55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 135 Análise genética de neurotransmissores em pacientes brasileiros com autismo Santana, DCR1; Mota, APZ1; Passoni, CRMS1; Pereira-Ferrari, L1 1- Laboratório de Genética da Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL), Curitiba-PR/Brasil [email protected] Palavras-chave: Gene SLC6A4, Receptor de Serotonina, 5-HTT, Autistas. O termo autismo vem do grego “autós”, que significa “de si mesmo”. Trata-se de uma doença genética, que afeta o sistema nervoso, funções neurológicas e funções motoras, sendo predominante no sexo masculino. Vários marcadores genéticos têm sido descritos como desencadeadores dos sinais clínicos do autismo, porém a relação genótipo X fenótipo ainda não está completamente esclarecida. Avaliando-se o fenótipo de crianças autistas, poderemos encontrar diferentes “graus” de atenuantes, apresentando-se de forma mais grave ou leve, às vezes quase imperceptíveis. Diversas investigações genéticas apontam anormalidades cromossômicas na região codificadora da família dos genes NLGN (neuroligina) como candidatos para o envolvimento do retardo do desenvolvimento e no autismo. Recentemente um estudo comprovou o polimorfismo de seis nucleotídeos e consequentemente a associação as proteínas transmembranas caderinas CDH10 e CDH9 gene NLGN3 já foi inclusive rastreado em famílias com histórico de autismo. Outro gene importante é o SLC6A4, que codifica o receptor de serotonina (5-HTT), e media a recaptação de serotonina (5-HTRs) na sinapse este gene tem sido apresentado como forte candidato a modulador do autismo. Em geral os genes que codificam neurotransmissores e seus receptores, por serem genes que codificam proteínas participantes do sistema serotoninérgico, estão envolvidos em sinais clínicos como depressão, epilepsia, comportamento obsessivo-compulsivo, esquizofrenia, distúrbios de comportamento e transtorno bipolar. No Brasil, até o momento, não existia análise molecular em pacientes autistas. Os resultados obtidos neste estudo nos permitem sugerir que os sinais clínicos mais característicos da forma clássica de autismo, ou seja, movimento repetitivo com a cabeça para frente e para traz e quadro de movimento repetitivo e torção de dedos, estão presentes somente nos pacientes que apresentam o alelo S no seu genótipo (S/S ou L/S), sugestionando uma associação entre o alelo S e a forma clássica de autismo e corroborando o observado por HARIRI & BROWN, (2006), que afirmam que o alelo “S” associa-se a uma redução de aproximadamente 50% na expressão da proteína transportadora de serotonina e consequentemente na recaptação de serotonina. Este estudo também contribui para o marco inicial das pesquisas moleculares do autismo no Brasil e sugere evidências de que, além das caderinas recentemente mencionadas como associadas ao autismo, o polimorfismo da região promotora do gene SLC6A4 pode estar envolvido na modulação clínica do autismo, além de ressaltar a necessidade de uma pesquisa mais aprofundada e ampliada do tema nos pacientes brasileiros.