Resumo do texto “Identidade do psicólogo brasileiro”. de GONDIM, LUNA, SOUZA, SOBRAL E LIMA Crítica à “liberdade de escolha”, à suposta existência de inúmeras identidades as quais o indivíduo deveria optar por, como uma espécie de decisão do indivíduo sobre o grupo o qual pertencerá. Os autores colocam que a questão é construída no social Aponta-se para a existência de diferentes papéis (papel de filho, pai, professor, aluno, etc.) e diferentes identidades, estas formadas pela confluência entre os papéis e o pertencimento social (que pode variar, por exemplo, entre cor de pele e país nascido). O conceito de identidade é confuso e impreciso - Os autores definem identidade como “fenômeno relacional resultado da oposição entre aquilo que há de comum”...“e o que há de diferente”. Identidade é, para esses autores, fruto da interação social. O indivíduo se percebe à semelhança e à diferença (oposição) quanto ao outro. É um conceito complexo porque se define sempre na ponte entre dois referenciais: indivíduo e outro. O que torna o indivíduo diferente de um é sua aproximação, semelhança, com outro e vice-versa. O termo identidade é amplamente utilizado: identidade social, grupal, cultural, organizacional, profissional, etc. Existe também identidade entre objetos, entre instituições e etc. Definição de identidade social: “reconhecer semelhanças internas ao grupo (endogrupo) e as diferenças com os outros grupos (exogrupo). Autores, com suas palavras, citam Cuche: “identidade diz respeito a uma norma de vinculação necessariamente consciente e baseada em semelhanças e oposições simbólicas”. “...As identidades não são propriedades com as quais se nasce; são construídas e transformadas pelos inúmeros vínculos sociais desempenhados ao longo da vida em sociedade”. (HALL, 1990, pg. 49) Dialética entre auto e heteroidentidade: papel ativo do indivíduo na significação do mundo (sociedade), “cuja identidade social ocupa lugar de destaque” – interacionismo simbólico de Brumer (1969). Categorização social como maneira de aumentar semelhanças com endogrupo e garantir diferenças com o exogrupo. A auto-valorização garante identidade grupal e causa comportamentos discriminatórios. Assim, causa aumento da defesa interna no grupo e aumenta as diferenças com o grupo externo, reforçando preconceitos e estereótipos. Favoritismo endogrupo: minimização das diferenças internas e elevação do status Dimensão psicológica da identidade Auto-afirmação das características do indivíduo em detrimento às dos outros do endogrupo. Percepção do que o distinguiria dos demais. Personalidade individual Dimensão social da identidade Cada indivíduo compreende o que o torna semelhante aos demais do grupo e distinto do exogrupo. Categorização social (despersonalização individual em relação ao grupo) Sobre a identidade do psicólogo brasileiro: - Se localizaria na dialética entre o que o psicólogo espera que é e o que a sociedade espera que ele seja. Indivíduo <-> contexto de atuação - Nota-se instabilidade na identidade do psicólogo brasileiro - Identidade é histórica e cultural - Há necessidade de construção de uma identidade social que unifique os psicólogos independentemente de suas áreas de atuação (Dimmenstein, 2000). -- A identidade social sustenta o crescimento e afirmação social de uma dada ocupação, influencia vínculos e compromissos do profissional com seu trabalho. - A distinção das ciências humanas, exatas, saúde ou sociais ocorre entre os profissionais de psicologia apesar de serem da mesma profissão, dificultando a valorização da identidade social do psicólogo - A diferenciação é maior atualmente, visto que há diversas subdivisões (psicologia jurídica, do esporte, ambiental, etc.) - A identidade segue a teoria indicada no início do texto: uma relação entre identidade e contra identidade. - O psicólogo brasileiro se vê com identidade homogênea, apesar de possuir uma homogeneidade fraca: uma classe (psicólogos) com diversos subgrupos (vertentes e ofícios diferentes) - Identidade do psicólogo – contextos multidisciplinares de ação