Resumo registrado no evento sob nº 448 ISSN 1807-3441 Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO 17 a 20 de outubro de 2006 A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO DE HEGEL E A INSUFICIÊNCIA DO CHAMADO ‘SISTEMAFENOMENOLOGIA’: LIMITES E ALCANCE DA CONCEPÇÃO FENOMENOLÓGICA DO ESPECULATIVO PURO MANUEL MOREIRA DA SILVA [email protected] Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) Palavras-chave: HEGEL, SISTEMA DA CIÊNCIA, FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO, SISTEMA-FENOMENOLOGIA, ESPECULATIVO PURO Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Trata-se de uma consideração imanente em torno do lugar sistemático e da função constitutiva da Fenomenologia do Espírito de Hegel no que tange à concepção do Sistema da Ciência tal como desenvolvida entre 1807 e 1816; bem como da progressiva constatação por parte de Hegel ele mesmo das insuficiências de um projeto de sistema concebido tão somente a partir da concepção fenomenológica do Especulativo puro. Discutiremos inicialmente a origem, o sentido e o uso propriamente filosófico do termo 'fenomenologia', de modo a empreender à reconstituição das diferentes vias de acesso à disposição de Hegel – na aurora de seus primeiros projetos de sistema – quanto à Idéia de uma Fenomenologia do Espírito; a qual se mostraria a Hegel enquanto (a) Ciência da experiência do Ser-consciente ou, mais precisamente, (b) Ciência da Fenomenologia do Espírito [que aparece], assim como (c) elevação do Ser-consciente ou sua introdução à Ciência pura e, ao mesmo tempo, (d) estabelecimento do conceito da Ciência pura enquanto verdade última e absoluta. Depois disso, não obstante a consciência de Hegel no tocante à precariedade da Wissenschaft der Phänomenologie des Geistes em sua primeira [e única] elaboração completa, colocaremos em questão o lugar sistemático e a função constitutiva da mesma em relação ao desdobramento do Sistema da Ciência em geral e, em especial, da Ciência pura a partir de 1807 e sua interrupção depois de 1816; quando, ao que parece, Hegel se depara com as insuficiências, limites e contradições da concepção fenomenológica, sobretudo enquanto referida ao Especulativo puro e seu desenvolvimento efetivo – como Sujeito livre de seu reportar-se [enquanto essência consciente] a um ser e sua aparência contingente –, tanto nos quadros da Wissenschaft der Logik quanto nos da Realphilosophie. O que, ao fim e ao cabo, exigirá uma nova elaboração do Sistema da Ciência a partir de 1827, agora resignadamente concebido sob a forma de uma Enciclopédia filosófica; mas, no entanto, sob a divisa "was vernünftig ist, das ist wirklich; und was wirklich ist, das ist vernünftig", portanto concebendo-se como "conhecimento da necessidade oculta sob a aparência da contingência". De onde, enfim, a necessidade de um novo empreendimento e um novo começo da Wissenschaft der Logik e da própria Phänomenologie des Geistes – essa que de ora avante se limitará a uma simples antecipação à Ciência – após 1830; projeto definitivamente interrompido com a morte de Hegel em 7 de novembro de 1831.