Curso de Pedagogia Artigo Original O papel da família e da escola no processo de aprendizagem do aluno com TDAH The role of family and school in the student learning process with ADHD Edna Cristina Lopes dos Santos¹, Sonia Maria Gomes Lima ², Giselda Jordão³ 1 Aluna do Curso de Pedagogia 2 Aluna do Curso de Pedagogia 3 Giselda Jordão Pedagogia Resumo Este artigo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica sobre o papel da família e da escola no processo de aprendizagem do aluno com TDAH. Pode se perceber no cenário educacional na última década, o crescimento significativo de alunos com diagnóstico de TDAH, fato que tem preocupado educadores e familiares. Muitas são as inquietações, alguns entendem o problema, outros desconhecem e temos ainda aqueles que desqualificam o aluno que apresenta este quadro como sendo um aluno mal educado e indisciplinado. Entende-se assim que estamos diante de uma realidade que merece atenção e comprometimento por parte da escola e da família, no sentido de realizar a identificação e o diagnóstico adequado para atender às necessidades educacionais do aluno. Para este estudo buscou-se fazer uma pesquisa aprofundada sobre o assunto, a partir de material já publicado, como artigos, livros, revistas cientificas e outros materiais disponíveis. Verificou-se na literatura, principalmente, o conceito, histórico e características do TDAH, procurando conhecer as necessidades do aluno com esse transtorno e analisando as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores no processo de aprendizagem do aluno. O estudo teve como objetivo principal analisar o papel da família e da escola no processo ensino aprendizagem do aluno com TDAH de forma a contribuir com os educadores e familiares envolvidos nesta questão, proporcionando-lhes conhecimentos para melhor entender e atender as necessidades educacionais desses alunos. Assim, as reflexões realizadas neste artigo expressam a importância do desenvolvimento de estratégias pedagógicas adequadas que favoreçam o processo ensino aprendizagem. Palavras-chave: TDAH, práticas pedagógicas, papel da família e da escola. Abstract This article was developed from a literature review on the role of family and school in the student learning process with ADHD. You can realize the educational landscape in the last decade, a significant increase of students diagnosed with ADHD, a fact that has worried educators and family. There are many concerns, some understand the problem, others do not and we still have those who disqualify the student who presents this framework as a rude and undisciplined student. It is understood as well that we are facing a reality that deserves attention and commitment by the school and family in order to carry out the identification and diagnosis suited to meet the educational needs of the student. For this study we sought to do a thorough research on the subject, from published material, such as articles, books, scientific journals and other materials available. It was found in the literature, mainly the concept, history and ADHD characteristics, seeking to know the needs of students with this disorder and analyzing teaching practices used by teachers in the student learning process. The study aimed to analyze the role of family and school in the learning process of students with ADHD in order to contribute to the educators and family members involved in this matter by providing them with knowledge to better understand and meet the educational needs of these students. Thus, the reflections made in this article express the importance of developing appropriate teaching strategies that favor the learning process. Keyword: ADHD, pedagogical practices, family and school paper. Contato: [email protected]/[email protected] Introdução Este estudo teve como proposta refletir sobre o papel da família e da escola no atendimento ás necessidades educacionais do aluno com TDAH. Para isto foi necessário definir o conceito de TDAH, identificar as características comportamentais e de aprendizagem, relacionar estratégias de diagnóstico e de intervenção clínica e pedagógica, bem como, suas implicações na vida pessoal e nas relações familiar, escolar e social da criança que apresenta este transtorno. Verifica-se que, o quanto antes a criança for diagnosticada, e, receber os apoios e intervenções adequadas às suas necessidades, maiores serão as possibilidades de aprendizagem e de desenvolvimento das suas potencialidades e consequentemente a melhoria da sua qualidade de vida pessoal e social. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das grandes dificuldades no processo ensino-aprendizagem vivenciadas pelas escolas, na atualidade, tendo em vista que nem sempre os profissionais de educação tem conhecimento sobre o problema e como identificar e atender às necessidades desses alunos no contexto escolar. Antes de ser diagnosticada com TDAH a criança é taxada como a “baderneira”, indisciplinada, desinteressada e uma “máinfluencia” para os colegas. É notável as dificuldades que uma criança com TDAH vivencia. É na escola que os sintomas do transtorno tornam-se mais evidentes. Pois o modelo educacional exige atenção, concentração e acima de tudo cumprimento de normas e regras. Logo a criança com TDAH possui características como a impulsividade, hiperatividade e distração, por isso, se perde muito fácil no que está fazendo, começa uma tarefa ou um jogo e logo perde o interesse e tende abandonar a atividade. Também percebese a dificuldade em seguir instruções e regras, não que ela seja rebelde, indisciplinada, apenas insiste em fazer tudo do seu jeito, tornando-se o aluno difícil. Para que se possa ajudar o aluno com TDAH, é preciso conhecer sobre o transtorno, suas características e como agir de forma adequada frente a este diagnóstico. A família tem papel fundamental no processo diagnóstico e no tratamento do TDAH. Muitas vezes, os pais se sentem culpados pelo comportamento dos filhos, são cobrados e responsabilizados pela sociedade, sendo vistos como pais negligentes e pouco comprometidos com a educação dos filhos, principalmente se a criança ainda não foi diagnosticada como TDAH. Por essa razão é importante atentar para o comportamento do seu filho, e, ao notarem algo de diferente buscar informações para realizar o diagnóstico e receber orientações sobre como lidar com essa situação. Apesar de o professor ser um dos primeiros a perceber as dificuldades da criança, não é dele a responsabilidade de diagnosticar o TDAH. O ideal é que, ao notar algo diferente no comportamento do aluno, o professor relate à escola o que foi observado e solicite à família que procure ajuda de um especialista na área. Pois na maioria das vezes, os pais não observam os sintomas do transtorno, mas apenas acham que o filho é muito desobediente. E ainda alguns pais se perguntam se o que o professor descreve sobre seu filho é realmente verdade, pois, como uma criança pode se comportar em casa e na escola de forma totalmente diferente. Como já dito anteriormente, é na escola onde os sintomas mais se manifestam, pelo fato, de ser neste ambiente que a criança muitas vezes tem seus primeiros contatos sociais, e, onde lhe é exigido uma maior concentração para realização de tarefas e o cumprimento de regras e normas. Portanto, o professor deve estar preparado para lidar com uma criança com TDAH. Ele precisa saber identificar as necessidades educacionais e modificar estratégias de ensino, se for o caso, para ajustá-las ao estilo de aprendizagem e necessidades do aluno. Além disso, deve estar ciente que para um aluno com TDAH, o fato de estar em uma sala de aula monótona, sem graça, onde não há interação, é praticamente uma “tortura”. É fundamental que o professor torne a sala de aula um ambiente agradável e que estimule o prazer em estar e aprender. O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica e teve objetivo analisar o papel da família e da escola no processo ensino como aprendizagem do aluno com TDAH. O referencial teórico foi dividido em três capítulos, nos quais foram apresentados o histórico, conceituação e características do quadro de TDAH, um capítulo sobre o diagnóstico e a identificação das necessidades educacionais do aluno com TDAH e o último capítulo sobre as intervenções e práticas pedagógicas que auxiliam o processo ensino-aprendizagem. A organização do referencial teórico foi sistematizada de forma á atender os objetivos propostos, bem como oferecer ao leitor conhecimentos sobre a temática de forma a contribuir para melhor atender ao aluno com TDAH. Metodologia O método de abordagem escolhido foi o qualitativo, pois oferece uma perspectiva integrada dos fenômenos, que podem ser melhor compreendidos no contexto em que ocorrem e do qual fazem parte, levando ao entendimento da dinâmica de suas relações (GODOY, 1995). Este método não costuma empregar um instrumental estatístico como base na análise de um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias (RICHARDSON, 1989). Mas sim, obter dados descritivos e fazer uma análise profunda de um determinado estudo. O pesquisador procura entender os fenômenos estudados e a partir daí, faz sua própria interpretação. Como técnica para a coleta de dados, dentre outras, destaca-se a pesquisa bibliográfica, a qual foi utilizada neste estudo, por meio de livros, artigos e revistas científicas. “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites”. (FONSECA, 2002 P.32). Existem pesquisas que se baseiam apenas na pesquisa bibliográfica como instrumento para coletar dados, e a partir daí, procurar respostas a respeito do problema. Segundo Fonseca (2002), a preparação cuidadosa de uma pesquisa bibliográfica é condição essencial para o sucesso de uma pesquisa. Quanto mais adequada for essa preparação, mais rapidamente os resultados serão atingidos. Portanto, para este estudo buscou-se fazer uma pesquisa aprofundada sobre o assunto, a partir de material já publicado, como artigos, livros, revistas cientificas e material disponível na internet. Verificou-se na literatura, principalmente, o conceito, histórico e características do TDAH, procurando conhecer as necessidades do aluno com esse transtorno e analisando as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores no processo ensino e aprendizagem. Referencial Teórico 2.1 Histórico, Conceito e Características Na última década presenciou-se no cenário educacional o crescimento significativo de alunos com diagnóstico de TDAH, fato que tem preocupado educadores e familiares. Muitas são as inquietações que emergem diante a temática no cotidiano escolar. Alguns entendem o problema, outros desconhecem e temos ainda aqueles que desqualificam o aluno que apresenta este quadro, como sendo um aluno mal educado e indisciplinado. Entende-se assim que estamos diante de uma realidade que merece atenção e comprometimento por parte da escola e da família, no sentido de realizar a identificação e o diagnóstico adequado para atender às necessidades educacionais desse aluno. De acordo com a ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. Desde quando começou a ser estudado, o TDAH sofreu várias alterações em sua nomenclatura. Passando por, Lesão Cerebral Mínima, Síndrome Hipercinética ou Hiperatividade, Disfunção Cerebral Mínima (DCM), até que em 1994, a Associação Americana de Psiquiatria publicou o DSM-IV, a partir de então o distúrbio do déficit de atenção foi renomeado para transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e dividido em três subtipos básicos, tipo predominantemente desatento, hiperativo/impulsivo e tipo combinado. Segundo SILVA (2008), o tipo predominantemente desatento é aquele em quando os sintomas de desatenção são mais marcantes, já no tipo predominantemente hiperativo/impulsivo os sintomas de hiperatividade e impulsividade estão presentes em proporções significativas e equivalentes, e por fim, o tipo combinado que é quando os sintomas de desatenção e de hiperatividade/impulsividade estão presentes no mesmo grau de intensidade. SILVA (2008) ainda complementa dizendo que o comportamento TDA (Transtorno do Défict de Atenção) nasce do que se chama trio base alterada. Esse trio nada mais é que as alterações que mais se destacam no TDAH, que são as alterações na atenção, impulsividade e da hiperatividade física e mental da criança. Dentre essas alterações, destaca-se sem duvida, a atenção. Uma pessoa com TDAH, nem sempre irá apresentar sintomas de hiperatividade, mais com certeza sua capacidade de selecionar o estímulo e manter-se concentrado em algo, por maior tempo será afetada. Essa dificuldade em se manter concentrado em determinado assunto ou tarefa, pode trazer situações desconfortáveis para a criança. Isso e bem comum em meninas, elas são mais difíceis de serem diagnósticas, pois, diferente dos meninos, não costumam apresentar sintomas de hiperatividade, são mais quietas, e podem ser tão desatentas quanto. Ao mesmo tempo em que a pessoa com TDAH pode ter dificuldade em se concentrar em um assunto ou trabalho, ela pode estar totalmente concentrada em outra coisa, no caso das crianças, isso acontece muito. A criança pode ser dispersa na escola, e em casa, com um jogo eletrônico pode ser super focada. É nessa hora que o TDAH pode ser confundido como desinteressado ou até mesmo como preguiçoso. “É importante destacar que o termo transtorno do déficit de atenção não traduz com precisão, ou mesmo com justiça, o que ocorre com a função da atenção no TDA”. (SILVA, 2008 p.15) De acordo com Souza et. al (2007), por muitos anos, o TDAH foi considerado não como um transtorno, e sim, como uma fase na vida de crianças e adolescentes. Hoje em dia, pesquisas mostram que além de um transtorno evidente em fase escolar, o TDAH pode acompanhar o individuo também na fase adulta, e que se não tratado adequadamente, pode interferir na vida social, familiar e acadêmica. Segundo o DSM – V (Diagnosticand Statistical Manual), o TDAH é caracterizado por ter dificuldade no desenvolvimento que se manifestam precocemente e influenciam o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou pessoal, ele e classificado como um transtorno do neuro desenvolvimento. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013) A hiperatividade pode ser um problema, uma vez que pode acabar perturbando o ambiente ao redor. A busca constante por estimulação, impulsividade e dificuldade em pensar antes de agir pode trazer consequências, tanto para crianças quanto para adultos. Uma criança agitada em sala de aula, pode influenciar toda a dinâmica da turma. O individuo com TDAH pode ter muita instabilidade na atenção, se distrai facilmente, tem dificuldade em prestar atenção em uma conversa, costuma ser muito desorganizado. Por serem hiperativos, apresentam dificuldade em se manter na mesma posição por muito tempo, estão sempre inquietos e ansiosos. Impulsivos, costumam falar o que vem a mente, o que pode levar a situações constrangedoras, num ambiente familiar, escolar e de trabalho. Podem ser impulsivos nas compras, sair de relacionamentos, trocar de emprego com frequência, além disso, tem uma tendência a não seguir regras e normas preestabelecidas. Se não tratado adequadamente, o TDAH, na fase adulta, pode levar a pessoa a ter uma baixa autoestima, depressão e até mesmo dependência química. Geralmente esses sintomas ficam mais evidentes em situações que requerem uma maior atenção e durante a realização de tarefas repetitivas, como ocorre na escola. É importante que pais e professores fiquem atentos para não confundir o transtorno com “birra”, capricho ou preguiça. Apesar dos sintomas estarem presentes desde cedo, só ficam realmente evidentes a partir do momento em que a escola começa a exigir mais da criança, por exemplo, passar maior período de tempo sentada, prestando atenção, o que acontece quando a criança sai da Educação Infantil, onde geralmente as atividades tem como base a ludicidade e a socialização por meio de brincadeiras e passa para a alfabetização, onde lhe é exigido uma atenção maior, pois e nessa fase que a criança aprende a ler e realizar operações matemáticas simples. De acordo com Souza et. al (2007), grande parte dos indivíduos com TDAH apresentam co-morbidades com outros transtornos, e na maioria das vezes, os problemas emocionais ficam bem evidentes, como a depressão, ansiedade e até mesmo a bipolaridade. Por esses e outros motivos, quanto mais precoce for feito o diagnostico e tratamento, menos prejuízos sociais, emocionais e cognitivos terá o individuo. Uma das causas do TDAH é a genética. Existe muita investigação científica sobre os fatores que causam o TDAH e a hereditariedade parece ser um deles. De fato, o TDAH é o transtorno psiquiátrico com maior coeficiente de herdabilidade, ou seja, cerca de 70 a 80% dos casos. (GOULARDIN, Juliana. Causas do TDAH). O ambiente familiar não é o determinante para o aparecimento do transtorno, porém, pode agravar, caso a criança viva em um ambiente conturbado, com pais muitas vezes mais problemáticos que os próprios filhos. Alguns sintomas podem ser confundidos, caso a criança esteja apresentando comportamento agressivo, intolerante, é importante investigar o ambiente em que a criança está vivendo, antes de repreendê-la por alguma atitude. “O tratamento do TDAH requer uma abordagem global e interdisciplinar, que inclui intervenções farmacológicas e psicossociais”. (DESIDÉRIO & MIYAZAKI, 2007, p. 168). A partir dessa compreensão, identifica-se a necessidade de espaços de apoio para essas crianças e para os seus pais, potencializando os recursos existentes dentro dessas famílias, para que todos possam melhor lidar com as dificuldades que este transtorno sugere, tais como psicoterapia para as crianças e os pais, intervenção medicamentosa, bem como orientação às escolas e aos professores. Segundo o ministério da Saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde) tem uma rede de assistência às pessoas portadoras do TDAH e esse atendimento pode ser feito por equipes de saúde da família e em centros de atendimento psicossocial. Dentre as intervenções psicossociais, além de profissionais de várias áreas, como os da área médica, de saúde mental e pedagógica, é importante que os pais saibam lidar com os sintomas dos filhos e os auxiliem na organização e no planejamento de suas atividades. Já o tratamento farmacológico, dar-se preferência aos estimulantes. Segundo DESIDÉRIO& MIYAZAKI (2007), a medicação mais utilizada é o metilfenidato (ritalina), com diversos trabalhos relatando uma melhora significativa, diminuindo ou eliminando os principais sintomas de TDAH (desatenção, hiperatividade e impulsividade) em cerca de 70% dos casos. SHIRAKAWA, TEJADA & MARINHO (2012) concluem que, nos últimos anos, com a popularização do TDAH, o metilfenidato vem sendo utilizado de forma indiscriminada até mesmo por pessoas que não possuem o transtorno, buscando uma melhora no processo de aprendizagem e desempenho acadêmico. “A expressão “Aprimoramento Cognitivo Farmacológico” é usada para nomear a prática de aprimorar a aprendizagem, atenção e memória em pessoas saudáveis e normais por meio de medicamentos”. (SHIRAKAWA, TEJADA & MARINHO, 2012, p. 49). De acordo com DESIDÉRIO & MIYAZAKI (2007), o tratamento farmacológico combinado com o tratamento psicossocial é a única forma terapêutica que produz a normalização no funcionamento de crianças com TDAH. Ainda não existe uma legislação especifica que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH, existe apenas um projeto de Lei do Senado de nº 402 de 2008, que dispõe sobre o diagnóstico e o tratamento da dislexia na educação básica, mais que ainda não se transformou em Lei. Caso não tenha condições, a pessoa com TDAH pode recorrer ao Poder Público e receber os medicamentos para o tratamento gratuitamente. 2.2 Conhecendo as necessidades educacionais do aluno com TDAH Segundo a ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção) o TDAH é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, e, em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos. “O TDAH ocorre em toda a faixa de inteligência, qualquer Q.I.(Quociente de inteligência) pode ser encontrado em quem tem o transtorno, desde alunos com inteligência limítrofe até os superdotados” (MATTOS 2011, p. 122). Apesar de ter mais dificuldades em realizar algumas tarefas, de prestar atenção nas explicações e estudar em casa, se a criança for bem orientada, ela pode melhorar seu desempenho significativamente. O fato de ter esse transtorno, não quer dizer de forma alguma que ela seja menos inteligente que as demais, pelo contrário, crianças com TDAH costumam ser inteligentes e criativas, precisam apenas de mais estímulos que as demais. Agitações, bagunças e distrações são características normais para qualquer criança, mas o que difere de uma criança com TDAH é a intensidade e a frequência com que isso ocorre. Ela costuma ser a que mais chama atenção em uma classe, sempre vai ser a mais inquieta, mais hiperativa, mais distraída em comparação com as demais. O TDAH tem como principais características a desatenção, impulsividade, hiperatividade, que pode ocorrer tanto em crianças e adolescentes quanto em adultos, independente de sexo, idade e formação acadêmica. Os sintomas aparecem principalmente em situações que requerem uma maior atenção e durante a realização de tarefas repetitivas, como as tarefas escolares. A criança com TDAH apresenta um comportamento hiperativo e compulsivo, como dito anteriormente, e em família esse comportamento pode se agravar. Pois, geralmente em casa, a criança recebe punições mais severas do que na escola, como castigos físicos e comentários em relação as suas atitudes. Como tem muita dificuldade em controlar seus impulsos, ela sempre acaba fazendo tudo novamente e acreditando no que dizem, que ela é uma pessoa “má”, que é a “ovelha negra da família”, que “não vai para o céu” e coisas assim. Muitas vezes os pais não fazem esses comentários por mal, por que querem de certa forma humilhar a criança, mais, imagine o quanto deve ser difícil, muitas vezes chegar de um dia de trabalho e só escutar reclamações sobre a criança, da escola, dos cuidadores, dos irmãos. financeira, stress, se deparam com os filhos diagnosticados com TDAH, e, ficam totalmente desnorteados, se culpando pelo diagnostico, por não terem conseguido educar os filhos, devido a falta de tempo ocasionada pelo excesso de trabalho. De acordo com SILVA (2008) é importante buscar informações sobre o comportamento inadequado da criança antes de tirar conclusões precipitadas sobre o seu comportamento. Quanto mais informações a família buscar acerca do transtorno, melhor será para a convivência de todos. O primeiro passo que a família deve tomar para melhorar a convivência e estimular bons comportamentos, na criança com TDAH é buscar conhecimento sobre o assunto. Entender as atitudes da criança, como e por que dos seus comportamentos é fundamental. Isso os ajudará a lidar com seus filhos de forma adequada, sabendo diferenciar desobediência de incapacidade de controlar seus impulsos. É importante que os pais destaquem os acertos dos filhos, dando ordens positivas, ao invés de dar bronca ou puni-lo por algo errado que tenha feito, a melhor opção é orienta-lo a fazer o que é certo e recompensá-lo quando ele acertar, não apenas com presentes, brinquedos, mais também com elogios e carinhos. A família deve estimular a criança a realizar os deveres de casa. Sempre que ela chegar da escola, é importante verificar agenda e caderno para ver se foi passado algo pelo professor. A criança necessita prestar atenção, focar e resistir a distrações, para isso, é importante que o ambiente em que a tarefa for realizada seja calmo, arejado e de preferência sem ruídos. Sem dúvidas a família pode contribuir com o tratamento, ou a melhor compreensão do TDAH. É de extrema importância que os pais deem apoio, conversando, permitindo que a criança expresse seus sentimentos, sempre respeitando, e não sendo ofensivo. Regras são necessárias, e caso a criança as descumpra, resolver com castigos e restrições é esperado, porém, nunca se deve usar de violência física ou ofensas. Diferente de uma criança que seja maleducada, a criança com TDAH tem a consciência que seu comportamento pode trazer consequências, só que por ser impulsivo e não conseguir refletir sobre essas questões, acaba se deixando levar pelo momento e fazendo o que não deveria, ou não seria o certo naquela ocasião. De acordo com o artº 205 da Constituição Federal de 1988 “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Portanto, escola e família precisam conhecer sobre o assunto e buscar orientações para apoiar adequadamente o processo de formação humana e de aprendizagem da criança. O TDAH pode interferir em toda a dinâmica da família. Os pais, muitas vezes com problemas no trabalho, na vida acadêmica, Com base nos princípios constitucionais acima citado, tanto a família quanto a escola precisam fazer cumprir as suas funções legais. Desta forma o Estado deve garantir ao aluno com TDAH, um atendimento educacional especializado, pois, de acordo com a resolução n° 02 de 2001, do CNE/CEB, o aluno com TDAH apresenta necessidades educacionais especiais. Logo ele não pode ser proibido de ingressar em qualquer instituição de ensino regular, caso isso ocorra, pode ser entendido como discriminação, e, cabe à família procurar uma conciliação com a escola. Caso não ocorra, ai sim, deve-se procurar os órgãos competentes para o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. A escola deve receber o aluno e desenvolver projetos que o ajude na interação com os demais alunos, bem como, disponibilizar adequações curriculares compatíveis com as suas necessidades educacionais, para que ele possa ter acesso, participação e sucesso escolar. 2.3 Práticas pedagógicas que auxiliam o processo ensino-aprendizagem do aluno com TDAH Assim que o aluno for diagnosticado com TDAH, é muito importante que a família busque uma aproximação maior com a escola, no intuito de trocar experiências e definir estratégias conjuntas que possam apoiar o processo ensino aprendizagem do mesmo. É importante que o professor tenha conhecimento sobre o transtorno, a manifestação dos sintomas e suas consequências em sala de aula. Uma vez que o aluno com TDAH, necessita de uma atenção especial, por não conseguir muitas vezes, desenvolver uma atividade com a mesma facilidade e agilidade dos demais alunos. O professor também deve reconhecer o potencial do aluno e sua capacidade de aprender. Pois, desde que receba a ajuda necessária ao seu processo de aprendizagem ele se desenvolverá satisfatoriamente. Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldades de concentração na escola devido ao impacto que os sintomas têm sobre um bom desempenho nas atividades. (SILVA, VERA CRUZ, LIMA e ASFORA, 2010, p.09). É muito importante que o professor seja capaz de adequar as estratégias metodológicas em sala de aula e se adequar ao estilo de aprendizagem do aluno. Ele deve tornar a sala de aula um ambiente agradável e dinâmico, onde o aluno tenha o prazer de estar, conviver e aprender. É fundamental que o professor saiba diferenciar incapacidade de desobediência, pois, é comum que crianças com TDAH evidenciem dificuldades de controlar o seu comportamento, porém não se trata de desobediência. Muitas vezes o comportamento do aluno melhora quando o professor muda a sua postura e a sua relação com o aluno, ou quando muda de professor. A escola deve adaptar-se ao aluno, buscando sempre recursos que favoreça o mesmo em relação aos assuntos tratados em sala de aula, ás normas e condutas de convivência e às interações com professores e colegas. Verifica-se que o desempenho escolar desses alunos, apresenta uma estreita relação com as práticas de seus professores em sala de aula, além disso, a escola precisa assumir o importante papel de organizar os processos de ensino de forma a favorecer ao máximo a aprendizagem de todos os alunos. No processo ensino-aprendizagem a motivação é um elemento fundamental para que os alunos aprendam e obtenham resultados satisfatórios. Logo, o planejamento do professor é um fator imprescindível, pois a forma como ele planeja e conduz sua aula, desperta nos alunos interesse em aprender a temática desenvolvida. É necessário que o professor sempre repense suas atitudes, decisões e ações em sala de aula, pois estas são essenciais para criar um ambiente motivador que propicie oportunidades aprendizado. (HENRIQUE, 2014). A criança com TDAH precisa de motivação, de ser estimulado a realizar as atividades propostas. Um professor despreparado, provavelmente não conseguirá envolver um aluno com TDAH para que ele realize certas atividades. É importante explorar a criatividade por meio de tarefas que exijam criação e construção do conhecimento por parte do aluno. O aluno com TDAH reage muito bem a incentivos e elogios. O professor deve estimular a criatividade e o entusiasmo do aluno para que ele possa dar tudo de si. Apesar de reagir bem aos elogios, não costuma receber bem as criticas, podendo retrair-se, ficar cabisbaixa, ou pode simplesmente se revoltar, e ao invés de tentar melhorar, só vai fazer tudo pior que antes, uma forma de conseguir mais atenção para si. O aspecto criativo do professor em sala de aula é fundamental. Ele precisa ser bem preparado, saber criar situações adequadas para provocar curiosidade no aluno e estimular a construção do seu conhecimento. Pois o professor não será somente alguém que transmite conhecimento, mas quem diretamente influencia a personalidade e conduta do aluno De acordo com MATTOS (2011) o professor tem que ser capaz de modificar as estratégias de ensino, adequando-as ao estilo de aprendizagem e as necessidades do aluno. Ele deve interagir com os alunos, tornando a sala de aula um ambiente democrático, criativo, participativo e questionador onde todos se sintam respeitados mesmo com suas diferenças. Um professor despreparado, provavelmente não conseguirá envolver um aluno com TDAH para que ele realize certas atividades. Dentre as estratégias que podem ser usadas pelo professor podemos destacar o uso de vídeos, revistas, computador ou até mesmo aulas ao ar livre sempre que possível. Pois estas atividades saem da rotina básica da sala de aula e estimulam a participação e favorecem para que o aluno foque a sua atenção. Para o aluno hiperativo, é uma verdadeira “tortura” chegar todos os dias na escola e encontrar as mesmas coisas, nos mesmos lugares, por isso, também é importante que o professor mude as carteiras de lugar, deixe a sala sempre um ambiente agradável, onde o aluno se sinta a vontade para desempenhar as tarefas propostas. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) o currículo é construído a partir do projeto pedagógico da escola, além disso, ele relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação. O currículo pode ser visto como um guia sobre o que, quando e como ensinar; o que, como e quando avaliar. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 15º, afirma que: A organização e a operacionalização dos currículos escolares são de competência e responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, devendo constar de seus projetos pedagógicos as disposições necessárias para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos, respeitadas, além das diretrizes curriculares nacionais de todas as etapas e modalidades da Educação Básica, as normas dos respectivos sistemas de ensino. (MEC/SEESP, 2001) O currículo é parte indispensável da escola, a partir dele, pode-se definir o fracasso ou sucesso da escola, com relação ao ensino. Por esse motivo é tão importante que o currículo esteja adequado com as necessidades dos alunos. Ele deve, principalmente, atender as necessidades particulares de aprendizagem, sendo assim, a escola deve adaptar seu currículo, a partir das necessidades educacionais de cada aluno. Ainda sobre as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, o artigo 17º, determina que: Em consonância com os princípios da educação inclusiva, as escolas das redes regulares de educação profissional, públicas e privadas, devem atender alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a promoção das condições de acessibilidade, a capacitação de recursos humanos, a flexibilização e adaptação do currículo e o encaminhamento para o trabalho, contando, para tal, com a colaboração do setor responsável pela educação especial do respectivo sistema de ensino. (MEC/SEESP, 2001) Com base nos princípios previstos no documento acima citado sobre a importância das adequações curriculares, cabe ressaltar que estas orientações devem ser observados pelo professor que atua com o aluno diagnosticado com TDAH. Uma vez que este aluno, segundo o mesmo documento, apresenta necessidades educacionais especiais. Considerando que ele compõe o quadro de aluno que apresentam dificuldades não vinculadas a uma causa orgânica específica. Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: I dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; III altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. Desta forma entende-se que as adequações curriculares devem estar presentes nas práticas pedagógicas para os alunos com TDAH. Desde a organização do espaço e do tempo escolar, estratégias e recursos pedagógicos, e, principalmente no processo de avaliação. Cabe ao professor conhecer todos os aspectos que envolvem a aprendizagem do seu aluno, para definir e planejar as adequações que irão atender às necessidades educacionais dos alunos. Pois, não tem receita pronta, cada aluno é um ser único, com estilo de aprendizagem, potencialidades e necessidades educacionais específicas. Problema Como a família e a escola podem contribuir para que o aluno com TDAH supere as dificuldades educacionais vivenciadas no contexto escolar e potencialize o seu processo de aprendizagem? Hipótese O aluno diagnosticado com TDAH apresenta muitas dificuldades durante o seu processo educacional. Pois em decorrência do déficit de atenção, da inquietação e agitação motora, características do transtorno, a qualidade da sua escolarização fica comprometida. Portanto, a família e a escola exercem papel fundamental, pois cabe a cada um atuar de acordo com suas competências para favorecer as condições adequadas para que o aluno possa se desenvolver e aprender. Nesta perspectiva toda ação interventiva inicia-se com o momento da identificação da necessidade educacional do aluno, ou seja, o professor precisa estar atento e conhecer o seu aluno para identificar suas dificuldades e assim atuar junto à família para que a mesma possa buscar ajuda de profissionais qualificados para realizar o diagnóstico do transtorno. A partir do diagnóstico adequado a família e a escola poderão em conjunto, buscar conhecimentos e estratégias de intervenções, tanto no contexto familiar como escolar para apoiar o aluno nas suas necessidades educacionais contribuindo efetivamente para o seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Objetivos 5.1 Geral Analisar o papel da família e da escola no processo de aprendizagem do aluno com TDAH 5.2 Específicos Identificar os critérios utilizados para o diagnóstico do TDAH Discorrer sobre as necessidades educacionais especiais vivenciadas pelos alunos com TDAH no processo ensino aprendizagem. Identificar o papel da família e da escola no diagnóstico e na intervenção pedagógica junto ao aluno com TDAH. Verificar na literatura as estratégias pedagógicas adequadas ás necessidades educacionais do aluno com TDAH. Justificativa O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego, impulsividade e hiperatividade. Pode ocorrer tanto em crianças e adolescentes quanto em adultos, independente de sexo, idade e formação acadêmica. Os sintomas aparecem principalmente em situações que requerem uma maior atenção e durante a realização de tarefas repetitivas, como ocorre na escola. É de conhecimento geral a importância da família para o desenvolvimento de todas as crianças. Os pais, ao mesmo tempo em que procuram não repetir os mesmos erros de sua família de origem, encontram-se sobrecarregados pela questão tempo/ trabalho/carreira e, ainda, a dedicação aos filhos. O resultado disso são momentos de conflito, de não saber o que fazer para administrar a situação, necessitando, então, de orientação para educar seus filhos. Nas famílias que possuem um dos filhos com TDA/H, esta dificuldade ainda é agravada. É de extrema importância que os pais deem apoio, conversando, permitindo que a criança expresse seus sentimentos, sempre respeitando, e não sendo ofensivo. Regras são necessárias, e caso a criança as descumpra, resolver com castigos e restrições é esperado, porém, nunca se deve usar de violência física ou ofensas. Na maioria dos casos, a responsabilidade de alertar os pais de que alguma coisa não está bem com a criança fica por conta dos professores, pois, e na escola onde o transtorno mais se manifesta, por exigir uma maior concentração, para realização de tarefas. Por isso, é importante ressaltar que o professor deve conhecer os determinantes do desempenho escolar de seus alunos, além de refletir sobre a participação da escola frente ao problema. Muitos professores ainda sentem dificuldade em lidar com alunos com TDAH, talvez por não ter aprofundado o assunto enquanto acadêmicos de pedagogia, ou por falta de experiência. O que se sabe é que para lidar com o aluno com esse transtorno, o professor precisa primeiramente conhece-lo e saber diferencia-lo de uma falta de interesse ou até mesmo preguiça do aluno. Um professor despreparado pode agravar um caso de TDAH. Na maioria das vezes, as salas de aula tem um numero excessivo de alunos, cada um com pensamentos e problemas diferentes, o que deixa o professor sobrecarregado e incapaz de dar a devida atenção ao aluno com TDAH, ele fica taxado como o “baderneiro” da turma, o que sempre vai para a direção levar bronca e que pode ser até expulso, por falta de preparo da escola como um todo que não notou que aquele comportamento era mais que capricho ou “má educação” da criança. Não há necessidade de o aluno com TDAH ser matriculado em uma escola de ensino especial. Os pais devem ficar atentos apenas a alguns detalhes, como por exemplo, se a escola leva em conta métodos de ensino que possam ser adaptados a criança com dificuldade, se utiliza critérios de avaliação diversificados, não somente uma prova por bimestre, ou algo assim, e a quantidade de alunos por sala de aula, é importante que o aluno possa ter uma atenção especial, o que e dificultado em uma sala com muitos alunos para um único professor. A escola deve ser um ambiente acolhedor, onde o aluno se sinta bem para desenvolver suas atividades, sem ser pressionado ou constrangido por ter mais dificuldade que os outros colegas. É importante que o professor proporcione um trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favoreça oportunidades, atividades físicas para a turma toda, como exercícios de alongamento também são bem vindos, pois, o aluno com TDAH costuma ter dificuldade em se concentrar muito tempo, a atividade irá ajuda-lo a relaxar e voltar a suas tarefas, sem perder muito o foco. Limites devem ser impostos, porém, nada de constranger ou humilhar o aluno na frente dos colegas por ele ter mais dificuldade em realizar algumas tarefas, pelo contrário, o aluno deve sempre ser elogiado quando conseguir terminar algo proposto, isso ajuda na autoestima dele. Considerações Finais profissionais da saúde e de educação. Após a identificação das necessidades educacionais do aluno o professor deverá compartilhar suas inquietações em relação ao comportamento e aprendizagem do aluno com a equipe pedagógica da escola. Para que a família possa ser comunicada e solicitada a buscar ajuda especializada na área de saúde. É de consenso que mesmo quando os pais percebem os sintomas no comportamento da criança dentro de casa, apenas um ambiente não é suficiente para o diagnóstico, daí a importância de conhecer os comportamentos apresentados na escola. Uma vez que as alterações e dificuldades comportamentais do aluno são evidenciadas nos diferentes contextos em que convive. A constante necessidade por estimulação, a impulsividade e a dificuldade em pensar antes de agir pode trazer consequências para o aluno com TDAH. Esse aluno pode apresentar dificuldade em se manter na mesma posição por muito tempo, está sempre inquieto e ansioso. Ele pode ter muita instabilidade na atenção, se distrair facilmente, apresentar dificuldade em prestar atenção em uma conversa, e costuma ser muito desorganizado. Acaba falando o que vem a mente, o que pode levar a situações constrangedoras, num ambiente familiar, escolar e social. Em casa, esse comportamento pode se agravar, pois, a criança recebe punições mais severas do que na escola, como castigos físicos e comentários em relação as suas atitudes. Verificou-se que a escola é fundamental para o diagnóstico precoce do transtorno, uma vez que é na sala de aula que as características e traços que caracterizam o transtorno se tornam evidentes. Os professores são os primeiros a observar as dificuldades e necessidades que estes alunos apresentam em relação à adequação do comportamento e suas implicações na aprendizagem e na interação com os demais alunos da turma. Sendo assim é de suma importância que as relações entre a família e a escola sejam estreitadas na perspectiva de atender às necessidades pessoais, sociais e educacionais do aluno. O presente estudo buscou analisar o papel da família e da escola no processo de aprendizagem dos alunos diagnosticados com este transtorno a partir de uma pesquisa bibliográfica, com vistas a contribuir com a melhoria da prática pedagógica para atendimento às necessidades educacionais dos alunos. Portanto, pode-se verificar que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade envolve uma dinâmica complexa, a qual deve ser analisada e estudada de forma interdisciplinar e colaborativa entre família, escola e demais profissionais envolvidos. A família deve sempre buscar conhecimento sobre o transtorno para melhorar a convivência e estimular bons comportamentos na criança com TDAH. Os pais devem estimular a criança a realizar as tarefas propostas, procurando sempre destacar os acertos de seus filhos, dando ordens positivas, ao invés de punições. A melhor opção é orienta-lo a fazer o que é certo e recompensá-lo quando ele acertar. Pois acreditar e estimular as potencialidades e os comportamentos e atitudes positivas contribuem para a melhoria da autoestima do aluno. O diagnóstico de TDAH deve ser realizado uma equipe multidisciplinar, envolvendo Constatou-se pela pesquisa realizada que a literatura sobre a temática abordada restringe-se aos aspectos que envolvem o diagnóstico e por tratamento clínico, pouco se dedicando práticas e estratégias pedagógicas. às Em relação às práticas pedagógicas para atender às necessidades educacionais dos alunos com TDAH, pode-se destacar as adequações curriculares. Pois estes alunos não apresentam déficit intelectual, mas sim, limitações na capacidade de atenção, concentração e controle do comportamento. Desta forma a escola precisa atuar de forma inclusiva, exercitando e vivenciando a flexibilidade prevista no currículo. As adequações serão definidas de acordo com a condição e a necessidade de cada aluno. Dentre os elementos do currículo que são mais indicados para adequar às necessidades educacionais dos alunos com TDAH, destaca-se a organização dos espaço e do tempo escolar, ou seja, organizar a sala de aula de forma que não apresente excesso de estímulos que favoreçam a distração e a perda de foco. Considerando a dificuldade do aluno no que se refere à atenção e concentração, o processo de avaliação é outro elemento muito importante, pois deve ser adequado tanto em relação aos objetivos propostos, quanto ao número de questões, comando de execução das tarefas propostas e tempo de realização. Quanto aos elementos que envolvem a metodologia, cabe enfatizar a relevância do uso de recursos diversificados como revistas, vídeos, computadores ou até mesmo aulas ao ar livre sempre que possível, são de extrema importância para alunos com TDAH. O professor deve ter conhecimento sobre o transtorno, pois, a partir daí, ele terá maior facilidade em modificar suas estratégias de ensino, adaptando-as, a esse aluno e oferecendo condições para que ele possa acompanhar a turma. Se for preciso, ele deve mudar sua postura, no sentido de tornar o ensino mais participativo. Em casa, pode ser feita a mesma coisa, os pais devem participar mais da vida do aluno, auxiliando, incentivando e apoiando, sem esquecer-se de parabeniza-lo e elogia-lo, sempre que realizar alguma tarefa. Todas as propostas e estratégias apresentadas neste artigo tem a intenção de conscientizar o professor de que ele precisa refletir sobre sua prática pedagógica, buscando sempre conhecimentos necessários para desempenhar sua função com excelência e atender às necessidades dos alunos. A família também deve procurar conhecer sobre o assunto, com o intuito de melhorar a convivência e estimular bons comportamentos da criança. É fundamental entender suas atitudes e o porquê dos seus comportamentos, isso os ajudará a lidar com a criança de forma adequada, sabendo diferenciar desobediência de incapacidade em controlar seus impulsos. Podemos concluir desta forma que ainda temos muito o que fazer, e, portanto, aprender sobre o transtorno, para que possamos como educadores, ressignificar continuamente a nossa prática pedagógica para atender às necessidades educacionais de todos os alunos, inclusive dos daqueles diagnosticados com TDAH. Pois somente por meio do conhecimento é que alcançaremos as mudanças que a nossa educação necessita para tornar-se de fato inclusiva. Referências 1 - ABDA- Associação Brasileira do Déficit de Atenção<http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/o-que-e-otdah.html#sthash.tG7nr6js.dpuf>, Acesso em: 09 de junho de 2015. 2 - BENEDETTI, Ieda. CUNHA, Sônia. Escola, ética e cultura contemporânea: Reflexões sobre a constituição do sujeito que não aprende. Revista Multidisciplinar N° 02 – Dez. 2006. 3 - BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial - MEC/SEESP, 2001. 4 - BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC /SEF/SEESP, 1998. 5- BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. 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