Pré Eclâmpsia Morbimortalidade perinatal e maternaEtiopatogenia: desconhecida -Prevenção: impossível Evolução: imprevisível - Conduta: controversa * Complicações do parto da síndrome hipertensiva: infecções / hemorragias Morbimortalidade Fetal: - Sofrimento fetal crônico - Crescimento intra uterino restrito (↓ desenvolvimento com qte suficiente em semanas) – Prematuridade - Óbito fetal Morbimortalidade materna - Crise hipertensiva - Crise convulsiva - Acidente vascular cerebral - Edema agudo de pulmão insuficiência renal aguda -Rotura hepática - Distúrbio de coagulação -Descolamento prematuro da placenta Óbito anti, intra ou pós parto. Incidência:- Nulíparas: 5 – 12 %- Multilíparas: 5 – 7 % Epidemiologia:- Paridade (+ comum ocorrer nas nulíparas)- Idade (+ comum nos extremos: ↓16 anos e + de 35/40 anos)- história familiar (tendência de repetição)- Atividade sexual (+ parceiros: ↑ chance)Anticoncepção(uso de camisinha: ↑ chance; deposição do esperma: ↓ chance)- Condições sócioeconômicas- Tabagismo (↓ chance de ter préeclâmpsia) Hipóteses etiológicas: 1) Má adaptação imunológica (algum Ag paterno afetando a formação placentária) 2) Isquemia placentária 3) Susceptibilidade genética 4) Estresse oxidativo (alteração nos vasos sg) Fisiopatologia: -Alteração da PA ( a partir da 20ª semana) -Alterações renais (proteinúria, hipocalciúria) - Alterações hepáticas (sínd Help) - Alterações SNC (cefaléia intensa persistente, pertubações “escotomas” visuais, pode chegar a uma cegueira total temporária) Alterações na coagulação (plaquetopenia; pode ser acentuada) Predição: doppler velocimetria = diagnóstico precoce, não evita a pré-eclâmpsia - dosagem do cálcio urinário - dosagem de fibronectina - perfil de vitaminas (stress oxidativo – Vit C, D e A) Diagnóstico: - Clínico:sinais e sintomas ( ↑PA 20ª semana, presença de cefaléia, dist visuais, epigastralgia, ↑ elevado de peso: edema oculto; perguntar sobre inchaço nos mmii, se este persiste pela manhã; mudança de parceiro, história familiar) Exame físico (importantes: PA, edema, peso) Laboratorial:- Exame de urina (proteína – urina de 24h) - Exame de Sangue (plaquetas) Dopplervelocimetria Formas clínicas - Pré-eclâmpsia (leve / moderada / grave) - Síndrome Hellp (a partir da forma grave) Eclâmpsia (Pré-eclâmpsia + crise convulsiva) - Préeclâmpsia + Hipertensão Arterial Crônica- Hipertensão transitória da gravidez (↑PA s/ proteinúria; desaparece espontaneamente). Diagnóstico Pré-eclâmpsia PA, Proteinúria (a partir de 0,3g em 24h), Creatinina (> 1,2 mg/dl), Plaquetas < 100.000, Pré-eclâmpsia LEVE - PA até 140 x 90mmHg Elevação tardia: 20/ 10 mmHg - Proteinúria: 0,3g/24h - Edema: mmii (persistente) - Ganho ponderal: adequado Sintomatologia ausente Conduta = assistência prénatal adequada (orientar a pcte qt ao aparecimento de sintomas) Pré-eclâmpsia MODERADA:- PA: 140 x 90 a 160 x 100 mmHg- Proteinúria: 0,3 – 3g/24h- Edema: mmii e faceGanho ponderal: aumentado- Sem sintomatologiaExames laboratoriais normais Conduta: monitorização freqüente das condições maternofetais- hospitalização- interrupção da gravidez morte)- Conduta pós-parto (avaliação da permanência de algum anexo embrionário na cavidade uterina) Curetagem (estudos mostraram que com a curetagem, as crises convulsivas cessam) * Benzodiazepínicos, qd usados, podem causar no feto: letargia, sonolência, dificuldade de amamentação. Pré-eclâmpsia GRAVE: PA: 160 x 100 mmHg Elevação de 30/ 15 mmHg Aparecimento precoce Elevação rápida - Proteinúria > 3g/ 24h - Edema generalizado Ganho ponderal: excessivo / rápido Sintomatologia típica (cefaléia intensa, alt visuais, dor abdominal, edema, etc) – Exames laboratoriais ( hemoconcentração, plaquetopenia) Conduta Conservadora:- idade gestacional 37 semanas ou mais = feto maduro : interrompe por indução do parto – ex.: ocitocina - ou cesariana ↓ 37 semanas (feto imaturo): inicia corticóide; valiar condições. domiciliar / hospitalar - hipotensor: alfa-matildopa (não é bom p/ o feto, usado nas crises hipertensivas) sedativo (nenhuma importancia; pode mascarar algum sintoma importante) - diurético (causa: desidratação materno-fetal) - anti-convulsivante (prevenção usada enquanto se retira o feto) - corticóide (OMS: corticóide até 34 semanas; na prática: até 36). monitorização materna/ fetal/ placentária * Em geral, a melhor via é a abdominal/ cesariana: ↓ complicações nesse caso! Falha na Assistência Obstétrica: - Gestante – institucional – Médica -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Idade Gestacional:- Igual ou superior a 37 semanas- 32 a 36 semanas- 28 a 31 semanas- 20 a 27 semanas Conduta resolutiva:- Hospitalização- Idade gestacional- Anticonvulsivante ( Toda pcte que chega com pré-eclâmpsia = Sulfato de Mg)- Hipotensor = só na crise hipertensiva- coricóide = imaturidade fetalInterrupção da gravidez (no caso: melhor = cesariana) Anticonvulsivante:Sulfato de Magnésio- Mecanismo de Ação: central sobre as aa cerebrais (↓RVP, causa vasoconstrição, ↓ risco de crise convulsiva)- Dose terapêutica: via de aplicação: IM antigamente, EV hjEsquemas terapêuticos / cuidados Síndrome HELLP: - Hemólise - Elevação das enzimas hepáticas Plaquetopenia (marcante; mostra gravidade = ↓ 50.000 ; 50-100.000, 100-150.000; chance de levar a discrasia sanguínea) Sintomatologia => só mulher grávida com pré-elâmpsia Exames laboratoriais: Hemólise: - esfregaço de sangue periférico esquizócitos, equinócitos - bilirrubina total > 1,2 mg/dl - desidrogenase lática > 600 U/L Enzimas hepáticas elevadas - AST > 70 U/L Plaquetopenia - Pl ↓ 100.000/ mm3 HELLP – Conduta:- Hospitalização / cuidados geraisPrevenção das convulsões (Sulfato de Mg até tirar o feto: 12-24h de medicação; não serve p/ ficar mantendo a mãe por longo prazo!) - Corticóides: Betametasona – 12mg IM 2 doses no total/ 24h de intervalo Dexametasona – 6mg IM 4 doses no total/ EV na HELLP 10mg - Interrupção da gravidez -Cuidados pós-parto DHEG (Doença Hipertensiva Específica da Gravidez) Forma clínica: ECLÂMPSIA - Hipertensão- edemaproteinúria- convulsão- coma- HospitalizaçãoCombate às convulsões (Sulfato de Mg: previne temporariamente)- Interrupção da Gravidez (a indução do parto ↑ qte de crises e ↑ chance de Falha da Gestante:- Na procura da assistência prénatal- Em seguir a orientação médica- Em identificar a evolução da doença- Em rpocurar oportunamente o atendimento Falha Institucional:- Pessoal paramédico inadequadoMarcação de consultas difícil- Exames complementares inacessíveis- Internação retardada Falha Médica:-Na assistência Pré-Natal (36%)- Na assistência Intra-parto (40%)-Na assitencia Pós-parto (↓20%) Falha Médica na assistência Pré-Natal - Identificação do risco de Eclâmpsia (idades extremas, mudança de parceiros, HF+, etc) - Na adoção de medidas preventivas - Na intervenção ou encaminhamento da pcte. DHEG = Prevenção - Assistência Pré-Natal Suplementação dietética - Fármacos anti-trombóticos - Atividade sexual pré-concepcional OBS.: Préeclâmpsia e eclampsia - dieta com restrição de sal = pouco ajuda - diuréticos = deficiência placentária ; só usado em edema agudo de pulmão, Insuf.Renal Aguda. - repouso / ingestão de líquidos = não altera o quadro - ganho ponderal = tb não adianta; o problema é a retenção de líquidos * Nestes quadros = há ↓ de prostaciclina (vasodilatador) ↑ de tromboxane (vasoconstritor, ↓ plaquetas) Acreditavam que medicamentos antagonistas a essas substâncias, melhorariam a pcte ; o + usado foi o AAS; porém, não adianta e ainda causa hemorragia.* Atividade Sexual Pré-Concepcional pode ↓ a chance de Pré-elclâmpsia com o mesmo parceiro e sem camisinha quando comparado a mulheres que têm + parceiros. - Um estudo mostrou que mulheres que faziam sexo oral tinham menor risco de pré-eclâmpsia do que as que não faziam ( com sexo oral = 44% apresentaram préeclâmpsia e sem sexo oral = 84%) Isomunização Materna pelo Fator Rh Ocorre quando hemácias sem esse fator Rh entram em contato com hemácias portadoras: Rh+.- É 100% evitável- 1963 = 1ª transfusão intrauterina com sucesso. Etiopatogenia: Antígenos incompatíveisTransfusão de sangue imcompatível- Transfusão Fetomaterna –Gravidez - Parto (+ freqüente: ± 92% de chance de imunização) - Transfusão materno-fetal Sistema Rh (Fisher e Race, 1948) loci genéticos: - Cc Dd- Ee OBS: O Rh – não tem o alelo “D”; porém, se a pessoa não tem o “D”, mas tem o “du” = comporta-se imunologicamente igual a um Rh+. O alelo D é o mais importante e o mais potente. Incidência (Rh-)- Raça Caucasiana: 15%- Raça Negra 58%- Raça Asiática 1-2%- Casais incompatíveis: Raça branca 10-13%* Brasil: pop geral: 10-12% Fisiopatologia:- Formação de Ac anti-Rh (D)- Passagem Transplacentária de Ac (passagem através da placenta de hemácias fetais Rh+ p/ a circulação sanguínea materna: Rh - → desse encontro, pode ocorrer a formação de Ac anti-Rh→ na gravidez ou no momento do parto, esses Ac podem passar pela placenta e penetrar na circulação sanguínea fetal) RN => grupo sanguíneo / fator Rh (+) e coombs (-) Tratamento:- Imunoglobulina IgG (D) – 300mcg IM / dose única- Ideal: imediatamente após o parto, até 72 horas depois (prazo de até 28dias)- Esta IgG torna o teste de Coombs + em ± 180 dias após aplicação; depois, negativa.- De 24 a 48h após a aplicação da Ig, faz-se um novo Coombs p/ reavaliar. Para conferir a eficácia da IgG é feito:- Teste de Coombs = ( - ) → (+ ) 24-48h após administraçãoProva de Kleihauer = (+) → ( - ) comprova que não existem hm fetais: dose foi suficiente. Se os resultados forem contrários, repete-se a dosagem.* Caso o Coombs seja (+) (Mãe já é imunizada: não dá + p/ impedir, não podem tomar Ig)- Faz = Espectrofotometria do Líquido Amniótico = avaliar a condição fetal (antes realizado somente qd Prova de Coombs Quantitativa é > 1/8, mas hoje realizado em todos os casos comprovados da presença de Ac antiRh, independente dos níveis) = teores mais altos de bilirrubina oriunda da hemólise fetal significam maior destruição de hemácias e, portanto, maior anemia. A colheita é feita através de amniocentese transabdominal.(lembrar que 1/3 dos casos = feto é Rh(-); não haverão problemas p/ estes casos) Desvio de Densidade Ótica / 450 maior de progressão da gravidez., repetindo a dose a cada 12 semanas. * Situações especiais p/ Administração da Ig – Prevenção (+livro) - Abortamento (presença de circulação fetal e Rh na 6ª semana de gravidez = chance de imunização) - Ameaça de abortamento prenhez ectópica - doença trofoblástica gestacional na placenta prévia, durante a gestação (caso de sangramento)- nos traumatismos da gestanteamniocentese - 1ª gravidez (transfusões feto-maternas precoces e a gestante pode ter se imunizado antes mesmo do seu nascimento) - após laqueadura tubária RN Rh -♀ com mãe Rh+ (ou com gêmeo Rh+) - Após transfusão de sangue incompatível *Incompatibilidade sanguínea ABO = ocorre + freqüentemente do que a incompatibilidade do Sist Rh; é menos importante. Gestante Imunizada: (sabe-se que a pacte está imunizada qd se comprova a presença de Ac anti-Rh no seu sangue e, às vezes, com a anamnese: história de transfusão incompatível, antecedentes obstétricos: filhos que nasceram anêmicos ou ictéricos que precisaram de tto especial, fetos neo ou natimortos, hidrópicos, etc) Gestante Imunizada :Propedêutica Pré-Natal: Conseqüências clínicas: - IntraUtero = hemólise → anemia → hidropsia → óbito - Pós-parto = Kernicterus (impregnação de bilirrubina nos Gânglios da base) → seqüelas (distúrbio mental) → óbito. (Dependendo da época e intensidade do encontro dos fatores Rh incompatíveis, a hemólise no feto tem graus variáveis; para compensá-la, ocorre uma hiperplasia de medula óssea fetal, zonas de hematopoiese extramedular no fígado e no baço = hepatoesplenomegalia; eritroblastos jovens, imaturos, são lançados na circulação fetal) Assistência Pré-Natal: - Gestante não imunizada (sem Ac Rh D) - Gestante imunizada com Ac Rh D A quantidade de sangue incompatível necessária p/ induzir a imunização varia entre os indivíduos. Sabe-se que a resposta primária tem um período de latência de 17 semanas e a secundária é de 2 a 7 dias. No caso de transfusões sanguíneas incompatíveis, a resposta primária à produção de Ac leva de 8 a 9 semanas. Identificação:- Rh da gestante- Rh do pai (caso a mãe seja Rh-)- Coomb indireto = identificação de Ac pelo sangue da mãe; se é negativo, a mãe não tem o Ac; não existe imunização; não tem risco p/ o feto; a 1ª pesquisa realiza-se assim que se comprova a incompatibilidade do casal; se é negativa, a cada 4-6 semanas repete-se a prova, já que não se formam Ac antes desse prazo). Gestante Não-Imunizada:- sem transfusão prévia (se a pcte não se lembrar: perguntar sobre: cirurgia prévia)1ª gravidez Anamnese / exame físico Exames Laboratoriais:- Coombs Indireto Mensal – até o fim da gestação - Kleihauer mensal (pesquisa de hemácias fetais na circulação materna; essa pesquisa permite identificar as pacientes que precisam tomar Ig humana anti-Rh durante a gravidez e qual sua dose no pós parto)) - PCR do líquido amniótico Considerações:- Gestante Rh – e du – - Parceiro Rh + tem D (ou Rh - com fator du +)- Feto Rh + --- Avaliar *Dopplervelocimetria (estudo da circulação fetoútero-placentária) - artéria cerebral média - ↑ sensibilidade p/ anemia fetal grave e ↓ p/ os casos leves = não é muito útil p/ mostrar o grau de anemia fetal. * Cordocentese:- colhe sangue fetal por punção da veia do cordão umbilical com o auxilio do USdetermina fator Rh, Ac e intensidade da anemia.reservado a casos de isoimunização mais graves e precoces Doença Hemolítica Perinatal É resultante da isoimunização materna pelo fator Rh capaz de determinar complicações perinatais graves como a morte fetal, morte neonatal ou seqüelas graves e definidas no RN. População alvo:- gestante Rh – du – - pai Rh + ou Rhdu + - Feto + - anamnese (1ª gravidez?/ Cirurgia ou transfusão prévia?)- Exame físico (nada ≠) Exames complementares - Prova de Coombs - Determinação Quantitativa de Ac anti-Rh (recomendava-se mensal p/ se observar o comportamento dos Ac; mas atualmente não é mais confiável, vários fatores invalidam seu resultado) - Espectrofotometria do Líquido Amniótico antes realizado somente qd prova de coombs é > 1/8 mas hoje realizado em todos os casos comprovados da presença de Ac anti-Rh, independente dos níveis Estudo do sangue fetal (casos selecionados)Ultrassonografia (pouco valor = indica malformações/ hidropsia/ etc; facilita a realização da amniocentese)Dopplervelocimetria Conduta - Izoimunizada ao Fator Rh Etiologia: - Transfusão de sangue Rh+ - Gravidez, parto - Intra-útero Isoimunização Materna ao Fator Rh - Fisiopatologia Gestante Rh - e Pai Rh + = >Feto Rh + (Ac anti-Rh: mãe feto; estes nem sempre são produzidos). Gestante Não-Imunizada: Propedêutica: - anamnese exame físico (é o mesmo) Exames laboratoriais: é a diferença entre a gestante Rh + e Rh - - Determinação de Ac anti-Rh Determinação de transfusão feto-materna - Outros Conduta no Parto: - evitar ocitócinos, evitar manobras (visando à diminuição das hemorragias feto-maternas) - ligar imediatamente o cordão umbilical – parte fetal Colher sangue p/ exames: Grupo Sanguíneo, Fator Rh e Coombs direto - Fazer prevenção quando necessária Prevenção: Na gravidez: - hemorragia feto-materna – sangramento - propedêutica invasiva (após este, administrar Ig ) Obs: - 10-12% chance de abortamento espontâneo - Na ameaça de abortamento (cólica, dor e sangramento) = administrar Ig; pois a chance é Conduta na Gravidez:- Interrupção (32-34 semanas)Tratamento dentro do útero:. Transfusão intraperitoneal