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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
SOUZA, Nataniele Gaspar1 - [email protected]
Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr
BACARIN, Viviane Pereira2 - [email protected]
Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr
RESUMO
O presente trabalho propõe-se realizar uma revisão teórica de entendimento sobre as influências
positivas e negativas na religiosidade e espiritualidade no enfrentamento do câncer. Sendo assim
teve como objetivo, conhecer, analisar e compreender a concepções dos Enfermeiros (as) sobre o a
temática. Partindo do pressuposto que o índice da doença vem crescendo e interferindo no prazo de
vida do paciente, da mesma forma que a religiosidade minimiza o sofrimento pelos portadores da
doença, pois eles se apegam em algo que os conforte, mostrando ainda relevância por meio dos
estudos recente que a religiosidade/espiritualidade tem relação direta ao paciente oncológico.
PALAVRAS-CHAVE: Espiritualidade. Religiosidade. Oncologia. Qualidade de vida.
INTRODUÇÃO
Na sociedade ocidental, o simbolismo construído sobre o câncer é de uma
doença que invade o corpo, incurável, misteriosa, que gera sofrimento e perdas.
Embora os progressos dos meios diagnósticos e das terapêuticas tenham ampliado
a sobrevivência dos pacientes, mas o simbolismo persiste. (CASTAÑON, 2007).
No Brasil, o câncer é um dos problemas mais grave de saúde pública e ainda
é a segunda causa de morte do país, segundo previsões do Instituto Nacional do
Câncer (INCA), para os anos de 2016/2017 cerca de 600 mil casos novos de câncer
no Brasil. (INCA, 2016).
1
Graduanda de Enfermagem nas Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr.
2
Enfermeira, graduada em 2001 pela UNOPAR- Londrina. Especialista em Infectologia pela
UNIFESP. Mestranda em Biotecnologia pela UNIR. Experiência em Assistência e Docência de nível
técnico e Superior.
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
Os pacientes oncológicos precisam de um cuidado constante e especifico
buscando aumentar a capacidade de cada paciente com limitações decorrente da
doença e do tratamento, para promover uma qualidade de vida e sobrevivência ao
paciente. Inúmeros fatores estão diretamente associados à aceitação e convivência
do paciente com a doença, desta forma os hábitos culturais ditam e influenciam na
condução do prognóstico da patologia. Vários estudos abordam que a religiosidade
não impede de lidar com doenças graves como o câncer e sim pode melhorar a
expectativa de vida e até mesmo a esperança da cura (ZAGO, 1999).
Os profissionais que atuam na área de oncologia encontram uma grande
dificuldade em lidar com determinada situações, muitas vezes por não estarem
preparados para realizar uma assistência adequada respeitando raça, cor, crença,
espiritualidade, religião e etnias de cada paciente, sendo assim os profissionais
deveriam se aprimorar para prestar um atendimento correto abordando questões
citadas a cima e ainda têm por dever proporcionar um apoio afetivo no campo
espiritual do paciente conforme sua escolha religiosa, proporcionado uma
assistência de qualidade e eficiência, isso significa utilizar a visão holística ensinada
pela Florence Nightingale3 nos antepassados.
Portanto o referente trabalho tem por objetivo de avaliar a importância de se
ter um entendimento sobre a espiritualidade; compreender o conhecimento dos
profissionais; caracterizar quais as barreiras que os profissionais encontram e
investigar o uso de estratégia de enfrentamento pelos próprios profissionais, tendo
em vista revisar na literatura cientifica de artigos, livros, revistas e tese, quanto à
religiosidade/espiritualidade em oncologia, para então expor os achados referentes
acerca do assunto.
Fleck (2003, p. 446) afirma que “a espiritualidade e a religiosidade são
totalmente distintas e opostas e ainda se sobressaem no âmbito da ciência e tende a
rebaixar tudo aquilo que não possa ser mensurada vista e controlada pela tecnologia
e razão”. Desta forma o fato de se acreditar em um “Deus”, de seguir uma doutrina
religiosa poderá influenciar indiretamente no quadro de melhora do câncer, não
3
Florence Nightingale lançou as bases dos modernos serviços de enfermagem.
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
poderá ser usada como método terapêutico, no entanto o fato de acreditar que vai
melhorar o ajudar a enfrentara a patologia com positividade.
1 ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE
A religião sempre fez parte da humanidade e mesmo assim, por muitos anos
enfrentou um grande preconceito, pois é comum que as pessoas sintam receio em
dizer que pertencem a uma doutrina, tendo como um dos principais motivos ser alvo
de piadas e gozações. (GERONASSO; COELHO, 2012).
Existem duas magnitudes espirituais: à vertical agregado a um ser superior ou
divino, e a horizontal, agregada com um sentido maior e á um significado de vida
com relação a si próprio, com os outros e com o ambiente. (PINTO; RIBEIRO, 2007).
Segundo Murakami e Campos (2012) existe diferença sobre o entendimento
de religiosidade e espiritualidade, onde a espiritualidade trás um sentido de viver e
estar presente e não necessariamente ligado a algum tipo de crença ou um ser
maior como Deus, já na religiosidade se entende como um conjunto ligado a crenças
e doutrinas, como cultos, rituais, envolvendo necessariamente a fé.
A religiosidade é um fenômeno relativo ao apego, sendo assim o homem tem
consciência do seu alto controle e limitações, mais existe o desejo de superar
através de experiências e maneiras de existência. Assim a religiosidade esta
relacionada com a averiguação do homem por responder por suas próprias
indecisões dando sentido a sua vida. (MELO, et al., 2015).
Na religiosidade intrínseca o individuo tem uma fé madura, acreditando em
suas crenças e doutrinas e sempre em harmonia com suas necessidades e
interesses, tentando sempre esta bem com a sua religião onde atribui o sentido a
vida. Já na religiosidade extrínseca, existe uma definição para atingir diferentes fins,
onde se convertem a qualquer religião ampliando seu relacionamento afetivo.
(CAMPOS; MURAKAMI, 2012).
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
1.1 A FÉ
Existem diversas pressuposições para explicar o porquê á fé e a vida religiosa
beneficia a saúde. Pois as vivencias religiosas inspira pensamentos de otimismo e
esperança, bem como expectativas positivas para uma melhora ou até mesmo a
cura. (VASCONCELOS, 2010).
A fé é uma ferramenta usada no dia-a-dia, ela é usada para fortalecer,
permite apoiar, aliviar, proporcionar uma expectativa e ajuda os pacientes a
enfrentar a suas patologias, pois é através da fé e da religião que encontram forças
para superar os obstáculos que temos em nossos caminhos. (BOIGUES, 2016).
1.2 ATEÍSMO
O homem irreligioso é aquele sujeito que aceita a consciência, a sua
consciência propriamente, como sendo a última instância diante de sua
responsabilidade. Assim, o autor pontua que, a consciência, enquanto órgão de
sentido direciona o sujeito para a autotranscendência, seja ela concretizada a partir
de um Deus, outro ser, ou a natureza, como expressão de valores vivenciais, que o
direcionam
a
encontrar
um
sentido,
expressando
assim, a
natureza
da
espiritualidade dos ateus direcionada a um sentido de vida. (FRANKL, 2007).
O ateísmo cristão esta dissociado da crença, de que o bem não precisa
necessariamente de um Deus. Mas para alguns autores, a sociedade é formada por
perca de valores e a torna incapaz de estabelecer uma ética, enxergar o bem do
mal, levando-o ao senso de perdição. (SILVA, 2015).
De acordo com o censo de 2010, existem cerca de 615.000 mil ateus
declarados, mostrando mudanças no cenário religioso e evidenciando uma
diminuição de católicos, elevando o numero de outras religiões. (MARIANO, 2013).
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2 RELIGIOSIDADE E ESPIRITUALIDADE NA QUALIDADE DE VIDA
Desde 1970 Wanda de Aguiar Horta, enfermeira e filósofa, doutora em
enfermagem pela Universidade de São Paulo, coloca a espiritualidade como uma
necessidade humana básica e essencial para alcançar a qualidade de vida, devendo
assim a espiritualidade ser cuidada pela enfermagem em seu plano assistencial.
(SÁ; PEREIRA, 2007). Vários estudos apontam a importância da espiritualidade na
qualidade de vida (QV). Levando os instrumentos de qualidade de vida genéricos e
incluem uma dimensão espiritual entre seus domínios. (PANZINI, 2007).
3 ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE NA SAÚDE
Em relação entre a espiritualidade e saúde existe um claro paradigma para
ser estabelecido na prática diária do profissional de saúde. “A espiritualidade esta
ligada ou não na religiosidade, onde tem sido ponto de conforto e satisfação para
vários momentos da vida”. (AVEZUM; GUIMARÃES, 2007, p. 89).
A religiosidade e espiritualidade ainda desperta muitos medos na hora de ser
abordada pelos profissionais de enfermagem por ser um assunto de difícil
entendimento para alguns pacientes, pois muitos não sabem mensurar à sua crença.
Os profissionais de enfermagem enfrentam limitações com a espiritualidade
dos pacientes, por medo de ofender ou desrespeitar suas crenças religiosas.
(PENHA; SILVA, 2012).
Para se ter uma qualidade de vida os profissionais de saúde devem estar
sujeitos também a sua espiritualidade, sendo assim, refere-se um enfrentamento no
desempenho profissional. (SANTO, et al., 2013).
A espiritualidade oferece crescimento em diversos campos. No campo
intrapessoal, dá propósito para o sofrimento e para a vida, além de gerar esperança,
desambição e idealismo. No campo interpessoal motiva a tolerância e senso de
pertencer a um grupo. Já no campo transpessoal, desperta o amor incondicional,
adoração e crença de estar só. (SAAD, et al., 2001).
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
Existem algumas explicações de como a religião pode ajudar a saúde do
paciente: respeitando o corpo, ensinado por muitas religiões, gerando melhores
hábitos de vida; melhorando o estado psicológico, por trazer, perdão, esperança,
altruísmo e amor. (SAAD, et al., 2001).
4 CUIDADO ESPIRITUAL E EMOCIONAL DO ENFERMEIRO NA ÁREA
ONCOLÓGICA
Quando se fala de câncer, abrange sentimentos que são difíceis de enfrentar
pelos profissionais quanto pelo paciente e também pela família, no ponto de vista
dos pacientes a cura do câncer pode ser considerada como um milagre e não como
um elemento que possa ocorrer, mesmo com tantos tratamentos possíveis nos dias
de hoje. Os principais sentimentos são sinal de sofrimento, angústia, indignação,
medo, inseguranças sobre o futuro, medo da morte e medo de não estar preparada
quando chegar a hora de partir, esses tipos de sensações e sentimentos podem
atrapalhar no tratamento. (GUERRERO, 2011).
Embora a Enfermagem tenha tido muitas evoluções no cuidado com
pacientes oncológico esse estudo foi possível perceber que o câncer ainda carrega
um peso de sofrimento, indignação, angustia e medo frente ás incertezas do futuro,
porem com isso os significados contribui tanto na vida social, espiritual e religiosa
pela particularidade de interpretação de tais acontecimentos, isso leva os paciente
ao enfrentamento desses medos assim eles produzem uma força insuperável pela
vontade de viver dando um significado a própria vida.
É importante saber que os pacientes oncológicos não tem um sofrimento
apenas físico, mas também psicológicos devido ao tratamento recebido se sentindo
abandonado, revoltado e ate mesmo desesperado frente a essa patologia, pois não
tem controle sobre o surgimento ou desenvolvimento dessa patologia. (CAMPOS,
2007).
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5 CLASSIFICAÇÃO DO CUIDADO
Uma das importantes teorias de Enfermagem propõe cinco categorias de
classificação do cuidado: (1) cuidar como uma particularidade humana: comum e
essencial a todos os indivíduos humano e habitualmente incluída como básica e
constante forma de fundamento da sociedade, indispensável para sobrevivência da
espécie; (2) cuidar com um intuito moral ou ideal, o ato de cuidar é aceito como bem
moral, levando à influência positiva no bem-estar dos outros, pensando no
crescimento moral e na espiritualidade da enfermagem, onde á enfermeira é vista
como administradora moral; (3) cuidar com amor envolve a compaixão ou a empatia
o cliente, motivando a enfermagem à proporcionar o cuidado.
A intensidade de dessas emoções irão influenciar o ato de cuidar, pois o
cuidar ordena a aptidão de se pôr no lugar do paciente; (4) preocupar-se com
relação interpessoal, o enfermeiro (a) tem que se empenhar e confiar um no outro,
além de serem comunicativos e de se respeitarem. As ações e emoções precisam
ser divididas com o paciente, pois o cuidar cria a possibilidade de dar e receber
ajuda; e (5) cuidar com ação clínica na enfermagem, no cuidado, a enfermagem
promove a autonomia e o autocuidado, transmitindo conhecimento e compaixão,
tendo o objetivo de promover a vida. (BISON, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda que seja difícil determinar o impacto da espiritualidade e religiosidade a
respeito á oncologia, percebe-se grande interesse surgindo de pesquisadores e
acadêmicos na área da saúde, vindo de pesquisas já realizadas, que constituem um
vínculo positivo entre a espiritualidade/religiosidade e a oncologia, pois quando bem
desenvolvida ampliam os níveis de felicidade, satisfação e emoção positiva.
Considerando que essa elaboração ainda seja carente, principalmente na área
especifica de enfermagem.
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
Os preconceitos e alguns obstáculos sempre existiram quando se trata do
efeito da espiritualidade na saúde/doença, consideramos assim, uma relevante
importância à preparação do profissional enfermeiro ainda na graduação, para que
venha
compreender
o
significado
da
espiritualidade/religiosidade
para
a
individualidade de cada um e saber lidar na prática clinica.
O enfermeiro quanto profissional deve compor de ações de sensibilidade,
aceitação e sintonia para saber quando, como e com quem deve abordar e
incentivar o lado espiritual e religioso, uma vez que a forma em que o paciente
enxerga a espiritualidade e a religiosidade, quando expostos a particulares
situações, pode interferir de forma positiva ou negativa no prognostico do paciente.
Sendo assim, a partir deste estudo realizado, cria-se também, possibilidade
de novas pesquisas que salientam a indispensabilidade de mais capacitação de
profissionais
com
preparação
para
lidar
com
assuntos
como
religiosidade/espiritualidade e oncologia.
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RELIGIOSIDADE/ESPIRITUALIDADE EM ONCOLOGIA
RELIGIOSITY / SPIRITUALITY IN ONCOLOGY
ABSTRACT
This paper proposes to carry out a theoretical review of understanding of the positive and negative
influences on religiousness and spirituality in coping with cancer. So it aimed, knowing analyzes r and
understand the concepts of Nurses (a) on the the theme. Assuming that the rate of the disease is
growing and interfering within the patient 's life, the same way that religion minimizes suffering for
patients with the disease, as they cling to something that comfort, still showing relevance through
studies recent that religiosity / spirituality is directly related to the cancer patients.
KEYWORDS: Spirituality. Religiousness. Oncology. Quality of life.
http://www.faar.edu.br/revista
Recebido em: 28/08/2016
Aceito em: 19/09/2016
Revista Olhar Científico – Faculdades Associadas de Ariquemes – V. 02, n.2, Ago./Dez. 2016 p. 174
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