seja ( ) vei
to, osol, as marés, seja evenhialmen
te hidrombonetos -,devem ser iiiventariadas; e respeitada a legislação deve-se avançar para a exploração, que pode ser uma fonte de riqueza para Portugal. Nã‹) nos podemos dar ao luxo de deitar fora CW11tuais fontes& riqum que eventualmenteestejam à nossa disposição..
ID: 69115800
17-04-2017
Tiragem: 12762
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CONVERSA CAPITAL
ANTÓNIO COMPRIDO SECRETÁRIO-GERAL DA APETRO
"Compensação levou a
comportamentos incorrectos"
O secretário-geral da Apetro acredita que a ENMC vai rever o
regulamento sobre a compensação financeira pela retorno das
garrafas de gás e até "eventualmente eliminar essa contraprestação".
ALEXANDRA MACHADO
[email protected]
ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1
BRUNO SIMÃO
Fotografia
A
Apetrocontetaadevoluçãoa000nsumidordo
valordogás que fica residualmentenasbotijas.
Eainte&tou, além disso, a compensação financeirapela restituição da botijavazia aoutrooperador. Diz queinduz comportamentos incorrectos.
Mas acredita que essa contraprestação tem os dias contados.
Que balanço faz da lei do sector
petróleo, em vigor há um ano?
Na prática não me parece que a
publicação da lei e a regulamentação
queseseguiu tenha trazido modificaçõessignificativas eestruturais. E por
isso o men2do,que em nossa opinião
já funcionava, continua a funcionar.
Temos colaborado com a ENMC,
dand ias iossas opi niões.'llveinos um
problema com um dos regulamentos
com que não concordámos, tudo o
resto foi pacífico.
Em qual não concordaram?
Foi o da troca das garrafas. Estamos absolutamentedeaeordoqueos
consumidores têm ódireitode troar
as garrafas sem custos. Mas não estamos de acordo que entre os proprietáriosdasgarrafashajacompensações
financeiras para devolver aquilo que
épropriedadedeoutro.Essacompensação foi o que contestámos.
Também contestaram a restituição de dinheiro pelo gás que fica
no final da botija.
Nós adiamos que é uma medida
desnecessária porque as garrafas são
vendidasàunidade.gbdaagentesabe,
desdesempre,quetecnicamenteéimpa,sível retirar o gás todo mas quando é vendida a unidade garrafa ela já
interiorizou nopreçoessegás residual.
Asp soas nãovãocomprar'x'quilos,
compram iunagarrafa, isto é eomooutro produto qualquer que eu depois
nãoconsigaretirar a totalidacleda embalagem. Parece-nos que é uma medida desnwessárià, masseoGoverno
decidir avançar com ela com certeza
que nos adaptaremos.
O Governo disse que ia insistir.
Vamos esperar. Já demos a nossa
opinião. Resta-nos aguardarasua publicaçãoevero queda traz,Quanto à
questão datrocadasgarrafas, para nós
émuitoclara Nós apoiamos [troca livre] completamenteporqueo memado já a praticava, mas agora que esteja institucionalizado e regulamentado que a troca é livreenãotein encargos.Sobreissonãotemospmblema e
estamos perfeitamente de acordo.
Que impacto é que tem o pagamento de I estituição das botijas?
O impacto não é tan to financeiro.
Umas pagariam àsoutras, °resultado
final era muito próximo do zero. O
pmblemaéqueinduzcomportamentos incorrectos. Foram bater à porta
das companhias entidades que nem
eram comeicializadores de Os a dizer
que tinham não sei quantas centenas
degarrafasese asquiser reaver tem de
pagar aquele valor.
Um negócio paralelo?
Induz um negócioimralelo.Sehavia uma boa intenção, queera combater o açambarcamento, ou seja, que
um operador retivesse as garrafas de
outrem para o prejudicar, aí estamos
100% de acordo que o açambarcamentotemdeser proibidoecondenado, mas não é através da compensação. Esta levou efectivamente a comportamentos incorrectos.
Sabe se está a ser feita alguma
coisa para combater isso?
'Into quanto sei há intenção da
ENMC de rever o regulamento e
eventualmente eliminaressa contraprestação pecuniáriadoserviçoderetomo. Se issoforfeitoestamosem crer
que o mercado vai voltara funcionar
oornosemprefuncionoueastrocasde
garrafa vão ser feitas.
Isso não é também uma questão
de fiscalização?
Fiscalização sim, mas nós não podemos resolver tudo à custa da fiscalização. Temos 50 mil postos de vendadefgrrafasdegásem Portugal. Espanhatem 5 mil. Se agora andamos a
querer fiscalizar ternos de criar uma
forçadefiscalizaçãoenormecomcusstos.Quemvai pagai
—isso?Oqueé bom
é queos regulamentos sejam simples,
sem criarcustosdesistema, porque só
vão prejudicar esconsumidores.
Neste mercado das botijas digás,
a Autoridade da Concorrência
(AdC) disse que havia problemas
de concorrência.
Por acaso não estamos de acordo
com todas as conclusões da AdC, embora as respeitemos. Nós não conhecemos barreiras à entrada Ninguém
está impedido de investir no negócio,
comprar garrafas, criar um parque,
criara logística necessária e entrar no
mercado. Agora, fazê-lo de uma ma-,
neiragratuitaeàazta dos investimentos que outros fizeram, aí já não estamos totalmente de acordo. ■
ID: 69115800
17-04-2017
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CONVERSA CAPITAL ANTÓNIO COMPRIDO
"É impossível às gasolineiras
absorverem variações fiscais"
Secretário-geral da Apetro defende pesquisa de petróleo.
PRIMEIRA LINHA 4 a 8
negocios.pt
e
OC105
Segunda-feira, 17 de Abril de 2017 Diário Ano XVI N.o 3481 € 2.00
Director Raul Vaz Subdirectores André Veríssimo Celso Filipe Tiago Freire
HUW P1LL ECONOMISTA--CHEFE DO GOLDMAN SACI-#S
"Draglii vai retirar
estímulos sem provocar
uma nova crise"
"Se formos optimistas, há uma equipa de sonho em
formação na Europa", diz o economista do Goldman.
MERCADOS 20 a 22
Publicidade
O plano
de António
Costa para
emagrecer
o Estado
Marcelo fala hoje e amanhã
com os partidos sobre o
Programa de Estabilidade.
ECONOMIA 9 a 11 e EDITORIAL
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