OS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM CÂNCER

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OS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM CÂNCER
Revisão da literatura.
Fábio Augusto Santos dos Reis
Juliana Pereira Cordeiro Pinto
Tiago de Lima Vieira Teixeira
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Universidade da Amazônia (UNAMA)
e-mail: [email protected]
Resumo:Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalharse (metástase) para outras regiões do corpo. O surgimento de uma doença em um membro da família
acarreta inúmeras alterações na estrutura familiar. Se a doença for o câncer, a situação agrava-se, pois é uma
doença estigmatizada e temida pela população, em virtude do sofrimento que causa ao paciente e a família. O
diagnostico de câncer não afeta somente o individuo, mais também pessoas significativas e familiares,
principalmente quando uma série de tarefas se faz necessárias.
Descritores: Família, Cuidador da criança, câncer, enfermagem, neoplasias.
Abstract:Canceristhenamegivento a set of more than 100 diseasesthathave in common
theuncontrolledgrowth (malignant) cellsthat invade thetissuesandorgans, andmay spread (metastasize)
tootherparts of thebody. The emergence of a disease in a familymemberbringsmanychanges in
familystructure.
Ifthe
disease
iscancer,
thesituationworsens,
it
is
a
disease
stigmatizedandfearedbythepopulationbecause of thesuffering it causes tothepatientandfamily. The diagnosis
of cancernotonlyaffectsthe individual, also more significantpeopleandfamilies, especiallywhen a series of
tasksbecomesnecessary.
Keywords: Family, Caregiverchild, cancer, nursingneoplasms.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento
desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para
outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e
incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias
malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se
multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida
(2012).
Falar sobre família/cuidador permite-nos refletir sobre o quanto falhamos em pontos básicos da
nossa assistência como enfermeiros. Em nossa experiência profissional, ao trabalharmos com crianças,
passamos a observar a família nos seus mais diversos aspectos. Esta questão inquietou- nos, pois percebemos
nitidamente os obstáculos e benefícios das relações entre equipe multiprofissional e família (BECK, 2007).
O que nos chamava atenção era o relacionamento criança/cuidador, a maioria das vezes representada
pela figura da mãe. Percebemos que essas mães dedicavam-se exclusivamente aos seus filhos, durante o
período de internação, e que algumas apresentavam déficit de autocuidado, esquecendo-se de si próprias, no
empenho de ajudarem na recuperação da criança (BECK, 2007).
O surgimento de uma doença em um membro da família acarreta inúmeras alterações na
estrutura familiar. Se a doença for o câncer, a situação agrava-se, pois é uma doença estigmatizada e
temida pela população, em virtude do sofrimento que causa ao paciente e a família. O diagnostico
de câncer não afeta somente o individuo, mais também pessoas significativas e familiares,
principalmente quando uma série de tarefas se faz necessárias (BECK, 2007).
Na prática profissional, o foco de atenção, na maioria das vezes, é o indivíduo doente,
cabendo à família/cuidador uma localização mais à margem dos acontecimentos. Ainda hoje, os
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cuidadores familiares são percebidos como recurso em benefício do indivíduo, mas não como um
objeto de atenção da enfermagem. (ANGELO, 1997).
Os cuidadores, apesar de desempenharem um papel tão fundamental para minimizar o
sofrimento e auxiliar no bem-estar, são marginalizados, seu trabalho não é valorizado e não são
reconhecidos como pessoas que estão passando por um processo doloroso e que precisam de ajuda,
apoio e orientação. O cuidador é um indivíduo "rotulado", para ajudar neste processo de cuidar.
Espera-se que cuide "naturalmente", mas ele é uma pessoa que está necessitando de auxílio e apoio.
(MENDONÇA, 1998).
O diagnóstico do câncer acarreta interferências na vida do indivíduo doente, da família e da equipe
de saúde. (MOTTA, 1998).
Para enfrentar essa doença e as suas consequências, a família tem sido uma fonte de apoio, uma vez
que faz parte do contexto no qual o indivíduo está inserido. Quando a família presta solidariedade ao
paciente à recuperação é mais eficaz.Quando o enfermeiro tenta compreender a família e buscar
conhecimentos para tentar entendê-la e cuidá-la é que ele percebe o quanto esta precisa ser incluída no
cuidar, sobretudo o cuidador principal. Em se tratando de crianças, o cuidador principal é a mãe, que se
define como a pessoa da família com o dever moral de ficar com a criança no hospital e se sente na
obrigação de cuidar do filho, uma vez que a própria criança a elege como protetora dentre os outros
familiares; ela acredita que ninguém está a altura de, como ela, cuidar e proteger o seu filho (OLIVEIRA,
2000).
2. METODOLOGIA
Revisão integrativa da literatura “este método tem a finalidade de reunir e sistematizar
resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão de maneira sistemática e ordenada,
contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado”.É considerada uma
estratégia utilizada para identificar as evidências existentes, fundamentando a prática de saúde nas diferentes
especialidades.Para a seleção dos artigos foram utilizadas duas bases de dados eletrônicas, de forma a
ampliar o âmbito da pesquisa, minimizando possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da
revisão integrativa, a saber: SCIELO (ScientificElectronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde) (MENDES, 2008).
3. OBJETIVO
Busca e avaliar os principais resultados encontrados na literatura sobre os cuidadores de crianças com
câncer.
4. RESULTADOS
Dos 4 artigos pesquisados nos bancos de dados da SCIELO três, BVS um tirou-se 4 evidências a
seguir: 1- Que em ambas as faixas etárias de 3 a 6 e de 7 a 10 anos, as crianças eram mais
independentes na atividade “mover-se” e mais dependentes na atividade “tomar remédio”. 2- Que
quanto menor a faixa etária, maior é o grau dependência do cuidador. 3- Falta de descanso ou
recreação para o cuidador. 4- O sono foi um aspecto da vida ao qual mais frequentemente foi
atribuído algum grau de prejuízo, sendo que para 80,9% dos entrevistados o sono era mais
prejudicado durante a internação.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se na pesquisa que as condições fisiológicas e psicológicas do cuidador acabam
interferindo nesse cuidar mais próximo a criança com câncer.
6. BIBLIOGRAFIA
ANGELO M. Com a família em tempos difíceis: uma perspectiva de enfermagem [tese]. São Paulo (SP):
Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem; 1997.
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BECK, Ana Raquel Medeiros; LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Cuidadores de crianças com
Câncer: Aspectos da vida afetados pela atividade de cuidador. Rev. Latino-Am. Enfermagem. set-out
2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2012: incidência de câncer no
Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de janeiro: INCA, 2012.
MEDONÇA M, Ramos LH, A realidade dos Cuidadores: assistência em domicílio aos portadores de
câncer [dissertação]. Campo Grande (MS): Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; 1998.
MENDES, Karina dalSasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos Pereira; GALVÃO, Cristina Maria.
Revisao integrativa: método de pesquisa para a Incorporação de evidencias na saude e na
enfermagem. Texto contesto enfermagem, Florianopolis, 2008 out/dez. v.17, n. 4, p. 758-64.
MOTTA MGC. O ser doente no tríplice mundo da criança; família e hospital: uma descrição
fenomenológica das mudanças existenciais [tese]. Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, SC; 1998.
OLIVEIRA I, Angelo M. Vivenciando com o filho uma passagem difícil e reveladora- a experiência da
mãe acompanhante.RevEscEnferm USP 2000; 34(2): 202-8.
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