O impacto do tratamento do Câncer na saúde mental de - Ces-JF

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O impacto do tratamento do
Câncer na saúde mental de
cuidadores
Beatriz dos Santos Pereira*
Fabiane Rossi dos Santos Grincenkov**
RESUMO
Os cuidados exigidos no tratamento do câncer podem ser fonte de angústia para os
familiares de pacientes oncológicos, especialmente em fase terminal da doença,
influenciando diretamente em sua saúde física e emocional. Dessa forma, o presente
estudo teve como objetivo avaliar o estado mental desses cuidadores familiares, visando
verificar a presença de sintomas de ansiedade e depressão, assim como avaliar sua
qualidade de vida. Foi selecionada uma amostra aleatória de 30 familiares que se
encontravam em sala de espera ou em acompanhamento do paciente internado no
Hospital ASCOMCER no município de Juiz de Fora-MG. Foram utilizados como
instrumentos de pesquisa a Escala de Avaliação da Qualidade de Vida SF-36 e a Escala
Hospitalar de Ansiedade e Depressão – HADS. Os sintomas de ansiedade foram
percebidos em 55% dos familiares, já os sintomas de depressão foram verificados em
52% desses cuidadores. Observou-se, em relação à qualidade de vida, que a amostra
pesquisada apresentou níveis intermediários, com maiores pontuações na capacidade
funcional (com média de qualidade de vida de 82) e com menores escores no domínio
aspectos emocionais (média de 47). Esses dados reforçam a importância da intervenção
psicológica no acompanhamento aos familiares de pacientes com câncer como forma de
amenizar a sobrecarga causada pelo tratamento da doença e proporcionar uma melhora
no autocuidado, na qualidade de vida e uma elaboração saudável do processo de luto do
familiar adoecido.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Ansiedade. Depressão. Câncer.
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ABSTRACT:
The caring needed in the treatment of cancer patients may be a source of anguish to the
oncology patient relatives, specially in the TERMINAL PHASE of the disease, afflicting
directly his physical and emotional health. Thus, the current study intends to assess the
mental state of these familiar caretakers, looking forward to checking the presence of
depression and anxiety symptoms. A random sample of 30 relatives was taken, from the
ones in waiting rooms or following the treatment of patients in the ASCOMCER Hospital in
the city of Juiz de Fora – MG. As tools for the research, the Quality of Life Evaluation
Scale (Escala de Avaliação da Qualidade de Vida) SF-36 and the Anxiety and Depression
Hospital Scale (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão) HADS were used. The
anxiety symptoms were noticed in 55% of the relatives, while the depression symptoms
were verified in 52% of these caretakers. We noticed that, regarding the quality of life, the
sample studied showed intermediate levels with higher score in the functional capacity
with an average quality of life of (82) and lower scores in the field of emotional aspects
(47). These data reaffirm the relevance of psychological intervention during the following of
cancer patients’ relatives as a way of lessening the overload caused by the treatment of
the disease and develop an enhancement in the self-caring, the quality of life and a
healthy resolution of the mourning process in the affected relative.
Keywords: Quality of life. Anxiety. Depression. Cancer.
________________________
* Graduada em Psicologia pelo CES/JF.
** Doutora em Saúde pela UFJF. Psicóloga. Professora do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora.
Atuante no Serviço de Psicologia – Núcleo Interdisciplinar de Estudos, Pesquisas e Tratamento em
Nefrologia/UFJF.
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Introdução:
Ao longo dos anos, o processo de adoecimento foi estudado com enfoque no
doente e sua patologia, visando incansavelmente sua cura através de tratamentos
dolorosos e mutilantes. A partir do momento em que se constata a influência da doença
na saúde física e mental dos cuidadores, os profissionais de saúde e estudiosos passam,
então, a repensar os métodos utilizados nos tratamentos dando um novo significado à
assistência em saúde, voltando seu olhar para o sujeito cuidador.
As consequências do adoecimento nos cuidadores e familiares dos pacientes
tomam maior importância e são reconhecidos pelo Ministério da Saúde (MS), quando, em
2008, publica a “Cartilha Guia Prático do Cuidador”, com uma questão saúde Pública. A
partir de então, é crescente a assistência ao cuidador, com a criação de novas formas de
intervenção nesse panorama, assim como a implementação de programas públicos de
educação à saúde.
Como reflexo do reconhecimento do cuidador no contexto da saúde, podemos
destacar a pesquisa de Carvalho (2008), que tem o cuidador familiar como objeto de
trabalho e estudo, considerando suas formas de enfrentamento da doença do paciente. Já
Ribeiro e Souza (2010) buscam, em sua pesquisa, investigar as dificuldades encontradas
pelo cuidador no período do adoecimento, bem como descrever como se dá a escolha e o
desempenho desse papel, possibilitando novas intervenções com essa população.
Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o estado emocional
dos cuidadores familiares de pacientes oncológicos em tratamento, no Hospital Maria
José
Baêta
Reis/Associação
Feminina
de
Prevenção
e
Combate
ao
Câncer
(ASCOMCER), nas mais variadas fases da doença, no município de Juiz de Fora- MG,
visando verificar a prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão, assim como os
níveis de qualidade de vida.
Para a realização deste trabalho foi levantada a hipótese de que os desgastes
acarretados pelos cuidados diários com o familiar adoecido possibilitam o surgimento de
problemas de natureza física e emocional, no cuidador familiar, devido a descuidos com
relação ao autocuidado, estando esse cuidador predisposto a ter uma redução
significativa em sua qualidade de vida bem como estar mais propenso a desenvolver
sintomas psíquicos como depressão e ansiedade.
A partir dessa hipótese, o presente estudo contou com uma pesquisa de campo,
avaliando características de ansiedade, depressão e níveis de qualidade de vida através
da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) e do Questionário de Qualidade
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de Vida (SF-36), em uma amostra de 30 cuidadores familiares de pacientes oncológicos
para verificar a hipótese acima, que foi também confrontada com a perspectiva de
diversos autores e estudiosos do tema.
Contudo, destacamos, em nossa pesquisa, os estudos de Kübler-Ross (2008) e de
Oliveira et al. (2005), em que ambos verificam as fases de elaboração emocional da
vivência do adoecer, bem como a importância do apoio da equipe de saúde e do suporte
psicológico mediante a experiência de doença, morte e luto, tendo o trabalho de Oliveira
uma atenção especial direcionada ao cuidador familiar.
Câncer
O câncer é uma doença que se origina nos genes de uma única célula,
caracterizado pelo seu crescimento desordenado e anormal, capaz de se proliferar até
formar uma massa tumoral, podendo se espalhar para diversas regiões e órgãos do corpo
humano, tendo para o seu desenvolvimento a influência de diversos fatores (CARVALHO,
2003).
De acordo com Angerami-Camon, Chiattone e Nicoletti (2009) a relação entre
fatores emocionais e o desenvolvimento do câncer é considerada e reconhecida desde o
final do século XIX. Segundo Silva (2003), não é possível afirmar que os tumores
cancerígenos tenham, além de causas físicas, químicas e biológicas, também causas
psicológicas.
Porém,
pode-se
afirmar
que,
dentro
de
uma
compreensão
somatopsicodinâmica de homem, é necessária a combinação desses elementos para a
ocorrência e a proliferação dos tumores.
Quando existe a suspeita de um câncer são utilizados para diagnóstico, diversos
tipos de exames para que, através de uma análise dos resultados à luz de um conjunto de
dados coletados, sejam tomadas as medidas possíveis (CARVALHO, 2003).
Em relação à terapêutica, Carvalho (2003) ressalta que, podem ser lançados
diversos tipos de tratamentos, podendo ser curativo, ou seja, aplicado em doenças
disseminadas extremamente sensíveis ao método de intervenção e pode ser paliativo,
onde a cura não é possível, possuindo o intuito de melhorar a qualidade de vida do
paciente. Dentre os tratamentos, podemos encontrar a radioterapia, a quimioterapia e
cirurgia, podendo ser administrados de forma conjunta, de acordo com a especificidade
de cada caso, com caráter paliativo visando à melhoria da qualidade de vida e
minimização do sofrimento desde o diagnóstico da doença.
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As diferentes fases de elaboração emocional da doença
Socialmente, o câncer foi visto, ao longo da história, como uma doença incurável,
sinônimo de muita dor e sofrimento, sendo causador de agonia e morte, além da exclusão
social devido ao medo de contágio da doença entre as pessoas (TEIXEIRA; FONSCECA,
2007).
De acordo com Sontag (1986), as fantasias e os mistérios que envolveram doenças
no século XIX, dentre elas o câncer, especialmente por este ainda não ter uma etiologia
clara e definida, permanecem presentes nos dia de hoje. Com a evolução dos estudos da
medicina, surgiram diversos tratamentos promissores, ao mesmo tempo em que se
trabalhava a prevenção pelo diagnóstico precoce (TEIXEIRA; FONSCECA, 2007). O
câncer, atualmente pode ser visto de forma diferenciada, sendo uma doença com suas
possibilidades de cura e com tratamentos eficazes. Porém, adoecer ainda tão
estigmatizado, provoca sentimentos diferenciados a cada sujeito, que podem ser
intensificados na sociedade moderna devido à nova concepção de vida e valores.
Frente ao sofrimento psíquico e emocional, a partir da possibilidade de doença e/ou
eminência da morte, psicologicamente o homem tem que se defender de vários modos
contra o medo crescente da morte e contra a crescente incapacidade de prevê-la e
precaver-se contra ela. Tal sofrimento e processo de luto podem ser vivenciados, não
somente pelo paciente, mas também pelo seu cuidador, por familiares e pessoas
próximas que vivenciem o processo de adoecimento (KÜBLER-ROSS, 2008).
Kbüler-Ross (2008) considera que os pacientes com diagnóstico terminal podem
vivenciar cinco estágios de elaboração psíquica sobre a morte, mas ressalta que esses
estágios não são obrigatoriamente vivenciados, nem mesmo na ordem aqui colocada,
porém sua presença é claramente observada.
O primeiro estágio é caracterizado pela negação e isolamento, proveniente da
comunicação de um diagnóstico, sendo comumente uma defesa temporária que serve
para amenizar as notícias impactantes (KÜBLER-ROSS, 2008). Para os familiares, a fase
de negação irá se caracterizar pelo não acreditar na gravidade do diagnóstico e do
prognóstico do paciente, momento em que a família pode iniciar uma busca incansável
por diversos especialistas na expectativa de mudança do diagnóstico (OLIVEIRA et al.,
2005). Aos poucos os sujeitos poderão se desprender da negação e utilizar mecanismos
de defesa menos radicais (KÜBLER-ROSS, 2008, p.47).
O segundo estágio caracteriza-se pela raiva, quando as relações com o paciente
se tornam muito difíceis, devido ao fato de esse sentimento se propagar em todas as
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direções e se projetar no ambiente (KÜBLER-ROSS, 2008). Em relação à família, nessa
fase, é esperado que o parente vivencie sentimentos ambivalentes podendo tornar-se
hostil e agressivo. Pode ainda, haver a presença de um lamento, muitas vezes ocultando
um sentimento de culpa (OLIVEIRA et al., 2005).
No terceiro estágio observa-se a barganha. Nessa fase, o paciente e/ou familiar
estabelece acordos reais ou imaginários, com figuras que representem seus sistemas de
crenças e valores, possuindo, em sua crença, poder sobre a vida e a morte. As
promessas podem se voltar para a equipe de saúde, em um plano real, assim como para
Deus e outros Santos, no plano sobrenatural (OLIVEIRA, et al., 2005).
No quarto estágio, tem-se a presença da depressão caracterizada por um grande
sentimento de perda. A depressão pode ainda ser dividida em dois tipos: a reativa, com o
pesar frente os objetos perdidos durante a evolução da doença; e a preparatória, em que
o paciente leva em conta perdas eminentes, sendo uma preparação para o estado de
aceitação (KÜBLER-ROSS, 2008). Em relação à família, esse momento se caracteriza
por sentimentos de intensa angústia e introspecção, com uma imensa dor psíquica,
devido ao contato com a percepção da finitude humana e com a morte. São mais
frequentes sentimentos de insegurança, tristeza e pesar que levam a episódios de choro
frequentes e profunda tristeza (OLIVEIRA et al., 2005).
E, por último, o quinto estágio é marcado pela aceitação. Segundo Kübler-Ross
(2008) esse é um estágio em que o paciente não mais sentirá depressão, nem raiva
quanto ao seu “destino”. É um período em que a família geralmente carece de ajuda, mais
que o próprio paciente; à medida que ele, às vésperas da morte, encontra certa paz e
aceitação, seu círculo de interesse diminui. Nesse estágio, encontra-se o momento em
que os familiares irão trabalhar o desligamento e a separação inevitável com o familiar
adoecido e, se for bem elaborado pelos familiares, propicia um sentimento confortante de
que todo o possível foi feito até aquele momento e uma consciência de que a morte faz
parte de um processo natural da vida (OLIVEIRA et al., 2005).
As pesquisas de Kubler-Ross (2008) e Oliveira et al. (2005) foram fundamentais
neste estudo, uma vez que contribuíram para a compreensão da experiência da morte e
da finitude do ser humano através dos olhares do paciente e do cuidador, sendo este
último o objetivo primeiro do trabalho.
O cuidador do paciente oncológico
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Como fatores fundamentais ao processo de tratamento, encontramos, além das
características internas e pessoais de cada sujeito, o apoio social e multidisciplinar. Nessa
perspectiva, a família possui um papel de destaque, pois seus membros sofrerão
diretamente as consequências da doença (SOUZA, 2008).
Durante o processo de adoecimento, surge o cuidador principal, pessoa
responsável por auxiliar o doente em suas necessidades que, normalmente, é membro
familiar (ARAÚJO, 2009). O impacto do diagnóstico de uma doença grave afeta não só o
cuidador direto, mas toda uma unidade familiar e sua estrutura, e as necessidades
psicológicas da família podem exceder as do paciente conforme a intensidade das
reações emocionais desencadeadas na mesma (OLIVEIRA et al., 2005). Nesse momento,
diversos fatores devem ser considerados, pois as condições sociais, econômicas e
culturais dos pacientes e seus familiares podem ampliar a vulnerabilidade social que a
doença impõe (CARVALHO, 2008).
As relações familiares também podem ficar abaladas e os membros familiares se
unirem em forma de mútuo apoio. Entretanto, essa forma positiva de influência familiar
pode não estar presente em todos os casos (SOUZA, 2008). As famílias que não
apresentam uma estrutura favorável para absorver as demandas que a situação de
doença exige podem instalar uma crise no núcleo familiar (VOLPATO; SANTOS, 2007).
Nesse contexto, o lidar com a família irá envolver diversas habilidades do profissional de
saúde no sentido de reconhecer a dinâmica familiar, sua estrutura, ideologias e
lideranças, bem como perceber o que o doente e sua doença representam para o grupo
familiar (MELO FILHO; BURD, 2004).
Segundo Floriani (2004), cuidador é a pessoa, membro ou não da família que com
ou sem remuneração cuida do doente ou dependente no exercício das atividades básicas
da vida diária. Geralmente com origem familiar, a escolha do cuidador, muitas vezes, é
feita sob pressão, por desejo do paciente ou por falta de outra opção. Dessa forma, “nem
sempre se colocar no lugar de cuidador significa o efetivo desejo de cuidar” (CAMPOS,
2007) e, consequentemente, essa escolha irá influenciar no ato de cuidar, bem como as
características individuais de cada sujeito e o modo particular de cada sujeito lidar e
enfrentar o adoecimento (VOLPATO; SANTOS, 2007).
O papel de cuidador familiar irá se concretizar através da função de proteção e
socialização do sujeito adoecido (SOUZA, 2008). Por sua vez, o cuidador se coloca diante
de uma situação que o remete a sua própria vida, saúde, conflitos e frustrações. Nesse
momento podem surgir medos de cometer erros e de não saber como lidar com o
paciente (MOTA; MARTINS; VÉRAS, 2006).
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O processo de adoecimento e cuidado ao paciente com câncer acarreta alguns
custos ao cuidador, seja no nível físico, psíquico, social e financeiro, provocando um
desequilíbrio em diversos aspectos, despertando necessidades especiais por parte do
cuidador (SOUZA, 2008). Em situações específicas, decorrentes do processo do
adoecimento e do cuidado ao doente, considerando a influência de fatores estressores e
predisposições genéticas, há um maior risco em cuidadores de desenvolvimento de
diversas doenças, além da possibilidade de exclusão social e isolamento afetivo, dentre
outros (FLORIANI, 2004).
Nesse processo, se faz muito importante que o cuidador seja percebido pela
equipe de saúde em período precoce para que seja possível o planejamento de
intervenções de orientação, suporte e apoio, como medida de proteção para a sua vida e
para a sua saúde (FLORIANI, 2004).
A qualidade de vida do cuidador depende, dentre outros fatores, de sua frequente
autoavaliação, para que esteja em constante avaliação e adaptação a fim de melhorar a
sua vida e se sentir seguro e por fim, ter condições efetivas de prestar cuidados e suporte
aos outros (LEITÃO; ALMEIDA, 2000). Rezende et al. (2005) ressaltam que, grande parte
do sofrimento do cuidador pode ser minimizado mediante uma comunicação eficaz com a
equipe de saúde e o fornecimento de orientações necessárias, assim como o
esclarecimento das condições do paciente e suas reais possibilidades.
Dessa forma, faz-se necessária a compreensão do impacto da doença para o
paciente e seus familiares, uma vez que dentro da estrutura sociofamiliar que a doença
emerge e é baseando nessa estrutura que as pessoas vão responder a tal situação. Para
isso, é fundamental a atenção dos profissionais que atuam em oncologia, avaliando o
sofrimento de todo o grupo familiar em sua complexidade visando à qualidade da
assistência prestada (CARVALHO, 2008).
Ansiedade, Depressão e Qualidade de vida em Oncologia
Os
pacientes
oncológicos
na
fase
terminal
da
doença
encontram-se,
frequentemente, debilitados e dependentes e é nessa fase que o papel do cuidador se
encontra altamente relevante.
A função de cuidar é complexa e vai somando, ao longo do tempo, expondo o
cuidador a riscos físicos e mentais que pode, ao longo do adoecer de seu familiar,
desenvolver diversas patologias ou sintomatologias em decorrência desse processo
(REZENDE et al., 2005).
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Durante o processo de adoecimento de um familiar, o cuidador, devido a fatores
estressores e a sobrecarga dos cuidados dispensados ao paciente, pode desenvolver
múltiplos sintomas, dentre eles a ansiedade e a depressão como resposta a situação
vivida (RESENDE et al., 2005).
Os sintomas de Ansiedade podem surgir como sendo um estado de alerta que
amplia o estado de atenção diante de uma situação de perigo real ou imaginário, fazendose presente como uma sensação difusa, de apreensão, acompanhada de diversas
sensações físicas como: mal estar gástrico, palpitações, sudorese excessiva e cefaléia
(RESENDE et. al., 2005). Já Castillo et al. (2000, p. 20) aponta o sentimento de
ansiedade como [...] “um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão
caracterizado por tensão ou desconforto derivado da antecipação do perigo, de algo
desconhecido ou estranho” Por sua vez, os sintomas da ansiedade irão chamar atenção
e/ou serem vistos como patológicos se forem exagerados, desproporcionais ao perigo
real. Como tais sintomas podem estar presentes em diversos distúrbios, faz-se necessária
uma avaliação rigorosa, caso tais sintomas sejam diagnosticados e vistos como
patológicos.
Em relação à Depressão, Resende et al. (2005) expõem que os sintomas
depressivos podem se manifestar de diversas formas com alterações do humor,
alterações motoras, mudanças somáticas (alterações no sono, variação de apetite, peso,
etc.), alterações no comportamento social e alterações cognitivas, verificando-se um
aumento de tais sintomas conforme a aproximação do óbito.
Teng, Humes e Demetrio (2005) afirmam que a relação entre queda de sobrevida
em pacientes oncológicos e a presença de sintomas depressivos é nítida, pois estes
pacientes aderem menos aos tratamentos propostos piorando seu prognóstico e
qualidade de vida. Da mesma forma, o cuidador do familiar enfermo tem grandes
possibilidades de desenvolver sintomas depressivos, ou até mesmo um quadro
depressivo devido às pressões sofridas e os encargos que tal papel exige.
Para que o cuidador possa usufruir de forma positiva em sua condição, é
fundamental que aprenda a cuidar de si mesmo, tanto física quanto emocionalmente, pois
esta é uma atividade extremamente exigente precisa estar preparado para enfrentá-la
(VOLPATO; SANTOS, 2007).
No que diz respeito à qualidade de vida, Avelar et al. (2006) ressalta que o termo
Qualidade de Vida (QV) foi definida pela primeira vez em 1974 pela OMS como sendo
uma condição de bem estar abrangendo as esferas fisiológicas, mental e social e não
meramente a ausência de doença. A QV está relacionada intimamente como o estado
10
subjetivo de saúde do sujeito, estando centrada na avaliação subjetiva do indivíduo,
ligada fortemente ao impacto do estado de saúde deste e sua capacidade de viver
plenamente e deve ser considerada ao longo do tratamento (MAKULF, 2006).
Muniz (2008) salienta que o tratamento oncológico é muito estressante para o
paciente, exigindo muito de suas energias, devido aos efeitos colaterais, às complicações
da doença, mudanças na rotina e na vida social e laborativa do sujeito, dentre outros
fatores. O mesmo acontece com seus familiares, em especial o cuidador direto, que
estará vivenciando mais fortemente as consequências da doença. Por sua vez, o câncer
leva o paciente e sua família a se confrontarem com a mortalidade, o que provoca
intensas alterações na vida diária e a uma reorganização familiar.
Portando, uma vez que [...] “a família tem a função de dar sentido às relações entre
indivíduos e servir de espaço de elaboração de experiências vividas” (MUNIZ, 2008,
p.48), o núcleo familiar será de fundamental importância no processo de adoecimento da
paciente. Nesse contexto, as chamadas “redes de apoio” (MUNIZ, 2008, p.145) podem
ser consideradas para o sujeito uma necessidade de manter contato com pessoas em
quem possa confiar e receber ajuda, sendo um processo promotor do cuidado, importante
na busca da melhor qualidade de vida do sujeito, onde o apoio social e familiar irá
amenizar a dor e o sofrimento causados pela doença. Sales et al. (2001) ressaltam ainda
em seus estudos que os pacientes que buscavam apoio familiar e social por meio de
conversa com familiares e até mesmo amigos sobre a doença e o tratamento, em busca
de se sentirem mais confortáveis e aliviados a partir desse compartilhar de experiências.
Portanto, com o avanço da ciência, hoje é possível que uma pessoa conviva com
uma doença crônica sem perda de qualidade de vida, mas para isso é necessário
adaptar-se à nova realidade e desprender-se de comportamento ditados pela sociedade e
estereotipados, vivendo conforme as possibilidades de cada sujeito (GIANINI, 2007).
Método
A pesquisa avaliou uma amostra de 30 cuidadores familiares de pacientes com
câncer nas mais diferentes fases da doença, acompanhados pelo grupo “Cuidando do
cuidador” desenvolvido pela equipe de Psicologia do Hospital Maria José Baêta
Reis/ASCOMCER e mediante atendimento ambulatorial no mesmo hospital.
Os critérios de inclusão dos participantes no estudo foram: idade igual ou superior
a 18 anos, independente do sexo, aceitação em participar do estudo, e assinatura do
11
termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de exclusão foram pacientes com
idade inferior a 18 anos e a recusa em participar da pesquisa.
Para a avaliação da ansiedade e depressão foi utilizada a Escala Hospitalar de
Ansiedade e Depressão (HADS), que consiste em uma escala de autoavaliação, que
possui 14 itens, entre os quais sete são voltados para avaliação da ansiedade (HADS-A)
e sete para depressão (HADS-D), Cada item é pontuado de zero a três, compondo uma
pontuação máxima de 21 pontos. Os pontos de corte recomendados para ambas as
subescalas são: HAD-A: sem ansiedade de 0 a 8, com ansiedade ≥ 9; HADS-D: sem
depressão de 0 a 8, com depressão ≥ 9. (MARCOLINO et al., 2007).
Para a avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Questionário de Qualidade de
Vida SF-36, que consiste em um questionário de auto-avaliação da funcionalidade, sendo
analisados o estado de saúde geral e qualidade de vida, em que são avaliados os
aspectos: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. A cada domínio avaliado foram
atribuídos escores, que variam de zero a cem, sendo os escores mais próximos de zero,
demonstrativos de pior qualidade de vida e os escores mais próximos de cem
demonstrativos de melhor qualidade de vida (CICONELLI, 1997).
Além da avaliação da ansiedade, depressão e qualidade de vida foram analisadas
as variáveis idade, sexo, escolaridade, estado civil, atividade laborativa, tempo de
tratamento do familiar, e uso de psicofármacos, as quais foram colhidas através de um
Questionário Social aplicado durante a pesquisa.
Para sua realização, a pesquisa1 foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa do
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. O projeto foi aprovado sem restrições em
30/8/2011 (protocolo nº376.30.08.2010), sendo aprovada também pelo diretor clínico do
Hospital ASCOMCER.
Os participantes da pesquisa foram abordados durante o grupo de apoio a
familiares “Cuidando do cuidador” e em sala de espera. A escolha dos familiares se deu
de forma aleatória desde que estes tivessem mais de 18 anos e concordassem em
participar da pesquisa. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE), para cumprir com a obrigatoriedade imposta pela Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
1
Pesquisa de Iniciação Científica aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ensino Superior de Juiz de
Fora – CES/JF através do Protocolo nº376.30.08.2010º em 30/08/ 2011. Para a realização da pesquisa, todos os
participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pela mesma instituição.
12
Resultados e Discussão
A seguir, serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa de campo através
da análise dos dados coletados na referida amostra.
A amostra deste estudo foi caracterizada por 30 cuidadores familiares de pacientes
oncológicos. Percebeu-se que 83,3% dos pesquisados eram do sexo feminino, 16,7% do
sexo masculino. A média de idade foi de 47 ± 15 anos. Em relação ao tempo de
tratamento do familiar, estimou-se uma média de 6,4±7 meses. Com relação à
escolaridade, observou-se que 56,7% cursaram apenas o Ensino Fundamental, não
estando este necessariamente completo, 30% cursou até o Ensino Médio, 6,7% o Ensino
Superior, sendo apenas 3,3% caracterizado como analfabeto. Dentre os pesquisados,
72% são casados, estando os outros 28% dentre os solteiros e viúvos. Em relação à
situação ocupacional, 43,3% ainda encontram-se em atividade e 43,3% não trabalham
mais, 3,3% foi aposentado por invalidez e 10% aposentado por tempo de serviço.
Referente ao tempo de tratamento do familiar com câncer, constatou-se uma média de 6
± 7 meses. Outro item avaliado foi o uso de psicofármacos e percebeu-se que 46,7%
fazem uso de medicação, dentre estes 20% utilizam antidepressivos e 6,7% usam
ansiolítico.
Em relação às médias obtidas nas pontuações de ansiedade e depressão. O
questionário utilizado (HADS) possui uma pontuação de zero a vinte e um pontos e
observou-se que a média de ansiedade dos entrevistados foi de 9 ± 5 pontos e de
depressão foi de 8 ± 5 pontos. Desta forma, foram percebidas médias baixas com relação
aos dois sintomas avaliados.
A partir do ponto de corte do HADS (maior ou igual a 9 pontos indicativos de
ansiedade e depressão), observou-se também que, da população analisada 53,3%
apresentam sintomas de ansiedade. Em relação à depressão, 50% apresentam sintomas
depressivos.
Em nosso estudo, com relação ao aspecto Qualidade de Vida, observou-se, dentre
os familiares pesquisados, resultados com níveis intermediários, uma vez que o SF-36
não apresenta ponto de corte, mas sugere pontuações mais próximas de cem indicativas
de melhor Qualidade de Vida. Foi percebido que as maiores pontuações foram no
domínio Capacidade Funcional, com média de 82 pontos. É fundamental destacar que os
menores escores foram percebidos no domínio Aspectos Emocionais, correspondente a
47 pontos, que demonstram um grande desgaste emocional cumulativo na vida desses
13
cuidadores. Dentre os demais aspectos analisados temos Aspectos Físicos (49 ± 34),
níveis de Dor (59 ± 21), Estado Geral de Saúde (64 ± 27), Vitalidade (55 ± 29), Aspectos
Sociais (51 ± 29) e Saúde Mental (56 ± 27). Faz-se necessário destacar que os aspectos
relacionados aos fatores emocionais e à saúde mental encontram-se muito abaixo do
esperado (cem pontos), apontando a necessidade de intervenções psicológicas
direcionadas a esta população. Além disso, ressalta-se o percentual significativo (46,7%)
de familiares utilizando psicofármacos.
Ao se correlacionar a idade com os sintomas depressivos e ansiosos, a idade
mostrou-se relacionada negativamente à ansiedade (p=0,001), ou seja, quanto maior a
idade, menor a ansiedade, sugerindo que os familiares mais velhos encontram-se menos
ansiosos comparados aos mais jovens. Não foi observada correlação entre depressão e
idade.
No que diz respeito à Qualidade de Vida, não se verificou correlação significativa
com a idade dos entrevistados, mas foi percebida uma tendência (p=0,05) de correlação
positiva entre idade e saúde mental, novamente apontando que os mais velhos parecem
possuir maiores recursos no que diz respeito aos aspectos psicológicos.
Com relação ao tempo de tratamento do paciente, não foi verificada correlação
significativa com depressão, ansiedade e Qualidade de Vida. Tal fato pode se dar em
função do tempo de acompanhamento não ser longo (média de seis meses). Talvez a
presença de ansiedade, depressão e redução da qualidade de vida possa estar mais
associada à vivência do diagnóstico do que ao tempo de cuidado deste familiar.
Ao se comparar homens e mulheres, não foi constatada diferença entre os grupos
no que diz respeito à ansiedade, mas os homens mostraram-se mais deprimidos que as
mulheres (p=0,02). Foi verificado também que os familiares que não trabalham possuem
uma tendência maior à depressão do que aqueles indivíduos que possuem atividade
laboral (p=0,06).
Considerações Finais
O diagnóstico de câncer possui grande impacto tanto para o paciente quanto para
sua família, uma vez que se trata de uma doença socialmente estigmatizada que faz
referência à dor, sofrimento, mutilação e morte.
Partindo desse pressuposto, diante da pesquisa realizada com cuidadores
familiares de pacientes oncológicos em tratamento no Hospital ASCOMCER de Juiz de
Fora-MG, pode-se observar que a hipótese deste trabalho foi confirmada. Ou seja,
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constatou-se a presença de ansiedade e depressão na amostra avaliada, obtendo-se
níveis não satisfatórios de Qualidade de Vida, com déficits especialmente relacionados à
saúde mental dos pesquisados e no que diz respeito aos Aspectos Emocionais, o que
pode representar um desgaste no âmbito emocional e psíquico ao longo do tempo de
tratamento do paciente.
O presente estudo ressalta a necessidade de intervenção psicológica nos
cuidadores de pacientes crônicos, fator que também foi verificado por Brito (2009) que,
em seu estudo de caso, constatou que os atendimentos psicológicos frequentes ajudaram
a promover, ao cuidador, uma maior percepção de si mesmo e do paciente, considerando
que seu estado de saúde precisa ser preservado até mesmo para que se mantivessem os
cuidados ao familiar. Tal acompanhamento permitiu que o cuidador desenvolvesse um
maior autocuidado, com diminuição significativa do nível de estresse e de sintomas
fisiológicos ligados a essa condição, minimizando significativamente os impactos
negativos sofridos pelo ato de cuidar.
Os dados apresentados na pesquisa de Ribeiro e Souza (2010) realizada com
familiares de pacientes oncológicos em uma central de quimioterapia, também vêm
afirmar a necessidade do apoio psicológico a essa população, uma vez que se constatou
que 66% alegam não ter escolhido assumir tal função, mas o fizeram por falta de opção,
apenas 60% dispõe do apoio de outros familiares e 80% interromperam suas atividades
diárias por conta dos cuidados dispensados ao familiar adoecido. Considerando que o
cuidar pode desencadear conflitos de natureza diversa, assim como aumentar o nível de
estresse e sobrecarregar o familiar cuidador, os dados acima são fundamentais no
desenvolvimento de um trabalho de auxílio e apoio voltado para essa população
(ARAÚJO et al., 2009).
Os autores citados acima vêm confirmar a necessidade de um acompanhamento
psicológico sistemático por parte dos cuidadores avaliados nesta pesquisa, uma vez que,
nosso estudo contou com uma população heterogênea, a qual parece, apesar do
pequeno tempo de convivência com o Câncer, demandar avaliações mais específicas
para diagnóstico e tratamento dos sintomas decorrentes das dificuldades desse processo.
Os resultados obtidos nesse estudo sugerem que cuidadores familiares de
pacientes oncológicos necessitam ser avaliados, diagnosticados e tratados mediante um
acompanhamento sistemático, evitando o surgimento de patologias e psicopatologias
decorrentes do cuidado diário ao familiar adoecido. A presente pesquisa trata-se de um
corte transversal, não sendo possível afirmar que os sintomas ansiosos e depressivos
apresentados e os níveis de Qualidade de Vida encontrados se relacionam diretamente
15
com o adoecimento do familiar, mas nos permite analisar com clareza o perfil deste
cuidador e verificar suas necessidades de cuidado e acompanhado nesse período.
Acredita-se que a realização de outras pesquisas na área é de fundamental
importância para melhor conhecimento dos processos vividos por cuidadores familiares,
sendo
necessário
seu
acompanhamento
por
uma
equipe
multiprofissional
e
interdisciplinar em todas as etapas da doença, em que se destaca a importância da
intervenção psicológica nesse processo.
Artigo recebido em: 31/5/212
Artigo aceito para publicação em:
06/9/2012
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