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Propaganda
Textos
Alessandro
Lopes Silva,
graduado
em História
pela
Universidade
Norte do
Paraná,
UNOPAR,
Teresópolis,
RJ
Alessandro Lopes Silva
[email protected]
Propaganda visual: a construção da imagem
do governo durante o Estado Novo
Foto:
Carteira de
trabalho nº1,
de 30 de
julho de
1952.
(Museu da
República)
“Tentei explicar (...) o gosto que o brasileiro tem pela imagem. Duas razões justificam
essa predileção incurável. Primeiro porque a imagem é um processo democrático de
expressão. Segundo porque a imagem fala mais ao sentimento do que a razão, e o
Brasil é uma democracia sentimental. O sentimento democratiza os homens pela
solidariedade, caminhando para todos os lados da planície (...). Só a imagem
convence o povo, em nossa democracia sentimental. Uma imagem vale cem vezes
mais do que um argumento” (Cassimiro Ricardo. In: Alcir Lenharo . Sacralização da política.
Campinas, Papirus/Unicamp,1986.P. 54-55)
REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA • TERESÓPOLIS • N. 37 • PP. 11 - 12 • MARÇO/ABRIL 2016
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Textos
Segundo Nelson Jahar Garcia em seu artigo
Propaganda: ideologia e manipulação há vários
tipos de propaganda: Comercial: são aqueles que
tendem a convidar e experimentar alguns produtos
e também se referem a anúncios mencionados a
uma determinada empresa ou instituição;
procuram criar uma imagem positiva da entidade.
Eleitoral: geralmente é realizada em vésperas de
eleições. Suas mensagens, vinculadas pelos meios
de comunicação ou divulgadas diretamente
através de discursos e apelos pessoais, convidam a
votar em determinado candidato, enaltecendo o
mesmo. E a propaganda Ideológica que, segundo o
autor, é a mais complexa, mais global e ampla.
Sua função é a de formar a maior parte das ideias e
convicções dos indivíduos e, com isso orientar o
seu comportamento social. As mensagens
apresentam uma versão da realidade a partir da
qual se propõem a necessidade de manter a
sociedade nas condições em que se encontra ou
transformá-la em sua estrutura econômica, regime
político ou sistema cultural.
REFERÊNCIAS:
GARCIA,
Nelson JaharPropaganda:
Ideologia e
Manipulação.
Rocket Edition
de 1999.
www.eBooksB
rasil.org
CAPELATO,
Maria Helena
Rolin.
Multidões em
Cena –
Propaganda no
Varguismo e no
Peronismo. Ed.
UNESP- 2009.
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Para o autor a propaganda ideológica procurava
legitimar o regime, enaltecer a figura dos
presidentes, apresentando-os como líderes os mais
indicados para serem chefes do governo. Com a
construção de uma imagem positiva, procurava
despertar a confiança da população e sua
submissão.Um dos primeiros a adotar
ostensivamente essa fórmula, no Brasil, foi
Getúlio Vargas. Que se utilizou de seus inúmeros
discursos e várias imagens para dissimilar seus
ideais. No entanto para entendermos melhor o
processo da propaganda visual e como ela constrói
a imagem de um governo temos que voltar à
gênese desse processo nos regimes totalitários
nazi-fascistas.
Não é mais tão fácil perceber que se trata de
propaganda e que há pessoas tentando convencer
outras a se comportarem de determinada maneira.
As ideias difundidas nem sempre deixam
transparecer sua origem nem os objetivos a que se
destina. Por trás delas, contudo, existem sempre
certos grupos que precisam do apoio e participação
de outros para a realização de seus intentos e, com
esse objetivo, procuram persuadi-los a agir numa
certa direção. Para Jahar, eles conseguem controlar
todos os meios e formas de comunicação,
manipulando o conteúdo das mensagens. Por toda
parte e em todos os momentos são propagadas
ideias que interferem nas opiniões das pessoas sem
que elas percebam a intenção disto. São obrigadas
a conhecer a realidade somente naqueles aspectos
que tenham sido previamente permitidos e
liberados, acabam tão envolvidos que não
encontram alternativas senão a de pensar e agir de
acordo com o que pretendem delas. Um exemplo
concreto, dentro da historia brasileira, permitirá
esclarecer melhor essa
amplitude de propaganda
ideológica; é a propaganda
do Estado Novo, onde
Getúlio Vargas, através de
golpe, dissolve o congresso
e impõe um novo regime,
divulgando seus ideais
a t r a v é s d o D I P
(Departamento de Imprensa
e Propaganda).
REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA • TERESÓPOLIS • N. 37 • PP. 11 - 12 • MARÇO/ABRIL 2016
Propaganda
do Estado
Novo,
mostrando
Getúlio
Vargas ao
lado de
crianças,
símbolos do
futuro do
Brasil.Wikipédia
Efígie na
cédula de
dez
cruzeiros
em 1942.
Wikipédia
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